1. Saúde do Trabalhador
Anielle Alves Marchesini
Enfª Especialista em Saúde do Trabalhador
Referência Técnica em Saúde do Trabalhador - CEREST
2. Saúde do Trabalhador
O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa
compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença.
Para este campo temático, trabalhador é toda pessoa que exerça uma
atividade de trabalho, independentemente de estar inserido no mercado
formal ou informal de trabalho, inclusive na forma de trabalho familiar e/ou
doméstico.
As ações de saúde devem pautar-se na identificação de riscos, danos,
necessidades, condições de vida e de trabalho, que, em última instância,
determinam as formas de adoecer e morrer dos grupos populacionais.
3.
4. Saúde do Trabalhador
Assim, as ações de saúde do trabalhador devem ser incluídas formalmente na agenda
da rede básica de atenção à saúde. Dessa forma, amplia-se a assistência já ofertada
aos trabalhadores, na medida em que passa a olhá-Ios como sujeitos a um
adoecimento específico que exige estratégias - também específicas - de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
5. Saúde do Trabalhador
No que se refere à população em geral, é preciso ter em mente os diversos
problemas de saúde relacionados aos contaminantes ambientais, causados por
processos produtivos danosos ao meio ambiente. Vale citar como exemplos os
problemas causados por garimpos, utilização de agrotóxicos, reformadoras de
baterias ou indústrias siderúrgicas, cuja contaminação ambiental acarreta
agravos à saúde da população como um todo, além dos específicos da
população trabalhadora.
6. Ações em Saúde do Trabalhador a serem
desenvolvidas no nível local de saúde
Para o território, a equipe de saúde deve identificar e registrar:
• A população economicamente ativa (A população economicamente ativa é definida
pelo IBGE como aquela composta por pessoas de 10 a 65 anos de idade, classificadas
como ocupadas ou desocupadas (mas procurando emprego)), por sexo e faixa etária.
• As atividades produtivas existentes na área, bem como os perigos e os riscos
potenciais para a saúde dos trabalhadores, da população e do meio ambiente.
• Os integrantes das famílias que são trabalhadores (ativos do mercado formal ou
informal, no domicílio, rural ou urbano e desempregados), por sexo e faixa etária.
• A existência de trabalho precoce (crianças e adolescentes menores de 16 anos, que
realizam qualquer atividade de trabalho, independentemente de remuneração, que
frequentem ou não as escolas).
• A ocorrência de acidentes e/ou doenças relacionadas ao trabalho, que acometam
trabalhadores inseridos tanto no mercado formal como informal de trabalho.
7. Ações em Saúde do Trabalhador a serem
desenvolvidas no nível local de saúde
Para o serviço de saúde:
• Organizar e analisar os dados obtidos em visitas domiciliares realizadas pelos
agentes e membros das equipes de Saúde da Família.
• Desenvolver programas de Educação em Saúde do Trabalhador.
• Incluir o item ocupação e ramo de atividade em toda ficha de atendimento
individual de crianças acima de 5 anos, adolescentes e adultos.
13. • Em caso de acidente ou doença relacionada com o trabalho, deverá ser
adotada a seguinte conduta:
1. Condução clínica dos casos (diagnóstico, tratamento e alta) para aquelas
situações de menor complexidade, estabelecendo os mecanismos de
referência e contrarreferência necessários.
2. Encaminhamento dos casos de maior complexidade para serviços
especializados em Saúde do Trabalhador, mantendo o acompanhamento dos
mesmos até a sua resolução.
3. Notificação dos casos, mediante instrumentos do setor saúde: Sistema de
Informações de Mortalidade - SIM; Sistema de Informações Hospitalares do
SUS - SIH; Sistema de Informações de Agravos Notificáveis - SINAN e Sistema
de Informação da Atenção Básica – SIAB.
4. Investigação do local de trabalho, visando estabelecer relações entre
situações de risco observadas e o agravo que está sendo investigado.
5. Realizar orientações trabalhistas e previdenciárias, de acordo com cada
caso.
6. Informar e discutir com o trabalhador as causas de seu adoecimento.
14. NOTIFICAÇÃO
É fundamental para o processo de vigilância em saúde do trabalhador, uma
vez que essas informações servem de base para:
• Conhecer o território;
• Planejamento das ações;
• Auxilia na elaboração de Políticas Públicas e para redução de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
• Fornecer informações para os órgãos competentes sobre as doenças/agravos/eventos;
• Possibilita conhecer o perfil epidemiológico das doenças, acidentes e óbitos relacionados ao trabalho;
• Conhecer os ramos de atividade econômica e os processos de trabalho que levam os trabalhadores aos
agravos.
• Fazer intervenções sobre suas causas e determinantes.
• Na redução de custos sociais que são elevados para trabalhadores, família, empresa, estado e sociedade.
• Possibilita identificar as causas do adoecimento e mortes, associando esses dados aos ramos de atividade
econômica e aos processos de trabalho.
15. Acidentes de Trabalho
O termo "acidentes de trabalho" refere-se a todos os acidentes que ocorrem
no exercício da atividade laboral, ou no percurso de casa para o trabalho e
vice-versa, podendo o trabalhador estar inserido tanto no mercado formal
como informal de trabalho.
São eventos agudos, podendo ocasionar morte ou lesão, a qual poderá levar à
redução temporária ou permanente da capacidade para o trabalho.
16. Acidente de Trabalho
Lei previdenciária 8213/1991
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou
pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
OCORRÊNCIA NÃO PROGRAMADA!
17.
18. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério
Público do Trabalho, nos últimos dez anos, as equipes de enfermagem – compostas
por técnico, auxiliar e enfermeiro-, notificaram mais de 420 mil acidentes ocorridos
no ambiente hospitalar em todo o Brasil.
A natureza da profissão faz com que os profissionais de Enfermagem fiquem
expostos a inúmeros tipos de risco, como biológicos, físicos, químicos, psicológicos
e ergonômicos. As principais causas de acidentes são devido ao manuseio de
objetos perfurocortantes, além da exposição e o contato direto com os pacientes
durante a realização de procedimentos.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26. MEDIDAS DE PREVENÇÃO
A melhor maneira de se prevenir contra acidentes biológicos é o emprego
das precauções padrão, que preconizam medidas a serem seguidas por todos
os trabalhadores da saúde ao cuidarem de pacientes ou manusearem objetos
contaminados, entre elas, o uso de EPI's é a principal barreira de proteção contra
esses acidentes.
Algumas ações que podem ser feitas dentro do ambiente de trabalho, e que
podem contribuir com a segurança dos profissionais que manuseiam esses
materiais que oferecem risco biológico são:
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34. COMO NOTIFICAR UM ACIDENTE DE
TRABALHO
Em caso de acidentes do trabalho com materiais biológico, o acidentado
deverá comunicar chefia imediata, que tomará os cuidados com a área
exposta e seguira fluxograma de acidente com material biológico.
O acidentado deve comunicar o mais rápido possível o acidente a seu
supervisor, que deve encaminhar o colaborador para abertura de prontuário
na recepção do hospital e passar em consulta médica com o plantonista da
clínica médica e enfermagem.
35. Fluxo de procedimentos
Imediatamente após a ocorrência de um acidente com exposição a material
biológico o profissional exposto deve lavar o local com água e sabão (nos casos
de exposição percutânea ou cutânea). Nas exposições de mucosas deve-se lavar
exaustivamente com água ou solução salina fisiológica.
Verificar o estado vacinal do funcionário (DT, HEPATITE B)
Realização de Testes Rápidos no paciente-fonte e no funcionário.
Preencher a ficha SINAN + FICHA DE INVESTIGAÇÃO ESPECÍFICA PARA O
TIPO DE ACIDENTE.
Encaminhar o funcionário com documentos que deverá apresentar ao SAE
(Serviço de Assistência Especializada) – Centro de Referência em Açailândia
portando copia da notificação + encaminhamento para terapia de profilaxia pós
exposição (PEP) para HIV.
O acidentado grave e o acompanhante deverão seguir para um dos serviços
de primeiro atendimento (UPA 24h/ UBS).
36. IMUNIZAÇÃO
É extremamente importante que todo trabalhador esteja com o seu esquema
vacinal completo, de acordo com sua função. Para funcionários da saúde as
vacinas indispensáveis são:
Hepatite B - 3 doses, e controle da resposta vacinal (anti HBs Ag),
Tétano - 3 doses, e reforço a cada 10 anos. Geralmente é aplicada a Dupla
Adulto (Tétano e Difteria).
Tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola) - 2 doses para quem tem até 20
anos de idade; 1 dose para quem tem de 20 à 49 anos de idade,
Influenza - 1 dose anualmente (campanha).
COVID – doses anuais de bivalente.