2. HISTÓRICO
A tirinha surgiu nos Estados Unidos devido a falta de espaço nos jornais para
publicação de passatempos por volta de 1907, publicadas diariamente na
página de esportes do jornal San Francisco Chronicle.
As tiras ou tirinhas, como são mais conhecidas, são uma ramificação dos
Quadrinhos.
“Quadrinhos” é um hipergênero, ou seja, um rótulo para vários gêneros que
possuem várias características em comum. Entre esses gêneros
destacamos as HQs (histórias em quadrinhos), as tiras, os cartuns e as
charges.
No Brasil, um dos primeiros a criar e publicar tiras foi Maurício de Sousa,
com a tira do cãozinho Bidu, em 1950, no jornal Folha de São Paulo.
3. DEFINIÇÃO
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – é uma narrativa gráfico-visual.
TIRINHAS – São semelhantes as HQs, de caráter sintético,
geralmente até 4 quadrinhos.
CHARGES – É um texto de humor que aborda algum fato ou
tema ligado ao noticiário. Trabalha em geral com figuras reais
representadas de forma caricata, principalmente políticos.
CARTUM - Cartum é um gênero jornalístico considerado
opinativo ou analítico que critica, satiriza e expõe situações
por meio do grafismo e humor.
5. CARACTERÍTICAS
As histórias em quadrinhos estão presentes em todo o mundo e existem
várias personagens emblemáticas.
Essas histórias possuem os fundamentos básicos das narrativas: enredo,
personagens, tempo, lugar e desfecho. No geral, apresentam linguagem
verbal e não-verbal.
Os suportes mais usados para a publicação das histórias em quadrinhos
são os jornais, as revistas e os gibis.
Um recurso bastante explorado são as onomatopeias, definidas como
palavras que tentam reproduzir os sons. Exemplo: “cabrum”, como o som
de trovão; “tic-tac”, como o som dos ponteiros do relógio, entre outros.
Também é bastante explorado o uso de letras de tipos diferentes e sinais
de pontuação, sempre buscando a interação com o leitor.
6. Uma das personagens mais conhecidas é Mafalda, criação do cartunista
argentino Quino no ano de 1964. Nessa tirinha, a garota de aproximadamente
6 anos de idade possui um pensamento reflexivo e questionador acerca da
realidade mundial, sempre trazendo um ponto de vista humanista sobre as
situações.
Mafalda é muito conhecida em toda a América Latina e na Europa e se tornou
um símbolo argentino.
7. Outra HQ notável é Calvin and
Hobbes (intitulada Calvin e
Haroldo no Brasil). Criada em
1985 pelo americano Bill
Watterson, as tirinhas foram
exibidas em jornais até o ano de
1995.
Nela, o garoto Calvin vive as
maiores aventuras e uma
amizade profunda com o tigre
Haroldo - que na realidade não
passa de um bicho de pelúcia.
8. No Brasil, a primeira revista em quadrinhos chamou-se O Tico-Tico e foi
publicada em 1905 pelo periódico O Malho.
Mas foi apenas em 1960 que o público brasileiro teve um gibi inteiramente
colorido com a publicação de A Turma do Pererê, do cartunista Ziraldo. O gibi
foi apresentado pela Editora O Cruzeiro e trazia personagens inspirados na
cultura nacional. Em 1964 o gibi foi retirado de circulação por conta da
censura instaurada durante a ditadura militar e só voltou a ser publicado
novamente em 1975.
9. Foi também na década de 60 que surgiu a história em quadrinhos mais
conhecida do Brasil, a Turma da Mônica, criada pelo paulistano Maurício de
Souza. A revistinha fez tanto sucesso que hoje é publicada em mais 40 países
e traduzida em 14 idiomas.
10. PRINCIPAIS RECURSOS
BALÕES
Os balões são o principal recurso para indicar a fala ou
pensamento dos personagens; Um estudo sobre o tema
feito por Robert Benayoun, em 1968, apontava 72 tipos
diferentes, dos quais destacamos:
BALÃO - ZERO
BALÃO – FALA
BALÃO – PENSAMENTO
BALÃO – BERRO
BALÃO - COCHICHO
11. ORALIDADE NOS QUADRINHOS
Os balões são utilizados para representar a fala, no
entanto, para reproduzir as marcas da oralidade,
outros recursos são utilizados, entre eles:
DIFERENTES VALORES EXPRESSIVOS DAS LETRAS
RETICÊNCIAS
REPETIÇÕES
CARACTERES DESCONHECIDOS OU SIGNOS
ICÔNICOS
ONOMATOPEIAS
12. DIFERENTES VALORES
EXPRESSIVOS DAS LETRAS
As variadas formas e tamanhos da letra, dependendo da
intenção do autor e do contexto, podem assumir
diversos sentidos.
Letra tradicional Indica fala usual, considerada o “grau
zero” do qual os outros irão derivar.
Negrito Pode indicar tom de voz alto ou ênfase.
Itálico Indicam palavras ou expressões estrangeiras.
Letra em tamanho menor Indica fala sussurrada ou em
tonalidade mais baixa.
13. As repetições podem ser
de letras, sílabas, palavras
ou até mesmo frases.
Podem indicar engasgos e
gagueira utilizados como
estratégia de reformulação
do conteúdo que é dito ou
sugerir surpresa e
incompreensão. Além
disso, podem intensificar
emoções e afirmações.
14. Em geral são representados
por sequências compostas
por pregos, caveiras,
estrelas e outros elementos,
dentro ou fora dos balões, e
indicam “discussões
acaloradas” e palavrões.
15. TIRINHA
Tirinha é uma sequência curta de quadros para narrar um fato.
O nome “tirinha” deriva do formato que parece um “recorte” de
jornal.
16. Formato mais comum: horizontal, mas também encontramos no
formato vertical ou retangular;
Possui, em sua maioria, até quatro quadrinhos;
Geralmente envolve uma personagem principal em torno da qual
giram outras;
As personagens são fixas ou não;
O tipo de tira mais popular é a de humor, porém, ela pode ser de
qualquer gênero;
Estabelecem uma conexão com o cotidiano, denunciando ou
expressando a realidade social daquele momento;
Tem um final inesperado ou surpreendente como ocorre nas
piadas;
17. COMO INTERPRETAR UMA
TIRINHA?
Não tente "achar a graça"
Considerar um texto "engraçado" está muito atrelado à subjetividade, já que tal ação
depende, muitas vezes, da visão de mundo, da situação de comunicação e das referências
culturais e afetivas do leitor. As diferenças de senso de humor de cada um são a maior
prova disso. Portanto, não é possível depender de algo tão subjetivo para acertar uma
questão de prova. Deve-se buscar no humor elementos linguísticos mais concretos.
Em vez de procurar a "graça" do texto, procure a quebra de expectativa
Em tirinhas e charges, é comum que a "graça" (ou o "efeito de humor") resulte de uma
quebra de expectativa. O humor surge do inusitado. Textos como esses criam certa
expectativa no leitor para, ao final, quebrá-la, gerando efeito cômico. Muita atenção
quando algo que você não estava esperando acontece, pois provavelmente a banca
direcionará a questão para essa quebra de expectativa.
18. Os mecanismos linguísticos que mais
comumente produzem quebras de
expectativa em tirinhas e charges são:
a) Ambiguidade – Trata-se de uma frase ou
expressão com dupla possibilidade de
leitura. É comum, nas tirinhas e charges,
sermos levados a acreditar que o sentido de
determinada palavra, expressão ou frase era
um, quando, no final da leitura, acabamos
por perceber que era outro. Na maioria dos
casos, essa ambiguidade decorre de uma
polissemia (capacidade natural de uma
palavra de assumir muitos sentidos
diferentes). Em casos como esse, a
ambiguidade é explorada para produzir a
quebra de expectativa.
19. b) Ironia – Em sentido estrito, ironia é a afirmação que pretende ser entendida
pelo seu contrário. Quando produzimos um enunciado irônico, esperamos que
ele seja entendido pelo oposto do que afirmamos. Isso, por si só, já é uma
quebra de expectativa. Afinal, o que se espera habitualmente é que os
enunciados sejam interpretados literalmente.
20. Questione a tirinha/charge
Qual é o tema da charge?
A quais questões políticas, sociais ou culturais ela se
refere?
Quais discursos ou comportamentos típicos da
sociedade estão sendo criticados?
Quais elementos concretos (cenário, pessoas, gestos,
ações) estão retratados?
Detalhes do contexto, como a fonte, o local e a data da
publicação, também podem ajudar.
22. CARACTERÍSTICAS DA
CHARGE
Retrata a atualidade;
É usada em uma notícia que retrata um fato social ou político de
relevância;
Se origina na notícia jornalística;
Reflete na imagem o posicionamento editorial do veículo;
A charge também pode ser chamada de texto visual em que utiliza o humor
ao mesmo tempo em que critica;
Como se alimenta da novidade, é tida como uma narrativa efêmera;
Caso não venha acompanhada de uma notícia, pode não ser compreendida
pelo leitor.
23. Quanto ao tema, as charges, normalmente,
costumam abordar assuntos políticos e
fatos em destaque no cotidiano, como os
problemas sociais: violência, economia,
clima, futebol etc.
É comum o tema ser abordado de forma
irônica, cômica e crítica, aliás, essa é uma
das maiores características da charge, o
que não é comum nas tirinhas. Enquanto
estas objetivam o humor e o
entretenimento, as charges focam o humor
atrelado à crítica.
O principal objetivo é ironizar, criticar,
satirizar algum fato, por isso é comum o
exagero de traços dos personagens
apresentados.
24. CARTUM
O cartum é um gênero jornalístico de opinião e análise que pode usado
como crítica. Entre suas características está a sátira e o humor. É utilizado
por todos os veículos que se utilizam da ilustração para transmitir
informação: os jornais, as revistas e a internet.
Como se utiliza da crítica, o cartum é, por vezes, mordaz ao expor os
hábitos e comportamentos humanos.
O elemento de tempo é a principal diferença entre charge e cartum.
Enquanto a charge retrata situações atuais embasadas em notícias, o
cartum é utilizado para criticar e satirizar situações atemporais.