O documento descreve o surgimento e desenvolvimento do monasticismo cristão entre os séculos IV e VI d.C. no Império Romano em declínio. Movimento de leigos que abandonavam a sociedade para viver em comunidades religiosas isoladas, como Antônio no deserto e Pacômio nos mosteiros. Bento de Núrsia popularizou a organização monástica ocidental baseada em pobreza, castidade e obediência.
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Cristianismo nos Claustros 313-590
1. A Supremacia da Antiga
Igreja Católica Imperial,
313-590
O Cristianismo nos
Claustros
2. No período da gradual decadência interna do
Império Romano, o monasticismo exerceu um
forte apelo para muitos que prontamente
renunciaram à sociedade em favor do claustro.
Esse movimento tem suas origens no século
IV, quando leigos em número cada vez maior
começaram a se retirar, abandonando a vida
em sociedade. Ao final do século VI, o
monasticismo já tinha profundas raízes tanto
na Igreja Ocidental quanto Oriental.
3.
4. A doutrina dualista sobre a carne e o espírito;
Os pais da Igreja Primitiva, como Orígenes,
Cipriano, Tertuliano e Jerônimo, viam o
celibato como a interpretação correta de
passagens como 1Co 7;
Determinadas tendências psicológicas
fortaleceram o desejo por uma vida
monásticas;
5. A crescente decadência moral tornou o
monasticismo um refúgio, era uma espécie de
crítica viva à sociedade de então;
A geografia também merece alguma atenção
como um dos fatores responsáveis pelo
surgimento do monasticismo.
6.
7. Quatro estágios antes do seu aparecimento na
civilização:
Práticas ascéticas eram vividas dentro da Igreja;
Muitos resolveram deixar a vida em sociedade para
viver como anacoretas ou eremitas;
A vida dos eremitas atraía outros, que passavam a
morar em lugares próximos a eles e sob sua
liderança;
Passaram a se organizar em comunidades dentro
de mosteiros.
8. Antônio (250-356) é geralmente visto como o
fundador do monasticismo;
Nem todos os monges eremitas eram equilibrados
como Antônio e seus seguidores;
É o caso de Simeão Estilita (390-459);
Pacômio (290-346), organizou o primeiro mosteiro
por volta do ano 320;
Basílio de Cesaréia (330-379) muito fez para
popularizar a organização monástica em
comunidades.
9. No Ocidente o monasticismo tomou uma direção
mais prática, rejeitando o ócio e deplorando os
atos meramente ascéticos;
É creditada geralmente a Atanásio a introdução
ao monasticismo no Ocidente;
Martinho de Tours, Jerônimo, Agostinho e
Ambrósio escreveram em favor ao
monasticismo;
O grande líder do monasticismo ocidental foi
Bento de Núrsia (480-543);
10. Em 529, Bento de Núrsia fundou o mosteiro
Monte Cassino;
Em pouco tempo vários mosteiros estavam sob
sua liderança;
Dentro desses mosteiros imperava a ordem que
ensinava a pobreza, a castidade e a obediência,
que se constituiu numa das mais importantes
ordens da Idade Média.
11.
12. Contribuíram para o avanço da agricultura;
Os monges limpavam as florestas, drenavam os
pântanos, abriam estradas e cultivavam sementes e
viveiros;
Os mosteiros ajudaram a manter viva a erudição na
Idade Média;
Os monges foram os missionários da Igreja medieval;
Os mosteiros eram um refúgio para os que
precisavam de ajuda;
13. Com o isolamento perdeu-se a contribuição de
importantes homens e mulheres;
O celibato gerou uma padrão de moralidade
diferente entre os monges e o homem comum;
Favoreceu a arrogância espiritual;
Contribuiu para o rápido desenvolvimento de
uma organização hierárquica centralizada na
Igreja.
Notas do Editor
Nem todos os cristãos receberam da mesma forma as mudanças que ocorreram na igreja depois da paz de Constantino.
Enquanto uns viam as novas circunstâncias como cumprimento do plano de Deus, outros se entristeceram profundamente com o estado que a igreja havia chegado.
A porta estreita que Jesus havia ensinado tinha se tornado tão larga que uma multidão se apressava em passar por ela. Não havia mais a preocupação com o ensino, o batismo correto, bispos brigando por posições de prestígio, ricos e poderosos querendo dominar a vida da igreja. O joio crescia mais que o trigo.
Como ser cristãos nessa circunstâncias? A resposta de muitos foi fugir da sociedade, abandonar tudo e subjugar o corpo e as paixões que levam a tentação. Ao mesmo tempo que milhares estavam entrando para a igreja, outros milhares procuravam a santidade na solidão.
O auge do monasticismo ocorre nos séculos X e XI, seu último grande momento foi com o surgimento dos jesuítas na Contra-Reforma do séxulo XVI.
Entretanto, esse movimento exerce até hoje um papel importante na vida da Igreja Católica Romana.
Os movimentos gnósticos e neoplatonistas deixaram marcas dentro da igreja cristã, influenciando a doutrina que considerava a carne má e o espírito bom. É possível até hoje dentro dos evangélicos essas ideias presentes.
Esses pais entenderam que a bíblia recomendava o celibato, e fugir do mundo ajudava a pessoa a crucificar a carne e seus desejos, e desenvolver uma vida espiritual por meio da meditação e por um comportamento disciplinado.
Em tempos de crise há sempre uma tendência em fugir das adversidades, muitos trocaram a sociedade pelo mosteiro como uma forma de fugir dessa contaminação moral que existia nesses dias.
Também, por meio da paz de Constantino, houve o fim do martírio, mas muitos cristãos verdadeiros almejavam isso, e encontraram um substituto psicológico no monasticismo.
As práticas pagãs que estavam entrando na igreja, levaram muitos crentes verdadeiros a verem o monasticismo como um refúgio.
1)
2) O movimento inicia no Egito, nas margens do rio Nilo, onde haviam várias cavernas que eram propícias para o indivíduo se isolar da sociedade. Pequenas hortas, junto com a fartura de alimento vinda do próprio Nilo, tornava fácil a alimentação para as pessoas. Além disso a proximidade do deserto estimulava a meditação.
Anacoreta: vive em isolamento
Eremita: faz isso por penitência
Conta-se que aos 20 anos ele vendeu seus bens, deu o dinheiro aos pobres e se retirou para morar em uma caverna no Egito. Era conhecido por sua santidade e logo atraiu a atenção de outras pessoas que passaram a viver perto dele em outras cavernas.
Conta-se sobre Macário, um monge que se arrependeu de ter matado um mosquito e que por causa disso resolveu viver em um pântano por seis meses deixando-se ser picado pelos insetos. Era comum os monges queimarem, ou arrancarem, os dedos das mãos por causa da tentação. Outros viviam em campos e pastavam como bois. Teve um chamado Amom que ficou conhecido por nunca ter se despido ou tomado banho. Um outro andou nu por 50 anos.
O mais conhecido de todos, depois de viver enterrado até o pescoço por vários meses, resolveu alcançar a santidade sentando-se numa estaca. Diz que ele passou mais de trinta anos no topo de uma coluna de 18 metros, perto de Antioquia.
Depois de viver por 12 anos como eremita, organizou um mosteiro nas margens do Nilo. Em pouco tempo 7 mil monges estavam sob a sua liderança. Os princípios base do seu monastério era: simplicidade de vida, trabalho, devoção e obediência.
Basílio deu um sentido mais útil e social ao monasticismo, ordenou que trabalhassem, orassem, lessem a bíblia e praticassem boas obras. Desencorajou o asceticismo extremado. Cada vez mais pessoas aderiram a esse estilo de vida, logo haviam mais de 100 mosteiros em meados do IV século.
O clima mais frio tornou o isolamento individual uma impossibilidade.
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O que ajudou a popularizar o monasticismo dentro do império Romano. Pra se ter uma ideia, as obras de Jerônimo sobre o estilo de vida monástico eram considerados nessa época próximos em importância à bíblia.
Bento se chocou com a vida pecaminosa em Roma e passou a viver como um eremita por volta do ano 500.
permaneceu em atividade até a Segunda guerra mundial, quando foi bombardeado.
Seguiam um plano de organização, trabalho e culto. Cada mosteiro era independente e auto-suficiente, dividiam o dia em leitura – adoração e trabalho.
Esse modelo foi levado para a Inglaterra, Alemanha e França, se tornou modelo padrão no Ocidente por volta do ano 1.000.
Os mosteiros eram como uma universidade de agronomia, desenvolveram diversos métodos de plantio e cultivo.
Os fazendeiros vizinhos acabavam por adotar as melhores técnicas que viam os monges usar.
Quando o império Romano foi tomado pelos bárbaros a vida urbana praticamente desapareceu, entre os anos 500-1000. As escolas nos mosteiros era a única opção para quem quisesse uma educação superior. Os monges também se ocupavam em copiar os manuscritos.
Eles saiam para fundar novos mosteiros, nisso, tribos inteiras acabavam por se converter ao cristianismo.
Quem precisava de hospitalização eram bem cuidados no mosteiro. Recebiam os viajantes cansados. Aqueles que não aguentavam mais o mundanismo.
Muitas pessoas que poderiam fazer diferença nesse tempo tão necessitado de padrão moral, acabavam se isolando.
Não havia herança de padrão, apenas o homem comum tinha filhos, isso impossibilitava a criação de filhos melhores.
Havia um sentimento orgulhoso pelo estilo de vida que levavam. Os mosteiro logo começaram a acumular riquezas, logo o ócio, a avareza e a glutonaria se infliltraram.
Uma vez que os monges deviam obediência aos superiores, que por sua vez, obedeciam ao papa.
Dois eremitas, do lado, Simeão o Estilita
Claustro
Mosteiro de Monte Cassino fundado por Bento de Núrcia em 529