2. Credo Cristológico
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito
de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós,
homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se
encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria,
e se fez homem. Também por nós, foi crucificado sob
Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao
terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos
céus,onde está sentado à direita do Pai. E de novo há
de vir, em sua gloria, para julgar os vivos e os mortos;
e seu reino não terá fim.
3. Salvação
Na consciência profunda e anterior a qualquer
conceitualização, a salvação não é antes uma
realidade negativa, um “salvar de (alguma
coisa)”. Apresenta-se antes de tudo como uma
ideia totalmente positiva, que os termos
“salvus” (forte, sadio,sólido, conservado) e
“salvare” (tornar forte, preservar, conservar)
demonstra muito bem. Salvar é levar alguém
até a própria meta, é permitir que ele se
realize, que atinja seu objetivo.
4. Salvação-Realização
A ideia de salvação conota, essencial e
primeiramente, antes de pecado e de falta,
realização.
Ideia inteiramente positiva, e que o NT retoma em
termos religiosos (salvar) e apresenta como
finalidade do ser humano que crê. A meta do ser
humano é VIDA, somos chamados a ela como
para nosso destino. A salvação é meta e destino
da fé, que se deve levar até o fim, de modo a
realizar o designo para o qual fomos criados.
5. Salvação-Redenção
Entretanto, o ser humano, no caminho de sua
realização, faz experiência de empecilhos e
obstáculos. É então que se pode começar a
entender a salvação em termos negativos, ou seja,
“salvar de”.
É pelo fato de haver obstáculos no caminho da
salvação-realização que a salvação toma a forma
de uma salvação de redenção: de uma salvação
de obstáculos.
6. Salvação-Libertação
A salvação não consiste em tornar-se liberto
de si mesmo, como se carregássemos uma
natureza má e suspeita em si mesma. Não
tenho de livrar-me de mim mesmo, e sim
daquilo, e sim daquilo que me impede de ser
eu mesmo. A ideia de salvação baseia-se numa
ideia sublime do ser humano, cujo destino está
em perigo e por isso mesmo precisa libertar-se
ou ser liberto daquilo que é obstáculo, para
poder continuar seu destino, realizando-se.
7. Salvar de quê?
Quais são, porém, os obstáculos que o ser
humano encontra ou percebe no caminho da
realização?
Poderíamos citar diversos. Contudo,
observando a história da humanidade, parece
que podemos resumi-lo a três: o ser humano se
sente limitado em sua realização por causa da
morte, do mal e da fatalidade.
8. Salvar-se da Morte
A morte faz com que experimentemos nossa
finitude, nossas limitações, a ruptura fatal que,
como sabemos, vai marcar a vida. Significa,
física e sensivelmente, a brevidade do tempo.
Ela lembra que “não chegaremos até o fim”.
Ela é em nós esse aguilhão que nos desafia, e
que o ser humano faz de si, a morte aparece
tradicionalmente como a inimiga.
9. Salvar-se do Mal
O mal, seja o sofrimento ou o mal imposto (o
fracasso, a desgraça, o sofrimento imerecido
do inocente) ou o mal desejado, aquele que
fazemos e do qual somos responsáveis, até
culpados ( injustiça, a falta, o pecado), se
apresenta também como quem obstaculiza
nossa vontade mais profunda de realizar nosso
ser. São Paulo expressou isso em termos
fascinante: “Não faço aquilo que quero, mas
aquilo que mais detesto”.
10. Salvar-se da Fatalidade
A fatalidade, enfim: a ausência tão frequente e
tão gritante de liberdade, todas as implicações
(biológicas, históricas, existenciais), todas as
impotências de todos os tipos, que contradizem
continuamente nossos desejos e nossos
esforços. Como se aí houvesse uma força de
necessidade ou fatos imponderáveis que nos
impedisse de chegar até nós mesmos.
11. Salvar-se da Fatalidade
A fatalidade, enfim: a ausência tão frequente e
tão gritante de liberdade, todas as implicações
(biológicas, históricas, existenciais), todas as
impotências de todos os tipos, que contradizem
continuamente nossos desejos e nossos
esforços. Como se aí houvesse uma força de
necessidade ou fatos imponderáveis que nos
impedisse de chegar até nós mesmos.
12. Salvar a si mesmo
A fatalidade, enfim: a ausência tão frequente e
tão gritante de liberdade, todas as implicações
(biológicas, históricas, existenciais), todas as
impotências de todos os tipos, que contradizem
continuamente nossos desejos e nossos
esforços. Como se aí houvesse uma força de
necessidade ou fatos imponderáveis que nos
impedisse de chegar até nós mesmos.
13. Economia da Salvação
“Havendo Deus, desde a antiguidade, falado, em
várias ocasiões e de muitas formas, aos nossos
pais, por intermédio dos profetas,nestes últimos
tempos, nos falou mediante seu Filho”
Com o Credo Niceno-Constantinopolitano,
respondemos confessando: «Por nós, homens, e
para nossa salvação, desceu dos céus; e encarnou
pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e Se
fez homem» O Verbo fez-Se carne para nos salvar,
reconciliando-nos com Deus.
14. O Sacrificio
“Ele, que era de condição divina, não se valeu da sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio,
assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante
aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se
ainda mais, obedecendo até à morte, e morte de Cruz”
(Fl 2, 5-8)
“É por isso que, ao entrar neste mundo, Cristo diz:
‘Não quiseste sacrifícios e oferendas, mas formaste-Me
um corpo. Holocaustos e imolações pelo pecado não Te
foram agradáveis. Então Eu disse: Eis-Me aqui [...]
para fazer a tua vontade’”
15. O Sentido da Salvação
É na esperança que fomos salvos: diz São Paulo
aos Romanos e a nós também (Rm 8,24). A
redenção, a salvação, segundo a fé cristã, não é
um simples dado de fato. A redenção é-nos
oferecida no sentido que nos foi dada a
esperança, uma esperança fidedigna, graças à
qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o
presente, ainda que custoso, pode ser vivido e
aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar
seguros desta meta, se esta meta for tão grande
que justifique a canseira do caminho