1) O documento descreve a história da Igreja Católica desde a Reforma Protestante até o Iluminismo, período de grandes mudanças políticas e religiosas na Europa.
2) A Reforma Protestante levou a uma fragmentação do cristianismo e ao questionamento das instituições e costumes católicos.
3) No século XVII, o absolutismo enfraqueceu o poder externo da Igreja e levou a um questionamento crítico da razão sobre a fé e a soberania do Estado.
2. Olhar Tendencioso
Por muito tempo, o nascimento dos tempos
modernos foi concebido na cultura comum como
progresso e abertura, como vitória ante o
arcaísmo e o obscurantismo medievais. Neste
contexto a religião estabelecida adquiria um
caráter negativo que justificava seu
questionamento por poderosos movimentos:
reformas das instituições políticas, clericais e
monásticas; da pregação, da oração pessoal e
principalmente dos costumes.
4. O Novo Mundo
Uma nova época iniciava. A expansão
para o ocidente (por Espanha e
Portugual) e mais tarde para Índia e
para África, leva para outras partes do
mundo o estílo de vida europeu e a fé
cristã. Também ocorre a fragmentação
geral do Império.
5. Alguns Detalhes
1500 – Pedro Álvares Cabral, português,
descobre o Brasil.
1508 – A coroa espanhola recebe de Roma a
responsabilidade da missão nos territórios recém
conquistados, Portugal em 1514.
1537 – Paulo III proíbe, sob pena de
excomunhão, a escravatura no novo mundo. Os
índios possuem alma imortal como os brancos.
6. Autonomia e secularização
A Igreja se acha diante de governos
nacionais sempre mais autônomo.
Certamente a responsabilidade para
com o sentido religioso dos súditos
ainda se encontra entre os deveres do
soberano, mas o novo interesse para
com o comércio e a economia
(mercantilismo) prepara para uma
concepção secularizada do estado.
7. As bases da Reforma
Reformas incessantemente adiadas, a
consciência de si individual reforçada pelo
humanismo, os interesses dos príncipes
alemães oposto a todo poder central, seja
papal seja imperial: tudo isso dá a Reforma
conduzida por Lutero, Calvino, Zwínglio,
uma força totalmente nova se comparada
com as tentativas anteriores (Wiclif, Huss).
8. Lutero
Religioso agostiniano em Erfurt, depois
professor de teologia em Witternberg,
Martinho Lutero (1483-1546) vive, em
torno de 1516, uma grave crise espiritual.
Apesar do respeito às regras, sente-se
sempre pecador, digno da cólera de Deus.
Conhece a angustia e o desespero. A leitura
de Santo Agostinho e de São Paulo
finalmente o liberta e passa a inspirar a sua
teologia.
9. Lutero
O pecado original, segundo ele, corrompeu
totalmente a natureza humana. Minado pelo
orgulho e pelo amor a si mesmo, o homem peca
necessariamente, mesmo quando faz o bem
exteriormente. Não pode merecer a salvação,
mas Deus Vem socorrê-lo com sua lei, que deu a
conhecer para convencer o homem da sua
impotência e mostrar que só ele salva,
gratuitamente, por meio de Cristo. Só a fé nesse
perdão gratuito justifica, sem obras nem os
méritos.
10. Olhando no espelho
O braço secular não tem mais a força de
fazer aplicar as decisões solicitadas pelo
papa. De modo que permanece aberto
apenas um segundo caminho: através do
seu próprio esforço e reformas internas,
a Igreja Católica deve tentar impedir sua
própria dissolução e reconquistar o
terreno perdido.
11. A Luz Permanece
O concílio de Trento estabelece regras que
decidem da vida interna da Igreja para os
três séculos vindouros; A atividade da ordem
Jesuíta contribui de maneira essencial para
que ampla partes da Alemanha permaneça
católica; A expansão para os novos
territórios descobertos abre a nova dimensão
de uma Igreja mundial.
12. Os Inacianos
Os Jesuítas são aprovados em
1540 por Paulo III. Em 1546
eles decidem abrir colégios e
dar a seu apostolado
quádrupla fisionomia: ensino
universitário,
acompanhamento espiritual,
as pregações missionárias e
as obras de misericórdia.
13. Henrique VIII
Quando o papa Paulo III recusa ao rei da
Inglaterra a anulação do seu casamento com
Catarina de Aragão, para que possa casar de
novo, com Ana Bolena, Henrique VIII obriga
o clero inglês a reconhecê-lo como chefe
supremo da Igreja inglesa (Anglicana).
1553-1558 – Restauração católica (Maria Tudor);
1558 - 1603 – Elizabeth I, reconfirma a supremacia real;
1616 - A Igreja Anglicana formula sua própria profissão de fé.
14. Concílio de Trento
Em três seções (1545-1549; 1551-1552;
1562-1563) numerosos decretos são
baixados; combatem os temas de Lutero: a
doutrina da justificação, as fontes da fé
(Escritura e Tradição), o pecado original, os
sacramentos. Os casamentos clandestinos
são considerados inválidos; Os deveres dos
ministros episcopais são regulamentados.
Instituição dos seminários diocesanos.
15. Em que você crer?
O grande ímpeto educacional que move a
cristandade a partir do séc. XVI é inspirado
por duas idéias fundamentais: os homens
pecam por ignorância e se perde pela
ignorância, e o remédio deve começar pelas
crianças. Toda essa necessidade de saber noq
eu se crer, cresce ainda mais quando a
Reforma obriga os fieis a se alinhar em
“confissões de fé”.
17. Um novo cenário
Com o “absolutismo”, os Estados se
afastaram definitivamente da unidade
outrora representada pelo papa e pelo
imperador. Ou o soberano assume ele
próprio a responsabilidade pela Igreja de seu
país (Alemanha, Inglaterra), ou ele obtém,
com seu protesto em roma, a influência
necessaria para promover os cargos
eclesiásticos (França, Espanha, Portugual).
18. Uma nova filosofia
Certamente a fé e a Igreja são ainda um
elemento essencial e intangível do Estado,
contudo o Estado dele se afasta enquanto
subordina os fins religiosos aos fins políticos.
Contra a religião e contra o Estado se
levanta o questionamento crítico da razão, de
início contra a imagem de mundo proposto
pela fé, depois contra a soberania do Estado.
19. René Descartes
Descartes é considerado o
primeiro filósofo moderno. A sua
contribuição à epistemologia é
essencial, assim como às ciências
naturais por ter estabelecido um
método que ajudou no seu
desenvolvimento. Descartes criou,
em suas obras Discurso sobre o
método e Meditações.
“Penso, logo existo”
20. Temos Bases
Com a resignação do poder imperial em face
aos príncipes, o poder externo da Igreja
também enfraquece. Em face a reforma
protestante e ao absolutismo, a Igreja
procura manter sua influência e depende
sempre mais da força de irradiação de sua
própria credibilidade. Começa então o tempo
de reforma interna e da coesão crescente,
ligada ao reforço da autoridade romana.
21. Fermento no mundo
A expansão da fé no novo mundo e no
Extremo Oriente acelera a consciência de
si do cristianismo. Surge diversos
movimentos, que se consagram ao
esforço de aliviar o sofrimentos da
sociedade. Entre confrontos políticos e
teológicos com os reformadores, a Igreja
foca na própria teologia católica.
23. A imposição da Razão
O pensamento que exige autonomia, torna-
se agora político e leva a uma reviravolta
que podemos considerar verdadeiro fim da
Idade Média. É o que aparece mais
claramente na Revolução francesa.
Declaração dos Direitos do Homem, as
ideias democráticas de Rousseau e o deísmo
iluminista. Tudo isto é expressão da razão,
ainda religiosa, mas crer depender apenas de
si e nega qualquer forma de revelação.
24. Homens da Razão
1729-1804 – Kant, estrutura o pensamento moderno
num novo sistema.
1748 – Montesquieu desenvolve sua obra principal
(O espírito das leis), estrutura um estado liberal, três
poderes separados (executivo, legislativo, judiciário).
1762 – No “Contrato Social” , Jean –Jacques
Rousseau põe os fundamentos do Estado
democrático: “Todo poder vem do povo”
25. A serviço do Estado
A consequencia política é o recuo da
influência da Igreja. A mesma lógica leva a
exigir uma utilidade visível da vida
religiosa, as ordens contemplativas são
abolidas, o amor ativo ao próximo é
considerado como expressão central do
sentimento religioso. Deste modo, a Igreja
reelaborada serviria aos propósito do
Estado.
26. Deímso 1710 -1750
A partir de T. Hobbes e de John Locke,
na Inglaterra se desenvolve o deísmo:
afirmação de um Deus criador, mas que,
depois da criação, não exerce nenhuma
influencia sobre o mundo, não reconhece
milagres nem revelação. O deísmo passa
rapidamente para França (Voltarie) e
Alemanha (Kant).
27. A Nossa História
Dentro da Igreja, dentre tanto, o espírito
iluminista promove a valorização da história,
o que criou renovado atrito entre os bispo e o
papa. As agitações da época napoleônicas
impedem, temporariamente, a explosão de
um conflito mais grave entre os bispo e o
papa.
28. Marcha Lenta
Apesar de algumas novas fundações de
ordens e de personalidades de primeiro plano
(ex. Afonso de Ligório – Redentorista), a
prepotência do absolutismo exerce um efeito
paralisantes sobre a vida interna da Igreja.
Para as missões e para a educação cristã, a
supressão da companhia de Jesus foi um
prejuízo incalculável.
29. Pietismo
Por seus princípios, o protestantismo sempre
fez surgi em seu seio novas Igrejas e
movimentos. Neste século, aspirando uma
espiritualidade mais interior e engajada,
rejeitando a polêmica e disputa, surgiu uma
tendência denominada “pietista”. Mas tarde,
na America do Norte, EUA, surgirá
movimento similar: Petencostalismo.