O documento discute as principais heresias e ameaças à doutrina cristã nos primeiros séculos, incluindo gnosticismo, maniqueísmo e neoplatonismo. Também aborda hereges como Montano, os monarquianos e o donatismo. Apesar dos desafios, a Igreja foi forçada a desenvolver defesas como o cânon bíblico e credos para refutar os erros e fortalecer a fé.
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A Luta Contra Heresias e Pela Pureza Doutrinária
1. A Luta Pela Sobrevivência 100-313
Fábulas ou Sã Doutrina?
2. “O erro nunca se
apresenta em toda a
sua crueza, a fim de
não ser descoberto.
Antes, veste-se
elegantemente, para
que os incautos
creiam que é mais
verdadeiro do que a
própria verdade.”
Irineu de Lião
3. Ao mesmo tempo em que lutava para
preservar a sua existência diante das
tentativas do Estado Romano acabar com
ela, a Igreja lutava também para
preservar a pureza da doutrina.
4. O Concílio de Jerusalém não encerrou o problema.
Judaísmo e o seu monoteísmo.
Ao pensarem em Cristo e na salvação, tinham a tendência de
diluir a fé com sua herança judaica.
Os ebionitas.
Eles acreditava, que a lei judaica era a maior expressão da
vontade de Deus e continuava válida para o homem.
Para eles, Jesus era o filho de José que alcançou certo grau
de divindade.
Não havia salvação fora da circuncisão e da lei de Moisés.
5. O maior perigo para a pureza doutrinária
da fé cristã veio da filosofia grega. O
número de gentios convertidos ao
cristianismo foi muito maior do que o de
judeus. Entre estes estavam muitos
filósofos que queriam combinar
cristianismo com filosofia, ou vestir a
filosofia pagã com uma roupagem cristã.
6. A maior das ameaças filosóficas.
A tradição cristã associou a origem do gnosticismo com
Simão Mago.
Surge do desejo naturalmente humano de criar uma
teodicéia.
O dualismo era um dos principais fundamentos do
gnosticismo.
O vazio entre Deus e o mundo da matéria era
preenchido pela ideia de um demiurgo, que seria o
Javé do Antigo Testamento, por quem tinham total
antipatia.
7. Para explicar Cristo, eles adotaram a doutrina
conhecida como docetismo.
A tarefa de Cristo era ensinar uma gnose ou
conhecimento especial que ajudaria o homem a se
salvar por um processo intelectual.
Não havia lugar para a ressurreição do corpo.
A Ceia não era observada pois envolvia o uso do
vinho e do pão, que eram materiais e, portanto,
estavam ligados ao mal.
8. Existiram inúmeros grupos gnósticos com variadas
ideias próprias.
Saturnino, Basilides e Marcião são os principais
nomes do gnosticismo dos primeiros séculos.
O cânon do Novo Testamento formado por Marcião
forçou a igreja a discutir esse assunto.
Houve a ênfase no ofício do bispo como o centro da
unidade contra a heresia.
9. Fundado por Mani ou Maniqueu (216-277), da
Mesopotâmia, que desenvolveu seu peculiar sistema
filosófico em meados do século III.
Mani cria em dois princípios eternos e opostos.
A salvação era uma questão de libertar a luz da alma
que estava escravizada à matéria do corpo. Essa
libertação poderia ser conseguida através da exposição
à luz, Cristo.
A elite ou os perfeitos constituíam a casta sacerdotal
desse grupo. Viviam asceticamente e cumpriam certos
ritos essenciais à libertação da luz.
10. O maniqueísmo exaltava a tal ponto a vida
ascética que considerava o instinto sexual um mal
e enfatizava a superioridade do estado civil
solteiro.
Exerceu muita influência por bom tempo após a
morte de Mani na Pérsia.
Agostinho, em sua busca pela verdade, foi
discípulo dos maniqueístas durante 12 anos.
Depois da sua conversão, se empenhou em refutar
energicamente essa filosofia em Contra os
Maniqueístas.
11. Nasceu na Alexandria como obra de Amônio Saccas
(174-242), que era filhos de pais cristãos.
Orígenes, um dos pais da Igreja, e um homem
chamado Plotino foram seus alunos.
Os neoplatonistas viam o Ser absoluto como uma
fonte transcendental de tudo o que existe e da qual
tudo foi criado por um processo de emanação.
O objetivo do universo era a reabsorção na essência
divina de onde tudo viera.
12. Seguem um tipo metafísico de misticismo, em que a
essência espiritual do homem é absorvida
misticamente pelo ser divino em experiências
ocasionais, aqui e ali.
A experiência de êxtase era o estado mais elevado a
que se podia chegar nesta vida.
O Imperador Juliano, conhecido como “o Apóstata”,
abraçou essa filosofia durante seu governo, de 361
a 363, procurou fazer dela a religião do Império.
13. Certa heresias nasceram através de
interpretações equivocadas ou ênfases
exageradas do significado do cristianismo e
das suas doutrinas fundamentais. Essas
heresias foram extremamente nocivas ao
cristianismo, uma vez que grande parte da
energia que poderia ser gasta na obra de
evangelização teve de ser dirigida para a
tarefa de refutar esses erros.
14. O montanismo surgiu na Frígia após 155, como uma
tentativa da parte de Montano em resolver os problemas
do formalismo na Igreja e da dependência da Igreja de
uma liderança humana, quando deveria depender do
Espírito Santo.
Montano desenvolveu uma doutrina da inspiração como
imediata e contínua e se colocou a si mesmo como
advogado através de quem o Espírito Santo falava à
Igreja.
Possuía uma escatologia extremamente extravagante.
Praticavam um rigoroso ascetismo.
Tertuliano, achou as doutrinas do montanhismo atraentes
e tornou-se um montanista.
15. Erraram em destacar excessivamente a unidade de
Deus em oposição a qualquer tentativa de concebê-
lo como três personalidades distintas.
Desenvolveram uma forma primitiva de
unitarismo.
O problema deles foi como relacionar Cristo a
Deus.
O monarquianismo foi desenvolvido no século III
por Paulo de Samósata, sua tentativa de defender o
monoteísmo tirou do cristão seu Salvador divino.
16. Proponente do monarquianismo, desenvolvido por
Sabélio por volta do ano 200, estava decidido a
evitar qualquer risco de triteísmo.
Ensinava uma trindade de manifestação de formas
e não de essência.
Essa doutrina negava uma personalidade separada
para Cristo.
18. Pode-se dizer que as consequências das
controvérsias, dos erros teológicos e das heresias
nem sempre foram negativas. A Igreja foi forçada a
desenvolver um cânon autorizado da Bíblia e a
formular credos, como as regras de fé de Tertuliano
e Irineu, que resumiam os ensinamentos
fundamentais da Bíblia. A necessidade de responder
às teologias falsas estimulou o crescimento da
teologia cristã.
Notas do Editor
As multidões que se convertiam nesses primeiros séculos não vinham sem a sua bagagem cultural, pelo contrário, elas traziam para dentro do cristianismo suas experiências e conhecimentos próprios. Isso por um lado é um bom sinal, pois o evangelho havia alcançado o mundo, mas por outro surgiram aqueles que queriam criar doutrinas que convivessem com toda essa diversidade de opiniões.
Surgiram então as heresias legalistas, as filosóficas e ainda as heresias que nasciam de erros teológicos.
Alguém poderia pensar que o Concílio de Jerusalém resolveu esse problema, de deixar os gentios livres das exigências da lei judaica, mas isso não aconteceu.
Era difícil para o povo Judeu conciliar a ideia da divindade de Cristo, então a fé apenas em Jesus parecia algo simplório demais, acabavam sempre voltando as imposições da lei como parte da salvação.
Os ebionitas também pregavam que Jesus não havia abolido a lei mosaica. Para eles Jesus não havia nascido da virgem Maria, mas era filho de José. Paulo para eles era um apóstata, não era um apóstolo e eles rejeitaram o NT, tinham apenas o evangelho dos Ebionitas, que era uma versão menor de Mateus escrito em hebraico.
Chegou ao máximo da sua influência no ano 150. Você percebe o gnosticismo sendo combatido pelos apóstolos no NT, Paulo em colossense, João na primeira epístola...
Atos 8.9-24, Irineu no seu livro chamado “Contra Heresias” ele faz essa associação.
Isto é uma explicação para a origem do mal. Não foi difícil chegarem a conclusão de como Deus é bom e é espírito, o homem é mal e é espírito e matéria, logo, a matéria é má.
Defendem a separação entre o mundo material e espiritual, para eles essa separação é tão grande que Deus não poderia ter criado esse mundo material. Mas como explicar a criação?
Demiurgo (Platão) é uma emanação de Deus com menos espírito e com uma quantidade de matéria, essa quantidade de matéria foi suficiente para criar o mundo material mau.
Como a matéria é má, Jesus não poderia vir em carne, Jesus era um fantasma com aparência de corpo material.
A salvação poderia começar pela fé, mas era a gnose especial de Cristo quem levava a alma ao processo de salvação.
No livro Contra Heresias, de Irineu, é possível observar quão numerosos eram esses grupos e quão variadas eram suas ideias.
Marcião foi muito influente na igreja de Roma (138), ele formou seu próprio cânon. Ele odiava a bíblia hebraica e o Deus do AT. Foi expulso da igreja romana por conta das suas ideias e fundou a sua própria igreja.
3) –
4) Isso vai posteriormente desenvolver essa proeminência do bispo romano.
2) O homem primitivo surgiu por emanação de um ser que, por sua vez, era uma emanação superior do chefe do reino da luz. Oposto ao rei da luz, havia o rei das trevas, que enganava o homem primitivo fazendo com que ele se tornasse um ser que misturava luz e trevas. A alma do homem ligava-o com o reino da luz, mas seu corpo o levava a ser escravo do reino das trevas.
3) –
4) Também existiam os auditores ou ouvintes, que eram as pessoas satisfaziam as necessidades físicas desse grupo eleito e, dessa forma, poderiam participar da salvação.
1) O maniqueísmo pode ter contribuído com o surgimento de uma classe sacerdotal no seio da Igreja, um grupo do clero separado do resto dos crentes, que eram considerados leigos.
Existem basicamente 3 tipos de misticismo (crença de que o ser humano pode comunicar-se com a divindade ou receber dela sinais ou mensagens), e eles existem desde o início da história da igreja. O metafísico conforme vemos aqui, hoje quem segue isso? Budismo é o principal representante. Temos o misticismo epistemológico que diz que todo conhecimento que temos de Deus vem a nós por intuição ou pela iluminação espiritual, aí muitos evangélicos inclusive, subordinam a bíblia à essa luz interior. E o misticismo ético e espiritual, onde o cristianismo se encaixa, nos relacionamos com Deus por meio de Cristo e do ES que habita em nós.
A pessoa busca uma vida de contemplação e procura pela intuição mística, conhecer a Deus e ser absorvido naquele de onde tudo veio.
Agostinho também seguiu por um tempo o Neoplatonismo. Essa heresia certamente contribuiu para o crescimento do misticismo no cristianismo. Desapareceu no início do sexto século.
Essa tentativa de combater o formalismo e a organização humana fez com que Montano reafirmasse as doutrinas do ES e da Segunda Vinda. Só que, geralmente, quando isso acontece a tendência desse tipo de movimento e cair no extremo oposto e formular um monte de fábulas.
Ele afirmou que o ES falava através dele da mesma forma que fez com Paulo e os outros apóstolos.
Ele afirmou que o reino celestial de Cristo seria instaurado na Frígia, e que ele mesmo teria um papel de proeminência nesse reino.
Não podia casar de novo nem quando o cônjuge morresse e a alimentação deveria ser apenas de frutos.
O Concílio de Constantinopla (381), declarou os montanistas como pagãos.
Ensinava que Cristo não era divino mas apenas um homem que, pela justiça alcançou a divindade e o caráter de salvador.
Deus se manifestou como Pai no AT, como Filho para redimir o homem e como ES após a ressurreição de Cristo. Não havia 3 pessoa em Deus, mas 3 manifestações.
Tem sido aparecido atualmente em igrejas pentecostais chamadas Nova Visão ou Jesus Somente.
A igreja oriental dizia que a páscoa deveria ser comemorada no calendário judaico, independentemente do dia da semana em que cairia. Em 155 o bispo de Roma, Aniceto, foi contrário à posição de Policarpo da Ásia, dizendo que deveria ser comemorado no domingo depois do dia 14 de Nisã. Essa questão foi um estopim que no ano 190 culminaria na excomunhão das igrejas da Ásia. As igrejas ocidental e oriental só chegam a um acordo em 325 no Concílio de Nicéia, quando prevaleceu o ponto de vista Ocidental.
Surge por volta de 312 por consequência da perseguição movida por Diocleciano. Donato dizia que alguém que tivesse sido um traidor no tempo da perseguição não poderia ser um pastor, bispo, que a traição era um pecado imperdoável e que isso invalidaria os batismo que esse pastor tivesse realizado ou coisas do tipo, Agostinho vai escrever muito sobre esse problema da autoridade na Igreja. Um sínodo reunido em Roma decidiu que a validade de uma ordenança não depende da moral de quem a administra.