SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 24 - Número 1 - 1º Semestre 2024
CULTIVO DE Cattleya loddigesii Lindl. (ORCHIDACEAE) EM SUBSTRATOS
ALTERNATIVOS AO XAXIM
Marcelo Vichiato1
; Mívia Rosa de Medeiros Vichiato2
; Moacir Pascoal3
RESUMO
Este trabalho objetivou avaliar substratos alternativos ao xaxim no cultivo da orquídea Cattleya loddigesii
Lindl. Os substratos avaliados foram: xaxim desfibrado (testemunha); fibra de coco; fibra de samambaia real
(Osmunda regallis L.); carvão vegetal; bucha vegetal (Luffa cylindrica L.); bagaço de cana-de-açúcar; sabugo
de milho; sabugo de milho + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); carvão + bucha vegetal (1:1v/v); bucha
vegetal + fibra coco (1:1v/v); sabugo de milho + carvão vegetal (1:1v/v); carvão + fibra de coco (1:1v/v);
bagaço de cana-de-açúcar + fibra de coco (1:1v/v); sabugo de milho + bucha vegetal (1:1v/v); carvão vegetal
+ bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); sabugo de milho + fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana-de-açúcar +
bucha vegetal (1:1v/v). As mudas foram cultivadas em vasos de polipropileno, permanecendo em viveiro com
70% de luminosidade. Os parâmetros avaliados 6 meses após o início do experimento foram: massa de matéria
seca da raiz, da parte aérea e total, taxa de mortalidade, número de pseudobulbos, comprimento do
pseudobulbo, número de raízes e comprimento da maior raiz. Os dados foram submetidos à Análise de
Variância e Teste de Tukey a 5%. Os substratos constituídos por sabugo de milho (puro ou misturado com
coco ou carvão, na proporção 1:1v/v) e carvão (misturado com cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco,
na proporção 1:1v/v) podem substituir o xaxim no cultivo de C. loddigesii.
Palavras-chave: Floricultura, Orquídea, Resíduos agrícolas, Planta ornamental, Desenvolvimento
vegetativo.
ALTERNATIVE SUBSTRATES FOR Cattleya loddigesii Lindl. (ORCHIDACEAE)
CULTIVATION TO SUBSTITUTE THE TREE FERN FIBER
ABSTRACT
This work aimed to evaluate vegetable alternative substrates to xaxim in the cultivation of the orchid Cattleya
loddigesii Lindl. The substrates evaluated were: xaxim fibered (witness); coconut fiber; fiber of royal fern
(Osmunda regallis L.); charcoal; cucurbitaceous bush (Luffa cylindrica L.); sugarcane bagasse; corncob;
corncob + sugarcane bagasse (1:1v/v); charcoal + cucurbitaceous bush (1:1v/v); cucurbitaceous bush + coconut
fiber (1:1v/v); + corncob charcoal (1:1v/v); + coconut fiber + charcoal (1:1v/v); sugarcane bagasse + coconut
fiber (1:1v/v); corncob + cucurbitaceous bush (1:1v/v); charcoal + bagasse-sugar (1:1v/v); corn cob + coconut
fiber (1:1v/v); sugarcane bagasse + cucurbitaceous bush (1:1v/v).The seedlings were grown in pots of
polypropylene, staying in nursery with 70% of luminosity. The parameters evaluated 6 months after the
beginning of the experiment were: dry matter mass of the root, shoot and total mortality rate, number of
pseudobulbs, length of the pseudobulb, number of roots and greater root length. The data were subjected to
analysis of variance and Tukey test to 5%. The substrates made of corncob (pure or mixed with coconut fiber
or charcoal, in proportion 1:1v/v) and charcoal (mixed with sugarcane bagasse, cucurbitaceous bush or coconut
fiber, in proportion 1:1v/v) can override the xaxim in the cultivation of C. loddigesii.
Keywords: Floriculture, Orchid, Agricultural residues, Ornamental plant, Vegetative development.
103
INTRODUÇÃO
As orquídeas estão entre as flores mais
comercializadas no mercado de planta de vaso,
flor de corte e paisagismo, tornando-se
necessários estudos que permitam a otimização
do seu cultivo (FARIA et al., 2018).
O aumento da procura comercial legal e
ilegal de orquídeas como produtos ornamentais
resultou no maior interesse no desenvolvimento
de métodos de propagação em massa não só para
a sua comercialização, mas também para a sua
conservação.
A produção de orquídeas é uma atividade
em crescente expansão nos mercados nacional e
internacional e contribui para a diminuição da
extração em habitats naturais, tornando-se
evidente a necessidade de informações que
permitam a otimização do seu cultivo.
O xaxim e o musgo esfagno foram os
substratos mais utilizados na aclimatação de
orquídeas, porém as questões ambientais têm
levado ao aumento na busca por substratos
alternativos ().
Para a produção comercial de orquídeas, é
imprescindível a utilização de um substrato que
permita maior crescimento das mudas e, na
seleção deste material, é muito importante avaliar
aspectos do ponto de vista econômico, físico,
químico, biológico e ecológico (DRONK et al.,
2012; VICHIATO et al., 2014; FARIA et al.,
2018, LIMA et al., 2019; BELLO-
CASTAÑEDA et al., 2023).
Os estudos com os substratos estão
voltados ao cultivo ecologicamente correto e ao
aproveitamento racional de resíduos da
agroindústria disponíveis em cada região, de
modo a reduzir o volume desses materiais no
meio ambiente, além de possibilitar a adequação
nos custos de produção (FARIA et al., 2018;
PRISA; CARO, 2023).
A utilização de resíduos agrícolas como
substrato é uma alternativa promissora no cultivo
de orquídeas, reduzindo os custos e o acúmulo
desses materiais no ambiente (ASSIS et al.,
2011) e substituindo o xaxim, substrato utilizado
com maior frequência nos orquidários brasileiros
e comercialmente proibido pela Resolução no
278/2001 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente / CONAMA (VICHIATO et al., 2014).
No Brasil, existem poucas opções de
substratos comercializados para o cultivo de
orquídeas. Embora haja no país uma ampla
variedade de materiais com potencial de uso
como substrato, a falta de estudos tem limitado
sua exploração comercial (FIGUEIREDO;
KOLB, 2013).
Dentre os substratos oriundos de resíduos
agrícolas já avaliados, destacam-se a casca de
pinus (FIGUEIREDO; KOLB, 2013) e a fibra de
coco (SOARES et al., 2020; ASSIS et al., 2011;
YAMAKAMI et al., 2006), que vêm sendo
comercializadas em larga escala para o cultivo de
orquídeas, e substratos pouco ou ainda não
comercializados como a fibra de buriti (SOARES
et al., 2020), a casca de café (ASSIS et al., 2011),
casca de arroz carbonizada (ASSIS et al., 2005;
ASSIS et al.,2008, LONE et al., 2008;
YAMAKAMI et al.,2006; SORACE et al.,2009),
semente de amendoeira - Terminalia catappa
(SANTOS; TEIXEIRA, 2010); casca de noz pecã
(MORA et al., 2015), casca de fibra de piaçava
(ARAÚJO et al., 2007), cápsula de mamona
(VICHIATO et al., 2007), bucha vegetal
(VICHIATO et al., 2008), fibra de samambaia
real (VICHIATO et al., 2014), bagaço de cana-
de-açúcar (MEURER et al., 2008;
YAMAMOTO et al.,2009), carvão vegetal em
pedaços pequenos (DRONK et al. 2012;
BANJARE et al., 2022) e grandes
(BHATTACHARJEE, 1982), sabugo de milho
(FIGUEIREDO; KOLB, 2013), musgo do Chile
(ARENAS-SOUZA et al., 2014), casca de noz
pecã (MORA et al., 2015), brita de gnaisse
(LIMA et al., 2029), fibra da casca do coco verde
(CARRIJO et al. 2002), resíduo agrícola à base
de uva (NADAL et al., 2022) e serragem
(BANJARE et al., 2022), que estão entre os
materiais que demonstraram potencial como
substrato no cultivo de algumas espécies de
orquídeas.
Existem certos pré-requisitos para um
substrato substituir com eficiência o xaxim,
como reter bem os nutrientes depois de cada
adubação para liberá-lo aos poucos; ser
facilmente encontrado no mercado e de baixo
valor comercial; não possuir substâncias que
sejam tóxicas para a planta; sustentar a planta
com firmeza; permitir boa aeração para raízes;
reter água na quantidade ideal, sem encharcar,
manter o pH equilibrado; durar de 2 a 3 anos,
pelo menos. Do ponto de vista ecológico, deve
ser extraído de resíduos agrícolas ou industriais,
com o intuito de evitar o extrativismo e a
degradação da natureza. (PIOVESAN; Tavares,
2009; FIGUEIREDO; KOLB, 2013; KLEIN,
2015).
C. loddigesii é espécie epífita ou rupícola
endêmica do Brasil, que ocorre em diferentes
tipos de ambientes (Floresta Ripícola, Estacional
Semidecidual e Cerradão). Por ser uma planta
bastante ornamental, tem elevado valor
econômico.
Este trabalho objetivou avaliar substratos
de origem vegetal alternativos ao xaxim (fibra de
coco, fibra de samambaia real, carvão vegetal,
bucha vegetal, bagaço de cana-de-açúcar e
sabugo de milho) no cultivo da orquídea C.
loddigesii.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida em casa-de-
vegetação pertencente ao Laboratório de Cultura
de Tecidos do Departamento de Agricultura da
Universidade Federal de Lavras, localizada no
município de Lavras, Minas Gerais, Brasil.
As orquídeas utilizadas foram da espécie
C. loddigesii, oriundas de cultura de tecidos e
cultivadas sobre bancadas em vasos plásticos. As
plantas foram selecionadas contendo tamanhos
semelhantes, as raízes foram cortadas com
aproximadamente 5 cm de comprimento, com
tesoura esterilizada e acondicionadas nos vasos
com o substrato.
O delineamento experimental foi o
inteiramente casualizado, com dezessete
tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos
foram compostos pelos substratos: xaxim
desfibrado (testemunha); fibra de coco; fibra de
samambaia real (Osmunda regallis L.); carvão
vegetal; bucha vegetal (Luffa cylindrica L.);
bagaço de cana-de-açúcar; sabugo de milho;
sabugo de milho + bagaço de cana (1:1v/v);
carvão + bucha vegetal (1:1v/v); bucha vegetal +
fibra coco (1:1v/v); sabugo de milho + carvão
vegetal (1:1v/v); carvão + fibra de coco (1:1v/v);
bagaço de cana + fibra de coco (1:1v/v); sabugo
de milho + bucha vegetal (1:1v/v); carvão vegetal
+ bagaço de cana (1:1v/v); sabugo de milho +
fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana + bucha
vegetal (1:1v/v).
Foram utilizados xaxim, fibra de coco e
carvão comerciais, bucha vegetal comercial já
tratada, sem epiderme ou semente (VICHIATO
et al., 2008), sabugo de milho e bagaço de cana-
de-açúcar, sem qualquer pré-tratamento, cedidos
por proprietários rurais de Igarapé, MG, e
samambaia-real conforme Vichiato et al. (2014).
Estes materiais foram picados com facão,
formando cubos de 2 cm3
, aproximadamente,
selecionados e mantidos imersos em água por
dois dias, com três trocas de água por dia, para
retirada de possíveis impurezas e sua hidratação.
Por motivo de diminuição da população de
samambaia-real (Osmunda regallis), nas áreas
brejosas de Lavras-MG, este tratamento foi
utilizado somente puro.
Após a lavagem os substratos foram
depositados nos vasos de polietileno preto com
volume de 500 cm. As orquídeas foram
cultivadas nesses vasos e mantidas em casa de
vegetação, sobre bancada metálica.
A irrigação foi feita de acordo com as
condições de umidade do substrato, sendo
realizada, em média, três vezes por semana,
durante todo o experimento, sem aplicação de
adubação.
Os parâmetros avaliados 6 meses após o
início do experimento foram: massa de matéria
seca da raiz, da parte aérea e total, taxa de
mortalidade, número de pseudobulbos,
comprimento do pseudobulbo, número de raízes
e comprimento da maior raiz.
As análises estatísticas foram realizadas
através do software estatístico Sisvar. A
comparação entre as médias dos tratamentos foi
realizada com a aplicação do teste de Tukey, ao
nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para as variáveis peso seco das raízes,
número de raízes e número de folhas não houve
diferença significativa entre os substratos
(Tabela 1).
Não foram observados sintomas de
deficiências nutricionais até a data das
avaliações, demonstrando que os substratos
utilizados foram eficientes em nutrir as plantas
nas condições testadas.
Tabela 1. Média dos tratamentos referentes à avaliação de peso seco da raiz (PSR), peso seco da
parte aérea (PSPA), peso seco total (PST), número de plantas mortas (NM - dados transformados por
(√𝑥 + 0,5), número de pseudobulbo (NP), comprimento da parte área (CPA), número de raízes (NR),
comprimento médio da maior raiz (CMR) e número de folhas (NF) de Cattleya loddigesii Lindl., seis
meses após do início do experimento.
Legenda: S1: fibra de xaxim (testemunha); S2: fibra de coco; S3: fibra de samambaia real (Osmunda regallis); S4: carvão;
S5: bucha vegetal; S6: bagaço de cana-de-açúcar; S7: sabugo de milho; S8: sabugo de milho + bagaço de cana-de-açúcar
(1:1v/v); S9: carvão + bucha vegetal (1:1v/v); S10: bucha vegetal + fibra coco (1:1v/v); S11: sabugo de milho + carvão
vegetal (1:1v/v); S12: carvão + fibra de coco (1:1v/v); S13: bagaço de cana-de-açúcar + fibra de coco (1:1v/v); S14:
sabugo de milho + bucha vegetal (1:1v/v); S15: carvão vegetal + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); S16: sabugo de
milho + fibra de coco (1:1v/v); S17: bagaço de cana-de-açúcar + bucha vegetal (1:1v/v). Médias seguidas pela mesma
letra não diferem entre si pelo teste Tukey no nível de 5%.
O peso seco das raízes não variou porque a
variável número de raízes também não foi
alterada pelos diferentes tratamentos, inferindo
que os substratos testados proporcionaram
aeração eficiente das raízes, uma vez que o
oposto, substrato com aeração deficiente, tende a
limitar o desenvolvimento destes órgãos
(DEMATTÊ; DEMATTÊ 1996). As orquídeas
cultivadas nos substratos testados apresentaram
sistema radicular vigoroso e abundante,
indicando que os substratos testados
proporcionaram boa aeração às raízes de C.
loddigesii.
Entretanto, houve diferença significativa
para a variável comprimento médio da maior
raiz, sendo constatado que as médias dos
substratos S4 (carvão – 3,5 cm), S9 (carvão +
bucha vegetal – 4,62 cm), S3 (fibra de
samambaia real – 8,15 cm) e S5 (bucha vegetal –
10,05 cm) apresentaram os piores resultados.
Esses resultados levam a inferir que os substratos
mais secos e com menor capacidade de retenção
de água apresentam raízes menores porque têm
baixa capacidade de retenção de água e
nutrientes. Já os substratos que se mantinham
mais úmidos, à base de cana-de-açúcar, sabugo
de milho, fibra de coco e xaxim, puros ou
misturados, permitiram a antecipação na emissão
das raízes, o que possibilitou maior período de
crescimento das mesmas.
Constatou-se também que os mesmos
substratos que apresentaram as menores médias
para a variável comprimento médio da maior raiz
foram os únicos significativos para as variáveis
número de plantas mortas (NM) e os piores
resultados significativos para a variável número
de pseudobulbo (NP), possivelmente porque
apresentavam baixa capacidade de retenção e
Substratos PSR NR NF CMR NM NP PST PSPA CPA
S1 0,195a1
8,750a1
5,250a1
12,350a2
0a1
4,500a2
0,535a2
0,340a1
8,925a2
S2 0,222a1
7,250a1
6,00a1
14,950a2
0a1
3,500a2
0,590a2
0,367a1
10,725a2
S3 0,115a1
6,750a1
5,750a1
8,150a1
0,500a1
1,750a1
0,267a1
0,152a1
8,050a2
S4 0,110a1
1,250a1
1,500a1
3,500a1
0,750a2
0,500a1
0,420a1
0,310a1
3,000a1
S5 0,147a1
7,250a1
6,750a1
10,050a1
0,500a2
1,750a1
0,435a1
0,287a1
7,975a2
S6 0,187a1
10,250a1
5,750a1
16,400a2
0a1
2,750a2
0,570a2
0,382a1
9,075a2
S7 0,240a1
9,500a1
4,750a1
15,475a2
0a1
3,00a2
0,670a2
0,430a2
9,750a2
S8 0,135a1
6,00a1
5,500a1
15,475a2
1,125a1
2,500a2
0,372a1
0,237a1
8,625a2
S9 0,200a1
5,500a1
3,750a1
4,625a1
0,750a2
1,000a1
0,627a2
0,427a2
4,050a1
S10 0,212a1
8,00a1
6,00a1
14,950a2
0,125a1
2,500a2
0,557a2
0,345a1
9,325a2
S11 0,190a1
11,250a1
4,750a1
18,475a2
0,125a1
3,00a2
0,632a2
0,442a2
11,100a2
S12 0,212a1
8,750a1
8,500a1
13,500a2
0,125a1
3,250a2
0,757a2
0,545a2
10,725a2
S13 0,230a1
8,500a1
5,750a1
20,700a2
0a1
3,00a2
0,595a2
0,365a1
8,375a2
S14 0,242a1
9,00a1
6,250a1
16,750a2
0a1
3,250a2
0,567a2
0,325a1
9,450a2
S15 0,255a1
9,250a1
7,250a1
15,450a2
0a1
3,00a2
0,652a2
0,397a2
11,500a2
S16 0,300a1
11,500a1
5,500a1
14,100a2
0a1
2,750a2
0,840a2
0,540a2
9,525a2
S17 0,200a1
9,250a1
6,500a1
15,175a2
0a1
4,000a2
0,577a2
0,372a1
9,125a2
C.V.% 36,99 45,10 38,33 32,12 19,12 39,11 22,58 28,95 29,32
armazenamento de água e nutrientes pelas
plantas. Consequentemente, esses tratamentos
apresentaram as menores médias para a variável
peso seco total (PST).
Entretanto, o tratamento S8 (50% sabugo
de milho + 50% cana-de-açúcar), que se
encharcava após a irrigação, também apresentou
médias menores para as variáveis peso seco total
(PST) e peso seco da parte aérea (PSPA), o que
pode ser explicado pelo estresse por
encharcamento deste substrato, limitando a
disponibilidade de O2 para a planta. O
crescimento e desenvolvimento de raízes e parte
aérea são direta e indiretamente afetados pela
deficiência de oxigênio no substrato,
prejudicando o crescimento da planta. Para esse
tratamento, recomenda-se maior intervalo entre
as regas ou composição com componente de
menor retenção hídrica.
Os substratos testados também não
influenciaram na morfologia e no número de
folhas. Esta variável exerce profundas
influências no rendimento dos vegetais e
desempenha papel vital no controle da perda de
água pela espécie, o que reforça a importância da
manutenção de um número adequado de folhas
como aparato fotossintético (LIMA JÚNIOR et
al., 2010).
Os melhores resultados para as variáveis
peso seco da parte aérea (PSPA) e peso seco total,
que expressam o crescimento das plantas, foram
obtidos com os substratos a base de carvão +
bagaço-de-cana (S15), carvão + bucha vegetal
(S9), sabugo de milho e carvão (S11), sabugo de
milho e coco (S16), carvão e fibra de coco (S12)
e sabugo de milho (S7). Estes resultados levam a
inferir que substratos para vasos a base de sabugo
de milho (puro ou misturado com coco ou carvão,
na proporção 1:1v/v) ou carvão (misturado com
cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco,
na proporção 1:1v/v) favorecem melhor
desenvolvimento das plantas de C. loddigesii,
provavelmente em consequência da alta
porosidade (macroporos) destes substratos
(MACEDO et al., 2011) e, consequentemente,
pela maior capacidade de retenção e
aproveitamento e armazenamento de água e
nutrientes destes substratos pelas plantas, com
médias superiores ao substrato testemunha
(xaxim). O pseudobulbo exerce um importante
papel na demanda energética da planta, uma vez
que armazena água, nutrientes minerais e
carboidratos em orquídeas epífitas
(ZIMMERMAN, 1990). Além disso, o número
de pseudobulbos é diretamente proporcional ao
número de flores, o que torna esta variável
importante para a comercialização das orquídeas
(SANTOS; TEIXEIRA, 2010).
Resultados semelhantes foram obtidos por
Figueiredo e Kolb (2013), que testaram o uso de
sabugo de milho no cultivo de Laelia
pulcherrima; Meurer et al. (2008), que avaliaram
o uso de diferentes formulações de bagaço de
cana-de-açúcar no cultivo de mudas dos híbridos
de Vanda tecelata x Vanda gordon-dillon e BLC.
Cattleya drumbeat triumph x BLC. Cattleya
pastoral; Cardoso (2015), que concluiu que
combinações de substratos com carvão
favoreceram o melhor desenvolvimento de
mudas de Catasetum fimbriantum e Banjare et al.
(2022) que constaram que o carvão puro ou
misturado mostrou o melhor resultado em
relação ao crescimento das plantas de
Dendrobium L. (altura da planta, número de
folhas e brotos e comprimento da raiz).
Os substratos de sabugo de milho e bagaço
de cana-de-açúcar podem ser considerados
adequados para o cultivo de orquídeas, pois
retêm grande quantidade de água, conservando-
se úmidos por longo tempo e proporcionam boa
drenagem e aeração às raízes (MEURER et al.,
2008; FIGUEIREDO; KOLB, 2013).
O carvão vegetal tem uma estrutura
altamente porosa que, se misturado ao solo ou
substrato, pode aumentar a porosidade, a
capacidade de retenção de água e a proliferação
de microrganismos benéficos (ZANETTI et al.,
2003; SCHNITZER et al., 2010).
Os piores resultados para a variável
comprimento da parte aérea (CPA) foram obtidos
com os substratos a base de carvão puro (S4) e
carvão + bucha vegetal (S9), possivelmente por
serem altamente porosos e apresentarem baixa
capacidade de retenção de água. Estes
tratamentos também apresentaram os piores
resultados para as variáveis comprimento médio
da maior raiz (CMR), número de plantas mortas
(NM), número de pseudobulbos (NP),
concluindo que, dos tratamentos testados, S3 e
S4 foram os piores para o cultivo de C.
loddigesii.
CONCLUSÃO
Substratos para vaso a base de sabugo de
milho (puro ou misturado com coco ou carvão,
na proporção 1:1v/v) e carvão (misturado com
cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco,
na proporção 1:1v/v) podem ser substitutos ao
xaxim no cultivo de Cattleya loddigesii Lindl.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, A. G.; PASQUAL, M.; DUTRA, L.
F.; JANICE GUEDES DE CARVALHO, J. G.;
SOARES, G. A. Substratos alternativos ao xaxim
e adubação de plantas de orquídea na fase de
aclimatização. Ciência Rural, Santa Maria,
v.37, n.2, p.569-571, mar-abr, 2007.
ARENAS-SOUZA. M. D.; SILVA, M. S. A.;
KARSBURG, I. V. Aclimatação ex vitro de
plântulas de Oncidium baueri Lindl. em
diferentes substratos. Enciclopédia Biosfera,
Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18;
p. 102-108, 2014.
ASSIS, A. M.; FARIA, R. T.; COLOMBO, L.
A.; CARVALHO, J. F. R. P. Utilização de
substratos à base de coco no cultivo de
Dendrobium nobile Lindl. (Orchidaceae). Acta
Scientiarum Agronomy, Maringá, v.27, p.255-
260, 2005.
ASSIS, A. M.; FARIA, R. T.; UNEMOTO, L.
K.; COLOMBO, L. A. Cultivo de Oncidium
baueri Lindley (Orchidaceae) em substratos a
base de coco. Ciência e Agrotecnologia, Lavras,
v.32, n.3, p. 981-985, 2008.
ASSIS, A. M.; UNEMOTO, L. K.;
YAMAMOTO, L. Y.; LONE, A. B.; SOUZA, G.
R. B.; FARIA, R. T.; ROBERTO, S. R.;
TAKAHASHI, L.S. Cultivo de orquídea em
substratos à base de casca de café. Bragantia,
Campinas, v. 70, n. 3, p.544-549, 2011.
BANJARE, B.; RAM, S.; TIWARI, S. P.; ARTI
GUHEY, A. Comparative effect of different
growing media on growth and flowering of
orchid Dendrobium L. The Pharma Innovation
Journal, Chhattisgarh, v. 11, n. 9, p. 94-97,
2022.
BELLO-CASTAÑEDA, N.; COY-BARRERA,
C.; PÉREZ, M. M. Revisión sistemática sobre
tipos de sustratos utilizados en la propagación de
orquídeas bajo invernadero. Multis, v. 13, n. 1,
p. 1-18, 2023.
BHATTACHARJEE, S. K. Influence of different
potting substrates in growth and flowering of
Rhynchostylis gigantea. Lal Baugh Journal, v.
27, n.1, p. 11-14, 1982.
CARDOSO, M. A. Substratos e recipientes
alternativos no cultivo de Catasetum
fimbriatum L. Dissertação (Mestrado em
Biodiversidade e Agroecossistemas
Amazônicos). Universidade do Estado de Mato
Grosso, Alta Floresta, 2015. 48p.
CARRIJO, O. A.; LIZ, R. S.; MAKISHIMA, N.
Fibra da casca do coco verde como substrato
agrícola. Horticultura Brasileira, Brasília, v.
20, n. 1, p. 533-535, 2002.
DEMATTÊ, J.B.I.; DEMATTÊ, M.E.S.P.
Estudos hídricos com substratos vegetais para
cultivo de orquídeas epífitas. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.31, n. 11,
p. 803-813, 1996.
DRONK, A. G.; SILVA, A. P. V.; CUQUEL, F.
L.; FARIA, R. T. Desenvolvimento vegetativo de
híbrido de orquídea em diferentes substratos.
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 6,
p. 2109-2114, nov./dez. 2012.
FARIA, R. T.; STEGANI, V.; BERTONCELLI,
D. J.; ALVES, G. A. C.; ASSIS, A. M. Substrates
for the cultivation of epiphytic orchids. Semina:
Ciências Agrárias, Londrina, v. 39, n. 6, p. 2851–
2866, 2018.
FIGUEIREDO, L. D.; KOLB, R. M. Novo
substrato para o cultivo de orquídeas: estudo do
seu potencial de uso em plantas de Laelia
pulcherrima. Revista Brasileira de Biociências,
Porto Alegre, v. 11, n. 4, p. 405-413, out./dez.
2013.
KLEIN, C. Utilização de substratos alternativos
para produção de mudas. Revista Brasileira de
Energias Renováveis, Palotina, v.4, p. 43-63,
2015.
LIMA JUNIOR, I.S. de; BERTONCELLO, T.
F.; MELO, E. P. de; DEGRANDE, P. E.;
KODAMA, C. Desfolha artificial simulando
danos de pragas na cultura do girassol
(Helianthus annuus L., Asteraceae). Revista
Ceres, Viçosa, v.57, p.23-27, 2010.
LIMA, B. V.; SANTOS, A. F.; FERNANDES,
A. F.; FUGA, C. A. G.; BARRETO, R. W.;
SILVA, R. V. Novas opções de substratos para o
cultivo de Cyrtopodium cardiochilum
(Orchidaceae). Colloquium Agrariae, v. 15,
n.4, p. 100-106, jul-ago, 2019.
LONE, A. B.; BARBOSA, C. M.;
TAKAHASHI, L. S. A.; FARIA, R. T.
Aclimatização de Cattleya (Orchidaceae), em
substratos alternativos ao xaxim e ao esfagno.
Acta Scientiarum, Maringá, v. 30, n. 4, p. 465-
469, 2008.
MACEDO, M. C; ROSA, Y. B. C. J.; SCALON,
S. P. Q.; ROSA JÚNIOR, E. J.; VIEIRA, M. C.;
TATARA, M. B. Substratos e intensidades de luz
no cultivo de orquídea denfal. Horticultura
Brasileira, Brasília, v. 29, n. 1, p.168-173, 2011.
MEURER, F. M.; BARBOSA, C.; ZONETTI, P.
C.; MUNHOZ, R. E. F. Avaliação do uso de
bagaço de cana-de-açúcar como substrato no
cultivo de mudas de orquídeas. Revista de
Saúde e Biologia, Campo Mourão, v. 3, n. 2, p.
45-50, 2008.
MORA, M. M.; ASSIS, A. M.; YAMAMOTO,
L. Y.; A PIVETTA, K. F. L.; FARIA, R. T.
Resíduos agrícolas e argila expandida no cultivo
da orquídea Oncidium baueri Lindl. Semina:
Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 1, p. 39-46,
jan./fev. 2015.
NADAL, M. C.; ASSIS, A. M.; MÁRCIA
WULFF SCHUCH, M. W.; FARIA, R. T. Grape-
based residue as a substrate in Oncidium baueri
Lindl. acclimatization. Ornamental
Horticulture, Viçosa, v. 28, n.2, p. 239-245,
2022.
PIOVESAN, R.; TAVARES, C. A. Avaliação de
substratos para o cultivo de orquídeas.
Cultivando o Saber, Cascavel, v.2, n.3, p.131-
135, 2009.
PRISA, D.; CARO, S. Alternative substrates in
the cultivation of ornamental and vegetable
plants. GSC Biological and Pharmaceutical
Sciences, v. 24, n. 1, p. 209-220, 2023.
SANTOS, M. N.; TEIXEIRA, M. L. F. Semente
de amendoeira (Terminalia catappa L.)
(Combretaceae)como substrato para o cultivo de
orquídeas epífitas. Acta Scientiarum.
Agronomy, Maringá, v. 32, n. 2, p. 339-343,
2010.
SCHNITZER, J. A.; FARIA, R. T.; VENTURA,
M. U.; SORACE, M. Substratos e extrato
pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras
Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia
clowesii (John Lindley) (Orchidaceae). Acta
Scientiarum Agronomy, Maringá, v.32, n. 1, p.
139-143, 2010.
SOARES, J. S.; SANTIAGO, E. F.; SORGATO,
J. C. Conservation of Schomburgkia crispa Lindl.
(Orchidaceae) by reintroduction into a fragment
of the Brazilian Cerrado. Journal for Nature
Conservation, Elsevie, v. 53, n.1, 2020.
SORACE, M.; FARIA, R. T.; FONSECA, I. C.
B. Substratos alternativos ao xaxim no cultivo do
híbrido Cattleya intermedia X Hadrolaelia
purpurata (Orchidaceae). Semina: Ciências
Agrárias, Londrina, v. 30, n. 4, p. 771-778,
out./dez. 2009.
VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.;
CASTRO, D. M.; DUTRA, L. F.; PASQUAL,
M.; ARAÚJO, T. S. Bucha vegetal e fertilização
organo-mineral no cultivo de Dendrobium nobile
Lindl. Revista da FZVA, Uruguaiana, v.15, n.1,
p. 34-42, 2008.
VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.;
CASTRO, D. M.; DUTRA, L. F.; PASQUAL,
M.; ARAÚJO, T. S.; SILVA, R. G.; MARQUES,
N. S. Cápsula da mamona no cultivo de
Dendrobium nobile Lindl. (Orchidaceae).
Ecossistema, v. 32, n. 1, 2, p. 75-80, jan./dez.,
2007.
VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.;
CASTRO, D. M.; PASQUAL, M.
Desenvolvimento vegetativo da orquídea olho-
de-boneca cultivada em substrato de samambaia
real. Tecnol. & Ciência Agropecuária, João
Pessoa, v.8, n.4, p.53-56, out. 2014.
YAMAKAMI, J. K.; FARIA, R. T.; ASSIS, A.
M.; OLIVEIRA, L. V. R. Cultivo de Cattleya
lindley (Orchidaceae) em substratos alternativos
ao xaxim. Acta Scientiarum Agronomy, v.28,
p.523- 526, 2006.
YAMAMOTO, L. Y.; SORACE, M.; FARIA, R.
T.; TAKAHASHI, L. S.; SCHNITZER, J. A.
Substratos alternativos ao xaxim no cultivo do
híbrido primário Miltonia regnellii Rchb. f. x
Oncidium concolor Hook. (Orchidaceae).
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, p.
1035-1042, 2009.
ZANETTI M.; CAZETTA J. O.; JÚNIOR D. M.;
CARVALHO, S. A. Uso de subprodutos de
carvão vegetal na formação do porta-enxerto
limoeiro 'Cravo' em ambiente protegido. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n.
1, p. 508-512, 2003.
ZIMMERMAN, J. K. Role of pseudobulbs in
growth and flowering of Catasetum viridiflavum
(Orchidaceae). American Journal of Botany,
Columbus, v.77, n.4, p.533-542, Apr. 1990.
______________________________________
[1] Eng. Agrônomo. Doutor em Agronomia com
área de concentração em Fitotecnia, Fundação de
Parques Municipais e Zoobotânica de Belo
Horizonte, MG. *Autor para correspondência:
mvichiato@pbh.gov.br.
[2] Bióloga. Doutora em Agronomia com área de
concentração em Fitotecnia, Secretaria
Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte,
MG, Avenida Afonso Pena, 342, Centro, Belo
Horizonte, Mg, Brasil, CEP 30.130-001.
miviavichiato@gmail.com.
[3] Professor Doutor da Universidade Federal de
Lavras, Departamento de Agricultura -
DAG/UFLA. mpasqual@dag.ufla.br.
110

Mais conteúdo relacionado

Mais de Universidade Federal de Sergipe - UFS

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 

Mais de Universidade Federal de Sergipe - UFS (20)

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_N1_08.pdf

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 24 - Número 1 - 1º Semestre 2024 CULTIVO DE Cattleya loddigesii Lindl. (ORCHIDACEAE) EM SUBSTRATOS ALTERNATIVOS AO XAXIM Marcelo Vichiato1 ; Mívia Rosa de Medeiros Vichiato2 ; Moacir Pascoal3 RESUMO Este trabalho objetivou avaliar substratos alternativos ao xaxim no cultivo da orquídea Cattleya loddigesii Lindl. Os substratos avaliados foram: xaxim desfibrado (testemunha); fibra de coco; fibra de samambaia real (Osmunda regallis L.); carvão vegetal; bucha vegetal (Luffa cylindrica L.); bagaço de cana-de-açúcar; sabugo de milho; sabugo de milho + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); carvão + bucha vegetal (1:1v/v); bucha vegetal + fibra coco (1:1v/v); sabugo de milho + carvão vegetal (1:1v/v); carvão + fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana-de-açúcar + fibra de coco (1:1v/v); sabugo de milho + bucha vegetal (1:1v/v); carvão vegetal + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); sabugo de milho + fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana-de-açúcar + bucha vegetal (1:1v/v). As mudas foram cultivadas em vasos de polipropileno, permanecendo em viveiro com 70% de luminosidade. Os parâmetros avaliados 6 meses após o início do experimento foram: massa de matéria seca da raiz, da parte aérea e total, taxa de mortalidade, número de pseudobulbos, comprimento do pseudobulbo, número de raízes e comprimento da maior raiz. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e Teste de Tukey a 5%. Os substratos constituídos por sabugo de milho (puro ou misturado com coco ou carvão, na proporção 1:1v/v) e carvão (misturado com cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco, na proporção 1:1v/v) podem substituir o xaxim no cultivo de C. loddigesii. Palavras-chave: Floricultura, Orquídea, Resíduos agrícolas, Planta ornamental, Desenvolvimento vegetativo. ALTERNATIVE SUBSTRATES FOR Cattleya loddigesii Lindl. (ORCHIDACEAE) CULTIVATION TO SUBSTITUTE THE TREE FERN FIBER ABSTRACT This work aimed to evaluate vegetable alternative substrates to xaxim in the cultivation of the orchid Cattleya loddigesii Lindl. The substrates evaluated were: xaxim fibered (witness); coconut fiber; fiber of royal fern (Osmunda regallis L.); charcoal; cucurbitaceous bush (Luffa cylindrica L.); sugarcane bagasse; corncob; corncob + sugarcane bagasse (1:1v/v); charcoal + cucurbitaceous bush (1:1v/v); cucurbitaceous bush + coconut fiber (1:1v/v); + corncob charcoal (1:1v/v); + coconut fiber + charcoal (1:1v/v); sugarcane bagasse + coconut fiber (1:1v/v); corncob + cucurbitaceous bush (1:1v/v); charcoal + bagasse-sugar (1:1v/v); corn cob + coconut fiber (1:1v/v); sugarcane bagasse + cucurbitaceous bush (1:1v/v).The seedlings were grown in pots of polypropylene, staying in nursery with 70% of luminosity. The parameters evaluated 6 months after the beginning of the experiment were: dry matter mass of the root, shoot and total mortality rate, number of pseudobulbs, length of the pseudobulb, number of roots and greater root length. The data were subjected to analysis of variance and Tukey test to 5%. The substrates made of corncob (pure or mixed with coconut fiber or charcoal, in proportion 1:1v/v) and charcoal (mixed with sugarcane bagasse, cucurbitaceous bush or coconut fiber, in proportion 1:1v/v) can override the xaxim in the cultivation of C. loddigesii. Keywords: Floriculture, Orchid, Agricultural residues, Ornamental plant, Vegetative development. 103
  • 2. INTRODUÇÃO As orquídeas estão entre as flores mais comercializadas no mercado de planta de vaso, flor de corte e paisagismo, tornando-se necessários estudos que permitam a otimização do seu cultivo (FARIA et al., 2018). O aumento da procura comercial legal e ilegal de orquídeas como produtos ornamentais resultou no maior interesse no desenvolvimento de métodos de propagação em massa não só para a sua comercialização, mas também para a sua conservação. A produção de orquídeas é uma atividade em crescente expansão nos mercados nacional e internacional e contribui para a diminuição da extração em habitats naturais, tornando-se evidente a necessidade de informações que permitam a otimização do seu cultivo. O xaxim e o musgo esfagno foram os substratos mais utilizados na aclimatação de orquídeas, porém as questões ambientais têm levado ao aumento na busca por substratos alternativos (). Para a produção comercial de orquídeas, é imprescindível a utilização de um substrato que permita maior crescimento das mudas e, na seleção deste material, é muito importante avaliar aspectos do ponto de vista econômico, físico, químico, biológico e ecológico (DRONK et al., 2012; VICHIATO et al., 2014; FARIA et al., 2018, LIMA et al., 2019; BELLO- CASTAÑEDA et al., 2023). Os estudos com os substratos estão voltados ao cultivo ecologicamente correto e ao aproveitamento racional de resíduos da agroindústria disponíveis em cada região, de modo a reduzir o volume desses materiais no meio ambiente, além de possibilitar a adequação nos custos de produção (FARIA et al., 2018; PRISA; CARO, 2023). A utilização de resíduos agrícolas como substrato é uma alternativa promissora no cultivo de orquídeas, reduzindo os custos e o acúmulo desses materiais no ambiente (ASSIS et al., 2011) e substituindo o xaxim, substrato utilizado com maior frequência nos orquidários brasileiros e comercialmente proibido pela Resolução no 278/2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente / CONAMA (VICHIATO et al., 2014). No Brasil, existem poucas opções de substratos comercializados para o cultivo de orquídeas. Embora haja no país uma ampla variedade de materiais com potencial de uso como substrato, a falta de estudos tem limitado sua exploração comercial (FIGUEIREDO; KOLB, 2013). Dentre os substratos oriundos de resíduos agrícolas já avaliados, destacam-se a casca de pinus (FIGUEIREDO; KOLB, 2013) e a fibra de coco (SOARES et al., 2020; ASSIS et al., 2011; YAMAKAMI et al., 2006), que vêm sendo comercializadas em larga escala para o cultivo de orquídeas, e substratos pouco ou ainda não comercializados como a fibra de buriti (SOARES et al., 2020), a casca de café (ASSIS et al., 2011), casca de arroz carbonizada (ASSIS et al., 2005; ASSIS et al.,2008, LONE et al., 2008; YAMAKAMI et al.,2006; SORACE et al.,2009), semente de amendoeira - Terminalia catappa (SANTOS; TEIXEIRA, 2010); casca de noz pecã (MORA et al., 2015), casca de fibra de piaçava (ARAÚJO et al., 2007), cápsula de mamona (VICHIATO et al., 2007), bucha vegetal (VICHIATO et al., 2008), fibra de samambaia real (VICHIATO et al., 2014), bagaço de cana- de-açúcar (MEURER et al., 2008; YAMAMOTO et al.,2009), carvão vegetal em pedaços pequenos (DRONK et al. 2012; BANJARE et al., 2022) e grandes (BHATTACHARJEE, 1982), sabugo de milho (FIGUEIREDO; KOLB, 2013), musgo do Chile (ARENAS-SOUZA et al., 2014), casca de noz pecã (MORA et al., 2015), brita de gnaisse (LIMA et al., 2029), fibra da casca do coco verde (CARRIJO et al. 2002), resíduo agrícola à base de uva (NADAL et al., 2022) e serragem (BANJARE et al., 2022), que estão entre os materiais que demonstraram potencial como substrato no cultivo de algumas espécies de orquídeas. Existem certos pré-requisitos para um substrato substituir com eficiência o xaxim, como reter bem os nutrientes depois de cada adubação para liberá-lo aos poucos; ser facilmente encontrado no mercado e de baixo valor comercial; não possuir substâncias que sejam tóxicas para a planta; sustentar a planta com firmeza; permitir boa aeração para raízes; reter água na quantidade ideal, sem encharcar, manter o pH equilibrado; durar de 2 a 3 anos, pelo menos. Do ponto de vista ecológico, deve ser extraído de resíduos agrícolas ou industriais, com o intuito de evitar o extrativismo e a degradação da natureza. (PIOVESAN; Tavares,
  • 3. 2009; FIGUEIREDO; KOLB, 2013; KLEIN, 2015). C. loddigesii é espécie epífita ou rupícola endêmica do Brasil, que ocorre em diferentes tipos de ambientes (Floresta Ripícola, Estacional Semidecidual e Cerradão). Por ser uma planta bastante ornamental, tem elevado valor econômico. Este trabalho objetivou avaliar substratos de origem vegetal alternativos ao xaxim (fibra de coco, fibra de samambaia real, carvão vegetal, bucha vegetal, bagaço de cana-de-açúcar e sabugo de milho) no cultivo da orquídea C. loddigesii. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida em casa-de- vegetação pertencente ao Laboratório de Cultura de Tecidos do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, localizada no município de Lavras, Minas Gerais, Brasil. As orquídeas utilizadas foram da espécie C. loddigesii, oriundas de cultura de tecidos e cultivadas sobre bancadas em vasos plásticos. As plantas foram selecionadas contendo tamanhos semelhantes, as raízes foram cortadas com aproximadamente 5 cm de comprimento, com tesoura esterilizada e acondicionadas nos vasos com o substrato. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com dezessete tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram compostos pelos substratos: xaxim desfibrado (testemunha); fibra de coco; fibra de samambaia real (Osmunda regallis L.); carvão vegetal; bucha vegetal (Luffa cylindrica L.); bagaço de cana-de-açúcar; sabugo de milho; sabugo de milho + bagaço de cana (1:1v/v); carvão + bucha vegetal (1:1v/v); bucha vegetal + fibra coco (1:1v/v); sabugo de milho + carvão vegetal (1:1v/v); carvão + fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana + fibra de coco (1:1v/v); sabugo de milho + bucha vegetal (1:1v/v); carvão vegetal + bagaço de cana (1:1v/v); sabugo de milho + fibra de coco (1:1v/v); bagaço de cana + bucha vegetal (1:1v/v). Foram utilizados xaxim, fibra de coco e carvão comerciais, bucha vegetal comercial já tratada, sem epiderme ou semente (VICHIATO et al., 2008), sabugo de milho e bagaço de cana- de-açúcar, sem qualquer pré-tratamento, cedidos por proprietários rurais de Igarapé, MG, e samambaia-real conforme Vichiato et al. (2014). Estes materiais foram picados com facão, formando cubos de 2 cm3 , aproximadamente, selecionados e mantidos imersos em água por dois dias, com três trocas de água por dia, para retirada de possíveis impurezas e sua hidratação. Por motivo de diminuição da população de samambaia-real (Osmunda regallis), nas áreas brejosas de Lavras-MG, este tratamento foi utilizado somente puro. Após a lavagem os substratos foram depositados nos vasos de polietileno preto com volume de 500 cm. As orquídeas foram cultivadas nesses vasos e mantidas em casa de vegetação, sobre bancada metálica. A irrigação foi feita de acordo com as condições de umidade do substrato, sendo realizada, em média, três vezes por semana, durante todo o experimento, sem aplicação de adubação. Os parâmetros avaliados 6 meses após o início do experimento foram: massa de matéria seca da raiz, da parte aérea e total, taxa de mortalidade, número de pseudobulbos, comprimento do pseudobulbo, número de raízes e comprimento da maior raiz. As análises estatísticas foram realizadas através do software estatístico Sisvar. A comparação entre as médias dos tratamentos foi realizada com a aplicação do teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para as variáveis peso seco das raízes, número de raízes e número de folhas não houve diferença significativa entre os substratos (Tabela 1). Não foram observados sintomas de deficiências nutricionais até a data das avaliações, demonstrando que os substratos utilizados foram eficientes em nutrir as plantas nas condições testadas.
  • 4. Tabela 1. Média dos tratamentos referentes à avaliação de peso seco da raiz (PSR), peso seco da parte aérea (PSPA), peso seco total (PST), número de plantas mortas (NM - dados transformados por (√𝑥 + 0,5), número de pseudobulbo (NP), comprimento da parte área (CPA), número de raízes (NR), comprimento médio da maior raiz (CMR) e número de folhas (NF) de Cattleya loddigesii Lindl., seis meses após do início do experimento. Legenda: S1: fibra de xaxim (testemunha); S2: fibra de coco; S3: fibra de samambaia real (Osmunda regallis); S4: carvão; S5: bucha vegetal; S6: bagaço de cana-de-açúcar; S7: sabugo de milho; S8: sabugo de milho + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); S9: carvão + bucha vegetal (1:1v/v); S10: bucha vegetal + fibra coco (1:1v/v); S11: sabugo de milho + carvão vegetal (1:1v/v); S12: carvão + fibra de coco (1:1v/v); S13: bagaço de cana-de-açúcar + fibra de coco (1:1v/v); S14: sabugo de milho + bucha vegetal (1:1v/v); S15: carvão vegetal + bagaço de cana-de-açúcar (1:1v/v); S16: sabugo de milho + fibra de coco (1:1v/v); S17: bagaço de cana-de-açúcar + bucha vegetal (1:1v/v). Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey no nível de 5%. O peso seco das raízes não variou porque a variável número de raízes também não foi alterada pelos diferentes tratamentos, inferindo que os substratos testados proporcionaram aeração eficiente das raízes, uma vez que o oposto, substrato com aeração deficiente, tende a limitar o desenvolvimento destes órgãos (DEMATTÊ; DEMATTÊ 1996). As orquídeas cultivadas nos substratos testados apresentaram sistema radicular vigoroso e abundante, indicando que os substratos testados proporcionaram boa aeração às raízes de C. loddigesii. Entretanto, houve diferença significativa para a variável comprimento médio da maior raiz, sendo constatado que as médias dos substratos S4 (carvão – 3,5 cm), S9 (carvão + bucha vegetal – 4,62 cm), S3 (fibra de samambaia real – 8,15 cm) e S5 (bucha vegetal – 10,05 cm) apresentaram os piores resultados. Esses resultados levam a inferir que os substratos mais secos e com menor capacidade de retenção de água apresentam raízes menores porque têm baixa capacidade de retenção de água e nutrientes. Já os substratos que se mantinham mais úmidos, à base de cana-de-açúcar, sabugo de milho, fibra de coco e xaxim, puros ou misturados, permitiram a antecipação na emissão das raízes, o que possibilitou maior período de crescimento das mesmas. Constatou-se também que os mesmos substratos que apresentaram as menores médias para a variável comprimento médio da maior raiz foram os únicos significativos para as variáveis número de plantas mortas (NM) e os piores resultados significativos para a variável número de pseudobulbo (NP), possivelmente porque apresentavam baixa capacidade de retenção e Substratos PSR NR NF CMR NM NP PST PSPA CPA S1 0,195a1 8,750a1 5,250a1 12,350a2 0a1 4,500a2 0,535a2 0,340a1 8,925a2 S2 0,222a1 7,250a1 6,00a1 14,950a2 0a1 3,500a2 0,590a2 0,367a1 10,725a2 S3 0,115a1 6,750a1 5,750a1 8,150a1 0,500a1 1,750a1 0,267a1 0,152a1 8,050a2 S4 0,110a1 1,250a1 1,500a1 3,500a1 0,750a2 0,500a1 0,420a1 0,310a1 3,000a1 S5 0,147a1 7,250a1 6,750a1 10,050a1 0,500a2 1,750a1 0,435a1 0,287a1 7,975a2 S6 0,187a1 10,250a1 5,750a1 16,400a2 0a1 2,750a2 0,570a2 0,382a1 9,075a2 S7 0,240a1 9,500a1 4,750a1 15,475a2 0a1 3,00a2 0,670a2 0,430a2 9,750a2 S8 0,135a1 6,00a1 5,500a1 15,475a2 1,125a1 2,500a2 0,372a1 0,237a1 8,625a2 S9 0,200a1 5,500a1 3,750a1 4,625a1 0,750a2 1,000a1 0,627a2 0,427a2 4,050a1 S10 0,212a1 8,00a1 6,00a1 14,950a2 0,125a1 2,500a2 0,557a2 0,345a1 9,325a2 S11 0,190a1 11,250a1 4,750a1 18,475a2 0,125a1 3,00a2 0,632a2 0,442a2 11,100a2 S12 0,212a1 8,750a1 8,500a1 13,500a2 0,125a1 3,250a2 0,757a2 0,545a2 10,725a2 S13 0,230a1 8,500a1 5,750a1 20,700a2 0a1 3,00a2 0,595a2 0,365a1 8,375a2 S14 0,242a1 9,00a1 6,250a1 16,750a2 0a1 3,250a2 0,567a2 0,325a1 9,450a2 S15 0,255a1 9,250a1 7,250a1 15,450a2 0a1 3,00a2 0,652a2 0,397a2 11,500a2 S16 0,300a1 11,500a1 5,500a1 14,100a2 0a1 2,750a2 0,840a2 0,540a2 9,525a2 S17 0,200a1 9,250a1 6,500a1 15,175a2 0a1 4,000a2 0,577a2 0,372a1 9,125a2 C.V.% 36,99 45,10 38,33 32,12 19,12 39,11 22,58 28,95 29,32
  • 5. armazenamento de água e nutrientes pelas plantas. Consequentemente, esses tratamentos apresentaram as menores médias para a variável peso seco total (PST). Entretanto, o tratamento S8 (50% sabugo de milho + 50% cana-de-açúcar), que se encharcava após a irrigação, também apresentou médias menores para as variáveis peso seco total (PST) e peso seco da parte aérea (PSPA), o que pode ser explicado pelo estresse por encharcamento deste substrato, limitando a disponibilidade de O2 para a planta. O crescimento e desenvolvimento de raízes e parte aérea são direta e indiretamente afetados pela deficiência de oxigênio no substrato, prejudicando o crescimento da planta. Para esse tratamento, recomenda-se maior intervalo entre as regas ou composição com componente de menor retenção hídrica. Os substratos testados também não influenciaram na morfologia e no número de folhas. Esta variável exerce profundas influências no rendimento dos vegetais e desempenha papel vital no controle da perda de água pela espécie, o que reforça a importância da manutenção de um número adequado de folhas como aparato fotossintético (LIMA JÚNIOR et al., 2010). Os melhores resultados para as variáveis peso seco da parte aérea (PSPA) e peso seco total, que expressam o crescimento das plantas, foram obtidos com os substratos a base de carvão + bagaço-de-cana (S15), carvão + bucha vegetal (S9), sabugo de milho e carvão (S11), sabugo de milho e coco (S16), carvão e fibra de coco (S12) e sabugo de milho (S7). Estes resultados levam a inferir que substratos para vasos a base de sabugo de milho (puro ou misturado com coco ou carvão, na proporção 1:1v/v) ou carvão (misturado com cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco, na proporção 1:1v/v) favorecem melhor desenvolvimento das plantas de C. loddigesii, provavelmente em consequência da alta porosidade (macroporos) destes substratos (MACEDO et al., 2011) e, consequentemente, pela maior capacidade de retenção e aproveitamento e armazenamento de água e nutrientes destes substratos pelas plantas, com médias superiores ao substrato testemunha (xaxim). O pseudobulbo exerce um importante papel na demanda energética da planta, uma vez que armazena água, nutrientes minerais e carboidratos em orquídeas epífitas (ZIMMERMAN, 1990). Além disso, o número de pseudobulbos é diretamente proporcional ao número de flores, o que torna esta variável importante para a comercialização das orquídeas (SANTOS; TEIXEIRA, 2010). Resultados semelhantes foram obtidos por Figueiredo e Kolb (2013), que testaram o uso de sabugo de milho no cultivo de Laelia pulcherrima; Meurer et al. (2008), que avaliaram o uso de diferentes formulações de bagaço de cana-de-açúcar no cultivo de mudas dos híbridos de Vanda tecelata x Vanda gordon-dillon e BLC. Cattleya drumbeat triumph x BLC. Cattleya pastoral; Cardoso (2015), que concluiu que combinações de substratos com carvão favoreceram o melhor desenvolvimento de mudas de Catasetum fimbriantum e Banjare et al. (2022) que constaram que o carvão puro ou misturado mostrou o melhor resultado em relação ao crescimento das plantas de Dendrobium L. (altura da planta, número de folhas e brotos e comprimento da raiz). Os substratos de sabugo de milho e bagaço de cana-de-açúcar podem ser considerados adequados para o cultivo de orquídeas, pois retêm grande quantidade de água, conservando- se úmidos por longo tempo e proporcionam boa drenagem e aeração às raízes (MEURER et al., 2008; FIGUEIREDO; KOLB, 2013). O carvão vegetal tem uma estrutura altamente porosa que, se misturado ao solo ou substrato, pode aumentar a porosidade, a capacidade de retenção de água e a proliferação de microrganismos benéficos (ZANETTI et al., 2003; SCHNITZER et al., 2010). Os piores resultados para a variável comprimento da parte aérea (CPA) foram obtidos com os substratos a base de carvão puro (S4) e carvão + bucha vegetal (S9), possivelmente por serem altamente porosos e apresentarem baixa capacidade de retenção de água. Estes tratamentos também apresentaram os piores resultados para as variáveis comprimento médio da maior raiz (CMR), número de plantas mortas (NM), número de pseudobulbos (NP), concluindo que, dos tratamentos testados, S3 e S4 foram os piores para o cultivo de C. loddigesii.
  • 6. CONCLUSÃO Substratos para vaso a base de sabugo de milho (puro ou misturado com coco ou carvão, na proporção 1:1v/v) e carvão (misturado com cana-de-açúcar, bucha vegetal ou fibra de coco, na proporção 1:1v/v) podem ser substitutos ao xaxim no cultivo de Cattleya loddigesii Lindl. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A. G.; PASQUAL, M.; DUTRA, L. F.; JANICE GUEDES DE CARVALHO, J. G.; SOARES, G. A. Substratos alternativos ao xaxim e adubação de plantas de orquídea na fase de aclimatização. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.2, p.569-571, mar-abr, 2007. ARENAS-SOUZA. M. D.; SILVA, M. S. A.; KARSBURG, I. V. Aclimatação ex vitro de plântulas de Oncidium baueri Lindl. em diferentes substratos. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 102-108, 2014. ASSIS, A. M.; FARIA, R. T.; COLOMBO, L. A.; CARVALHO, J. F. R. P. Utilização de substratos à base de coco no cultivo de Dendrobium nobile Lindl. (Orchidaceae). Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.27, p.255- 260, 2005. ASSIS, A. M.; FARIA, R. T.; UNEMOTO, L. K.; COLOMBO, L. A. Cultivo de Oncidium baueri Lindley (Orchidaceae) em substratos a base de coco. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.32, n.3, p. 981-985, 2008. ASSIS, A. M.; UNEMOTO, L. K.; YAMAMOTO, L. Y.; LONE, A. B.; SOUZA, G. R. B.; FARIA, R. T.; ROBERTO, S. R.; TAKAHASHI, L.S. Cultivo de orquídea em substratos à base de casca de café. Bragantia, Campinas, v. 70, n. 3, p.544-549, 2011. BANJARE, B.; RAM, S.; TIWARI, S. P.; ARTI GUHEY, A. Comparative effect of different growing media on growth and flowering of orchid Dendrobium L. The Pharma Innovation Journal, Chhattisgarh, v. 11, n. 9, p. 94-97, 2022. BELLO-CASTAÑEDA, N.; COY-BARRERA, C.; PÉREZ, M. M. Revisión sistemática sobre tipos de sustratos utilizados en la propagación de orquídeas bajo invernadero. Multis, v. 13, n. 1, p. 1-18, 2023. BHATTACHARJEE, S. K. Influence of different potting substrates in growth and flowering of Rhynchostylis gigantea. Lal Baugh Journal, v. 27, n.1, p. 11-14, 1982. CARDOSO, M. A. Substratos e recipientes alternativos no cultivo de Catasetum fimbriatum L. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos). Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Floresta, 2015. 48p. CARRIJO, O. A.; LIZ, R. S.; MAKISHIMA, N. Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 1, p. 533-535, 2002. DEMATTÊ, J.B.I.; DEMATTÊ, M.E.S.P. Estudos hídricos com substratos vegetais para cultivo de orquídeas epífitas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.31, n. 11, p. 803-813, 1996. DRONK, A. G.; SILVA, A. P. V.; CUQUEL, F. L.; FARIA, R. T. Desenvolvimento vegetativo de híbrido de orquídea em diferentes substratos. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 6, p. 2109-2114, nov./dez. 2012. FARIA, R. T.; STEGANI, V.; BERTONCELLI, D. J.; ALVES, G. A. C.; ASSIS, A. M. Substrates for the cultivation of epiphytic orchids. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 39, n. 6, p. 2851– 2866, 2018. FIGUEIREDO, L. D.; KOLB, R. M. Novo substrato para o cultivo de orquídeas: estudo do seu potencial de uso em plantas de Laelia pulcherrima. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 11, n. 4, p. 405-413, out./dez. 2013. KLEIN, C. Utilização de substratos alternativos para produção de mudas. Revista Brasileira de Energias Renováveis, Palotina, v.4, p. 43-63, 2015. LIMA JUNIOR, I.S. de; BERTONCELLO, T. F.; MELO, E. P. de; DEGRANDE, P. E.; KODAMA, C. Desfolha artificial simulando danos de pragas na cultura do girassol (Helianthus annuus L., Asteraceae). Revista Ceres, Viçosa, v.57, p.23-27, 2010.
  • 7. LIMA, B. V.; SANTOS, A. F.; FERNANDES, A. F.; FUGA, C. A. G.; BARRETO, R. W.; SILVA, R. V. Novas opções de substratos para o cultivo de Cyrtopodium cardiochilum (Orchidaceae). Colloquium Agrariae, v. 15, n.4, p. 100-106, jul-ago, 2019. LONE, A. B.; BARBOSA, C. M.; TAKAHASHI, L. S. A.; FARIA, R. T. Aclimatização de Cattleya (Orchidaceae), em substratos alternativos ao xaxim e ao esfagno. Acta Scientiarum, Maringá, v. 30, n. 4, p. 465- 469, 2008. MACEDO, M. C; ROSA, Y. B. C. J.; SCALON, S. P. Q.; ROSA JÚNIOR, E. J.; VIEIRA, M. C.; TATARA, M. B. Substratos e intensidades de luz no cultivo de orquídea denfal. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 29, n. 1, p.168-173, 2011. MEURER, F. M.; BARBOSA, C.; ZONETTI, P. C.; MUNHOZ, R. E. F. Avaliação do uso de bagaço de cana-de-açúcar como substrato no cultivo de mudas de orquídeas. Revista de Saúde e Biologia, Campo Mourão, v. 3, n. 2, p. 45-50, 2008. MORA, M. M.; ASSIS, A. M.; YAMAMOTO, L. Y.; A PIVETTA, K. F. L.; FARIA, R. T. Resíduos agrícolas e argila expandida no cultivo da orquídea Oncidium baueri Lindl. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 1, p. 39-46, jan./fev. 2015. NADAL, M. C.; ASSIS, A. M.; MÁRCIA WULFF SCHUCH, M. W.; FARIA, R. T. Grape- based residue as a substrate in Oncidium baueri Lindl. acclimatization. Ornamental Horticulture, Viçosa, v. 28, n.2, p. 239-245, 2022. PIOVESAN, R.; TAVARES, C. A. Avaliação de substratos para o cultivo de orquídeas. Cultivando o Saber, Cascavel, v.2, n.3, p.131- 135, 2009. PRISA, D.; CARO, S. Alternative substrates in the cultivation of ornamental and vegetable plants. GSC Biological and Pharmaceutical Sciences, v. 24, n. 1, p. 209-220, 2023. SANTOS, M. N.; TEIXEIRA, M. L. F. Semente de amendoeira (Terminalia catappa L.) (Combretaceae)como substrato para o cultivo de orquídeas epífitas. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 32, n. 2, p. 339-343, 2010. SCHNITZER, J. A.; FARIA, R. T.; VENTURA, M. U.; SORACE, M. Substratos e extrato pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia clowesii (John Lindley) (Orchidaceae). Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.32, n. 1, p. 139-143, 2010. SOARES, J. S.; SANTIAGO, E. F.; SORGATO, J. C. Conservation of Schomburgkia crispa Lindl. (Orchidaceae) by reintroduction into a fragment of the Brazilian Cerrado. Journal for Nature Conservation, Elsevie, v. 53, n.1, 2020. SORACE, M.; FARIA, R. T.; FONSECA, I. C. B. Substratos alternativos ao xaxim no cultivo do híbrido Cattleya intermedia X Hadrolaelia purpurata (Orchidaceae). Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 4, p. 771-778, out./dez. 2009. VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.; CASTRO, D. M.; DUTRA, L. F.; PASQUAL, M.; ARAÚJO, T. S. Bucha vegetal e fertilização organo-mineral no cultivo de Dendrobium nobile Lindl. Revista da FZVA, Uruguaiana, v.15, n.1, p. 34-42, 2008. VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.; CASTRO, D. M.; DUTRA, L. F.; PASQUAL, M.; ARAÚJO, T. S.; SILVA, R. G.; MARQUES, N. S. Cápsula da mamona no cultivo de Dendrobium nobile Lindl. (Orchidaceae). Ecossistema, v. 32, n. 1, 2, p. 75-80, jan./dez., 2007. VICHIATO, M. R. M.; VICHIATO, M.; CASTRO, D. M.; PASQUAL, M. Desenvolvimento vegetativo da orquídea olho- de-boneca cultivada em substrato de samambaia real. Tecnol. & Ciência Agropecuária, João Pessoa, v.8, n.4, p.53-56, out. 2014. YAMAKAMI, J. K.; FARIA, R. T.; ASSIS, A. M.; OLIVEIRA, L. V. R. Cultivo de Cattleya lindley (Orchidaceae) em substratos alternativos ao xaxim. Acta Scientiarum Agronomy, v.28, p.523- 526, 2006. YAMAMOTO, L. Y.; SORACE, M.; FARIA, R. T.; TAKAHASHI, L. S.; SCHNITZER, J. A. Substratos alternativos ao xaxim no cultivo do híbrido primário Miltonia regnellii Rchb. f. x
  • 8. Oncidium concolor Hook. (Orchidaceae). Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, p. 1035-1042, 2009. ZANETTI M.; CAZETTA J. O.; JÚNIOR D. M.; CARVALHO, S. A. Uso de subprodutos de carvão vegetal na formação do porta-enxerto limoeiro 'Cravo' em ambiente protegido. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 1, p. 508-512, 2003. ZIMMERMAN, J. K. Role of pseudobulbs in growth and flowering of Catasetum viridiflavum (Orchidaceae). American Journal of Botany, Columbus, v.77, n.4, p.533-542, Apr. 1990. ______________________________________ [1] Eng. Agrônomo. Doutor em Agronomia com área de concentração em Fitotecnia, Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte, MG. *Autor para correspondência: mvichiato@pbh.gov.br. [2] Bióloga. Doutora em Agronomia com área de concentração em Fitotecnia, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, MG, Avenida Afonso Pena, 342, Centro, Belo Horizonte, Mg, Brasil, CEP 30.130-001. miviavichiato@gmail.com. [3] Professor Doutor da Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura - DAG/UFLA. mpasqual@dag.ufla.br. 110