1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DOENÇAS OCUPACIONAIS
ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA
Prof: Moizés Martins Junior
2. CCoonncceeiittoo ddee SSaaúúddee
Um estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não apenas a ausência de
doença.
OMS,1946
3. CCoonncceeiittoo ddee SSaaúúddee
• Saúde é a resultante das condições de
alimentação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra, acesso a serviços de
saúde.... resultado de formas de organização
social e de produção, as quais podem gerar
profundas desigualdades no modo de vida da
população.
8a. Conferência Nacional de Saúde
4. Conceitos de Doença // QQuuaalliiddaaddee ddee vviiddaa
• A doença é um sinal da alteração do
equilíbrio homem-ambiente, estatisticamente
relevante e precocemente calculável,
produzida pelas transformações produtivas,
territoriais, demográficas e culturais.
• A qualidade de vida resulta da adequação
das condições sócio-ambientais às exigências
humanas.
5. Quem gera o risco deve ser
responsável pelo sseeuu ccoonnttrroollee oouu
pela reparação dos danos causados
6. Riscos Ambientais - Legislação
• Constituição Federal- Artigo 7º - São
direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à
melhoria de ssuuaa ccoonnddiiççããoo ssoocciiaall
• XXII - redução dos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança.
• Art. 39º- Inclui os Servidores Públicos
7. Riscos Ambientais - Legislação
• Consolidação das Leis do Trabalho-
Decreto Lei 5.452, de 1º de Maio de 1943-
Capítulo V da C.L.T
• Artigos 154 ao 220011-- DDiissppõõeemm ssoobbrree
direitos e deveres dos empregados e
empregadores frente a matéria
8. Riscos Ambientais- Legislação
• Artigo 157 da C.L.T - Cabe às empresas:
• I- Cumprir e fazer cumprir as Normas de
segurança e medicina do trabalho
• II- Instruir os empregados, aattrraavvééss ddee
ordem de serviço, quanto às precauções
a tomar no sentido de evitar acidentes do
trabalho ou doenças ocupacionais
9. Riscos Ambientais - Legislação
• Artigo 157 da C.L.T- Continuação
• III- Adotar as medidas que lhes sejam
determinadas pelo órgão regional
ccoommppeetteennttee
• VI- Facilitar o exercício da fiscalização
pela autoridade competente
10. Riscos Ambientais- Legislação
• Artigo 158 da C.L.T- Cabe aos
empregados:
• I- Observar as normas de Segurança e
medicina do trabalho, iinncclluussiivvee aass
instruções de que trata o item II do Artigo
Anterior
• II- Colaborar com a empresa na aplicação
dos dispositivos deste capítulo
11. Riscos Ambientais- Legislação
• Artigo 158- Parágrafo único
• Constitui ato faltoso do empregado a
recusa injustificada:
• a) à observância das instruções eexxppeeddiiddaass
pelo empregador na forma do item II do
artigo anterior
• b) ao uso do equipamento de proteção
individual fornecido pela empresa
12. Riscos Ambientais- Legislação
• Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978
• Aprova as Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do Trabalho
• Institui as 33 Normas RReegguullaammeennttaaddoorraass
NR’s que formam a base da legislação
sobre medicina e segurança do trabalho
no país
13. Art. 20 da Lei 8.213/91
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos
termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida
ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar
a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida
ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da relação mencionada no
Anexo II do Dec 3.048/99Regulamento da Prev
Social
14. Art. 20 da Lei 8.213/91
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante
de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.
15. Primeiros registros de doenças
ocupacionais
A visão do poeta romano Lucrécio (98-
55 aC):
– “Não viste nem ouviste ccoommoo mmoorrrreemm eemm
tão pouco tempo, quando ainda tinham
tanto vida pela frente?”
16. Observações de Georgius Agrícola
(1494-1555), livro De Re Metallica
(1556):
– “Aqueles que desentranham minerais são
vítimas, pois, de grandes riscos; as
mulheres que com eelleess ccaassaamm eessttããoo
sujeitas a contraírem novas núpcias,
porque ficam logo viúvas, como aconteceu
nas minas dos Montes Cárpatos que,
houve mulheres que chegaram a ter sete
esposos.”
17. Contribuições de Bernardino Ramazzini
(1633-1714), livro De Morbis Artificum
Diatriba (“As Doenças dos
Trabalhadores”):
– Preocupação e compromisso com uma classe
de pessoas habitualmente eessqquueecciiddaa ee
menosprezada pela Medicina
– Compreensão sobre a “determinação social
da doença”
18. – Contribuição metodológica para o exercício
correto da Medicina e de outras profissões,
quando voltadas às questões de saúde e
trabalho:
– Estudo da literatura
– Visitas ao llooccaall ddee ttrraabbaallhhoo
– Entrevistas com trabalhadores
– História ou anamnese ocupacional
– Estudo dos “perfís epidemiológicos” de
adoecimento, incapacidade ou morte,
segundo “profissão”
19. – Sistematização e classificação das “doenças
relacionadas com o trabalho”, segundo a
natureza e o grau de nexo com o trabalho.
– Compreensão das inter-relações entre a
Patologia do Trabalho e o Meio-Ambiente.
– Primazia da “prevenção primária”.
20. • Grupo 1: Doenças diretamente
causadas pela “nocividade da matéria
manipulada”, de natureza relativamente
específica;
• Grupo 2: Doenças pprroodduuzziiddaass ppeellaass
condições de trabalho: “posições
forçadas e inadequadas”, “operários
que passam o dia de pé, sentados,
inclinados, encurvados, etc”.
21. PREVISÃO DE RISCOS
(e antecipação de ações)
É A IDENTIFICAÇÃO DE UM RISCO EM UM
LOCAL OU ATIVIDADE AINDA NA FASE DE
PROJETO, VISANDO A INTRODUÇÃO ANTE-CIPADA
DE MEDIDAS DE CONTROLE
22. DO
RECONHECIMENTO
EXPOSIÇÃO É A PROXIMIDADE, OU O CONTATO
COM UM AGENTE DE RISCO EM QUANTIDADE
SIGNIFICATIVA, DE FORMA QUE HAJA POSSIBI-OBJETIVO
POSSIBI-LIDADE
DANO À SAÚDE DO TRABALHADOR.
23. DIFICULDADES PRÁTICAS
• DESCONHECIMENTO DA
PRESENÇA DO RISCO
• IDENTIFICAÇÃO DO RISCO
• DESCONHECIMENTO DA AÇÃO
AGRESSIVA DO RISCO
25. TODAS AS SUBSTÂNCIAS SÃO
VENENOS, NÃO HÁ NENHUMA
QUE NÃO SEJA VENENO.
A DOSE CORRETA DIFERENCIA O
VENENO DE UM MEDICAMENTO.
Paracelcius
1493-1541
(Theofrastus Bombastus von Hohenheim)
26. AGENTES DE RISCOS QUÍMICOS - GASES
GASES INERTES (CH4, N2):
ASFIXIANTE SIMPLES
CONCENTRACAO DE OXIGENIO > 18% A 1 atm
GASES TÓXICOS: CO É ASFIXIANTE QUIMICO
IIRRRRIITTAANNTTEESS:: ((HHCCll,,NNHH33))
VAPORES ( VOLÁTEIS )
BENZENO, TOLUENO
NÉVOAS
GOTÍCULAS DE LÍQUIDO RUPTURA MECANICA
27. AGENTES DE RISCOS QUÍMICOS - POEIRAS
ORIGEM MECÂNICA
ESMERIL, JATEAMENTO, PÓS DE MADEIRA
NEBLINAS (ORIGEM TÉRMICA)
GOTÍCULAS DE LÍQUIDO CCOONNDDEENNSSAADDAASS
ÁCIDO NÍTRICO, CLORIDRICO, VAPOR D’ÁGUA
FUMOS
ORIGEM TÉRMICA (VAPOR SOLIDIFICADO)
SOLDA, FUNDIÇÃO
FUMAÇA
PARTÍCULAS DA
COMBUSTÃO IMCOMPLETA, FULIGEM
29. MERCÚRIO
No âmbito ocupacional o mercúrio é absorvido pprriinncciippaallmmeennttee ppoorr
iinnaallaaççããoo oouu aattrraavvééss ddaa ppeellee..
OO HHgg éé eelliimmiinnaaddoo nnaass ffeezzeess,, nnaa uurriinnaa,, nnoo aarr eexxppiirraaddoo ee nnaa ssaalliivvaa
OO HHgg aattrraavveessssaa aa bbaarrrreeiirraa hheemmaattoo-eenncceeffáálliiccaa ee ssee aaccuummuullaa nnoo SSNNCC..
OO HHgg ddeessnnaattuurraa aass pprrootteeíínnaass ddoo ttrraattoo ggaassttrriinntteessttiinnaall ccoomm eeffeeiittooss
ccoorrrroossiivvooss..
PPPPooooddddeeee ccccaaaauuuussssaaaarrrr nnnneeeeccccrrrroooosssseeee ddddoooo ttttúúúúbbbbuuuulllloooo rrrreeeennnnaaaallll
30. OCUPACIONAL
• PPrroodduuççããoo ddee bbaatteerriiaass
• CCoorraanntteess
• LLiiggaass mmeettáálliiccaass
CHUMBO
EEXXTTRRAA-OOCCUUPPAACCIIOONNAALL
o PPrreesseennttee eemm ttiinnttaass aa bbaassee
ddee cchhuummbboo
o DDeessccaarrggaass iinndduussttrriiaaiiss
o AAlliimmeennttoo ccoonnttaammiinnaaddoo
31. DORT-Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho
• Uma “síndrome clínica” caracterizada por
dor crônica, acompanhada ou não por
alterações objetivas e que se manifesta
principalmente nnoo ppeessccooççoo,, cciinnttuurraa
escapular e /ou membros superiores em
decorrência do trabalho.
INSS/1998
32. LER-Lesões por Esforços
Repetitivos
• Resultado dos desequilíbrios entre as
exigências das tarefas e as margens
deixadas pela organização do trabalho
para que o trabalhador, nnaa rreeaalliizzaaççããoo ddee
suas tarefas, mobilize as suas
capacidades dentro das suas
possibilidades
33. Primeira Dort que se tem notícia
Depois dele, Eleazar filho de Dodô, filho de Ahohita. Ele estava
entre os três Guerreiros que acompanhavam David, quando
desafiaram os Filisteus ali reunidos para o combate. Os homens de
Israel se retiraram, mas ele permaneceu firme e combateu os
filisteus até que sua mão, fatigada, se crispou sobre a espada; e o
senhor operou uma grande vviittóórriiaa nnaaqquueellee ddiiaa..
II Samuel, Cap 23, Vesículo 9 e 10.
34. POLÍTICA DE PREVENÇÃO DE DORT NOS SUPERMERCADOS
1- Eliminação dos prêmios e gratificações que sejam baseados em aumento
do ritmo de trabalho.
2- Revisão e diminuição das metas de trabalho.
3- A proibição de horas-extras na atividade.
4- Folga obrigatória após o sexto dia de trabalho.
5- Rodízio na atividade.
6- Pausas intrajornadas – 15 minutos a cada 1,5 hora trabalhada.
7- Eliminação do gerenciamento opressor
8- Implementação de efetiva política de detecção (( PPPPRRAA,,PPCCMMSSOO ee AAEETT)),,
prevenção e reabilitação das patologias do grupo DORT com a realização
de exames médicos semestrais por profissional Médico familiarizado com a
Patologia e emissão da Comunicação de Acidentes de Trabalho- CAT para
os casos positivos.
9- Eliminação de riscos Ergonômicos nos postos de trabalho.
10- Informação para o trabalhador.
35. DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO RELACIONADAS AO
TRABALHO
O SISTEMA RESPIRATÓRIO MANTÉM A MAIOR ÁREA DO CORPO
HUMANO EM CONTATO COM O MEIO EXTERNO, COM UMA SUPERFÍCIE
ALVEOLAR DE APROXIMADAMENTE 70 m² ,
O PULMÃO É ALTAMENTE PERMEÁVEL E RICAMENTE VASCULARIZADO,
O QUE PERMITE A ABSORÇÃO DE DIVERSAS SUBSTÂNCIAS. TAIS
CARACTERÍSTICAS FACILITAM O PROCESSO DE ADOECIMENTO.
A POLUIÇÃO DO AR EM AMBIENTES DE TRABALHO ASSOCIA-SE A UMA
EXTENSA GAMA DE DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO, QUE PODEM
AFETAR DESDE O NARIZ ATÉ O ESPAÇO PLEURAL
37. PNEUMOCONIOSES
...as reações parenquimatosas aos poluentes ocupacionais
são denominadas Pneumoconioses.
Fatores Determinantes:
1. Natureza da partícula
2. Tamanho da partícula
3. Concentração por m3
4. Tempo de exposição
5. Intensidade da exposição
6. Suscetibilidade individual
38. PRINCIPAIS POLUENTES
...a poeira com sílica e as fibras de asbestos são os
principais agentes das pneumoconioses no Brasil.
Agentes Causais:
1. Poeiras Inorgânicas
2. Poeiras Orgânicas
3. Gases Tóxicos
4. Aerossóis solúveis
5. Fungos
39. Mecanismos de Penetração, Deposição e
Clearance de Aerossóis
Condições necessárias:
ü Diâmetro das partículas < 10 micra: fração respirável
ü Proporção dos Constituintes
ü Concentração
ü Superfície de contato com região alveolar
Condições fisiológicas ü rreessppiirraattóórriiaass
. Tamanho da partícula e local de deposição:
ü Partícula >10micra: nasofaringe até árvore traqueobrônquica
ü Partículas menores: depositam-se em qualquer nível
. Respostas do trato respiratório à agressão:
ü Sistema Muco-ciliar
ü Macrófagos Alveolares
40. Mecanismos Imunológicos de Defesa
. Transporte Muco-ciliar:
ü Vias aéreas proximais
ü Proporção dos Constituintes
ü Concentração
ü Superfície de contato ccoomm rreeggiiããoo aallvveeoollaarr
ü Condições fisiológicas respiratórias
. Fagocitose:
ü Vias aéreas distais: macrófagos alveolares P < 5 micra
ü Resposta celular
ü Resposta humoral
41. SILICOSE
...é a principal pneumoconiose no Brasil, envolvendo milhares de
trabalhadores em diversas atividades industriais.
Tipos de Reação Tecidual à Sílica:
1. Silicose crônica:
ü Longa latência até o surgimento de alterações radiológicas (10 anos).
ü Histologia: nódulos silicóticos, com estruturas birrefrigentes à luz
polarizada.
ü Fibrose Pulmonar: progressão da doença, com coalescência dos nódulos e
substituição do parênquima for fibras colágenas.
ü Clínica pobre, a não ser em estágios mais avançados (Cat 3 –Rx-ILO-80)
ü Grupos mais atingidos: Indústria Cerâmica, Pedreiras.
42. SILICOSE
...a silicose teve sua incidência drasticamente reduzida na América do
Norte e na Europa, quando medidas de controle ambiental foram
adotadas, como a simples aspersão de água no processo de trabalho.
Tipos de Reação Tecidual à Sílica:
2. SSiilliiccoossee SSuubb--AAgguuddaa::
ü Média latência com o surgimento de alterações radiológicas precoces (em geral após
5 anos de exposição).
ü Histologia: nódulos silicóticos, com componente inflamatório mais intenso e
descamação celular nos alvéolos.
ü Evolução radiológica mais rápida, tendência a conglomeração e grandes opacidades.
ü Clínica: sintomas respiratórios precoces e limitantes como a dispnéia.
ü Grupos mais atingidos: Cavadores de Poços e Mineradores de Ouro (subsolo).
43. SILICOSE
...a maior parte dos casos de silicose diagnosticados no Brasil provém da
mineração subterrânea de ouro, cerâmicas, fundições, pedreiras e
indústria de recuperação naval.
Tipos de Reação Tecidual à Sílica:
3.. SSiilliiccoossee AAgguuddaa::
ü Curta latência, associada a maciça exposição à sílica livre, o surgimento de
alterações radiológicas ocorrem em um período de meses a 5 anos de exposição).
ü Histologia: proteinose alveolar pulmonar associada a infiltrado inflamatório intersticial.
ü Evolução radiológica dramática, sobrevida sobrevida em geral menor que 1 ano.
ü Clínica: quadro geral e respiratório extremamente limitante.
ü Grupos mais atingidos: Jateadores de areia e trabalhadores em moagem de pedra.
44. DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS
...a exposição às fibras de amianto ocorre em uma grande número
de atividades industriais, expondo trabalhadores, familiares e
mesmo a população em geral a liberação de fibras.
Patologias:
1. Asbestose
2. Alterações Pleurais Benignas
3. Câncer de Pulmão
4. Mesotelioma
45. DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS
...muitos são os materiais que podem substituir o amianto como
fibras de vidro, pvc, pva, lã de vidro, alumínio, fibras de
celulose e de aramida.
Exposição por Ramo Industrial:
1. Construção: fibroamianto (telhas, caixas d’água, canalizações), elementos
isolantes.
2.Têxtil: roupas ou EPI que utilizam amianto (segurança).
3. Plástica: pisos vinílicos, adesivos, tintas e impermeabilizantes.
4. Automotiva: sistemas de freio e embreagem.
5. Mineração: extração e transporte de amianto.
6. Outras: naval, cloro-solda, vidros, papel e celulose, lavanderias industriais.
46. DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS
...doença pulmonar de origem ocupacional, por inalação de poeira de
amianto e caracterizada por fibrose pulmonar crônica e irreversível.
Patologias:
1. Amianto ou asbesto: fibra natural extraída de rochas: anfibólio ou crisotila.
2. População em risco: estimada em 25-30 mil trabalhadores no Brasil.
3. Prevalência: dados escassos no Brasil (Riani Costa, 25%, fibrocimento, 83).
4. Clínica: manifestações mais precoces do que as pneumoconioses nodulares.
5. Diagnóstico: radiológico: Padrão Op. Linear (ILO-80) e História Ocupacional.
6. Função Pulmonar: predomina padrão restritivo, misto/obstrutivo (tabagismo
associado), redução da difusão nas fases moderada e avançada.
7.Latência: acima de 10 anos, exposição cumulativa, “turnover” mão de obra.
47. CALCIFICAÇÕES PLEURAIS
...muito freqüentes em trabalhadores expostos ao Asbesto, costumam
aparecer após exposição de 10-20 anos, muitas vezes são a única
manifestação da exposição.
Alterações Pleurais Benignas
1. Tipo de lesão: forma de espessamento pleural em placas, pleural difuso,
derrame pleural benigno e atelectasias redondas (imagem ppsseeuuddoo--ttuummoorraall))..
2. Placas Pleurais: são as mais freqüentes patologias relacionadas ao asbesto.
3. Clínica: em geral não se associam a alterações funcionais importantes.
4. Função Pulmonar: restrição ocasional.
5. Diagnóstico: radiológico e História Ocupacional.
6. Calcificação pleural: são conseqüentes a espessamentos pleurais antigos.
7.Latência: entre 10-20 anos.
48. MESOTELIOMA PLEURAL
...oitenta por cento dos casos são relacionados à exposição ao asbesto.
Aspectos Gerais do Mesotelioma
1. Sítio de lesão: pleura, peritônio e pericárdio.
2. Curso da doença: em geral desfavorável.
3. Sobrevida: expectativa de vida de 12 meses para 20% dos portadores.
4. Diagnóstico: radiológico (tomográfico) e biópsia a céu aberto.
5. Fibras envolvidas: anfibólios em maior escala: crocidolita e amosita e,
crisotila.
6. Latência: acima de 10 a 20 anos de exposição.
49. CÂNCER DE PULMÃO
...associação entre câncer de pulmão e asbesto foi comprovada por Doll,
em 1955. O tabagismo potencializa este risco.
Aspectos Gerais do Câncer Ocupacional
1. Tipo de Câncer: tipos celulares, similar a população em geral, nos casos de
asbestose leve. Há predomínio dos adenocarcinomas quando há
asbestose moderada e grave.
2. Concomitância com Asbestose: 20% dos casos não é detectada a
asbestose radiologicamente.
3. Risco de Câncer e “Limite Seguro de Exploração da Fibra”: polêmico.
6. Latência: acima de 10 a 20 anos de exposição.
50. OUTRAS TIPOS DE PNEUMOCONIOSES
...a exposição às fibras de amianto ocorre em uma grande número
de atividades industriais, expondo trabalhadores, familiares e
mesmo a população em geral a liberação de fibras.
Patologias:
1. Poeiras Mistas: antracossilicose, silicosiderose, alumina, caulim, talcose.
2. Beriliose
3. Metais Duros: tungstênio, titânio, nióbio, vanádio, cobalto.
4.Baritose 5. Siderose
6. Estanose 6. Manganês
7. Rocha Asfáltica
51. Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade
. Asma Ocupacional:
ü Vias aéreas proximais
ü Proporção dos Constituintes
ü Concentração
ü Superfície de contato ccoomm rreeggiiããoo aallvveeoollaarr
ü Condições fisiológicas respiratórias
. Pneumonite por hipersenbilidade: poeiras
orgânicas
ü Pulmão de fazendeiro
ü PH dos criadores de pássaros
ü PH dos cultivadores de cogumelos
52. Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade
. Febre por Inalacao de fumos metálicos e de
polímeros:
ü Exposição altas concentrações de zinco e cobre
ü Combustao de plasticos fluorados: teflon
. Pneumonite tóxica:
ü Exposição a altas concentrações de gases irritantes:
amônia, cloro, NO2, berílio, cádmio, mercúrio, níquel,
vanádio e zinco.
53. Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade
...sensibilização causada por exposição recorrente a antígenos e
material orgânico inaláveis.
Patologias:
1. Pulmão do Fazendeiro:
- Agente: feno, palha, grãos mofados= Actinomycetes Thermof.
2. Bagaçose:
- Agente: cana mofada = Thermoactinomyces viridis, T.sacharii
3. Dos Lenhadores e Marceneiros:
- Agente: madeiras, serragem mofada = Alternania sp.
4. Isocianatos:
- Agente: hapteno orgânico.
54. Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade
...sensibilização causada por exposição recorrente a antígenos e
material orgânico inaláveis.
Patologias:
5. Dos Manipuladores de malte, cortiça, boldo e cogumelos:
- Agente: cascas mofadas= T.vulgaris et al
6. Dos Criadores de Aves:
- Agente: excrementos e penas = proteínas de aves.
7. Dos Manipuladores de Animais e Peixes:
- Agente: epitélio = proteínas e saprófitos.
8. Sequoise:
- Agente: poeira mofada = Pullalania sp.
55. ASMA OCUPACIONAL
...obstrução reversível das vias respiratórias causada pela
exposição a inalantes gasosos ou particulados no ambiente de
trabalho (Newman-Taylor, 80).
Desencadeamento da Broncoconstricção:
1. Reflexa: ação direta de partículas, gases, ar frio nos receptores de parede.
ü Ocorre em indivíduos com hiper-reatividade brônquica ou asma prévia.
2. Inflamatória: exposição a altas concentrações de gases ou partículas.
ü Episódicos e limitados, evolução em meses, com hiper-reatividade brônquica
3. Farmacológica: organofosforados, algodão, tolueno diisocianato, ac. plicático
ü Agentes atuam como agonistas farmacológicos (ação similar a drogas).
4. Imunológica: reação mais comum (mediada por IgE: Tipo I, II e III e IgG) ,
ü Agentes Alto PM: ações diretas Baixo PM: atuam como haptenos.
56. ASMA OCUPACIONAL
...o primeiro passo para a sua caracterização é firmar o diagnóstico
de asma brônquica.
Abordagem Clínica e Ocupacional:
1. Diagnóstico Clínico de Asma
2. História Ambiental: agentes suspeitos,exposição, processo de trabalho, visita.
ü Identificação das substancias, atividade e grau de exposição.
3. Relação entre Exposição e Sintomas: sintomas imediatos e tardios.
ü Broncoespasmo: imediato, final da jornada ou noturno.
ü Indagar sintomas no final de semana, férias.
ü AO componente Inflamatório ou Imunológico: semanas para regredir sintomas.
ü Antecedentes pessoais e familiares de atopia
57. Poluentes Ocupacionais não-explícitos
...a manipulação de fibras têxteis e de feno em geral, levam
a quadros de reações brônquicas.
Tipos de Pneumopatias:
1. Exposição a aerossóis industriais tóxicos, alergênicos e
fibrogênicos.
2. Doenças de Interiores – Síndrome dos Edifícios Doentes:
- Sick Building Sindrome
3. Siderose
4. Pulmão de Fazendeiro
58. NEXO CAUSAL
...uma vez estabelecida a relação de causa e efeito, o
médico poderá atestar o nexo causal, isto é, a relação
entre a patologia e a atividade do trabalhador.
Tipos de Documentos:
1. CAT – Comunicação de Acidente (ou Doença Profissional) de
Trabalho.
2. Laudo de Exame Médico.
3. Resultados dos exames laboratoriais.
4. Solicitação de afastamento do trabalho e/ou readaptação ou
reabilitação profissional.
59. Medidas de Prevenção
As medidas de proteção coletiva são os meios mais
eficazes para minimizar os riscos da exposição.
1. Processos úmidos
2. Ventilação geral e exaustora
3. Uso de EPI
4. Orientação quanto a higiene pessoal
5. Controle Médico
60. DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS RELACIONADAS AO
TRABALHO
•EXAMES COMPLEMENTARES MAIS UTILIZADOS:
• RADIOGRAFIAS DO TÓRAX;
• PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR ( ESPIROMETRIA, VOLUMES PULMONARES,
DIFUSÃO DE CO2 )
• BRONCOSCOPIA COM LAVADO BRONCOALVEOLAR;
BIÓPSIA TESTES CUTÂNEOS; GASOMETRIA ARTERIAL; • BIÓPSIA; HHEEMMOOGGRRAAMMAA;;
ENTRE OUTROS.
• OBSERVAÇÃO: APESAR DE TODO AVANÇO TECNOLÓGICO OCORRIDO NA
ÁREA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGENS, O DIAGNÓSTICO DEFINITIVO DE
PNEUMOCONIOSE AINDA DEPENDE BASICAMENTE DA INTERPRETAÇÃO DO
RADIOGRAMA DE TÓRAX.