O documento fornece informações sobre o roteiro de consulta de puericultura para crianças de 0 a 2 anos, incluindo a avaliação do desenvolvimento infantil, fatores de risco, classificação do peso ao nascer, exames físicos e orientações para pais e cuidadores.
1. Roteiro de consulta de
Puericultura 0 a 02 anos
Devani Ferreira Pires – Ambulatório de Puericultura
2. Puericultura
É uma ciência que reúne todas as noções (fisiologia, higiene,
sociologia) suscetíveis de favorecer o desenvolvimento físico e
psíquico das crianças desde o período da gestação até a puberdade.
(Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa).
3. Cuidando bem da saúde da criança
Pré-Natal
Vínculo afetivo
Alimentação: aleitamento materno exclusivo 06 meses
Sono / Higiene / Cuidados ambientais
Prevenção de injúrias
Orientações antecipatórias
Vigilância do crescimento e desenvolvimento
Imunização
Prevenção de deficiência de macro e micronutrientes
Detecção precoce de problemas de saúde
Reabilitação - se indicado
4. Pré-Natal•
• - Exames laboratoriais: hemograma, classificação sanguínea, sorologia para
toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, rubéola, HTLV 1 e 2, HIV 1 e 2, sorologia
para hepatite B e C, glicemia, EAS, urocultura s/n;
• - Alimentação saudável / suplementação com ácido fólico 03 meses antes da
fecundação e sua manutenção / Prevenção ou tratamento de anemia;
• - Evitar contato com doenças infectocontagiosas e tratá-las adequadamente
quando diagnosticadas;
• - Prevenir a toxoplasmose através de orientações sobre o consumo de carne
cozidas e evitar contato com gatos e atividades de risco para a infecção;
• - Evitar: tabagismo (ativo ou passivo), álcool, drogas lícitas ou ilícitas, poluentes
ambientais, substâncias tóxicas, estresse.
5. O bebê e sua história
É essencial encarar a criança como um ser humano que começa
com todos os sentimentos intensos dos seres humanos, embora
sua relação com o mundo esteja apenas principiando.
Todo ser humano precisa de um outro para constituir-se do ponto
de vista psíquico; o bebê não existe sozinho.
(Winnicott)
6. Comunicação na consulta de Puericultura
• Proporcionar um ambiente acolhedor
• Desenvolver empatia
• Saber ouvir, orientar e fornecer informações claras
• Considerar a criança no contexto da família e da comunidade
• Criar uma parceria efetiva com a família – Criar laços
• Utilizar o encorajamento e a motivação
• Negociar mudanças de comportamento possíveis
Adaptado: Jayme Murahovschi. Consulta Pediátrica no primeiro ano de vida. Temas de Pediatria. Nestlé Nutrition Institute.
7. Utilizando estratégias da Política
Nacional de Humanização
Acolhimento com avaliação e classificação de risco
Clínica ampliada
Equipe de referência, apoio matricial e projeto terapêutico singular
Cartilhas da Política Nacional de Humanização, 2004 e 2008.
8. Reconhecendo fatores de risco
RN com história de exposição à droga ilícita e ou álcool intra-utero;
RN pertencentes à família de baixo nível socioeconômico ou pobreza;
Recém-Nascido de Muito Baixo Peso (peso ao nascimento < 1500g) e
Extremamente Baixo Peso (peso ao nascimento < 1000g);
Recém-Nascido pequeno para a idade gestacional (PIG) e ou com diagnóstico
de Restrição de Crescimento Intra-uterino (RCIU) ou pós-natal;
FOLLOW-UP CARE OF HIGH-RISK INFANTS. PEDIATRICS Vol. 114 No. 5 November 2004.
9. Reconhecendo fatores de risco
• Recém-nascido ou lactentes ou crianças dependentes de fórmulas especiais;
• Recém-Nascidos ou lactentes ou crianças que fizeram uso de nutrição parenteral
total (NPT) por tempo superior a 04 semanas durante a hospitalização;
• Portadores de doenças genéticas ou outras doenças crônica;
• Portadores de fissuras labiopalatinas;
FOLLOW-UP CARE OF HIGH-RISK INFANTS. PEDIATRICS Vol. 114 No. 5 November 2004.
10. Reconhecendo fatores de risco
• Recém-Nascido ou lactentes com ganho peso inadequado antes da alta hospitalar
(<20 g/d)
• RN ou lactentes com Failure to Thrive (dificuldade para ganhar peso);
• Recém-Nascido, lactente ou criança com síndromes convulsivas;
• Recém-Nascido ou lactente com microcefalia, hidrocefalia, meningite ou outras
patologias do Sistema Nervoso;
• Neonato ou lactente com doença infecciosa congênita ou história de sepse;
FOLLOW-UP CARE OF HIGH-RISK INFANTS. PEDIATRICS Vol. 114 No. 5 November 2004.
11. Reconhecendo fatores de risco
• RN ou lactente ou criança que necessite do uso de tecnologias:
• Necessidade de alimentação enteral prolongada
• Necessidade de gastrostomia
• Necessidade de traqueostomia
• Necessidade de suporte ventilatório e aspiração de vias aéreas
• Necessidade de alimentação parenteral após a alta hospitalar
FOLLOW-UP CARE OF HIGH-RISK INFANTS. PEDIATRICS Vol. 114 No. 5 November 2004.
12. Reconhecendo fatores de risco
• Doença pulmonar crônica / Displasia broncopulmonar / Apneia
• Insuficiência renal crônica
• Anomalias congênitas / Erro Inato do metabolismo
• Doenças endocrinológicas / Doenças do aparelho digestivo
• Cardiopatia congênita cianótica / Osteopenia da prematuridade
• Anemia da prematuridade / Deficiências neurológicas graves
FOLLOW-UP CARE OF HIGH-RISK INFANTS. PEDIATRICS Vol. 114 No. 5 November 2004.
13. Anamnese
CARACTERIZAR SITUAÇÃO PSICOSSOCIAL DA FAMÍLIA
Situação socioeconômica
Condições de moradia
Acesso ao serviço de saúde
Uso de drogas e álcool
Violência doméstica
História de depressão ou outros transtornos psíquicos
Gravidez: desejada (?) planejada (?) aceita (?)
Há história ou evidência de maus tratos ou negligência
Escolaridade materna / Saúde materna / Vínculo afetivo
Suporte social e familiar
Desemprego
14. Classificação quanto ao peso de nascimento
Peso adequado ao nascimento: peso igual ou superior a 2500g
Baixo peso ao nascimento (BP): peso inferior a 2500g
Muito Baixo Peso ao nascimento (MBP): peso inferior a 1500g
Extremamente Baixo Peso ao nascimento (EBP): peso inferior a 1000g
15. Classificação Peso do recém-nascido X
Idade Gestacional
RN Adequado para a Idade Gestacional (AIG): entre o percentil 10 e 95
RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10
RN Grande para a Idade Gestacional (GIG): peso acima do percentil 95
Classificação de Lubchenco e Battaglia, 1967.
16. Anamnese
• Antecedentes: pré-natal (solicitar cartão de Pré-Natal), tipo de parto; Boletim de APGAR
• Obter informação: reanimação na sala de parto (?) Procedimento realizado;
• Idade Gestacional / Peso ao nascimento / Comprimento / Perímetro Craniano;
• Internação em Unidade Neonatal – revisar diagnósticos, uso de oxigenioterapia,
antibioticoterapia, fototerapia, transfusão sanguínea, tempo de permanência hospitalar, peso
na alta;
• Alimentação: aleitamento materno, fórmula infantil (tipo, diluição), fórmulas especiais;
• Funções eliminatórias
• Queixas atuais
17. Estado comportamental do neonato
ESTADO COMPORTAMENTAL, segundo Brazelton :
Sono profundo
Sono ativo
Sonolência
Alerta calmo (inativo)
Alerta ativo
Choro
Brazelton. The Neonatal Behavioral Assessment Scale (NBAS), 1973.
18. Sono
Necessidade de sono:
Recém-Nascido: 15-18 horas (70%-80% do tempo)
Lactente: 13-15 horas
Pré-Escolar: 12-13 horas
Escolar: 10-12 horas
Adolescente: 10 horas
Adulto: 05-08 horas
19. Choro
O choro do recém-nascido é considerado um ato reflexo que se
desenvolve progressivamente, com integração entre a
maturação fisiológica e as experiências ambientais, e torna-se
ato voluntário na fase da linguagem pré-verbal, que se inicia a
partir de um mês de idade.
(Rev Paul Pediatria 2006;24(3):270-4)
20. Causas do choro
Fome, necessidade de colo, desconforto
Excesso de estímulos, irritabilidade
Calor ou frio, cansaço, sono, cólicas e dor
Investigar: infecção; condições cirúrgicas
como hérnias; traumas; fraturas; intolerância
alimentar; Doença do Refluxo Gastresofágico;
picada de insetos; corpo estranho; glaucoma;
invaginação intestinal; otite, problemas
neurológicos, dermatite das fraldas.
Herman M and Le A. The crying infant. emed.theclinics.com
23. Aparelho respiratório
Inspeção do tórax
Expansibilidade torácica
Frequência respiratória:
Até 60 ipm em menores de 02 meses de idade
Até 50 ipm de 02 meses a 01 ano de idade
Até 40 ipm entre 01 a 04 anos de idade
Ausculta
Percussão
24. Exame do abdome
• Inspeção: forma, simetria, aspecto, movimentos peristálticos, abaulamentos
difusos e localizados, depressões difusas ou localizadas, diástases, presença de
circulação venosa anômala. Cicatriz umbilical: aspecto, tumoração, secreção.
• Palpação superficial e profunda: sensibilidade, tensão, tumorações,
visceromegalias. Presença de ascite.
• Fígado: tamanho, consistência, bordas. Baço: tamanho, sensibilidade.
• Percussão: timbre, delimitação das vísceras, sensibilidade localizada.
• Ausculta: timbre e presença dos ruídos hidroaéreos.
26. Pressão Arterial
DIMENSÕES PARA O MANGUITO DE BORRACHA
Vera H. Koch, Erika A Furusawa. Diretrizes para medida da Pressão Arterial, MAPA e MRPA. SBP.
27. Perímetro cefálico e fontanelas
Idade Crescimento do perímetro cefálico
0 a 03 meses Aumenta 02 centímetros por mês = 06
03 a 06 meses Aumenta 01 centímetro por mês = 03
06 a 12 meses Aumenta 0,5 centímetro por mês = 03
Crescimento em média: 12 centímetros no primeiro ano de vida
PC esperado para o comprimento: comprimento ÷ 2 + 9 (menina) ou 10 (menino).
O crescimento do crânio no primeiro ano de vida chega atingir cerca de 83,6% do tamanho do adulto.
A fontanela bregmática (anterior) fecha-se clinicamente entre 06 — 18 meses. A fontanela lambdoide
(posterior) fecha-se com 02 meses.
28. Exame do crânio
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
29. Exame do crânio
INSPEÇÃO: formato, simetria, abaulamentos, depressões, cavalgamento de suturas;
MEDIÇÃO: perímetro craniano, avaliar crescimento;
PALPAÇÃO
PERCUSSÃO
Formato do crânio
30. Exame do crânio
Escafocefalia ou dolicocefalia:
fechamento precoce da sutura
sagital. O crânio apresenta-se
alongado no sentido anteroposterior.
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
31. Exame do crânio
A trigonocefalia corresponde ao
fechamento precoce da sutura metópica.
A fronte é estreita, marcada por uma
crista mediana e apontada anteriormente
como a proa de um barco, levando a uma
forma triangular ou em quilha
característica da fronte. As bossas
frontais são apagadas.
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
32. Exame do crânio
A plagiocefalia é a cranioestenose que
corresponde ao fechamento precoce da sutura
coronal unilateral. É caracterizada por uma
assimetria do crânio e da face, apresentando
uma ascensão da órbita no lado acometido,
com deslocamento do nariz e um abaulamento
frontal contralateral à sutura comprometida. A
assimetria orbitária é a característica clínica
mais marcante e o diagnóstico pode ser feito
olhando-se a criança de cima e se observando a
ascensão de uma órbita
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
33. Exame do crânio
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
A Plagiocefalia posterior ocorre pelo
fechamento da sutura lambdoide
unilateral. Ocorre um achatamento do
lado da sutura acometida, levando à
formação de uma bossa frontal
contralateral compensatória. Geralmente
se observa um deslocamento posterior
da orelha no lado acometido.
34. Exame do crânio
Fonte: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=craniostenoses-ou-craniossinostoses
BRAQUICEFALIA – SUTURA CORONAL BILATERAL:
A braquicefallia corresponde ao fechamento de ambas as suturas coronais, levando a um
recuo frontal bilateral, predominando na parte supra-orbital. Em geral, o crânio é
retraído anterior e posteriormente, levando a uma fronte curta com dorso nasal baixo e
região occipital aplainada, e alargado transversalmente.
35. Exame neurológico do neonato
• Reflexos arcaicos: Moro, sucção, procura, tônico cervical
assimétrico (RTC ou reflexo de Magnus–De Kleijn),
retificação, preensão palmar e plantar, marcha reflexa,
Landau, Galant, cutâneo plantar em extensão, reflexo
cócleopalpebral (RCP).
• Avaliar tônus: normal, aumentado, diminuído.
• Movimentos anormais: tremores, movimentos
mioclônicos ou tônicos, clônus, sincinesias,
espasticidade.
38. Desenvolvimento da linguagem
Idade Habilidade
0 – 1mês e ½ Choro;
1m e ½ – 4m Vocalização, inicia o balbucio, emite sons musicais;
4m – 9 m Balbucia consoantes encadeadas, aos 09 meses fala “mama”, “papa”;
9m – 12 m
Fala dissílabos com sentido, jargão, repetição de sílabas. A criança responde ao
seu próprio nome; compreende expressões como “não” e “tchau”; segue
instruções faladas simples;
18 – 24 meses Fala entre 10 – 50 palavras;
02 – 03 anos
Frases afirmativas e negativas compostas por 3 e 4 elementos, mas com
omissões de palavras (preposições, os artigos e os pronomes) com alterações de
concordância, desvios de flexão nominal e inversão dos elementos.
39. Fatores de Risco associados a
alteração de linguagem
• Otites recorrentes nos dois primeiros anos de vida;
• Fala pouco compreendida desde o início da aquisição;
• Histórico de familiares com alterações de linguagem;
• Problemas frequentes nas vias aéreas superiores;
• Pouca estimulação de linguagem em casa;
• Desnutrição;
• Anemia nos primeiros anos de vida;
• Intercorrências perinatais (infecções congênitas ou adquiridas);
• Síndromes genéticas / Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.
Fonte: http://fonoaudiologiaparapediatras.wordpress.com/fatores-de-risco/
40. Encaminhar para avaliação especializada
• Não reage aos sons;
• Não sorri e não estabelece contato visual;
• Não produz nenhum som com mais de 06 meses;
• Não compreende instruções simples com 01 ano;
• Não fala palavras isoladas com 02 anos;
• Não é possível entender 50% do que a criança fala por volta dos 03 anos;
• Com 03 anos não constrói frases simples;
• Usa mais gestos do que a fala, para se comunicar, aos 03 anos;
• Não conta história com 04 anos;
• Com 05 anos ainda faz trocas na fala que prejudicam entender o que diz;
• Apresenta vocabulário reduzido;
• Não conhece letras aos 07 anos.
http://fonoaudiologiaparapediatras.wordpress.com/fatores-de-risco/
41. Conferir triagem neonatal obrigatória
• Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) – Emissões otoacústicas (EOA)
• Teste do Reflexo vermelho
• Triagem Neonatal para Erro Inato do Metabolismo
• Teste da oximetria de pulso
42. Teste da oximetria de pulso
Recomendação:
Realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável com
idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal.
Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores.
Para a adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades
aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo.
Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar.
Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro
superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro
superior direito e membro inferior.
Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de triagem neonatal. Departamentos de Cardiologia e
Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. 2011.
43. Inspeção do coto umbilical
EVOLUÇÃO NORMAL
Cordão gelatinoso ao nascimento
Desidratação
Mumificação
Despreendimento
• Observar presença de secreção
sanguinolenta, purulenta, odor fétido
e hiperemia na pele do abdome ao
redor da região umbilical.
44. Avaliação clínica da icterícia neonatal
AVALIAÇÃO DA ICTERÍCIA ATRAVÉS DAS ZONAS DÉRMICAS DE KRAMER
45. Avaliação da icterícia neonatal
Atenção: importante realizar diagnóstico diferencial
entre icterícia fisiológica e patológica.
HIPERBILIRRUBINEMIA FISIOLÓGICA:
1) No RN de termo: aumento de bilirrubina nos primeiros 03 dias até 6-8 mg/dl,
estando dentro dos limites fisiológicos se inferior a 12 mg/dl, com duração aproximada
de 07 dias;
2) No RNPT: o valor máximo de bilirrubina pode ser de 10-12 mg/dl no 5º dia, podendo
atingir 15 mg/dl, com duração de até 15 dias.
47. Conduta: RN > 35 semanas saudáveis
RISCO E PERCENTIL
Idade do RN Baixo risco
< p 40
Intermediário
inferior p 40-75
Intermediário
superior p 76-95
Alto risco >
percentil 95
48 horas < 8,6 mg/dl 8,6 a 10,8 10,9 a 13,2 > 13,2
60 horas < 9,6 9,6 a 12,6 12,7 a 15,2 > 15,2
72 horas < 11,2 11,2 a 13,4 13,5 a 15,9 > 15,9
96 horas < 12,4 12,4 a 15,2 15,3 a 17,4 > 17,4
Conduta Alta
hospitalar e
avaliação
em 48 h.
BT sérica ou BT
transcutânea
após 48 horas.
BT sérica ou BT
transcutânea
após 24 horas.
BT sérica ou BT
transcutânea em
06 a 12 horas e
fototerapia.
Almeida MFB, Draque CM. Síndrome ictérica do RN: diagnóstico diferencial.
Sociedade Brasileira de Pediatria-PRORN.
48. Peso
Perda de peso inicial: pode atingir no máximo 10% do peso do nascimento até o 10º dia de
vida, com recuperação até o 14º dia;
Em geral a criança duplica o peso do nascimento entre o 5º e o 6º mês de vida e o triplica aos
12 meses de vida;
Fórmulas para obtenção do peso estimado para a idade:
03 a 12 meses: Idade (meses) + 9 ÷ 2
01 a 06 anos: Idade (anos) x 2 + 8
7 a 12 anos: Idade (anos) x 7 – 5 ÷ 2
Velocidade absoluta de ganho de Peso = grama por dia:
P2 – P1 ÷ número de dias (importante no 1º trimestre).
Velocidade relativa de ganho de peso = grama/Kg/dia:
P2 – P1 ÷ número de dias
P1 (Kg)
49. Ganho ponderal adequado
GANHO DE PESO - GRAMA DIA
40 semanas a 03 meses 30 g/dia
03 a 06 meses 20 - 25g/dia
06 a 09 meses 15g/dia
09 a 12 meses 10g/dia
12 a 24 meses 06g/dia
A partir do 2º ano de vida o ganho de peso é em média 2 Kg/ano até 08 anos de idade
50. Crescimento linear
No primeiro ano de vida a criança cresce em média 25 centímetros, 15
centímetros no primeiro semestre e 10 cm no segundo;
No segundo ano de vida cresce em média 10 a 12 centímetros;
Fórmula para obtenção da estatura (média para idade) entre 02 a 12 anos:
Idade (em anos) multiplicado por 6 (Estatura = Id x 6).
51. Perímetro cefálico para a idade - curva da OMS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf
Escore z > 2: PC acima do esperado para idade
Escore Z ≥ -2 e ≤ 2: PC adequado para a idade
Escore Z < -2: PC abaixo do esperado para a idade
52. Peso para a idade - curva da OMS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf
< Escore-z -3: Muito baixo peso para idade
> Escore-z -3 e < Escore-z -2: Peso baixo para idade
Escore-z ≥ -2 e < Escore-z +2: Peso adequado ou eutrófico
≥ Escore-z +2: Peso elevado para idade
53. Comprimento para idade – curva OMS
< Escore-z -3: Comprimento muito baixo peso para idade
> Escore-z -3 e < Escore-z -2: comprimento baixo para idade
≥ Escore-z -2 e ≤ 2: comprimento adequado para idade
> Escore-z 2: comprimento elevado para idade
54. Índice de massa corpórea (IMC)
Índice de Massa corpórea: é o indicador que avalia a proporção entre o peso e
comprimento ou altura. Calcula-se dividindo-se o peso em quilograma pela estatura em
metros quadrados. IMC = Kg ÷ estatura (m2), é expresso em Kg/m2
Interpretação da curva da OMS para o IMC, segundo o Escore Z:
< Escore-z -3: Magreza acentuada
> Escore-z -3 e < Escore-z -2: Magreza
> Escore-z -2 e < Escore-z +2: Peso adequado ou Eutrófico
> Escore-z +1 e < Escore-z +2: Risco de sobrepeso
> Escore-z +2 e < Escore-z +3: Sobrepeso
> Escore-z +3: Obesidade
55. Alimentação do lactente
Cuidar do corpo que cresce é saber escolher os alimentos para manter um equilíbrio entre
ganhos e perdas calóricas, com os extras necessários para garantir o aumento da
velocidade de crescimento e desenvolvimento mental e motor adequado;
O aleitamento materno é o padrão normativo para a alimentação e nutrição do lactente,
recomendado de forma exclusiva no primeiro semestre de vida e complementado até os
dois anos de idade;
O leite humano proporciona a oferta de nutrientes responsáveis pelo adequado
crescimento, atividades imunomoduladoras, proteção contra infecções gastrointestinais,
respiratórias, de vias aéreas superiores e trato urinário; proteção contra alergias e
maturação do sistema digestório e neurológico.
Virgínia Resende Silva Weffort. Importância da nutrição adequada na primeira infância. Pediatria moderna – vol. XLIX-Nº 6 – junho/2013
56. Alimentação do lactente
• Respeitar o desenvolvimento neuropsicomotor, renal e digestório do lactente, promovendo
uma melhor aceitação do alimento e absorção de nutrientes;
• A oferta excessiva de carboidratos e de lipídeos predispõem a doenças crônicas como a
obesidade e diabetes tipo 2;
• As frutas devem ser consumidas 02 a 03 vezes ao dia;
• Necessidade de água:
0 a 06 meses: 700 ml (Leite materno livre demanda ou fórmula infantil)
07 a 12 meses: 800 ml (incluindo leite materno ou fórmula e alimentação complementar)
01 a 03 anos: 1300 ml
Virgínia Resende Silva Weffort. Importância da nutrição adequada na primeira infância. Pediatria moderna – vol. XLIX-Nº 6 – junho/2013
57. Técnica de aleitamento materno
Posicionamento Correto:
• Mãe apoiada
• Corpo do bebê todo voltado para o corpo da mãe
• Corpo do bebê alinhado
• Barriga do bebê voltado para a barriga da mãe
• Corpo do bebê apoiado pelo antebraço da mãe
• Cabeça do bebê de frente para a mama
Unicef
58. Técnica de aleitamento materno
Pega Correta:
• Boca bem aberta
• A boca apreende toda ou quase toda
aréola
• Lábio inferior virado para fora
• Queixo do bebê toca a mama
• Visualiza-se mais aréola acima do lábio
superior que abaixo do lábio inferior
Importante: a pega correta evita a fissura e promove esvaziamento adequado da mama.
Unicef
59. Alimentação complementar
Faixa etária Tipo de alimento
Até 06 meses Leite Materno Exclusivo
A partir de 06 meses Leite materno + alimentos complementares
Papa de frutas (lanche da manhã e da tarde)
Primeira papa como refeição principal (equivalente ao almoço)
Iniciar a oferta de água nos intervalos das refeições
A partir de 07 meses Leite materno manter, porém não oferecer antes das refeições principais
Papa de frutas (lanche da manhã e da tarde)
Comidinha – papinha de misturas múltiplas no horário do almoço
Comidinha – papinha de misturas múltiplas no horário do jantar
Ceia: Leite materno. Alerta: retirar a mamada da madrugada
A partir dos 09 meses Passar gradativamente para a refeição da família, com ajuste da consistência
adequada à etapa do desenvolvimento do lactente.
Entre 10 e 12 meses Manter Leite Materno + alimentação da família com práticas saudáveis.
Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012
60. Grupo de alimentos
GRUPO ALIMENTOS: inicialmente amassados na consistência de purê,
posteriormente cortados em pequenos pedaços.
Cereais e tubérculos
(03 porções)
arroz, aipim/mandioca/macaxeira,
batata-doce, macarrão, batata, cará, farinhas,
batata-baroa e inhame.
Leguminosas
(02 porções)
feijões, lentilha, ervilha seca, soja e
grão-de-bico.
Legumes, verduras
(03 porções)
Frutas (03 porções)
folhas verdes, laranja, abóbora/jerimum, banana, beterraba,
abacate, quiabo, mamão, cenoura, melancia, tomate e manga.
Carnes e ovos
(02 porções)
frango, peixe (cuidado com espinha), pato, boi, ovo, miúdos e
vísceras. Bem cozidos e cortados adequados à mastigação do bebê.
Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012
61. Recomendações de porção por grupos
GRUPO Recomendação diária entre
06 - 12 meses
Recomendação diária entre
12 – 24 meses
Cereais, pães e tubérculos 03 porções ao dia 05 porções ao dia
Verduras e legumes 03 porções ao dia 03 porções ao dia
Frutas 03 porções 04 porções
Leite e produtos lácteos 03 porções 03 porções
Carne, miúdos e ovos 02 porções 02 porções
Leguminosas 02 porções 02 porções
Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012
62. Importante
Não é recomendado oferecer açúcar até os dois anos de idade;
Não há necessidade de introduzir mamadeira após o 6º mês de idade: apenas o prato e
colher para os alimentos de consistência pastosa e o copo para os alimentos líquidos;
Para aumentar o teor energético diário da alimentação de crianças com baixo peso para a
estatura: acrescentar, às refeições principais (almoço e jantar), uma colher das de
sobremesa de óleo para crianças menores de um ano e uma colher das de sopa para
maiores de um ano.
63. Passo a passo da refeição infantil
• 03 porções de alimento básico (ex: arroz)
• 01 porção de leguminosa (exemplo: feijão)
• 01 porção de alimento de origem animal (exemplo: fígado)
• 01 porção de legume (exemplo: abóbora)
• 01 porção de verdura (exemplo: espinafre)
• Acrescente 1 colher de óleo canola ou soja ou azeite de oliva
para aumentar o valor calórico da refeição, se indicado.
COLOQUE OS ALIMENTOS SEPARADOS NAS SEGUINTES PORÇÕES
Fonte: Os dez passos para a alimentação saudável de crianças menores de dois anos – orientação prática para as mães
64.
65. 02 dose da triplice viral , agora como tetra viral aos 15 meses. Vacinação contra HPV, a partir de março de 2014 para adolescentes entre 11 a 13 anos. 03 doses: para completar a proteção,
sendo que a segunda, seis meses depois da primeira dose, e a terceira, cinco anos após a primeira dose.
68. Alterações laboratoriais na deficiência de ferro
Exame laboratorial Depleção de ferro sem
anemia
Depleção de ferro com anemia
Hemoglobina Normal Diminuída (Hb < 11,0 mg/dl)
VCM Normal (80 – 100 fl) Diminuída
HCM Normal (26 – 34 pg) Diminuída
RDW Normal (11,5% – 14,5%) Aumentado
Ferro sérico Diminuído (< 30 µg/dl) Diminuído
Ferritina Diminuída (< 10 µg/dl) Diminuída
Saturação de transferrina Baixo (< 100%) Muito baixo
Fonte: Baker RD et als. Diagnosis and prevention of iron deficiency and iron-deficiency anemia in infants and
Young children (0-3 years of age). Pediatrics, vol 126, nº 5, November, 2010.
69. Anemia
Definição: quando a concentração de hemoglobina encontra-se inferior a 2 desvios-
padrão da concentração média de hemoglobina, para uma população normal do
mesmo gênero e faixa etária.
Idade Nível de hemoglobina Hematócrito
06 meses a 05 anos Anemia: < 11,0 g/dl < 33%
05 a 11 anos Anemia: < 11,5 g/dl < 34%
12 a 13 anos Anemia: < 12 g/dl < 36%
Fonte: International nutritional anemia consultative Group. Guidelines for the use of iron supplements to
prevent and trat the iron deficiency anemia.
70. Suplementação de ferro
Situação Recomendação
Recém-Nascido de termo , peso adequado para IG,
leite materno.
Ferro elementar 1 mg/Kg/dia, a partir do 6º mês ou a
partir da introdução dos alimentos complementares até o
24º mês.
Recém-Nascido a termo, peso adequado para IG
em uso de fórmula infantil > 500 ml/dia.
Não recomendado.
RN pré-termo e RN de peso entre 1500 e 2490 g, a
partir do 30º dia de vida.
Ferro elementar 2 mg/Kg/dia durante 01 ano de idade.
Após 01 ano: 1 mg/Kg/dia até 02 anos.
RN pré-termo c/ peso entre 1490 g e 1000 g. Ferro elementar 3 mg/Kg/dia durante 01 ano.
Posteriormente: 1 mg/Kg/dia até o 24º mês.
RN pré-termo com peso menor que 1000g. Ferro elementar 4 mg/Kg/dia durante 01 ano.
Posteriormente 1 mg/Kg/dia até o 24º mês.
Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012.
71. Vitaminas lipossolúveis
Vitamina Dose Duração
Vitamina D 400 UI /dia/via oral. Da primeira semana de vida até o 18º mês de vida,
lactentes em aleitamento materno que não
recebam exposição solar regular e adequada.
Vitamina A Lactente entre 06 a 11 meses: 100.000UI
por Via Oral;
Lactente entre 12 a 59 meses: 200.00UI
por Via Oral com intervalo de 06 meses.
Até a idade de 04 anos, 11 meses e 29 dias.
Suplementação de vitamina A em bebês e crianças de 6-59 meses de vida. Organização Mundial da Saúde, 2013.
72. Condição clínica Encaminhar o mais breve possível
Hérnia inguinal Cirurgia Pediátrica
Genitália ambígua Geneticista / Endocrinologia Pediátrica
Alterações do crânio Neuropediatria / Neurocirurgia
Anormalidades cardíacas Cardiologia Pediátrica
Displasia do quadril Ortopedia
Reflexo Vermelho alterado Oftalmologia Pediátrica
Retinopatia da Prematuridade Oftalmologia – Retinólogo
Anemia falciforme Serviço de Referência – Hematologia Pediátrica
Hipotireoidismo / Fenilcetonúria Serviço de Referência – Endocrinologia / Nutrição
Fibrose Cística Serviço de Referência – Pneumologia Pediátrica
Defeitos Lisossomais Serviço de Referência – Gastroenterologia / Neurologia