O documento descreve a supremacia da Igreja Católica Imperial entre 313 e 590 d.C., quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano. Constantino favoreceu a Igreja através de editos como o de Milão em 313, e a Igreja ganhou poder e privilégios, mas também se corrompeu ao interferir em assuntos estatais. Ao mesmo tempo, a Igreja trabalhou para converter os invasores bárbaros ao cristianismo.
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
História da Igreja #11
1. A Supremacia da Antiga Igreja Católica
Imperial, 313-590
A Igreja Enfrenta o Império e os Bárbaros
2.
3. O processo pelo qual a Igreja e o Estado
chegaram a um acordo começou quando
Constantino conseguiu o controle completo do
Estado. Embora oficialmente dividisse o poder
com o seu co-imperador, Licínio, entre 311 e
324, ele tomou a maioria das decisões
importantes do Estado.
4. Filho do líder militar Constâncio com Helena,
uma mulher cristã do Oriente.
Numa batalha em 312, Constantino teve uma
visão no céu.
Constantino passa a favorecer a Igreja.
Uma conversão genuína?
5. É formado a
partir das letras
gregas Chi (X) e
Rho (P), iniciais
de Cristo em
grego.
6. Em 313, ele e Licínio garantiram à Igreja a
liberdade de culto pelo Edito de Milão.
Nos anos seguintes, Constantino promulgou
outros editos:
Recuperação das propriedades confiscadas;
O subsídio da Igreja pelo Estado;
A isenção do clero do serviço público;
A proibição de adivinhações;
A separação do “Dia do Sol” (domingo), como um
dia de descanso e culto.
7. Tomou uma posição de liderança teológica no
Concílio de Nicéia, em 325, quando arbitrou a
controvérsia ariana.
Fundou a cidade de Constantinopla em 330.
8. Os filhos de Constantino continuaram a sua
política de favorecimento da Igreja, levando-a
mais a diante;
Com a ascensão de Juliano (332-363) em 361
houve um retrocesso;
Os reis seguintes continuaram a prática de
assegurar privilégios à Igreja até que o
cristianismo se tornasse a religião oficial do
Império.
9. Teodósio I promulgou em 380 e 381 um edito
tornando o cristianismo a religião exclusiva do
Estado
Em 392, o Edito de Constantinopla estabeleceu
a proibição do paganismo.
Em 592, Justiniano determinou o fechamento
da escola de filosofia de Atenas.
10. Vantagens dessa união:
O cristianismo elevou o nível moral da sociedade;
Trouxe dignidade a mulher;
Os espetáculos de gladiadores foram abolidos;
Os escravos receberam melhor tratamento;
A legislação romana se tornou mais justa;
Houve o avanço da obra missionária.
11. Desvantagens dessa união:
O governo achava-se no direito de interferir em
assuntos espirituais e teológicos;
A Igreja ganhou em poder, mas se tornou uma
arrogante perseguidora do paganismo do mesmo
modo que as autoridades religiosas pagãs tinham
agido em relação aos cristãos;
Inicia-se o longo conflito entre Igreja e o Estado.
12. Revendo os caminhos da transformação do
cristianismo, de seita de poucos seguidores
em religião oficial do poderoso Império
Romano, pode-se concluir que, essa vitoriosa
marcha foi prejudicial à Igreja.
Parece que no balanço final, a aproximação
entre Igreja e Estado trouxe mais malefícios
do que bênçãos à Igreja Cristã.
13.
14. Na última parte do século IV surgiu um
novo problema: como trazer ao
cristianismo os contingentes que
começavam a emigrar para a Europa e
que continuaram chegando até o século
XI. Os movimentos migratórios de povos
teutões, vikings, eslavos e mongóis para a
Europa e dentro dela.
15.
16. A Armênia foi ganha para o evangelho por
Gregório, o Iluminador, quando, em 300
aproximadamente o rei Tiridates foi
convertido e batizado.
Por conta de um naufrágio, Frumêncio (300-
380) e seu irmão chegaram à Etiópia e
pregaram o evangelho ali.
As Ilhas Britânicas também conheceram o
cristianismo nessa época.
17. A obra missionária entre os godos começou
antes de os visigodos atravessarem o
Danúbio em direção ao Império Romano.
Úlfilas (311-383), um cristão ariano, sentiu o
chamado para a obra missionária entre esse
povo.
Martinho de Tours (316-396), hoje o santo
padroeiro da França, sentiu-se chamado
para pregar aos borgonheses que se
estabeleceram no sul da Gália.
18. Gregório de Tours (538-594), em sua
História dos Francos, descreve o
estabelecimento, a história e a conversão
dos francos.
Patrício (389-461), o padroeiro da Irlanda,
foi levado aos 16 anos, por piratas da
Bretanha para a Irlanda. Viveu ai durante
seis anos, cuidando de gado. Ao retornar à
terra natal, sentiu-se chamado para
trabalhar entre o povo da Irlanda como
19. Columba (521-597), foi para a Escócia o
que Patrício foi para a Irlanda. Em 563,
ele fundou na Ilha de Iona um mosteiro
que se tornou o centro da evangelização
da Escócia
20. Em 590, a Igreja tinha não apenas se libertado
da perseguição do Estado Romano, mas também
se tornado intimamente associada a ele.
A igreja também contribuiu para a conversão ao
cristianismo dos invasores bárbaros.
No processo, porém, massas de pagãos entraram
para a Igreja sem serem devidamente
doutrinados e sem passarem por um período de
prova.
21. Muitos deles trouxeram para a Igreja os
seus velhos padrões de vida e de costumes.
O antigo culto primitivo foi substituído pelo
culto aos santos.
Muitas práticas ritualísticas retiradas do
paganismo encontraram uma porta aberta
na Igreja Cristã.
Ao tentar resolver o problema da presença
bárbara, a Igreja acabou parcialmente
paganizada.
Notas do Editor
Esse é um pano de fundo histórico, necessário, para entendermos essa época da história da igreja.
Com o declínio do Império Romano e a ameaça da destruição de toda uma cultura, por meio da invasão das tribos bárbaras. A igreja passou a desempenhar um papel fundamental tanto em conservar a cultura, manuscritos, enfim. Quanto em evangelizar essas tribos que chegavam.
Dentro desse contexto começa a interferência do estado nas questões da igreja.
Antes mesmo do nascimento de Cristo, nos anos 133 a 31 a.C., o império romano passou por um período de grande turbulência que acabou apenas com o principado criado por César Augusto. Só que esse modelo de principado criado foi alvo fácil diante da presença dos bárbaros nas fronteiras do império.
No ano 285 Diocleciano reorganizou o império numa autocracia, ou seja o império com o poder absoluto sobre tudo, incluindo pose privada. Quem foi contra tudo isso? Os cristãos! Se tornaram uma ameaça ao governo de Diocleciano que tentou a todo custo destruir a igreja cristã, nos anos 303 e 305.
Diocleciano abdica do governo em 1 de maio de 305 e quem assume o seu lugar? Constantino. Não esqueçam esse nome, ele que entra em acordo com a Igreja Cristã.
Constantino compreendeu que se o Estado não podia destruir a igreja pela força, o melhor seria usar a igreja como um aliado para salvar a cultura clássica.
1)
2) Teve a visão de uma cruz no céu, com as seguintes palavras em latim: “Com este sinal vencerás”. Constantino mandou pintar o símbolo que ele viu nos escudos dos soldados e acabou derrotando os inimigos na batalha da ponte Mílvia.
3) Embora a visão possa ter acontecido, fica muito claro na história que o favorecimento da Igreja por Constantino foi interesse pessoal.
Ele enxergou que a igreja poderia servir como um novo centro de unidade e salvar a cultura clássica e o próprio Império.
4) Constantino ele decide pelo batismo pouco antes da sua morte, ele manteve a sua posição sacerdote principal da religião pagã do Estado.
Ordenou a execução de um jovem que reivindicou o seu trono.
O mais provável pelo relato histórico é que a conversão de Constantino ao cristianismo foi na verdade uma mistura de superstição e estratégia governamental.
Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo.
As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo.
2) Esse ato ajudou a dividir Oriente e Ocidente, tornou-se o centro político do Oriente, e o bispo de Roma, após 476, foi deixado com poder político além do espiritual.
As invasões bárbaras impossibilitaram o Império Romano de se expandir territorialmente como fazia antes. Ele utilizava os prisioneiros de guerra e escravos, mas, com o fim da expansão houve a diminuição do número desses, o que gerou baixa na produção, inflação alta e aumento dos preços, aumento de impostos, que levaram às revoltas sociais. Com isso houve atraso nos salários dos soldados romanos, que se recusavam a defender Roma, o que também facilitou as invasões bárbaras.
Todos estes motivos levaram à queda de Roma em 476 d.C., data considerada como início da Idade Média e fim da Idade Antiga.
Eles começaram a dificultar a vida dos pagãos, fizeram editos que proibiam os sacrifícios e proibiram as pessoas de frequentarem os templos pagãos.
Juliano, aceita o cristianismo formalmente, mas suas ideias eram vinham da sua educação neoplatonista. Ele acaba retirando os privilégios da igreja cristã e estabeleceu liberdade plena de culto. Só que o seu reinado foi muito curto, dura apenas 2 anos, Juliano foi morto em uma batalha.
Qualquer pessoa que seguisse outra forma de culto era punida pelo Estado.
Foi o último prego no caixão do paganismo.
Os godos foram os primeiros a aparecer, perseguidos pelos mongóis eles tiveram permissão dos romanos para entrar no império, por isso não estão aqui nesse mapa de invasões, pois eles receberam permissão para entrar.
Depois entraram os visigodos em 378, eles saquearam Roma em 410 e fundaram um reino na Espanha em 426.
Foram seguidos pelos vândalos arianos que se fixaram no norte da África.
A seguir, vieram os Ostrogodos arianos que assumiram a liderança do decadente império Romano.
Isso é a história de formação da grande civilização que se torna a Europa Ocidental, só que essa grandeza não se deve a invasão dos bárbaros mas à bem-sucedida conversão desses bárbaros ao cristianismo, por obra da Igreja.
Depois os Francos que vão se fixar onde hoje é a França.
Os anglos na Inglaterra.
Por fim os Hunos, foi uma grande ameaça para Igreja ocidental, liderados pelo temido Átila, mas acabaram expulsos em 451.
A bíblia foi traduzida para o armênio em 433. Há registros de que milhões de armênios foram ganhos para Cristo. A Armênia foi o primeiro Estado a se tornar oficialmente cristão, e ao longo de toda a história, os armênios têm sustentado vigorosamente a fé cristã.
Até hoje a Etiópia é considerada a alma negra do cristianismo. Há um rico acervo histórico cristão lá, mas hoje a igreja cristã luta para sobreviver, na lista de países onde existe perseguição ao cristianismo, a Etiópia aparece em 22º lugar.
Não existe muitas informações históricas de como o cristianismo chegou nessas ilhas, mas sabemos que no concílio de Arles, em 314, três bispos representaram a igreja britânica. Pelágio, o grande adversário de Agostinho, era da igreja britânica.
1)
2) Úlfilas conseguiu vários seguidores, diz-se que muitos godos quando autorizados a entrar no império já vieram como cristãos. Ele chegou a traduzir a bíblia na língua desse povo, só que como esse era um povo bárbaro, muito guerreiro, ele preferiu não traduzir os livros de Reis.
Por outro lado, ele deixou a difícil tarefa para a Igreja Ocidental, além de converter as tribos bárbaras, eles também precisavam desfazer o estrado do arianismo.
3) A tática usada por Martinho de Tours foi de treinar monges guerreiros e esses monges destruíam os locais onde os borgonheses cultuavam seus ídolos. Ele não obteve muito sucesso com esse método.
Ele relata que o rei dos francos, chamado Clóvis, se casa com uma princesa cristã que o levou a conversão em 496. Com a sua conversão, seu povo também aceitou o cristianismo em massa.
Se foram conversões genuínas ou não, não sabemos, mas o fato é que esse evento teria grande influência na história da Igreja. Os Francos dominavam a Gália, região que hoje é a França, que se tornou uma grande base missionária que saia em direção a Espanha árabe. Mais para frente veremos que os francos tornaram-se um grande apoio para o papado romano na idade média.
2) Ele organizou os cristãos em torno de mosteiros. Daqui partiu a evangelização da Escócia.
No próxima aula, veremos o pano de fundo teológico desse período.
Como era entendido a relação entre as pessoas da trindade, cristologia (as naturezas de Cristo) e antropologia (o processo de salvação do homem)