1. INTERVENÇÃO_004 A REFORMA PROTESTANTE
BOLSISTAS: LUCAS GRIMA E NAIRA RODRIGUES
Uma intervenção para aprofundar os
conhecimentos e refletir sobre o
“Tempo Humano”.
3. Quando Ocorreu?
Na História não devemos nos prender a datas, elas auxiliam
em nossos estudos, impedindo que não nos percamos em meio
ao volumes de informações e problematizações que vamos
construindo.
Após esse lembrete concluímos que o século XVI ficou
marcado como período que ocorreu a Reforma Protestante.
4. A questão do tempo
Conversão do tempo eclesiástico pertencente somente a Deus
em tempo cronológico, pertencente ao homem (GUERVIC,
1989).
Começa a se perceber o tempo como uma construção humana.
5. A Reforma Protestante e a Contra Reforma
Para o historiador Delumeau (1984) a Reforma Protestante
assim como a Contra Reforma foram duas expressões de um
mesmo movimento, que consistia basicamente na reflexão do
mal denunciado por Lutero e no empenho para satisfazer as
novas carências religiosas dos fiéis.
6. Os acontecimentos que contribuíram para
a Reforma
Para o autor (opus citatum) pensar que os únicos motivos que levaram a
Reforma foram os abusos cometidos pela Igreja é refletir sobre esses
acontecimentos
no
âmbito
do
senso
comum,
para
ele
aqueles
acontecimentos foram muito mais complexos derivados das relações entre
teologia e da psicologia coletiva. Lutero sofreu influências de diversos
teóricos, inclusive de pensadores da própria Igreja Católica, que já haviam
abordado a necessidade das mudanças. “O papel de Lutero constituiu em
repensar esta grande tese teológica, retirá-la do quadro das discussões
entre especialistas e oferecê-la como um remédio radical para o medo das
massas cristãs” (DELUMEAU, 1984, p. 135).
7. Dois séculos antes da Reforma a Europa passava por várias
desgraças como pestes, guerras, fomes, a crise interna da
Igreja Católica, dentre outras o que causava nas pessoas um
forte sentimento de medo e culpa, pois, tais catástrofes
somente poderiam ser obras do demônio, devido ao pecado
exagerado. “(...) todos se sentiam horrivelmente culpados. Ao
verem o mal em toda parte e sentindo-se moral e fisicamente
ameaçados pelo diabo” (DELUMEAU, 1984, p. 133).
8. O papel da Palavra
Um dos pontos fundamentais para análise desses acontecimentos é
o papel de destaque que a palavra ganhou. Os “pastores” (baixo
clero) tinham uma formação insuficiente para compreensão e
transmissão da palavra, os fiéis não tinham acesso à bíblia e nem
tinham conhecimento do latim, mas almejavam acessar esses
conhecimentos. A reforma surgiu dessa carência dos “pastores” e da
procura mais “exigente” dos fiéis. O Renascimento, portanto
possibilitou o ingresso do povo nos rudimentos da teologia
(DELUMEAU, 1984).
9. A Reforma para além do campo religioso
Lutero apesar ter apenas pensado a Reforma no âmbito
religioso, “abriu portas” para novas interpretações da Bíblia e
do mundo, surgindo assim diversos grupos e correntes
religiosas, que se mostraram em alguns casos violentas, as
disputas religiosas não ficaram no campo da discussão
teológica,
sanguinária,
mas
partiram
não
sendo
para
âmbito
apenas
da
católicos
violência
contra
protestantes, mas conflitos generalizados (DELUMEAU, 1984).
10. O Protestantismo após a morte de Lutero
Após morte de Lutero em 1546 os protestantes se viram
abalados, mas João Calvino vivificou e reforçou a Reforma, em
1541 após conflitos políticos ele se instalou entre os
Genebreses, onde fez amizade com John Knox, responsável
pelo êxito do presbiterianismo na Escócia e que também foi
conselheiro
religioso
(DELUMEAU, 1984).
de
Eduardo
VI
da
Inglaterra
11. João e o Calvinismo
Segundo patriarca da Reforma, João Calvino (1509-1564) teólogo
francês, tem destaque por ser considerado o responsável pela
consolidação e expansão do movimento reformador.
Calvino defendia que a salvação seria alcançada pelo trabalho justo e
honesto, o que colaborava com o pensamento da classe emergente
dos burgueses e dos banqueiros atraindo várias dessas pessoas para
o calvinismo. A desocupação é pecado, o trabalho uma benção,
enriquecer honestamente através dele é um sinal de que o cristão é
um eleito de Deus.
12. Henrique VIII e o Anglicanismo
“Furioso com a recusa de Clemente VII de anular seu casamento, Henrique VIII rompeu com o papa
se declarou “chefe supremo da Igreja e do clero da Inglaterra”
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII (1491 – 1547) teve grande importância na consolidação da reforma religiosa.
Henrique VIII e a Igreja já tinham uma relação pouco harmoniosa quando, no ano de 1527, o rei inglês exigiu que
o papa anulasse seu casamento com a rainha espanhola Catarina de Aragão. Henrique VIII alegava que sua esposa
não teve condições para lhe oferecer um herdeiro forte e saudável que desse continuidade à sua dinastia.
Inconformado com a indiferença papal, Henrique VIII obrigou o Parlamento britânico a votar uma série de leis
que colocavam a Igreja sob o controle do Estado. No ano de 1534, o chamado Ato de Supremacia criou a Igreja
Anglicana.
Segundo os ditames da nova Igreja, o rei da Inglaterra teria o poder de nomear os cargos eclesiásticos e seria
considerado o principal mandatário religioso. A partir dessa nova medida, Henrique VIII casou-se com a jovem
Ana Bolena. Além disso, realizou a expropriação e a venda dos feudos pertencentes aos clérigos católicos. Essa
medida fez com que os nobres, fazendeiros e a burguesia mercantil passassem a exercer maior influência
política.
13. Para compreender melhor
as reformas religiosas:
Lutero (2003)
Série The Tudors
4 Temporadas
(2007-2010)
Elizabeth:
A Era de Ouro
(2007)
14. Referência Bibliográfica
DELOISON, G. C. O Nascimento do Anglicanismo. Disponível em:
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_do_anglicanism
o.html. Acesso em: 06 de Outubro de 2013.
DELUMEAU, J. O Renascimento como Reforma da Igreja. In: A civilização do
Renascimento. Lisboa: Edições 70, 1984, p. 111-137.
GUERVIC, A. O Mercador. In : LE GOFF, J. O Homem medieval. Lisboa:
Presença, 1989, p. 165-189.