2. O que é Teologia?
Composta de duas palavras gregas (Theos e
logos), a teologia, etimologicamente, é um
tratado sobre Deus. Neste sentido, antes de ter
sido usada pelos autores cristãos, foi usada pelos
escritores gregos, o que significa que se pode e se
deve distinguir entre uma teologia natural
(teodiceia) e uma teologia sobrenatural. Outro
sinônimo seu, em uso desde o tempo da
Escolástica, é o de "doutrina sagrada".
3. Ciência da Fé
Na expressão acertada de Karl Rahner (1904-1984),
teologia é "a explanação e explicação consciente e
metodológica da Revelação divina, recebida e
aprendida na fé".
Nesta formulação estão presentes os elementos
identificadores de uma autêntica teologia cristã. Trata-
se, de fato, de "ciência da fé", entendida como esforço
humano para compreender e interpretar a experiência
de fé de uma comunidade e comunicá-la em linguagem
e símbolos.
4. A Comunidade Fiel
Teologia se faz dentro da Comunidade eclesial
e como serviço ao Povo de Deus. Com efeito,
trata-se de "teologia da fé" e fé é "fé da
Igreja". É na Comunidade eclesial que essa fé
nasce, cresce e se mantém. Assim, teologia não
é uma atividade privada, mas essencialmente
eclesial.
5. Refletir um Encontro
Na Comunidade eclesial a fé é testemunhada
primeiramente no querigma (anúncio) e só
depois transmitida na didaskalia (ensino). A
teologia não reflete, em primeiro lugar, uma
doutrina, mas a própria Revelação, entendida
como "verdade-evento": o acontecimento da
Verdade salvífica na História, acolhida na fé.
6. Componentes Essenciais
A teologia, além de ler no passado, tem também o
encargo de atualizar as verdades da fé para os
homens de cada época, respondendo às suas
perguntas, inquietações e esperanças, com a
linguagem que lhes é própria. Para tal, é preciso um
olho retrospectivo, que olha para a revelação e a fé;
e um prospectivo, que se lança para o presente e o
futuro, a fim de os iluminar com a luz da fé. Duas
tarefas que, unidas, formam a chamada hermenêutica
e que exigem do teólogo o difícil e arriscado
empenho de conjugar a fidelidade e a criatividade.
7. Depositum Fidei
A transmissão da Revelação divina se faz pela
Tradição apostólica e pela Escritura, estreitamente
unidas entre si e reciprocamente comunicantes.
Ambas, de fato, promanam da mesma fonte e, de
certo modo, tendem ao mesmo fim.
Embora a Revelação esteja terminada, pois Cristo é
o mediador pleno da inteira auto-manifestação
divina, ela ainda não está "explicitada" por
completo. Cabe à fé cristã no decorrer dos tempos
captar todo o seu alcance...
8. Teologia é Cristologia
Cristo é o centro, o objetivo e a plenitude da
Revelação. A fé da Igreja confessa e anuncia
que a autocomunicação de Deus se deu em
plenitude na pessoa histórica de Jesus Cristo,
mediador entre o Pai e a Humanidade, pois o
“Verbo se fez carne”. É por isso que, na
perspectiva cristã, toda a Bíblia deve ser lida
à luz de Cristo, de sua palavra e de sua vida.
9. A Doutrina de Deus
A doutrina de Deus é o ponto central de grande
parte do restante da Teologia. Pode-se até
considerar que o conceito de Deus adotado por uma
pessoa fornece toda a estrutura dentro da qual ela
constrói sua teologia e vive sua vida.
Muitas vezes surgem problemas e dificuldades por
falta de uma compreensão adequada de Deus. A
primeira se dá no nível popular ou prático, a outra
num nível mais “elevado”.
10. Imanência e Transcendência
Um importante par de ênfase que devemos preservar com
toca certeza é a da doutrina da imanência de Deus em
sua criação e da sua transcendência em elação a ela.
Ambas as verdades são ensinadas na Escrituras.
O significado fundamental da imanência é que Deus está
presente e ativo dentro da sua criação e da raça humano.
O significado da transcendência é que Deus não é uma
mera qualidade da natureza ou da humanidade. É
importante manter junto essas duas doutrinas, mesmo que
nem sempre seja fácil.
11. Classificação dos Atributos
Na tentativa de compreender Deus, vários sistemas
de classificações têm sido elaborados. No geral, a
classificação se situa em duas dimensões, os
chamados atributos naturais e morais.
A grandeza de Deus (Espiritualidade, Vida,
Personalidade, Infinitude, Constância)
A Bondade de Deus (Pureza moral, Integridade,
Amor)
12. Classificação dos Atributos
A grandeza de Deus
Espiritualidade,
Vida,
Personalidade,
Infinitude (espaço, tempo, conhecimento, poder)
Constância
13. Classificação dos Atributos
A Bondade de Deus
Pureza moral
> santidade, retidão, justiça
Integridade
> Genuinidade (ser), veracidade (dizer), fidelidade
(provar)
Amor
> Benevolente, Gratuito, Misericordioso, Persistente
14. O que é Cristologia
A Cristologia é o estudo sobre Jesus Cristo, é um tratado
central da teologia sendo que Jesus Cristo é o revelador do
Pai e do Espírito Santo. O conteúdo deste tratado pode ser
dividido em duas parte:
O estudo da pessoa de Cristo como tal, o qual procura-se
aprofundar o mistério da encarnação do Verbo, ou seja, a
união Hipostática e suas propriedades.
O estudo da obra salvífica de Jesus ou a soteriologia, que
compreende a vida pública a morte, a ressurreição, a
ascensão de Cristo e o Pentecostes como evento salvíficos.
15. Tipo de Cristologia
A Cristologia Ascendente parte do aspecto humano de
Jesus, particularmente da figura do servo de Javé,
obediente até a morte e que recebe o título de Kýrios após a
sua ressurreição.
A Cristologia Descendente o qual parte da divindade de
Jesus considerando-o Deus feito homem. Afirma a sua pré-
existência, o seu nascimento humano no seio da Virgem
Maria, que viveu neste mundo como homem em tudo menos
no pecado e que por fim voltou ao Pai fazendo sua
humanidade ressuscitada compartilhar com a glória de
Deus.
16. História e Fé
A consequência dessa forma de ler a história do Evangelho
com a lente do método histórico-crítico é que surgem duas
pessoas distintas: o Jesus histórico que pregou o amor e o
perdão, e o Cristo que foi inventado pelos primeiros
seguidores de Jesus.
Ficamos com um aparente dilema de sermos forçados a
escolher entre o "Jesus da história" e o "Cristo da fé".
Ratzinger afirma resolver esse dilema no Credo. Aqui, o
"Cristo da fé", o Cristo em quem cremos, é o "Jesus da
história", que foi concebido e nascido, sofreu e morreu,
ressuscitou e ascendeu aos céus.