2. Teologia Fundamental
1. Qual seria uma boa descrição para dizer o que é
teologia ?
2. Por que a verdadeira teologia tem de ser
eclesial?
3. Em que consiste a Revelação?
4. Como a prática cristã e a doutrina entram no
estudo da teologia?
3. Teologia Fundamental
1. Por isso, se diz que a teologia é a reflexão
sistemática sobre a revelação ou a ciência da fé,
em latim, intellectus fidei, a fé como ciência.
2. Teologia se faz dentro da Comunidade eclesial
e como serviço ao Povo de Deus. Com efeito,
trata-se de "teologia da fé" e fé é "fé da Igreja".
4. Teologia Fundamental
3. O projeto divino da Revelação realiza-se ao mesmo
tempo "por ações e por palavras ligadas entre si e que se
iluminam mutuamente". Por etapas Deus vai se revelando
e pedagogicamente conduz seu povo a acolher esta sua
auto-revelação que culmina na pessoa e missão de Jesus
de Nazaré, seu Verbo encarnado.
4. a prática cristã ilumina a fé e contribui para o
conhecimento teológico. Aliás, toda a realidade pode
tornar-se lugar teológico, ou seja, manifestação da
presença salvífica de Deus
5. A Organização da Teologia
A teologia é uma reflexão sistemática, isto é,
exige uma organização teórica, mesmo que
tenha como objetivo refletir a fé e enriquecê-la.
A teologia está dividida em duas grandes áreas,
desdobradas em vários seguimentos. De um lado
temos a teologia bíblica, do outro situa-se a
chamada teologia sistemática.
6. Teologia Sistemática
A teologia sistemática, sempre fundamentada nos
estudos bíblicos, vai ser a parte da teologia
responsavel por narrar a história dos dogmas, da
doutrina, procurando, ao mesmo tempo, atualizar o
conteúdo.
Para haver tal tipo de organização, esta se divide
em tratados fundamentais como: teologia
fundamental, cristologia, pneumatologia,
eclesiologia, antropologia teológica, trindade,
escatologia, mariologia, etc e etc...
7. A Doutrina de Deus
A doutrina de Deus é o ponto central de grande
parte do restante da Teologia. Pode-se até
considerar que o conceito de Deus adotado por uma
pessoa fornece toda a estrutura dentro da qual ela
constrói sua teologia e vive sua vida.
Muitas vezes surgem problemas e dificuldades por
falta de uma compreensão adequada de Deus. A
primeira se dá no nível popular ou prático, a outra
num nível mais “elevado”.
8. Imanência e Transcendência
Um importante par de ênfase que devemos preservar com
toca certeza é a da doutrina da imanência de Deus em
sua criação e da sua transcendência em elação a ela.
Ambas as verdades são ensinadas na Escrituras.
O significado fundamental da imanência é que Deus está
presente e ativo dentro da sua criação e da raça humano.
O significado da transcendência é que Deus não é uma
mera qualidade da natureza ou da humanidade. É
importante manter junto essas duas doutrinas, mesmo que
nem sempre seja fácil.
9. Implicação da Imanência
Deus não se limita agir diretamente para
cumprir seus objetivos.
Deus pode usar pessoas e organizações que não
sejam cristãs.
Devemos ter apreço por todas as coisas criadas
por Deus. O mundo é de Deus, e Ele está
presente e ativo no mundo.
Podemos conhecer Deus por meio da Criação
Há pontos em que o Evangelho pode fazer
contato com o descrente.
10. Implicação da Transcendência
Existe algo mais elevado que os seres humanos.
Deus nunca pode ser completamente determinado
pelos conceitos humanos.
Nossa salvação não é conquista nossa.
Sempre haverá uma diferença entre Deus e os seres
humanos.
A reverencia é adequada em nosso relacionamento
com Deus.
Buscaremos a obra genuinamente transcendente de
Deus.
11. A Natureza dos atributos
Para compreendermos a relação entre Deus e a
criação, é importante compreender sua natureza.
Quando falamos dos atributos de Deus, estamos
nos referindo àquelas qualidades de Deus que
constituem o que Ele é. São as próprias
características de sua natureza. É importante
não confundir atributos com propriedades.
12. Classificação dos Atributos
Na tentativa de compreender Deus, vários sistemas
de classificações têm sido elaborados. No geral, a
classificação se situa em duas dimensões, os
chamados atributos naturais e morais.
A grandeza de Deus (Espiritualidade, Vida,
Personalidade, Infinitude, Constância)
A Bondade de Deus (Pureza moral, Integridade,
Amor)
14. Espiritualidade
Entre os mais básicos dos atributos de grandeza
de Deus está o fato de que ele é espírito; ou seja,
ele não é composto de matéria e não possui
natureza física.
Disse Jesus: “Deus é espírito, e importa que
seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade” Jo 4,24.
15. Vida
Outro atributo de grandeza é o fato de Deus está
vivo. Ele é caracterizado pela vida. Isso é
afirmado na escritura de várias maneiras. Ele
não apenas possui vida, mas possui um tipo de
vida diferente da vida de todos os outros seres
vivos. Enquanto todos os outros seres vivos tem
sua vida em Deus, Ele não deriva sua vida de
nenhuma fonte externa.
16. Personalidade
Além de ser espiritual e vivo, Deus é pessoal. Ele
é um ser individual, com autoconsciência e
vontade, capaz de sentir, escolher e ter um
relacionamento recíproco com outros seres
pessoais e sociais. De outro modo, ele é Alguém
e não algo, por isso, Deus é fim em si , não mero
meio para atingir um fim. Ele tem valor pelo que
é em si, não pelo que faz (pode nos dar).
17. Infinitude
Deus é infinito. Isso significa não apenas que
Deus é ilimitado, mas que é ilimitável. Nesse
aspecto, Deus é diferente de qualquer coisa
dentro de nossa experiência.
Ele é ilimitado e ilimitável quanto a espaço,
tempo, conhecimento e poder.
18. Infinitude - Espaço
Aqui temos o que normalmente se chama de
imensidão e onipresença.
Nenhum lugar conclui o estar de Deus. Pois, ao
criar o espaço, Ele está fora de qualquer lugar.
Todavia, não há nenhum lugar onde Ele não
possa estar.
19. Infinitude - Tempo
O fato de Deus não ser limitado pelo tempo
significa que o tempo não se aplica a Ele. Deus é
aquele que sempre é. Ele foi, Ele é, Ele será.
O fato de Deus não ser limitado pelo tempo não
significa que ele não tem consciência da
sucessão de pontos do tempo. Ele está ciente do
que está acontecendo, do que aconteceu e do que
ira acontecer.
20. Infinitude - Conhecimento
A infinitude de Deus também pode ser considerada
no quis respeito aos objetos de conhecimento. Seus
entendimento é incomensurável (Sl 147).
Outro fato implicado nesse conhecimento é a
sabedoria de Deus. Com isso, quer-se dizer que
quando Deus age, Ele considera todos os fatos e
todos os valores corretos conhecendo todas as
coisas, Deus sabe o que é bom e é justo.
21. Infinitude - Poder
Por fim, a infinitude de Deus também pode ser
considerada em relação ao que tradicionalmente
é conhecido como a onipotência de Deus. Com
isso, se quer dizer que Deus é capaz de fazer
todas as cosias que sejam dignas de seu poder.
Além de seu poder cósmico (sobre a natureza), a
onipotência também se evidencia em seu
controle sobre o curso da história.
22. Constância
Em algumas partes das Escrituras, Deus é descrito como
imutável. Esta constância divina abrange vários aspectos.
Em primeiro lugar, não existe mudança quantitativa. Nãos
não pode crescer em nada, porque já é a perfeição. Assim
como não pode decrescer, ou deixaria de ser Deus.
Também não há mudanças qualitativas. A natureza de
Deus não sofre modificações, por isso, ele não muda suas
ideias, planos ou ações, pois firma-se em sua natureza,
que permanece imutável, não importa o que aconteça.
24. A Bondade de Deus
Se as qualidades de grandeza citadas fossem os
únicos atributos de Deus, Ele poderia ser
considerado um ser imoral ou amoral, utilizando
seu poder e conhecimento de uma forma
caprichosa e cruel. Mas o Deus de Jesus Cristo
é um Deus bom, em que se pode confiar, a quem
se pode amar. Ele possui atributos de bondades
assim como de grandeza.
25. Pureza Moral
Por pureza moral refere-se a isenção absoluta de
Deus em relação a tudo que seja perverso ou
mau.
Sua pureza inclui as dimensões de santidade,
retidão e justiça.
26. Santidade de Deus
Há dois aspectos básicos na santidade de Deus:
O primeiro é a sua singularidade. Ele está totalmente
separado de toda a criação. A palavra hebraica SANTO
(Qãdõsh) significa “marcado” ou “removido do uso
comum, ordinário”. Deriva do verbo “cortar”,
“separar”
Outro aspecto da santidade de Deus é sua absoluta
pureza ou bondade. Isso significa que ele não é atingido
nem manchando pelo mal que existe no mundo. Ele não
participa do mal em sentido algum.
27. Retidão de Deus
A segunda característica da pureza moral de Deus é sua
retidão. Isso é algo como a santidade de Deus aplicada a
seu relacionamento com outros seres. A sua retidão
significa, acima de tudo, que a Lei de Deus, sendo
expressão fiel de sua natureza, é tão perfeita quanto Ele.
Ele só ordena o que é correto e verdadeiro. A sua retidão
ainda pode ser entendida da seguinte forma: seus atos
estão de acordo com a lei que ele mesmo estabeleceu.
É certo por que Deus quer, ou Ele quer por que é certo?
28. Justiça de Deus
A retidão descrita anteriormente é a retidão
pessoal ou individual de Deus. Sua Justiça é a
sua retidão oficial, sua exigência de que outros
agentes morais obedeçam igualmente aos
mesmos padrões.
A justiça de Deus significa que ele é justo na
aplicação de sua Lei. Ele não mostra favoritismo
ou parcialidade. Não importa quem somos.
29. Integridade
O conjunto de atributos que geralmente se classifica
como integridade está relacionado com a questão
da verdade. A verdade se manifesta em três
dimensões: (1) genuinidade, ser verdadeiro; (2)
veracidade, dizer a verdade; (3) fidelidade, provar-
se verdadeiro.
Normalmente pensamos que a verdade se manifesta
primeiramente ao dizer a verdade, mas a
genuinidade é a dimensão mais básica da verdade.
As outras derivam dela.
30. Integridade - Genuinidade
A dimensão mais básica da integridade divina é a
genuinidade de Deus. Ele não é um ídolo, um falso
deus. Deus é real, não é fabricado, não é construído
nem é imitação; como são todos os outros que se
alegam deuses.
Deus é o que aparenta ser. Essa é uma grande parte
de sua natureza verdadeira. Deus não apenas
parece incorporar as qualidades de grandeza e de
bondade que estamos examinando. Ele é de fato
esses atributos.
31. Integridade - Veracidade
A veracidade é a segunda dimensão da natureza
verdadeira de Deus. Ele apresenta as coisas
como de fato são. Deus não pode mentir, a
mentira é contraditória a sua própria natureza.
Deus pede que seu povo seja honesto em todas
as situações. Um Deus da Verdade é mais bem
servido pela apresentação da verdade.
32. Integridade - Fidelidade
Se a genuinidade de Deus diz respeito ao fato de ser
ele verdadeiro e a sua veracidade, ao fato de dizer a
verdade. Então a sua fidelidade significa que ele se
prova verdadeiro. Deus mantém todas as promessas.
A fidelidade de Deus é demonstrada repetidas vezes
ao longo da Bíblia. Deus prova ser um Deus que
sempre cumpre tudo o que diz que fará.
33. DEUS é AMOR
Quando pensamos nos atributos morais de Deus,
talvez nos venha à mente em primeiro lugar o
conjunto de atributos classificados de amor. Muitos
consideram o atributo básico, a própria natureza de
Deus. Em geral, o amor de Deus pode ser entendido
como sua doação ou partilhar eterno de si mesmo.
As dimensões básicas do amor de Deus para
conosco são: benevolência, graça, misericórdia e
persistência.
34. DEUS é AMOR
Quando pensamos nos atributos morais de Deus,
talvez nos venha à mente em primeiro lugar o
conjunto de atributos classificados de amor. Muitos
consideram o atributo básico, a própria natureza de
Deus. Em geral, o amor de Deus pode ser entendido
como sua doação ou partilhar eterno de si mesmo.
As dimensões básicas do amor de Deus para
conosco são: benevolência, graça, misericórdia e
persistência.
35. Amor Benevolente
A benevolência é a dimensão fundamental do
amor de Deus. Com isso queremos nos referir ao
cuidado de Deus com o bem-estar de todos a
quem ama. Ele busca de forma altruísta o nosso
máximo bem-estar.
O amor de Deus é um interesse altruísta por nós,
em nosso beneficio. É Ágape, não Eros.
36. Amor Gratuito
A graça é outro atributo que faz parte do amor multiforme
de Deus. Por graça, queremos dizer que Deus, ao lidar
com a humanidade, não se baseia nos méritos, valor ou
merecimento das pessoas, mas em suas necessidades. Em
outras palavras, lida com elas baseando-se em sua
própria bondade e generosidade.
A benevolência implica que Ele quer nosso bem, mas
poderia querer exigindo algo em troca, nossos méritos. Já
a Graça significa que nos supre de favores imerecidos,
sem nos exigir nada.
37. Amor Misericordioso
A misericórdia de Deus é sua compaixão terna e
amorosa pela humanidade, de modo especial
pelo seu Povo. É seu coração afetuoso com o
necessitado.
A graça vê os homens pecadores, culpados e
condenados. A misericórdia os vê miseráveis e
necessitados.
38. Amor Persistente
A ultima dimensão do amor de Deus é a
persistência. Deus adia o julgamento e continua a
oferecer salvação e graça por longos períodos.
A longanimidade de Deus foi especialmente nítida
com Israel, isto está muito claro nos relatos
bíblicos, há ali um derramamento de sua fidelidade
para com aquele povo. Mas a paciência de Deus
não se limitou a relação com Israel, se estendeu
para toda a humanidade. Deus aguarda pelo nosso
sim.