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Em posição de defesa
Defesa da fé, da ortodoxia e da instituição
História Eclesiástica I
Pr. André dos Santos Falcão Nascimento
Blog: http://prfalcao.blogspot.com
Email: goldhawk@globo.com
Seminário Teológico Shalom
Em defesa da fé
 Nos séculos II e III, a Igreja enfrentou inúmeros movimentos de
perseguição e controvérsias internas que ameaçaram a unidade
da Igreja e sua estabilidade. Questionamentos surgiam tanto de
fora da Igreja, vindo da parte dos pagãos, quanto de dentro, a
partir de ensinamentos e visões heréticas que ameaçavam a sua
estrutura e crenças.
 Para combater ambos os movimentos, surgiram dois tipos de
pessoas no seio da igreja: Apologistas e Polemistas. Ambos
tinham a função de defender a Igreja. Os primeiros a defendiam
frente aos pagãos, enquanto os segundos a defendiam frente aos
hereges.
Em defesa da fé – Os Apologistas
 Seu objetivo era duplo
 Refutar as falsas acusações de ateísmo, canibalismo, incesto, preguiça e
práticas antissociais atribuídas a eles por vizinhos e escritores pagãos, como
Celso.
 Desenvolver uma perspectiva construtiva para demonstrar que, ao contrário
do cristianismo, o judaísmo, as religiões pagãos e o culto do Estado eram
tolice e pecado.
 Seus escritos chamavam os líderes pagãos à razão e criavam uma
interpretação inteligente do cristianismo, para revogar os dispositivos
legais contra ele. Para tal, afirmavam que as acusações contra eles não
podiam ser provadas e, portanto, os cristãos mereciam a tolerância civil
sob a proteção das leis do Estado Romano.
Em defesa da fé – Os Apologistas
 Escreviam como filósofos, ressaltavam o cristianismo como religião e
filosofia mais antiga, por notarem que o Pentateuco era mais antigo que
as Guerras de Troia e que as verdades gregas eram apropriações do
cristianismo ou do judaísmo.
 A vida pura de Cristo, seus milagres e o cumprimento das profecias do
AT que diziam respeito a ele foram usadas para provar que o
cristianismo era a mais elevada filosofia.
 Eram educados na filosofia grega antes de aceitarem o cristianismo, por
isso consideravam a filosofia grega um meio de levar os homens a
Cristo.
 Usaram o NT mais do que os Pais Apostólicos.
 Gerou um sincretismo que fez do cristianismo apenas mais uma filosofia,
embora superior às outras e com cunho totalmente cristão.
Apologistas Orientais - Aristides
 Aristides de Atenas pode ser considerado o primeiro
apologista. Entre 140 e 150, enviou uma apologia ao
Imperador Antonino Pio.
 Descoberto em 1889 em um mosteiro no Monte Sinai,
os primeiros 14 capítulos comparam as formas de
culto cristão, caldeu, grego, egípcio e judeu.
 A intenção da comparação é provar a superioridade da maneira cristã
de culturar.
 Os três últimos capítulos pintam um quadro nítido dos costumes e da
ética dos primeiros cristãos.
Apologistas Orientais - Justino
 Justino Mártir (c. 100-165) foi o principal apologista
do séc. II. Filho de pais pagãos, nascido perto de
Siquém, se tornou um inquieto filósofo em busca da
verdade.
 Foi adepto do estoicismo, do idealismo nobre de
Platão e das ideias de Aristóteles.
 Frustrou-se com os pagamentos exigidos por seus sucessores e chegou
a se interessar pela filosofia numérica de Pitágoras.
 Sua busca terminou quando, passeando pela praia, um velho senhor o
encaminhou à Bíblia como a verdadeira filosofia. Ali encontrou a paz
que tanto ansiava e logo abriu uma escola cristã em Roma.
 Foi martirizado por decapitação em 165.
Apologistas Orientais - Justino
 Sua primeira obra foi a Primeira Apologia (c. 150),
endereçada ao Imperador Antonino Pio e seus filhos
adotivos, onde exortava os imperadores a
examinarem as acusações contra os cristãos e
libertá-los de seus constrangimentos legais, se
inocentes.
 Na obra, Justino provou que eles não eram ateus nem idólatras, e a
principal seção da obra se destina a apresentar a moral, as doutrinas e
o fundador do cristianismo. Ali, mostrou que a vida e a moralidade
superiores de Cristo estavam previstas no AT e que as perseguições e
erros vinham do demônio. Os últimos capítulos serviram para fazer uma
exposição do culto cristão, mostrando que as acusações contra o
cristianismo eram falsas e a perseguição deveria ser suspensa.
Apologistas Orientais - Justino
 A Segunda Apologia pode ser considerada um
apêndice da primeira, onde ele ilustra a crueldade e
injustiças sofridas pelos cristãos e afirma, após
comparar Cristo com Sócrates, que o que há de bom
nos homens deve-se a Cristo.
 Já no Diálogo com Trifo, Justino tenta convencer os judeus de que
Jesus Cristo era o Messias esperado. Na obra, ele alegoriza a Bíblia e
dá muita ênfase à profecia.
 Os 8 primeiros capítulos são autobiográficos, enquanto os 134 restantes
são o desenvolvimento de três ideias: a relação entre o declínio da lei
do velho concerto e o surgimento do Evangelho; a identificação do
logos, Cristo, com Deus; e a chamada dos gentios como povo de Deus.
Também enfatizou que Cristo foi o cumprimento das profecias do AT.
Apologistas Orientais - Taciano
 Taciano (c.110-c180), discípulo de Justino em Roma e
erudito oriental muito viajado, escreveu o Discurso aos
Helenos após a metade do séc. II.
 A obra é uma denúncia das pretensões gregas de
liderança cultural e foi escrita a todo um povo.
 Defendia que, como o cristianismo era superior à religião
e filosofia gregas, os cristãos mereciam melhor
tratamento.
 A segunda seção da obra compara os ensinos cristãos
com a mitologia e filosofia grega e a próxima mostra que
o cristianismo é mais antigo que ambos.
 A última seção trabalha uma escultura grega encontrada
em Roma.
 Também foi o compilador do Diatessaron, mais antiga
harmonia dos evangelhos.
Apologistas Orientais – Atenágoras
 Atenágoras, professor em Atenas e convertido pela
leitura da Bíblia, escreveu a Súplica pelos Cristãos
em 177.
 Relaciona as acusações contra os cristãos nos
capítulos introdutórios de sua obra.
 Refuta, a seguir, a acusação de ateísmo, ao notar que os deuses
pagãos eram meramente criações humanas e culpados das mesmas
imoralidades de seus seguidores.
 Como os cristãos não são culpados de incesto ou comer seus filhos em
banquetes sacrificiais, ele conclui que o imperador deveria lhes dar
clemência.
Apologistas Orientais – Teófilo
 Teófilo de Antioquia, também convertido pela leitura
da Bíblia, escreveu pouco depois de 180 a obra
Apologia a Autólico.
 Na obra, Teófilo tenta introduzir a Autólico,
magistrado pagão ilustre, o cristianismo através de
argumentos racionais.
 A obra se divide em três livros. No primeiro, discute a
natureza e a superioridade de Deus.
 No segundo, compara a fragilidade da religião pagã com o cristianismo.
 No último livro, responde às objeções de Autólico à fé cristã.
 Foi o primeiro a usar a palavra trias com referência à trindade.
Apologistas Ocidentais – Tertuliano
 Tertuliano (c. 160-225) nasceu em Cartago, na casa de
um centurião romano de serviço na cidade. Acabou
tornando-se o principal apologista da Igreja Ocidental.
 Conhecedor de grego e latim, conhecia os clássicos e
tornou-se advogado.
 Converteu-se em Roma, onde advogava e ensinava oratória, tornando-
se montanista em 202.
 Procurou desenvolver uma teologia ocidental sólida e lutar para derrotar
todas as forças filosóficas e pagãs que se opunham ao cristianismo.
 No Apologeticum, enviado ao governador romano de sua província, nega
as acusações antigas aos cristãos, ressalta que a perseguição era um
fracasso, pois só aumentava o número de cristãos e era baseada em
razões dúbias, pois as reuniões, doutrinas e moral cristãos eram
superiores às dos vizinhos pagãos.
Polemistas
 Empenhavam-se em responder ao desafio dos falsos ensinos dos
hereges, condenando veementemente esses ensinos e seus mestres.
 Os métodos utilizados para tal foram diferentes no Oriente e no
Ocidente. Enquanto no Oriente a preocupação era mais metafísica e
leva a uma teologia especulativa, no Ocidente a preocupação maior era
com os desvios administrativos da Igreja.
 A preocupação dos polemistas era mais interna, portanto, lidando com
as heresias, a ameaça interna à paz e à pureza da Igreja.
 Os polemistas se serviram mais do NT como fonte da doutrina cristã, ao
contrário dos apologistas, que beberam mais da fonte do AT.
 Os polemistas buscavam condenar pela força do argumento os falsos
ensinos a que se opunham, ao contrário dos apologistas, que tentavam
explicar o cristianismo aos seus vizinhos e governantes pagãos, e os
Pais Apostólicos, que se empenharam na edificação da Igreja Cristã.
Ireneu, o antignóstico
 Ireneu (c. 130-202), nascido em Esmirna, foi influenciado
pela pregação de Policarpo quando este era bispo na
cidade. Seguiu para a Gália, onde foi feito bispo antes de
180. Missionário bem sucedido, desenvolveu sua obra
combatendo o gnosticismo.
 Em Adversus Haereses, escrita em 185, tenta refutar as doutrinas gnósticas
pelas escrituras e pelo desenvolvimento de um corpo de tradição afim. No
Livro I, fundamentalmente histórico, compreende-se os ensinos do
gnosticismo e é a melhor referência atual sobre esta crença. No Livro II,
insiste na unidade de Deus, combatendo a ideia de um demiurgo distinto de
Deus. Os três últimos expõem a posição cristã. O Livro III refuta o
gnosticismo pela Bíblia e tradição, o IV refuta Marcião e o livro V defende a
doutrina da Ressurreição em corpo.
 No Livro III, Ireneu defende a unidade da igreja através da sucessão
apostólica de líderes desde Cristo, além de apresentar uma regra de fé.
Escola Alexandrina
 185: Abre-se em Alexandria uma escola catequética para instruir os
convertidos do paganismo ao cristianismo, com Panteno, competente
convertido do estoicismo, como seu primeiro diretor, tendo Clemente e
Orígenes como seus sucessores.
 A escola buscava desenvolver um sistema teológico que, partindo da
filosofia, fizesse uma apresentação sistemática do cristianismo. Para tal, se
utilizava da literatura e filosofia clássicas como apoio.
 Seus estudiosos criaram um sistema alegórico de interpretação, entendendo
que, da mesma forma que somos corpo, alma e espírito, a Bíblia possui uma
interpretação literal (corpo), moral (alma) e espiritual (espírito), sendo esta
acessível apenas pelos mais evoluídos nesta esfera.
 Surge da técnica usada por Filo, que buscava aproximar o judaísmo da
filosofia grega encontrando significados ocultos na linguagem do AT.
 Este método de interpretação é usado até hoje para justificar erros
doutrinários e bíblicos por parte de alguns pregadores.
Polemistas alexandrinos - Clemente
 Clemente de Alexandria (c. 155-c. 215) nasceu em
Atenas e era filho de pais pagãos. Estudou filosofia com
muitos mestres antes de Panteno. Antes de 190, dirige a
escola junto com este e, de 190 a 202, dirige a escola
sozinho, até que a perseguição o obriga a deixar o
posto.
 Desejava ser um filósofo cristão, relacionando a filosofia grega ao
cristianismo para mostrar que esta era a filosofia suprema e definitiva.
Citou mais de 500 autores pagãos de sua época.
 Tinha um alto preço pela filosofia grega, porém seus textos demonstram
que, para ele, a Bíblia está em primeiro lugar na vida do cristão.
Polemistas alexandrinos - Clemente
 Protrepticus, ou Exortação aos Gentios: Documento
missionário apologético de 190 para provar a
superioridade do cristianismo como a verdadeira
filosofia.
 Paedagogus, ou Tutor: Trato moral para os jovens
cristãos.
 Stromata, ou Seleções: Evidencia o conhecimento da literatura pagã de
seu tempo. Apresenta o cristianismo no Livro I, falando que o cristão é o
verdadeiro gnóstico e que tudo de verdade na filosofia grega tinha sido
copiado do AT. No Livro II, mostra que a moralidade cristã é superior à
pagã, e no Livro III, expõe o casamento cristão. Nos livros VII e VIII,
apresenta o modo de viver dos cristãos.
Polemistas alexandrinos - Orígenes
 Orígenes (c. 185-254), aluno e sucessor de Clemente,
assumiu a família de seis membros devido ao martírio
do pai, Leônidas.
 Era tão competente e culto que, aos 18 anos, foi
escolhido para suceder Clemente na direção da escola,
ocupando o cargo até 231.
 Foi o autor de seis mil pergaminhos, mas tinha vida ascética e simples,
apesar de sua alta posição, incluindo dormir em uma simples tábua.
 Um homem rico, chamado Ambrósio, convertido do gnosticismo, tornou-
se seu amigo e se responsabilizou pela publicação de suas muitas obras.
Polemistas alexandrinos - Orígenes
 Hexapla: Várias versões gregas e hebraicas do AT
arranjadas em colunas paralelas para buscar o original
mais correto. Foi a primeira grande obra que buscou uma
análise exegética do texto, tornando-o o principal exegeta
da Igreja até a Reforma Protestante.
 Contra Celso: Resposta às acusações deste platonista contra os cristãos em
sua obra Discurso Verdadeiro de irracionalidade e falta de fundamentos
históricos dos cristãos. Demonstra a mudança de vida dos cristãos em
comparação ao paganismo e a busca da verdade, pureza e influência por
parte de Cristo e seus seguidores.
 De Principiis: Primeiro grande tratado de teologia sistemática. No Livro IV,
explica seu método alegórico de interpretação. Considerava Cristo
“eternamente gerado” pelo Pai, porém inferior ao Pai. Sustentou também a
preexistência da alma, restauração final de todos os espíritos, morte de
Cristo como resgate pago a Satanás e negou a ressurreição física.
Escola Cartaginesa
 Mais interessada em problemas práticos de organização eclesiástica e
doutrinas relativas à igreja.
 Tertuliano, já visto por sua posição apologista, contribuiu com problemas
práticos como a forma simples da mulher se vestir e adornar,
afastamento de divertimentos, imoralidade e idolatria próprios do
paganismo. Possivelmente foram consequência de sua adesão ao
montanismo.
 Tertuliano também foi o primeiro a estabelecer a doutrina teológica da
Trindade, fazendo uso do termo para descrevê-la em Adversus Praxeas,
escrito por volta de 215. Ele parece ressaltar que é preciso distinguir as
pessoas do Pai e do Filho. Também trabalhou a questão da alma em De
Anima e valorizou o batismo, afirmando que os pecados pós-batismo
eram mortais e mostrando-se contrário ao batismo infantil em De
Baptismate.
Escola Cartaginesa - Cipriano
 Cipriano (c. 200-c. 258), filho de pais pagãos, recebeu
boa educação em retórica e direito. Foi professor de
retórica, mas só satisfez sua alma quando se tornou
cristão por volta de 246.
 Em 248 foi nomeado bispo de Cartago, permanecendo
com o posto até seu martírio em 258. Opôs-se às
reivindicações de Estêvão, bispo de Roma, de
superioridade sobre todos os bispos.
 Era calmo, em oposição às exaltações de Tertuliano, seu mestre.
 De Unitate Catholicae Ecclesiae: Sua obra mais importante, dirigida aos
seguidores separatistas de Novaciano, distingue o bispo do presbítero,
colocando o bispo como centro da unidade da Igreja. Aceitou a primazia de
Pedro ao traçar a linha de sucessão apostólica, mas não aceitou a primazia
do bispo de Roma. Considerava os clérigos como sacerdotes sacrificiais, ao
oferecerem o corpo e sangue de Cristo na Ceia. Tal visão se desenvolveria
mais tarde no conceito da transubstanciação.
Em defesa da ortodoxia
 Durante o período entre o ano 100 e o ano 313, a igreja se viu envolta
por diversas ameaças à sua unidade e subsistência. Para enfrentar as
questões, precisou buscar mecanismos de defesa, de forma a solidificar
a instituição e robustecê-la contra os ataques à sua estrutura.
 A defesa da fé ortodoxa se deu em três frentes:
 A solidificação do bispo como autoridade inquestionável.
 A criação de um credo, que forneceu uma declaração de fé.
 A formatação de um corpo de livros religiosos autorizados, chamado de cânon.
 Além destas três frentes, os Pais Polemistas também trabalharam de
forma a defender a doutrina ortodoxa dos ataques de grupos heréticos.
 Por volta de 170, a Igreja chamava-se de “Católica”, ou Universal, termo
usado pela primeira vez por Inácio em sua Epístola a Esmirna.
O bispo monárquico
 Originalmente, o bispo era apenas um administrador das igrejas locais,
tendo a mesma importância que os demais presbíteros da comunidade.
 Necessidades práticas e teóricas levaram à exaltação da posição do
bispo em cada igreja. Com o enfrentamento às heresias e à perseguição,
a posição ganhou ainda mais poder. Por fim, a doutrina da sucessão
apostólica e visão da ceia do Senhor como um sacramento sacrificial
foram fatores fundamentais para o aumento do seu poder.
 Com a exaltação da posição, surgiu também o reconhecimento da
superioridade de bispos monárquicos de algumas igrejas sobre outros.
Originalmente, os cinco principais eram os bispos de Jerusalém,
Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Com o passar dos anos,
foi-se desenvolvendo a ideia do reconhecimento de uma honra especial
devida ao bispo monárquico da cidade de Roma.
O bispo monárquico
 O argumento inicial para a honra especial ao bispo de Roma foi o de que Cristo
deu a Pedro, supostamente o primeiro bispo de Roma, uma posição de
primazia sobre os apóstolos em função da designação de Pedro como a rocha
sobre a qual edificaria a igreja e de ter dado a ele as “chaves do reino dos
céus” (Mt. 16.18s), comissionando-o a apascentar seu rebanho (Jo. 21.15-19).
 Cabe notar que, na narrativa de Mateus, dois termos distintos são usados para
rocha: Petros, para Pedro (rocha em seu estado e lugar natural), e petra, sobre
quem a igreja seria edificada, possuem gêneros diferentes: A primeira é
masculina, a segunda é neutra. Portanto, é possível que a rocha sobre a qual a
igreja seria edificada seria a confissão petrina de que Jesus era “o Cristo, o
filho do Deus vivo”.
 Outros contra-argumentos são o abandono de Pedro, a exortação a cuidar do
rebanho após a ressurreição, o perdão pela traição, os apóstolos terem
recebido os mesmos poderes que Pedro (Jo. 20.19-23) e o próprio Pedro ter
dito que não ele, mas Cristo era o fundamento da Igreja (1 Pe. 2.6-8). Paulo
também não o considerava superior, exortando-o na questão da colaboração
com os judaizantes na Galácia.
O bispo monárquico
 Apesar disso, deste tempos antigos a ideia da primazia do bispo de Roma é
defendida. Cipriano e Jerônimo difundiram a ideia de que Cristo deu a Pedro
um lugar especial de primeiro bispo de Roma e líder dos apóstolos.
 O fato de Roma estar ligada a muitas tradições apostólicas também favoreceu
a questão: Pedro e Paulo foram martirizados na cidade, por conta da
perseguição de Nero em 64. A mais longa e talvez importante epístola paulina
foi escrita a esta cidade. Roma também tinha prestígio como capital do Império
e tinha excelente reputação por sua firme ortodoxia, expressa na carta de
Clemente aos Coríntios. Muitos Pais da Igreja Ocidental, como Clemente,
Inácio, Ireneu e Cipriano, destacaram a importância do bispo de Roma por
estar na linha sucessória de Pedro.
 Por fim, vale notar que alguns dos bispos mais importantes da Igreja perderam
seu cetro de autoridade, como Jerusalém (destruição em 135), Éfeso (cisma
montanista do séc. II), Alexandria e Antioquia (guerras e invasões).
A regra de fé – O Credo
 O papel do bispo como unificador da Igreja foi reforçado pelo
desenvolvimento de um credo, uma declaração de fé para uso público.
 O credo contém artigos indispensáveis à manutenção e ao bem-estar
teológico da Igreja.
 Os credos servem para testar a ortodoxia, identificar os crentes entre si e
servir como resumo claro das doutrinas essenciais da fé.
 Os credos conciliares, ou universais, surgiram no período da controvérsia
teológica entre 313 e 451. O primeiro foi o credo batismal, de que o Credo
dos Apóstolos pode servir como exemplo.
 Alguns traços de credo podem ser encontrados em Romanos 10.9s, 1
Coríntios 15.4 e 1 Timóteo 3.16.
 Ireneu e Tertuliano desenvolveram Regras de Fé para serem usados para
distinguir o cristianismo do gnosticismo. Eram sumários das principais
doutrinas bíblicas.
A regra de fé – O Credo
 O Credo dos Apóstolos (ou Credo Apostólico) é o mais antigo sumário das
doutrinas essenciais da Escritura que existe. Não foi escrito pelos apóstolos,
mas incorporou as doutrinas que ensinaram. Já era usado em Roma antes
de 340 e foi usado como fórmula batismal.
 Seu nome é oriundo da tradição de que cada um de seus doze artigos teria
sido ditado por um dos apóstolos, logo após o Pentecoste, inspirados pelo
Espírito Santo.
 A fórmula mais antiga, semelhante à usada por Rufino por volta de 400,
apareceu em Roma por volta de 340.
 Muitas igrejas até hoje consideram o Credo dos Apóstolos uma preciosa
síntese dos pontos principais da fé cristã. Os luteranos, por exemplo, o
incorporam em sua Confissão de Fé.
A regra de fé – O Credo
 1. Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;
 2. e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, 3. que foi
concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; 4.
padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; 5.
desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; 6. subiu
aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, 7. de
onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
 8. Creio no Espírito Santo, 9. na Santa Igreja católica, na comunhão
dos Santos,
 10. na remissão dos pecados, 11. na ressurreição da carne, 12. na
vida eterna. Amém.
Os livros autorizados – O Cânon
 O cânon, lista dos volumes pertencentes a um livro autorizado, surgiu como
um reforço à unidade centralizada no bispo e fé expressa num credo.
 Apesar de se acreditar que o cânon foi fechado nos concílios eclesiásticos, o
fato é que eles apenas tornaram a questão pública, pois já tinham sido
aceitos amplamente pela consciência da Igreja.
 O processo de desenvolvimento do cânon foi demorado, basicamente
encerrado em 175, exceto por alguns livros cuja autoria ainda era discutida.
 Questões de ordem prática para a formação do cânon foram a heresia de
Marcião, que formou um cânon próprio para defender suas ideias, a
perseguição sob Diocleciano, que fez com que pessoas quisessem saber
que livros não poderiam entregar para serem queimados, e a necessidade
de ter registros que fossem reconhecidos como autorizados e dignos de uso
na adoração.
Os livros autorizados – O Cânon
 Alguns critérios foram levantados para decidir se um livro deveria estar no
cânon:
 Sinais da Apostolicidade: O texto deveria ter sido escrito por um apóstolo ou por
alguém ligado intimamente a ele, como Marcos, que teria contado com a ajuda de
Pedro.
 Eficácia na Edificação: Quando lido publicamente, deveria causar mudança nos
ouvintes.
 Concordância com a Regra de Fé: Se o livro contrariasse alguns dos dogmas
principais e clássicos do cristianismo, não era aceito.
 No final das contas, o que contava para a decisão sobre que livros deviam
ser considerados canônicos e dignos de confiança eram a verificação
histórica de autoria ou influência apostólica, ou a consciência universal da
Igreja, dirigida pelo Espírito Santo.
Os livros autorizados – O Cânon
 As epístolas de Paulo foram as primeiras a serem reunidas, pelos líderes da
Igreja de Éfeso.
 A coletânea dos evangelhos foi feita a seguir, no começo do séc. II.
 Datado de 180 e descoberto por Ludovico Muratori (1672-1750) na
Biblioteca Ambrosiana de Milão, o Cânon Muratoriano continha 22 livros do
NT.
 Por volta de 324, Eusébio de Cesareia considera pelo menos 20 livros do NT
como sendo do mesmo nível do AT. Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas,
Hebreus e Apocalipse estavam entre os livros ainda discutidos para inclusão
no cânon, por conta da incerteza de sua autoria.
 Atanásio, em sua carta de Páscoa em 367 às igrejas sob sua jurisdição
como Bispo de Alexandria, relaciona os 27 livros do NT que temos hoje.
Concílios como o de Cartago, em 397, apenas aprovaram e deram
expressão uniforme ao que já era aceito pela igreja.
Os livros autorizados – O Cânon
 Hoje, cerca de 5.500 manuscritos atestam a integridade do texto bíblico. Mais de
3.100 manuscritos contêm quase todo o texto bíblico ou partes dele. 2.300
lecionários possuem partes dele.
 O texto de Isaías encontrado em Qumran é o mais antigo e extenso desse livro.
 Os textos do NT mais antigos que possuímos são pequenos pedaços de
pergaminho do séc. II. Os textos completos mais antigos do NT são datados do
séc. IV (Códex Vaticano e Códex Sinaítico).
 Os livros Deuterocanônicos, ou Apócrifos, aparecem na Bíblia Católica por
fazerem parte da Septuaginta, versão grega do NT de cerca de 200 a.C, e na
Vulgata de Jerônimo. Tais textos não se encontram no cânon judaico por não
terem seus originais em hebraico.
 Quando Lutero fez a versão em alemão da Bíblia, traduziu do hebraico e, por
não encontrar estes textos, deixou-os de fora. Como resposta, a ICAR os incluiu
em seu cânon em 1546, no Concílio de Trento.
A liturgia
 Com a ênfase dada ao bispo monárquico, com autoridade derivada da
sucessão apostólica, muitos viram nele o centro da unidade, o depositário da
verdade e o despenseiro dos meios da graça de Deus através dos
sacramentos. Oriundos de religiões de mistério também podem ter
contribuído para dar uma visão sacerdotal ao bispo.
 A ceia passou a ser vista como um sacrifício a Deus que só poderia ser
ministrado por ministro credenciado, assim como o batismo.
 O batismo, como ato de iniciação, geralmente era realizado na Páscoa ou no
Pentecoste. No começo, a fé em Cristo e o desejo de batismo eram os
únicos requisitos, mas, no final do séc. II, um período probatório como
catecúmeno passou a ser necessário, para provar a realidade da
experiência do convertido. Neste período, os catecúmenos assistiam aos
cultos do vestíbulo final do templo e não podiam cultuar no santuário.
A liturgia
 Os batismos eram geralmente feitos por imersão. Quando não havia água
suficiente, era aceito o batismo por afusão ou por aspersão.
 O batismo infantil, aceito por Cipriano e criticado por Tertuliano, e o batismo
de doentes, também surgiram neste período, conforme o caráter
sacramental regenerador do batismo passou a ser defendido na igreja.
 É deste período também o surgimento de um ciclo de festas no ano
eclesiástico. A Páscoa foi a primeira festa, seguida do Natal, implementado
após 350 no Ocidente e purificado dos elementos pagãos que cercavam a
data de 25/12. A quaresma, 40 dias de penitência e contenção dos apetites
da carne antes da Páscoa, foi aceita como parte do ciclo litúrgico antes da
adoção do natal.
A liturgia
 Antes de 313, os cristãos se reuniam nas catacumbas de Roma, onde, além
de realizarem os cultos a Deus, também enterravam seus mortos. Possuíam
quilômetros de passagens em diferentes níveis e foram redescobertas em
1578. O mais antigo edifício conhecido usado como templo data de 232 e é
uma casa-igreja em Dura Europos, às margens do rio Eufrates.
 Ao final do período, cristãos começaram a construir igrejas a partir do
modelo da basílica romana. De início eram bastante simples, mas passaram
a ostentar um esplendor cada vez maior a partir de 313, quando a Igreja
passou a contar com os favores do Estado.
 A conduta entre os cristãos impressionou os vizinhos pagãos, mesmo
considerando os primeiros como antissociais. Como perceberam que não
poderiam aniquilar com eles, os imperadores resolveram buscar a paz com
eles, gerando o período seguinte da igreja, que levou a Igreja Católica à
supremacia religiosa no continente europeu.
Fontes
 Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma
história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar
Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008.
 Textos auxiliares:
 DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo:
Sinodal, 1996.
 GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo:
Vida Nova, 1983

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História da Igreja I: Aula 5 - Em posição de defesa

  • 1. Em posição de defesa Defesa da fé, da ortodoxia e da instituição História Eclesiástica I Pr. André dos Santos Falcão Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: goldhawk@globo.com Seminário Teológico Shalom
  • 2. Em defesa da fé  Nos séculos II e III, a Igreja enfrentou inúmeros movimentos de perseguição e controvérsias internas que ameaçaram a unidade da Igreja e sua estabilidade. Questionamentos surgiam tanto de fora da Igreja, vindo da parte dos pagãos, quanto de dentro, a partir de ensinamentos e visões heréticas que ameaçavam a sua estrutura e crenças.  Para combater ambos os movimentos, surgiram dois tipos de pessoas no seio da igreja: Apologistas e Polemistas. Ambos tinham a função de defender a Igreja. Os primeiros a defendiam frente aos pagãos, enquanto os segundos a defendiam frente aos hereges.
  • 3. Em defesa da fé – Os Apologistas  Seu objetivo era duplo  Refutar as falsas acusações de ateísmo, canibalismo, incesto, preguiça e práticas antissociais atribuídas a eles por vizinhos e escritores pagãos, como Celso.  Desenvolver uma perspectiva construtiva para demonstrar que, ao contrário do cristianismo, o judaísmo, as religiões pagãos e o culto do Estado eram tolice e pecado.  Seus escritos chamavam os líderes pagãos à razão e criavam uma interpretação inteligente do cristianismo, para revogar os dispositivos legais contra ele. Para tal, afirmavam que as acusações contra eles não podiam ser provadas e, portanto, os cristãos mereciam a tolerância civil sob a proteção das leis do Estado Romano.
  • 4. Em defesa da fé – Os Apologistas  Escreviam como filósofos, ressaltavam o cristianismo como religião e filosofia mais antiga, por notarem que o Pentateuco era mais antigo que as Guerras de Troia e que as verdades gregas eram apropriações do cristianismo ou do judaísmo.  A vida pura de Cristo, seus milagres e o cumprimento das profecias do AT que diziam respeito a ele foram usadas para provar que o cristianismo era a mais elevada filosofia.  Eram educados na filosofia grega antes de aceitarem o cristianismo, por isso consideravam a filosofia grega um meio de levar os homens a Cristo.  Usaram o NT mais do que os Pais Apostólicos.  Gerou um sincretismo que fez do cristianismo apenas mais uma filosofia, embora superior às outras e com cunho totalmente cristão.
  • 5. Apologistas Orientais - Aristides  Aristides de Atenas pode ser considerado o primeiro apologista. Entre 140 e 150, enviou uma apologia ao Imperador Antonino Pio.  Descoberto em 1889 em um mosteiro no Monte Sinai, os primeiros 14 capítulos comparam as formas de culto cristão, caldeu, grego, egípcio e judeu.  A intenção da comparação é provar a superioridade da maneira cristã de culturar.  Os três últimos capítulos pintam um quadro nítido dos costumes e da ética dos primeiros cristãos.
  • 6. Apologistas Orientais - Justino  Justino Mártir (c. 100-165) foi o principal apologista do séc. II. Filho de pais pagãos, nascido perto de Siquém, se tornou um inquieto filósofo em busca da verdade.  Foi adepto do estoicismo, do idealismo nobre de Platão e das ideias de Aristóteles.  Frustrou-se com os pagamentos exigidos por seus sucessores e chegou a se interessar pela filosofia numérica de Pitágoras.  Sua busca terminou quando, passeando pela praia, um velho senhor o encaminhou à Bíblia como a verdadeira filosofia. Ali encontrou a paz que tanto ansiava e logo abriu uma escola cristã em Roma.  Foi martirizado por decapitação em 165.
  • 7. Apologistas Orientais - Justino  Sua primeira obra foi a Primeira Apologia (c. 150), endereçada ao Imperador Antonino Pio e seus filhos adotivos, onde exortava os imperadores a examinarem as acusações contra os cristãos e libertá-los de seus constrangimentos legais, se inocentes.  Na obra, Justino provou que eles não eram ateus nem idólatras, e a principal seção da obra se destina a apresentar a moral, as doutrinas e o fundador do cristianismo. Ali, mostrou que a vida e a moralidade superiores de Cristo estavam previstas no AT e que as perseguições e erros vinham do demônio. Os últimos capítulos serviram para fazer uma exposição do culto cristão, mostrando que as acusações contra o cristianismo eram falsas e a perseguição deveria ser suspensa.
  • 8. Apologistas Orientais - Justino  A Segunda Apologia pode ser considerada um apêndice da primeira, onde ele ilustra a crueldade e injustiças sofridas pelos cristãos e afirma, após comparar Cristo com Sócrates, que o que há de bom nos homens deve-se a Cristo.  Já no Diálogo com Trifo, Justino tenta convencer os judeus de que Jesus Cristo era o Messias esperado. Na obra, ele alegoriza a Bíblia e dá muita ênfase à profecia.  Os 8 primeiros capítulos são autobiográficos, enquanto os 134 restantes são o desenvolvimento de três ideias: a relação entre o declínio da lei do velho concerto e o surgimento do Evangelho; a identificação do logos, Cristo, com Deus; e a chamada dos gentios como povo de Deus. Também enfatizou que Cristo foi o cumprimento das profecias do AT.
  • 9. Apologistas Orientais - Taciano  Taciano (c.110-c180), discípulo de Justino em Roma e erudito oriental muito viajado, escreveu o Discurso aos Helenos após a metade do séc. II.  A obra é uma denúncia das pretensões gregas de liderança cultural e foi escrita a todo um povo.  Defendia que, como o cristianismo era superior à religião e filosofia gregas, os cristãos mereciam melhor tratamento.  A segunda seção da obra compara os ensinos cristãos com a mitologia e filosofia grega e a próxima mostra que o cristianismo é mais antigo que ambos.  A última seção trabalha uma escultura grega encontrada em Roma.  Também foi o compilador do Diatessaron, mais antiga harmonia dos evangelhos.
  • 10. Apologistas Orientais – Atenágoras  Atenágoras, professor em Atenas e convertido pela leitura da Bíblia, escreveu a Súplica pelos Cristãos em 177.  Relaciona as acusações contra os cristãos nos capítulos introdutórios de sua obra.  Refuta, a seguir, a acusação de ateísmo, ao notar que os deuses pagãos eram meramente criações humanas e culpados das mesmas imoralidades de seus seguidores.  Como os cristãos não são culpados de incesto ou comer seus filhos em banquetes sacrificiais, ele conclui que o imperador deveria lhes dar clemência.
  • 11. Apologistas Orientais – Teófilo  Teófilo de Antioquia, também convertido pela leitura da Bíblia, escreveu pouco depois de 180 a obra Apologia a Autólico.  Na obra, Teófilo tenta introduzir a Autólico, magistrado pagão ilustre, o cristianismo através de argumentos racionais.  A obra se divide em três livros. No primeiro, discute a natureza e a superioridade de Deus.  No segundo, compara a fragilidade da religião pagã com o cristianismo.  No último livro, responde às objeções de Autólico à fé cristã.  Foi o primeiro a usar a palavra trias com referência à trindade.
  • 12. Apologistas Ocidentais – Tertuliano  Tertuliano (c. 160-225) nasceu em Cartago, na casa de um centurião romano de serviço na cidade. Acabou tornando-se o principal apologista da Igreja Ocidental.  Conhecedor de grego e latim, conhecia os clássicos e tornou-se advogado.  Converteu-se em Roma, onde advogava e ensinava oratória, tornando- se montanista em 202.  Procurou desenvolver uma teologia ocidental sólida e lutar para derrotar todas as forças filosóficas e pagãs que se opunham ao cristianismo.  No Apologeticum, enviado ao governador romano de sua província, nega as acusações antigas aos cristãos, ressalta que a perseguição era um fracasso, pois só aumentava o número de cristãos e era baseada em razões dúbias, pois as reuniões, doutrinas e moral cristãos eram superiores às dos vizinhos pagãos.
  • 13. Polemistas  Empenhavam-se em responder ao desafio dos falsos ensinos dos hereges, condenando veementemente esses ensinos e seus mestres.  Os métodos utilizados para tal foram diferentes no Oriente e no Ocidente. Enquanto no Oriente a preocupação era mais metafísica e leva a uma teologia especulativa, no Ocidente a preocupação maior era com os desvios administrativos da Igreja.  A preocupação dos polemistas era mais interna, portanto, lidando com as heresias, a ameaça interna à paz e à pureza da Igreja.  Os polemistas se serviram mais do NT como fonte da doutrina cristã, ao contrário dos apologistas, que beberam mais da fonte do AT.  Os polemistas buscavam condenar pela força do argumento os falsos ensinos a que se opunham, ao contrário dos apologistas, que tentavam explicar o cristianismo aos seus vizinhos e governantes pagãos, e os Pais Apostólicos, que se empenharam na edificação da Igreja Cristã.
  • 14. Ireneu, o antignóstico  Ireneu (c. 130-202), nascido em Esmirna, foi influenciado pela pregação de Policarpo quando este era bispo na cidade. Seguiu para a Gália, onde foi feito bispo antes de 180. Missionário bem sucedido, desenvolveu sua obra combatendo o gnosticismo.  Em Adversus Haereses, escrita em 185, tenta refutar as doutrinas gnósticas pelas escrituras e pelo desenvolvimento de um corpo de tradição afim. No Livro I, fundamentalmente histórico, compreende-se os ensinos do gnosticismo e é a melhor referência atual sobre esta crença. No Livro II, insiste na unidade de Deus, combatendo a ideia de um demiurgo distinto de Deus. Os três últimos expõem a posição cristã. O Livro III refuta o gnosticismo pela Bíblia e tradição, o IV refuta Marcião e o livro V defende a doutrina da Ressurreição em corpo.  No Livro III, Ireneu defende a unidade da igreja através da sucessão apostólica de líderes desde Cristo, além de apresentar uma regra de fé.
  • 15. Escola Alexandrina  185: Abre-se em Alexandria uma escola catequética para instruir os convertidos do paganismo ao cristianismo, com Panteno, competente convertido do estoicismo, como seu primeiro diretor, tendo Clemente e Orígenes como seus sucessores.  A escola buscava desenvolver um sistema teológico que, partindo da filosofia, fizesse uma apresentação sistemática do cristianismo. Para tal, se utilizava da literatura e filosofia clássicas como apoio.  Seus estudiosos criaram um sistema alegórico de interpretação, entendendo que, da mesma forma que somos corpo, alma e espírito, a Bíblia possui uma interpretação literal (corpo), moral (alma) e espiritual (espírito), sendo esta acessível apenas pelos mais evoluídos nesta esfera.  Surge da técnica usada por Filo, que buscava aproximar o judaísmo da filosofia grega encontrando significados ocultos na linguagem do AT.  Este método de interpretação é usado até hoje para justificar erros doutrinários e bíblicos por parte de alguns pregadores.
  • 16. Polemistas alexandrinos - Clemente  Clemente de Alexandria (c. 155-c. 215) nasceu em Atenas e era filho de pais pagãos. Estudou filosofia com muitos mestres antes de Panteno. Antes de 190, dirige a escola junto com este e, de 190 a 202, dirige a escola sozinho, até que a perseguição o obriga a deixar o posto.  Desejava ser um filósofo cristão, relacionando a filosofia grega ao cristianismo para mostrar que esta era a filosofia suprema e definitiva. Citou mais de 500 autores pagãos de sua época.  Tinha um alto preço pela filosofia grega, porém seus textos demonstram que, para ele, a Bíblia está em primeiro lugar na vida do cristão.
  • 17. Polemistas alexandrinos - Clemente  Protrepticus, ou Exortação aos Gentios: Documento missionário apologético de 190 para provar a superioridade do cristianismo como a verdadeira filosofia.  Paedagogus, ou Tutor: Trato moral para os jovens cristãos.  Stromata, ou Seleções: Evidencia o conhecimento da literatura pagã de seu tempo. Apresenta o cristianismo no Livro I, falando que o cristão é o verdadeiro gnóstico e que tudo de verdade na filosofia grega tinha sido copiado do AT. No Livro II, mostra que a moralidade cristã é superior à pagã, e no Livro III, expõe o casamento cristão. Nos livros VII e VIII, apresenta o modo de viver dos cristãos.
  • 18. Polemistas alexandrinos - Orígenes  Orígenes (c. 185-254), aluno e sucessor de Clemente, assumiu a família de seis membros devido ao martírio do pai, Leônidas.  Era tão competente e culto que, aos 18 anos, foi escolhido para suceder Clemente na direção da escola, ocupando o cargo até 231.  Foi o autor de seis mil pergaminhos, mas tinha vida ascética e simples, apesar de sua alta posição, incluindo dormir em uma simples tábua.  Um homem rico, chamado Ambrósio, convertido do gnosticismo, tornou- se seu amigo e se responsabilizou pela publicação de suas muitas obras.
  • 19. Polemistas alexandrinos - Orígenes  Hexapla: Várias versões gregas e hebraicas do AT arranjadas em colunas paralelas para buscar o original mais correto. Foi a primeira grande obra que buscou uma análise exegética do texto, tornando-o o principal exegeta da Igreja até a Reforma Protestante.  Contra Celso: Resposta às acusações deste platonista contra os cristãos em sua obra Discurso Verdadeiro de irracionalidade e falta de fundamentos históricos dos cristãos. Demonstra a mudança de vida dos cristãos em comparação ao paganismo e a busca da verdade, pureza e influência por parte de Cristo e seus seguidores.  De Principiis: Primeiro grande tratado de teologia sistemática. No Livro IV, explica seu método alegórico de interpretação. Considerava Cristo “eternamente gerado” pelo Pai, porém inferior ao Pai. Sustentou também a preexistência da alma, restauração final de todos os espíritos, morte de Cristo como resgate pago a Satanás e negou a ressurreição física.
  • 20. Escola Cartaginesa  Mais interessada em problemas práticos de organização eclesiástica e doutrinas relativas à igreja.  Tertuliano, já visto por sua posição apologista, contribuiu com problemas práticos como a forma simples da mulher se vestir e adornar, afastamento de divertimentos, imoralidade e idolatria próprios do paganismo. Possivelmente foram consequência de sua adesão ao montanismo.  Tertuliano também foi o primeiro a estabelecer a doutrina teológica da Trindade, fazendo uso do termo para descrevê-la em Adversus Praxeas, escrito por volta de 215. Ele parece ressaltar que é preciso distinguir as pessoas do Pai e do Filho. Também trabalhou a questão da alma em De Anima e valorizou o batismo, afirmando que os pecados pós-batismo eram mortais e mostrando-se contrário ao batismo infantil em De Baptismate.
  • 21. Escola Cartaginesa - Cipriano  Cipriano (c. 200-c. 258), filho de pais pagãos, recebeu boa educação em retórica e direito. Foi professor de retórica, mas só satisfez sua alma quando se tornou cristão por volta de 246.  Em 248 foi nomeado bispo de Cartago, permanecendo com o posto até seu martírio em 258. Opôs-se às reivindicações de Estêvão, bispo de Roma, de superioridade sobre todos os bispos.  Era calmo, em oposição às exaltações de Tertuliano, seu mestre.  De Unitate Catholicae Ecclesiae: Sua obra mais importante, dirigida aos seguidores separatistas de Novaciano, distingue o bispo do presbítero, colocando o bispo como centro da unidade da Igreja. Aceitou a primazia de Pedro ao traçar a linha de sucessão apostólica, mas não aceitou a primazia do bispo de Roma. Considerava os clérigos como sacerdotes sacrificiais, ao oferecerem o corpo e sangue de Cristo na Ceia. Tal visão se desenvolveria mais tarde no conceito da transubstanciação.
  • 22. Em defesa da ortodoxia  Durante o período entre o ano 100 e o ano 313, a igreja se viu envolta por diversas ameaças à sua unidade e subsistência. Para enfrentar as questões, precisou buscar mecanismos de defesa, de forma a solidificar a instituição e robustecê-la contra os ataques à sua estrutura.  A defesa da fé ortodoxa se deu em três frentes:  A solidificação do bispo como autoridade inquestionável.  A criação de um credo, que forneceu uma declaração de fé.  A formatação de um corpo de livros religiosos autorizados, chamado de cânon.  Além destas três frentes, os Pais Polemistas também trabalharam de forma a defender a doutrina ortodoxa dos ataques de grupos heréticos.  Por volta de 170, a Igreja chamava-se de “Católica”, ou Universal, termo usado pela primeira vez por Inácio em sua Epístola a Esmirna.
  • 23. O bispo monárquico  Originalmente, o bispo era apenas um administrador das igrejas locais, tendo a mesma importância que os demais presbíteros da comunidade.  Necessidades práticas e teóricas levaram à exaltação da posição do bispo em cada igreja. Com o enfrentamento às heresias e à perseguição, a posição ganhou ainda mais poder. Por fim, a doutrina da sucessão apostólica e visão da ceia do Senhor como um sacramento sacrificial foram fatores fundamentais para o aumento do seu poder.  Com a exaltação da posição, surgiu também o reconhecimento da superioridade de bispos monárquicos de algumas igrejas sobre outros. Originalmente, os cinco principais eram os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Com o passar dos anos, foi-se desenvolvendo a ideia do reconhecimento de uma honra especial devida ao bispo monárquico da cidade de Roma.
  • 24. O bispo monárquico  O argumento inicial para a honra especial ao bispo de Roma foi o de que Cristo deu a Pedro, supostamente o primeiro bispo de Roma, uma posição de primazia sobre os apóstolos em função da designação de Pedro como a rocha sobre a qual edificaria a igreja e de ter dado a ele as “chaves do reino dos céus” (Mt. 16.18s), comissionando-o a apascentar seu rebanho (Jo. 21.15-19).  Cabe notar que, na narrativa de Mateus, dois termos distintos são usados para rocha: Petros, para Pedro (rocha em seu estado e lugar natural), e petra, sobre quem a igreja seria edificada, possuem gêneros diferentes: A primeira é masculina, a segunda é neutra. Portanto, é possível que a rocha sobre a qual a igreja seria edificada seria a confissão petrina de que Jesus era “o Cristo, o filho do Deus vivo”.  Outros contra-argumentos são o abandono de Pedro, a exortação a cuidar do rebanho após a ressurreição, o perdão pela traição, os apóstolos terem recebido os mesmos poderes que Pedro (Jo. 20.19-23) e o próprio Pedro ter dito que não ele, mas Cristo era o fundamento da Igreja (1 Pe. 2.6-8). Paulo também não o considerava superior, exortando-o na questão da colaboração com os judaizantes na Galácia.
  • 25. O bispo monárquico  Apesar disso, deste tempos antigos a ideia da primazia do bispo de Roma é defendida. Cipriano e Jerônimo difundiram a ideia de que Cristo deu a Pedro um lugar especial de primeiro bispo de Roma e líder dos apóstolos.  O fato de Roma estar ligada a muitas tradições apostólicas também favoreceu a questão: Pedro e Paulo foram martirizados na cidade, por conta da perseguição de Nero em 64. A mais longa e talvez importante epístola paulina foi escrita a esta cidade. Roma também tinha prestígio como capital do Império e tinha excelente reputação por sua firme ortodoxia, expressa na carta de Clemente aos Coríntios. Muitos Pais da Igreja Ocidental, como Clemente, Inácio, Ireneu e Cipriano, destacaram a importância do bispo de Roma por estar na linha sucessória de Pedro.  Por fim, vale notar que alguns dos bispos mais importantes da Igreja perderam seu cetro de autoridade, como Jerusalém (destruição em 135), Éfeso (cisma montanista do séc. II), Alexandria e Antioquia (guerras e invasões).
  • 26. A regra de fé – O Credo  O papel do bispo como unificador da Igreja foi reforçado pelo desenvolvimento de um credo, uma declaração de fé para uso público.  O credo contém artigos indispensáveis à manutenção e ao bem-estar teológico da Igreja.  Os credos servem para testar a ortodoxia, identificar os crentes entre si e servir como resumo claro das doutrinas essenciais da fé.  Os credos conciliares, ou universais, surgiram no período da controvérsia teológica entre 313 e 451. O primeiro foi o credo batismal, de que o Credo dos Apóstolos pode servir como exemplo.  Alguns traços de credo podem ser encontrados em Romanos 10.9s, 1 Coríntios 15.4 e 1 Timóteo 3.16.  Ireneu e Tertuliano desenvolveram Regras de Fé para serem usados para distinguir o cristianismo do gnosticismo. Eram sumários das principais doutrinas bíblicas.
  • 27. A regra de fé – O Credo  O Credo dos Apóstolos (ou Credo Apostólico) é o mais antigo sumário das doutrinas essenciais da Escritura que existe. Não foi escrito pelos apóstolos, mas incorporou as doutrinas que ensinaram. Já era usado em Roma antes de 340 e foi usado como fórmula batismal.  Seu nome é oriundo da tradição de que cada um de seus doze artigos teria sido ditado por um dos apóstolos, logo após o Pentecoste, inspirados pelo Espírito Santo.  A fórmula mais antiga, semelhante à usada por Rufino por volta de 400, apareceu em Roma por volta de 340.  Muitas igrejas até hoje consideram o Credo dos Apóstolos uma preciosa síntese dos pontos principais da fé cristã. Os luteranos, por exemplo, o incorporam em sua Confissão de Fé.
  • 28. A regra de fé – O Credo  1. Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;  2. e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, 3. que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; 4. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; 5. desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; 6. subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, 7. de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.  8. Creio no Espírito Santo, 9. na Santa Igreja católica, na comunhão dos Santos,  10. na remissão dos pecados, 11. na ressurreição da carne, 12. na vida eterna. Amém.
  • 29. Os livros autorizados – O Cânon  O cânon, lista dos volumes pertencentes a um livro autorizado, surgiu como um reforço à unidade centralizada no bispo e fé expressa num credo.  Apesar de se acreditar que o cânon foi fechado nos concílios eclesiásticos, o fato é que eles apenas tornaram a questão pública, pois já tinham sido aceitos amplamente pela consciência da Igreja.  O processo de desenvolvimento do cânon foi demorado, basicamente encerrado em 175, exceto por alguns livros cuja autoria ainda era discutida.  Questões de ordem prática para a formação do cânon foram a heresia de Marcião, que formou um cânon próprio para defender suas ideias, a perseguição sob Diocleciano, que fez com que pessoas quisessem saber que livros não poderiam entregar para serem queimados, e a necessidade de ter registros que fossem reconhecidos como autorizados e dignos de uso na adoração.
  • 30. Os livros autorizados – O Cânon  Alguns critérios foram levantados para decidir se um livro deveria estar no cânon:  Sinais da Apostolicidade: O texto deveria ter sido escrito por um apóstolo ou por alguém ligado intimamente a ele, como Marcos, que teria contado com a ajuda de Pedro.  Eficácia na Edificação: Quando lido publicamente, deveria causar mudança nos ouvintes.  Concordância com a Regra de Fé: Se o livro contrariasse alguns dos dogmas principais e clássicos do cristianismo, não era aceito.  No final das contas, o que contava para a decisão sobre que livros deviam ser considerados canônicos e dignos de confiança eram a verificação histórica de autoria ou influência apostólica, ou a consciência universal da Igreja, dirigida pelo Espírito Santo.
  • 31. Os livros autorizados – O Cânon  As epístolas de Paulo foram as primeiras a serem reunidas, pelos líderes da Igreja de Éfeso.  A coletânea dos evangelhos foi feita a seguir, no começo do séc. II.  Datado de 180 e descoberto por Ludovico Muratori (1672-1750) na Biblioteca Ambrosiana de Milão, o Cânon Muratoriano continha 22 livros do NT.  Por volta de 324, Eusébio de Cesareia considera pelo menos 20 livros do NT como sendo do mesmo nível do AT. Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas, Hebreus e Apocalipse estavam entre os livros ainda discutidos para inclusão no cânon, por conta da incerteza de sua autoria.  Atanásio, em sua carta de Páscoa em 367 às igrejas sob sua jurisdição como Bispo de Alexandria, relaciona os 27 livros do NT que temos hoje. Concílios como o de Cartago, em 397, apenas aprovaram e deram expressão uniforme ao que já era aceito pela igreja.
  • 32. Os livros autorizados – O Cânon  Hoje, cerca de 5.500 manuscritos atestam a integridade do texto bíblico. Mais de 3.100 manuscritos contêm quase todo o texto bíblico ou partes dele. 2.300 lecionários possuem partes dele.  O texto de Isaías encontrado em Qumran é o mais antigo e extenso desse livro.  Os textos do NT mais antigos que possuímos são pequenos pedaços de pergaminho do séc. II. Os textos completos mais antigos do NT são datados do séc. IV (Códex Vaticano e Códex Sinaítico).  Os livros Deuterocanônicos, ou Apócrifos, aparecem na Bíblia Católica por fazerem parte da Septuaginta, versão grega do NT de cerca de 200 a.C, e na Vulgata de Jerônimo. Tais textos não se encontram no cânon judaico por não terem seus originais em hebraico.  Quando Lutero fez a versão em alemão da Bíblia, traduziu do hebraico e, por não encontrar estes textos, deixou-os de fora. Como resposta, a ICAR os incluiu em seu cânon em 1546, no Concílio de Trento.
  • 33. A liturgia  Com a ênfase dada ao bispo monárquico, com autoridade derivada da sucessão apostólica, muitos viram nele o centro da unidade, o depositário da verdade e o despenseiro dos meios da graça de Deus através dos sacramentos. Oriundos de religiões de mistério também podem ter contribuído para dar uma visão sacerdotal ao bispo.  A ceia passou a ser vista como um sacrifício a Deus que só poderia ser ministrado por ministro credenciado, assim como o batismo.  O batismo, como ato de iniciação, geralmente era realizado na Páscoa ou no Pentecoste. No começo, a fé em Cristo e o desejo de batismo eram os únicos requisitos, mas, no final do séc. II, um período probatório como catecúmeno passou a ser necessário, para provar a realidade da experiência do convertido. Neste período, os catecúmenos assistiam aos cultos do vestíbulo final do templo e não podiam cultuar no santuário.
  • 34. A liturgia  Os batismos eram geralmente feitos por imersão. Quando não havia água suficiente, era aceito o batismo por afusão ou por aspersão.  O batismo infantil, aceito por Cipriano e criticado por Tertuliano, e o batismo de doentes, também surgiram neste período, conforme o caráter sacramental regenerador do batismo passou a ser defendido na igreja.  É deste período também o surgimento de um ciclo de festas no ano eclesiástico. A Páscoa foi a primeira festa, seguida do Natal, implementado após 350 no Ocidente e purificado dos elementos pagãos que cercavam a data de 25/12. A quaresma, 40 dias de penitência e contenção dos apetites da carne antes da Páscoa, foi aceita como parte do ciclo litúrgico antes da adoção do natal.
  • 35. A liturgia  Antes de 313, os cristãos se reuniam nas catacumbas de Roma, onde, além de realizarem os cultos a Deus, também enterravam seus mortos. Possuíam quilômetros de passagens em diferentes níveis e foram redescobertas em 1578. O mais antigo edifício conhecido usado como templo data de 232 e é uma casa-igreja em Dura Europos, às margens do rio Eufrates.  Ao final do período, cristãos começaram a construir igrejas a partir do modelo da basílica romana. De início eram bastante simples, mas passaram a ostentar um esplendor cada vez maior a partir de 313, quando a Igreja passou a contar com os favores do Estado.  A conduta entre os cristãos impressionou os vizinhos pagãos, mesmo considerando os primeiros como antissociais. Como perceberam que não poderiam aniquilar com eles, os imperadores resolveram buscar a paz com eles, gerando o período seguinte da igreja, que levou a Igreja Católica à supremacia religiosa no continente europeu.
  • 36. Fontes  Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008.  Textos auxiliares:  DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo: Sinodal, 1996.  GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo: Vida Nova, 1983