Neste capítulo apresentamos uma visão panorâmica das interpretações do Brasil do final do século XIX e começo do século XX. Vamos analisar o conjunto de intérpretes mais significativos do Brasil dos anos 1930 e sua importância no processo de consolidação da sociologia brasileira; a questão racial, entendida a partir do legado da escravidão; o debate em torno das questões do subdesenvolvimento e da dependência econômica; e, por fim, uma exposição das teses que resgatam contemporaneamente a questão da desigualdade social, especialmente a precarização do trabalho e o trabalho informal.
Os principais representantes da sociologia no Brasil.
Geração de 30: Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda.
Segunda Geração: Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Paulo Freire.
O documento resume os principais intérpretes da formação da sociedade brasileira entre 1920-1975, incluindo Oliveira Vianna, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. Aborda suas perspectivas sobre a identidade nacional, o pensamento autoritário e a influência do patriarcalismo na sociedade brasileira.
Os principais movimentos sociais no Brasil incluem lutas por independência durante o período colonial, revoltas de escravos e povos indígenas, o movimento abolicionista no Império, greves operárias na República Velha, a Coluna Prestes nos anos 1920, e movimentos agrários e estudantis contra a ditadura militar nos anos 1960.
O documento discute a evolução da sociologia brasileira desde as primeiras reflexões sobre a sociedade brasileira nas décadas de 1930 até a consolidação da sociologia como ciência a partir da década de 1940. Destaca autores fundamentais como Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Caio Prado Junior e Florestan Fernandes e como eles analisaram temas como raça, estrutura social e classe no Brasil.
O documento descreve o desenvolvimento da sociologia no Brasil desde os primeiros relatos sobre os povos nativos até a década de 1950. Destaca os principais pensadores e correntes intelectuais que contribuíram para a formação da sociologia brasileira como disciplina acadêmica, como Gilberto Freyre na década de 1930 e Florestan Fernandes e Celso Furtado na década de 1950.
O Povo Brasileiro – a formação e o sentido do BrasilLuci Bonini
O documento discute a obra de Darcy Ribeiro "O povo brasileiro" e a diversidade social, étnica e cultural do Brasil. Darcy Ribeiro foi um antropólogo, escritor e político brasileiro que estudou os índios e defendeu suas causas. Seu livro analisa a formação do povo brasileiro a partir da miscigenação entre índios, europeus e africanos escravizados.
O documento descreve os principais pontos sobre o nascimento da sociologia como disciplina acadêmica, incluindo a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e o surgimento do capitalismo como fatores que levaram ao seu desenvolvimento. Também apresenta os principais pensadores fundadores da sociologia como Comte e Durkheim, e suas abordagens teóricas.
O documento discute a relação entre sociologia e meio ambiente, abordando temas como segurança alimentar, soberania alimentar, agricultura familiar, modernização ecológica e justiça ambiental no Brasil. Destaca que a preocupação com a degradação ambiental levou ao fortalecimento dos movimentos socioambientais e à constatação de que o desenvolvimento capitalista utiliza tecnologias predatórias.
Os principais representantes da sociologia no Brasil.
Geração de 30: Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda.
Segunda Geração: Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Paulo Freire.
O documento resume os principais intérpretes da formação da sociedade brasileira entre 1920-1975, incluindo Oliveira Vianna, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. Aborda suas perspectivas sobre a identidade nacional, o pensamento autoritário e a influência do patriarcalismo na sociedade brasileira.
Os principais movimentos sociais no Brasil incluem lutas por independência durante o período colonial, revoltas de escravos e povos indígenas, o movimento abolicionista no Império, greves operárias na República Velha, a Coluna Prestes nos anos 1920, e movimentos agrários e estudantis contra a ditadura militar nos anos 1960.
O documento discute a evolução da sociologia brasileira desde as primeiras reflexões sobre a sociedade brasileira nas décadas de 1930 até a consolidação da sociologia como ciência a partir da década de 1940. Destaca autores fundamentais como Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Caio Prado Junior e Florestan Fernandes e como eles analisaram temas como raça, estrutura social e classe no Brasil.
O documento descreve o desenvolvimento da sociologia no Brasil desde os primeiros relatos sobre os povos nativos até a década de 1950. Destaca os principais pensadores e correntes intelectuais que contribuíram para a formação da sociologia brasileira como disciplina acadêmica, como Gilberto Freyre na década de 1930 e Florestan Fernandes e Celso Furtado na década de 1950.
O Povo Brasileiro – a formação e o sentido do BrasilLuci Bonini
O documento discute a obra de Darcy Ribeiro "O povo brasileiro" e a diversidade social, étnica e cultural do Brasil. Darcy Ribeiro foi um antropólogo, escritor e político brasileiro que estudou os índios e defendeu suas causas. Seu livro analisa a formação do povo brasileiro a partir da miscigenação entre índios, europeus e africanos escravizados.
O documento descreve os principais pontos sobre o nascimento da sociologia como disciplina acadêmica, incluindo a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e o surgimento do capitalismo como fatores que levaram ao seu desenvolvimento. Também apresenta os principais pensadores fundadores da sociologia como Comte e Durkheim, e suas abordagens teóricas.
O documento discute a relação entre sociologia e meio ambiente, abordando temas como segurança alimentar, soberania alimentar, agricultura familiar, modernização ecológica e justiça ambiental no Brasil. Destaca que a preocupação com a degradação ambiental levou ao fortalecimento dos movimentos socioambientais e à constatação de que o desenvolvimento capitalista utiliza tecnologias predatórias.
O estudo do trabalho, das questões que o envolvem e a relação do trabalho com outros aspectos da vida social são referências para os autores clássicos. Neste capítulo vamos conhecer a visão dos autores clássicos sobre o trabalho assalariado. Também veremos como o trabalho assalariado se desenvolveu, quais são suas características centrais no mundo atual, como se organiza o trabalho na indústria, qual o papel da gerência e como a tecnologia incrementa o trabalho.
O documento apresenta um resumo da introdução à sociologia, descrevendo a ciência como o estudo do comportamento humano em sociedade. Detalha os principais marcos históricos do surgimento da sociologia como disciplina, incluindo as revoluções francesa e industrial, e apresenta pensadores fundamentais como Comte, Durkheim e Weber, além das principais correntes sociológicas.
O documento apresenta resumos de 15 capítulos de um livro de sociologia, onde cada resumo consiste em uma imagem de um grafite ilustrando o tema do capítulo, como evolucionismo, normas culturais, trabalho, classe social e política.
O documento resume as origens e ideias centrais do marxismo, incluindo: (1) Marx desenvolveu o materialismo histórico e dialético a partir das ideias de Hegel e outros pensadores; (2) Ele acreditava que as classes sociais e a propriedade privada deveriam ser abolidas para criar uma sociedade comunista igualitária; (3) No entanto, os estados socialistas reais não eliminaram totalmente as classes sociais e o Estado, contrariando as ideias de Marx.
A Sociologia estuda as sociedades humanas e as interações entre indivíduos em grupos e instituições. Surgiu no século XIX para entender os problemas decorrentes da Revolução Industrial e da organização da sociedade em classes. Três abordagens principais influenciaram seu desenvolvimento: a positivista de Comte, a dialética de Marx e a compreensiva de Weber.
O QUE É SOCIOLOGIA?
Introdução à Sociologia
O ESTUDO DA SOCIOLOGIA
”A sociologia é a ciência que estuda o ser social e as relações de sociabilidade (ou sociais)”.
A Sociologia serve para compreendermos a sociedade, as mudanças e os problemas sociais.
O ESTUDO DA SOCIOLOGIA
Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo, a Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas.
A Sociologia se formou na consolidação do capitalismo.
A Sociologia faz parte das ciências sociais.
1 - A SOCIOLOGIA É UMA CIÊNCIA
1) Possui métodos (uma maneira de olhar para a realidade social, com conceitos, formas de classificação, etc.);
2) Possui instrumentos (ferramentas de abordagem dessa realidade, como entrevistas, pesquisa de campos, etc.) próprios;
3) Se propõe a EXPLICAR os fenômenos sociais se distinguindo do senso comum.
2 - A SOCIOLOGIA ESTUDA O ”SER SOCIAL”
Ser mais que biológico; (Mogli, Tarzan, Kasper Houser);
Indivíduo moderno, membro de uma tribo ou clã, pertencente a uma determinada classe, ou grupo social, etc;
Indivíduo que não herdou valores, gostos e costumes por transmissão genética, mas sim por meio de um aprendizado, por um processo de socialização (sistema de símbolos, compartilhados das experiências gorilas).
O QUE HUMANIZA AS PESSOAS SÃO AS RELAÇÕES SOCIAIS
Existem alguns casos documentados de crianças que se perderam e passaram a viver em completo isolamento, distante da sociedade.
Elas são denominadas “crianças selvagens”.
Tais crianças vivem como animais e perdem os hábitos de falar e andar como pessoas tidas como normais.
MOGLI, O MENINO LOBO.
Tais histórias têm sido relatadas inicialmente a partir do século XVIII, onde crianças ficaram desaparecidas em ambientes selvagens por um longo período de tempo e que posteriormente foram encontradas.
De de início, devido seus diferentes padrões de comportamento, foram tidas como “crianças especiais”,
Esse padrão diferenciado de comportamento ocorria pois desde pequenos eles viveram e foram criados por animais, passando a adquirir traços destes animais como o modo de andar e com ausência da fala que fora substituída por grunhidos, sendo assim vistas como selvagens.
Estes casos de crianças selvagens reafirmam que somos seres culturais, ou seja, seres adaptados de acordo com a sociedade a qual somos inseridas.
“Crianças selvagens” são um exemplo de que não basta apenas herança genética para tornarmo-nos humanos mas também convívio social.
A natureza as deu a herança genética, que lhes dá aparência física e traços humanos, mas o meio a qual foram inseridas não as deu estimulo para ter comportamento, reações e sentimentos dos demais seres humanos que vivem no meio social.
O documento discute o surgimento da Sociologia no contexto das mudanças sociais na Europa do século XVIII como a Revolução Industrial e a urbanização. Também aborda pensadores como Marx, Durkheim e Weber que contribuíram para o estabelecimento da Sociologia como ciência através do estudo empírico da sociedade e das ações humanas. A Sociologia se diferencia por analisar os indivíduos e instituições dentro do contexto social.
Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de hollandaJosé Araujo
1) O documento discute Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda, dois intelectuais que pensaram a organização social do Brasil. 2) Freyre estudou ciências sociais nos EUA e publicou obras influentes como Casa Grande & Senzala, enquanto Hollanda publicou Raízes do Brasil e desenvolveu o conceito de "Homem Cordial". 3) Ambos analisaram a formação da sociedade brasileira e conceitos como democracia racial, embora Hollanda tenha apresentado uma visão mais crítica.
Sérgio Buarque de Holanda foi um importante historiador brasileiro do século XX. Seu livro mais conhecido, "Raízes do Brasil", analisa como os traços culturais portugueses influenciaram a formação da sociedade brasileira, incluindo a ênfase no prestígio pessoal, a fraqueza das instituições e a escravidão. Ele também cunhou o termo "homem cordial" para descrever as relações humanas no Brasil. Sérgio permaneceu intelectualmente ativo até sua morte em
O documento discute a teoria da luta de classes de Karl Marx e como processos revolucionários podem ser entendidos como momentos em que determinadas classes sociais passam a ocupar lugares distintos na estrutura de uma sociedade, com grupos antes dominados passando a ser dominadores.
Genero e sexualidade - Aula Completa de SociologiaSaulo Lucena
O documento discute a evolução histórica da compreensão da sexualidade e do gênero, desde a Grécia Antiga até os dias atuais. Aborda temas como a descriminalização da homossexualidade, o surgimento do movimento LGBT, as teorias do gênero de Foucault e Butler, e desigualdades de gênero na sociedade, como a violência contra a mulher.
O documento discute duas perspectivas sociológicas sobre as cidades: a Escola de Chicago, que enfatiza os aspectos de ordem nas cidades, e a Nova Sociologia Urbana, que vê os conflitos sociais como chave para compreender a organização urbana. A Escola de Chicago usou princípios ecológicos para analisar a distribuição espacial dos grupos, enquanto a Nova Sociologia Urbana argumenta que as cidades são produto das relações sociais do capitalismo.
O documento discute os conceitos fundamentais da sociologia, incluindo: 1) fatos sociais como objetos de estudo irreproduzíveis historicamente; 2) fatos sociais podem ser externos ou coercitivos; 3) a sociologia estuda a realidade social e as situações cotidianas dos indivíduos na sociedade.
O documento resume a vida e obra do sociólogo francês Émile Durkheim, considerado o fundador da sociologia moderna. Durkheim desenvolveu uma abordagem científica para estudar os fatos sociais e propôs que a sociedade é mais do que a soma das partes, influenciando as pessoas por meio da consciência coletiva. Ele também distinguiu duas formas de solidariedade social - mecânica e orgânica - e contribuiu para a sociologia econômica ao enfatizar o papel das instituições e normas sociais na
O documento discute os conceitos de desigualdade social, abordando como afeta principalmente países não desenvolvidos e como se manifesta no Brasil. Apresenta os tipos de desigualdades como econômica, racial, de gênero e regional, além de planos de governo para reduzi-las, como o Bolsa Família.
A cultura material é composta por bens tangíveis como ferramentas, construções e alimentos que são parte da sociedade. A cultura imaterial inclui práticas, expressões e conhecimentos que dão vida às sociedades, como a capoeira, religiões e danças brasileiras.
1) A cidade de Jenné-jeno no Mali é reconhecida como a mais antiga da África subsaariana.
2) A escravidão na África pré-colonial assumiu formas como a integração, doméstica e urbana, ligada principalmente ao comércio.
3) Os principais fluxos escravistas foram o transaariano para a África do Norte, o atlântico para as Américas e o asiático para o Oriente Médio, com preferência por escravos de determinados perfis
O documento discute o conceito de ideologia, definindo-a como um conjunto de ideias ou pensamentos de um grupo. Explora suas definições ao longo da história e como foi usada por filósofos como Destutt de Tracy e Karl Marx. Também resume as variações de ideologias no século XX e como o discurso pode ter uma dimensão ideológica.
O documento discute a sociologia brasileira, abordando suas principais fases e autores. A primeira fase incluiu estudos históricos como Os Sertões de Euclides da Cunha. A segunda fase teve ensaístas como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior. A terceira fase viu o surgimento de sociólogos como Florestan Fernandes, que fez uma análise crítica da desigualdade racial no Brasil.
Neste capítulo vamos conhecer os três grandes clássicos da Sociologia: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A introdução ao pensamento desses autores é de fundamental importância, pois é com base em suas obras que a Sociologia se constituiu como disciplina científica distinta das ciências da natureza e das ciências exatas.
O documento discute a política no Brasil, abordando tópicos como Estado e cidadania, origem da democracia brasileira e partidos políticos. A construção da cidadania no Brasil foi um longo processo com avanços e retrocessos ao longo da história, desde a escravidão no período colonial até as conquistas da Constituição de 1988. A democracia brasileira moderna emergiu após o fim do regime militar em 1985, porém manteve influência de partidos e políticos do período ditatorial.
O estudo do trabalho, das questões que o envolvem e a relação do trabalho com outros aspectos da vida social são referências para os autores clássicos. Neste capítulo vamos conhecer a visão dos autores clássicos sobre o trabalho assalariado. Também veremos como o trabalho assalariado se desenvolveu, quais são suas características centrais no mundo atual, como se organiza o trabalho na indústria, qual o papel da gerência e como a tecnologia incrementa o trabalho.
O documento apresenta um resumo da introdução à sociologia, descrevendo a ciência como o estudo do comportamento humano em sociedade. Detalha os principais marcos históricos do surgimento da sociologia como disciplina, incluindo as revoluções francesa e industrial, e apresenta pensadores fundamentais como Comte, Durkheim e Weber, além das principais correntes sociológicas.
O documento apresenta resumos de 15 capítulos de um livro de sociologia, onde cada resumo consiste em uma imagem de um grafite ilustrando o tema do capítulo, como evolucionismo, normas culturais, trabalho, classe social e política.
O documento resume as origens e ideias centrais do marxismo, incluindo: (1) Marx desenvolveu o materialismo histórico e dialético a partir das ideias de Hegel e outros pensadores; (2) Ele acreditava que as classes sociais e a propriedade privada deveriam ser abolidas para criar uma sociedade comunista igualitária; (3) No entanto, os estados socialistas reais não eliminaram totalmente as classes sociais e o Estado, contrariando as ideias de Marx.
A Sociologia estuda as sociedades humanas e as interações entre indivíduos em grupos e instituições. Surgiu no século XIX para entender os problemas decorrentes da Revolução Industrial e da organização da sociedade em classes. Três abordagens principais influenciaram seu desenvolvimento: a positivista de Comte, a dialética de Marx e a compreensiva de Weber.
O QUE É SOCIOLOGIA?
Introdução à Sociologia
O ESTUDO DA SOCIOLOGIA
”A sociologia é a ciência que estuda o ser social e as relações de sociabilidade (ou sociais)”.
A Sociologia serve para compreendermos a sociedade, as mudanças e os problemas sociais.
O ESTUDO DA SOCIOLOGIA
Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo, a Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas.
A Sociologia se formou na consolidação do capitalismo.
A Sociologia faz parte das ciências sociais.
1 - A SOCIOLOGIA É UMA CIÊNCIA
1) Possui métodos (uma maneira de olhar para a realidade social, com conceitos, formas de classificação, etc.);
2) Possui instrumentos (ferramentas de abordagem dessa realidade, como entrevistas, pesquisa de campos, etc.) próprios;
3) Se propõe a EXPLICAR os fenômenos sociais se distinguindo do senso comum.
2 - A SOCIOLOGIA ESTUDA O ”SER SOCIAL”
Ser mais que biológico; (Mogli, Tarzan, Kasper Houser);
Indivíduo moderno, membro de uma tribo ou clã, pertencente a uma determinada classe, ou grupo social, etc;
Indivíduo que não herdou valores, gostos e costumes por transmissão genética, mas sim por meio de um aprendizado, por um processo de socialização (sistema de símbolos, compartilhados das experiências gorilas).
O QUE HUMANIZA AS PESSOAS SÃO AS RELAÇÕES SOCIAIS
Existem alguns casos documentados de crianças que se perderam e passaram a viver em completo isolamento, distante da sociedade.
Elas são denominadas “crianças selvagens”.
Tais crianças vivem como animais e perdem os hábitos de falar e andar como pessoas tidas como normais.
MOGLI, O MENINO LOBO.
Tais histórias têm sido relatadas inicialmente a partir do século XVIII, onde crianças ficaram desaparecidas em ambientes selvagens por um longo período de tempo e que posteriormente foram encontradas.
De de início, devido seus diferentes padrões de comportamento, foram tidas como “crianças especiais”,
Esse padrão diferenciado de comportamento ocorria pois desde pequenos eles viveram e foram criados por animais, passando a adquirir traços destes animais como o modo de andar e com ausência da fala que fora substituída por grunhidos, sendo assim vistas como selvagens.
Estes casos de crianças selvagens reafirmam que somos seres culturais, ou seja, seres adaptados de acordo com a sociedade a qual somos inseridas.
“Crianças selvagens” são um exemplo de que não basta apenas herança genética para tornarmo-nos humanos mas também convívio social.
A natureza as deu a herança genética, que lhes dá aparência física e traços humanos, mas o meio a qual foram inseridas não as deu estimulo para ter comportamento, reações e sentimentos dos demais seres humanos que vivem no meio social.
O documento discute o surgimento da Sociologia no contexto das mudanças sociais na Europa do século XVIII como a Revolução Industrial e a urbanização. Também aborda pensadores como Marx, Durkheim e Weber que contribuíram para o estabelecimento da Sociologia como ciência através do estudo empírico da sociedade e das ações humanas. A Sociologia se diferencia por analisar os indivíduos e instituições dentro do contexto social.
Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de hollandaJosé Araujo
1) O documento discute Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda, dois intelectuais que pensaram a organização social do Brasil. 2) Freyre estudou ciências sociais nos EUA e publicou obras influentes como Casa Grande & Senzala, enquanto Hollanda publicou Raízes do Brasil e desenvolveu o conceito de "Homem Cordial". 3) Ambos analisaram a formação da sociedade brasileira e conceitos como democracia racial, embora Hollanda tenha apresentado uma visão mais crítica.
Sérgio Buarque de Holanda foi um importante historiador brasileiro do século XX. Seu livro mais conhecido, "Raízes do Brasil", analisa como os traços culturais portugueses influenciaram a formação da sociedade brasileira, incluindo a ênfase no prestígio pessoal, a fraqueza das instituições e a escravidão. Ele também cunhou o termo "homem cordial" para descrever as relações humanas no Brasil. Sérgio permaneceu intelectualmente ativo até sua morte em
O documento discute a teoria da luta de classes de Karl Marx e como processos revolucionários podem ser entendidos como momentos em que determinadas classes sociais passam a ocupar lugares distintos na estrutura de uma sociedade, com grupos antes dominados passando a ser dominadores.
Genero e sexualidade - Aula Completa de SociologiaSaulo Lucena
O documento discute a evolução histórica da compreensão da sexualidade e do gênero, desde a Grécia Antiga até os dias atuais. Aborda temas como a descriminalização da homossexualidade, o surgimento do movimento LGBT, as teorias do gênero de Foucault e Butler, e desigualdades de gênero na sociedade, como a violência contra a mulher.
O documento discute duas perspectivas sociológicas sobre as cidades: a Escola de Chicago, que enfatiza os aspectos de ordem nas cidades, e a Nova Sociologia Urbana, que vê os conflitos sociais como chave para compreender a organização urbana. A Escola de Chicago usou princípios ecológicos para analisar a distribuição espacial dos grupos, enquanto a Nova Sociologia Urbana argumenta que as cidades são produto das relações sociais do capitalismo.
O documento discute os conceitos fundamentais da sociologia, incluindo: 1) fatos sociais como objetos de estudo irreproduzíveis historicamente; 2) fatos sociais podem ser externos ou coercitivos; 3) a sociologia estuda a realidade social e as situações cotidianas dos indivíduos na sociedade.
O documento resume a vida e obra do sociólogo francês Émile Durkheim, considerado o fundador da sociologia moderna. Durkheim desenvolveu uma abordagem científica para estudar os fatos sociais e propôs que a sociedade é mais do que a soma das partes, influenciando as pessoas por meio da consciência coletiva. Ele também distinguiu duas formas de solidariedade social - mecânica e orgânica - e contribuiu para a sociologia econômica ao enfatizar o papel das instituições e normas sociais na
O documento discute os conceitos de desigualdade social, abordando como afeta principalmente países não desenvolvidos e como se manifesta no Brasil. Apresenta os tipos de desigualdades como econômica, racial, de gênero e regional, além de planos de governo para reduzi-las, como o Bolsa Família.
A cultura material é composta por bens tangíveis como ferramentas, construções e alimentos que são parte da sociedade. A cultura imaterial inclui práticas, expressões e conhecimentos que dão vida às sociedades, como a capoeira, religiões e danças brasileiras.
1) A cidade de Jenné-jeno no Mali é reconhecida como a mais antiga da África subsaariana.
2) A escravidão na África pré-colonial assumiu formas como a integração, doméstica e urbana, ligada principalmente ao comércio.
3) Os principais fluxos escravistas foram o transaariano para a África do Norte, o atlântico para as Américas e o asiático para o Oriente Médio, com preferência por escravos de determinados perfis
O documento discute o conceito de ideologia, definindo-a como um conjunto de ideias ou pensamentos de um grupo. Explora suas definições ao longo da história e como foi usada por filósofos como Destutt de Tracy e Karl Marx. Também resume as variações de ideologias no século XX e como o discurso pode ter uma dimensão ideológica.
O documento discute a sociologia brasileira, abordando suas principais fases e autores. A primeira fase incluiu estudos históricos como Os Sertões de Euclides da Cunha. A segunda fase teve ensaístas como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior. A terceira fase viu o surgimento de sociólogos como Florestan Fernandes, que fez uma análise crítica da desigualdade racial no Brasil.
Neste capítulo vamos conhecer os três grandes clássicos da Sociologia: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A introdução ao pensamento desses autores é de fundamental importância, pois é com base em suas obras que a Sociologia se constituiu como disciplina científica distinta das ciências da natureza e das ciências exatas.
O documento discute a política no Brasil, abordando tópicos como Estado e cidadania, origem da democracia brasileira e partidos políticos. A construção da cidadania no Brasil foi um longo processo com avanços e retrocessos ao longo da história, desde a escravidão no período colonial até as conquistas da Constituição de 1988. A democracia brasileira moderna emergiu após o fim do regime militar em 1985, porém manteve influência de partidos e políticos do período ditatorial.
Nas diferentes sociedades, as lutas políticas acontecem de formas diversas. Em sociedades modernas, uma parte importante da luta política é o empenho em definir o que é cidadania, isto é, quais são os direitos e os deveres dos cidadãos. Nessa luta por direitos, os movimentos sociais buscam o apoio dos cidadãos para suas reivindicações e o Estado tenta negociar acordos entre diferentes reivindicações. As tentativas do Estado nem sempre têm êxito, o que, em alguns casos, pode até mesmo levar à derrubada violenta do governo.
Este documento discute as teorias de Durkheim, Weber e Marx sobre a divisão social e estratificação de classes. Resume os principais pontos de cada teórico, como Durkheim definir classes com base em grupos funcionais e profissionais, Weber definir classes, status e partidos como tipos ideais de estratificação social e Marx definir classes com base na propriedade dos meios de produção e na dialética entre capitalistas e trabalhadores.
1) O documento discute temas contemporâneos da sociologia, incluindo tempos de mudança, a revolução informacional, a financeirização do capital, modernidade e pós-modernidade.
2) A revolução informacional transformou a base produtiva do capitalismo através do desenvolvimento de novas tecnologias da informação, porém algumas análises questionam se isso realmente libertou os trabalhadores da exploração.
3) Nos últimos anos, o capitalismo se estruturou com base em um processo de financeirização que valorizou o capital f
Neste capítulo apresentamos as atuais tendências da Antropologia mundial. A tarefa é difícil, pois a Antropologia é hoje muito diversificada, e os lugares de produção do pensamento antropológico se multiplicaram.
A partir de meados do século XX, a Antropologia concentrou seu interesse nas populações marginalizadas das sociedades nacionais. No Brasil não foi diferente: a Antropologia construiu um acervo de conhecimento sobre populações indígenas, negras, camponesas, entre outras.
Ao contrário das antropologias norte-americana, inglesa e francesa, a antropologia brasileira preocupou-se basicamente em estudar o próprio país. Apenas muito recentemente os antropólogos brasileiros começaram a estudar a diferença em contextos fora do Brasil. Durante praticamente todo o século XX, o principal interesse foi explicar o Brasil, observando as populações marginalizadas do país e também as populações urbanas de classe média e as elites. Este capítulo começa com um breve histórico da Antropologia no Brasil para depois destacar os principais focos e temas da produção antropológica nacional.
1. O documento discute a evolução do conceito de cultura na Antropologia, desde a crítica de Franz Boas à ideia de hierarquia cultural até as revisões do conceito no século XX.
2. Boas introduziu o conceito de cultura plural para criticar a ideia de evolução cultural e hierarquia entre sociedades. Isso levou ao desenvolvimento do relativismo cultural.
3. Ao longo do tempo, diferentes antropólogos revisaram o conceito de cultura, ora enfatizando os padrões culturais e sua influ
Este documento discute a globalização e sua influência na política. Aborda o conceito de globalização e como ela intensificou as relações entre localidades distantes. Também analisa a governança global e como organizações internacionais como a ONU tentam regular as relações entre Estados soberanos em um mundo globalizado.
Este capítulo discute: 1) A perspectiva antropológica inglesa focada em estrutura social e função; 2) A abordagem francesa centrada na troca e em estruturas universais subjacente ao pensamento humano; 3) O estudo de sociedades simples e complexas.
O documento discute os conceitos de política, poder e Estado. Apresenta as definições de poder e Estado de acordo com Max Weber, destacando o Estado como o monopólio da violência legítima em um território. Também resume as três formas de dominação legítima de acordo com Weber: tradicional, carismática e racional-legal.
O resumo do Capítulo mostra pesquisas que representam as várias direções em que a Ciência Política vem se desenvolvendo. Nele são examinados alguns trabalhos de filosofia política que têm influenciado os debates contemporâneos e como a aproximação entre Ciência Política e Economia tem contribuído para a compreensão das diferenças de desenvolvimento entre os países.
O documento discute a evolução do pensamento antropológico sobre sociedades indígenas. No século XIX, intelectuais europeus desenvolveram teorias evolucionistas que colocavam sociedades europeias no topo e justificavam a dominação colonial. No século XX, antropólogos passaram a criticar essas visões etnocêntricas e documentaram a complexidade de culturas indígenas, como mostrou Lévi-Strauss em seus estudos dos mitos.
O objetivo das Ciências Sociais é ampliar o conhecimento sobre o ser humano em suas interações sociais. A Sociologia revela a sociedade como ela é de fato, não como ela deveria ser. O propósito da Sociologia é o de contribuir para uma melhor compreensão a respeito da sociedade, o que permite que medidas sejam tomadas para melhorar a vida daqueles que dela fazem parte.
O mero ato de pensar é um ato social; aprender uma linguagem é um ato social. Embora qualquer um de nós venha ao mundo com a capacidade de aprender línguas, só as aprendemos em contato com o mundo social. Essa constatação simples, “vivemos em sociedade”, deu origem a muitas reflexões sobre o lugar do indivíduo no mundo. Desde o fim do século XIX, essas reflexões têm sido sistematizadas em ciências, denominadas Ciências Sociais. A proposta desta introdução é convidar você a conhecer alguns aspectos da Antropologia, da Sociologia e da Ciência Política.
Fernandes, florestan capitalismo dependente e classes sociais na américa la...Daylson Lima
A empresa está enfrentando desafios financeiros devido à queda nas vendas e precisa cortar custos. O diretor financeiro recomenda demitir funcionários para economizar em folha de pagamento ou negociar reduções salariais para evitar demissões.
O documento descreve a história da indústria automobilística no Brasil desde a chegada do primeiro automóvel em 1894 até os dias atuais. Detalha os marcos iniciais da montagem de veículos no país a partir da década de 1910 e o crescimento da indústria nas décadas seguintes, impulsionado por políticas governamentais. Também discute os impactos socioeconômicos positivos e desafios atuais do setor, que é um importante gerador de empregos e tecnologia no Brasil.
A indústria automobilística produz mais de 69 milhões de veículos por ano globalmente. No Brasil, a indústria começou em 1956 e cresceu para incluir montadoras globais. Recentemente, a indústria bateu recordes de produção, mas também enfrenta desafios como poluição e congestionamento nas cidades.
O documento discute a precarização do trabalho no capitalismo globalizado e flexível. A precarização ocorre não só na perda de direitos trabalhistas, mas também na "precarização do homem que trabalha", afetando a subjetividade humana. O trabalho flexível leva a jornadas mais longas e instabilidade, corroendo a vida pessoal e sociabilidade dos trabalhadores.
O documento descreve a evolução da sociologia no Brasil em três períodos: 1) A herança histórico-cultural da sociologia entre 1888-1930, quando era praticada por intelectuais não especializados; 2) O período da sociologia científica entre 1934-1957, quando se institucionalizou o ensino e pesquisa em sociologia; 3) O período de crise e diversificação a partir de 1957, marcado pela emergência do marxismo e estudos sobre dependência.
O documento discute os principais conceitos e etapas da industrialização mundial, como a primeira, segunda e terceira revoluções industriais, além de classificar as indústrias por destino do produto e sistemas de produção como o taylorismo, fordismo e toyotismo. Também apresenta os principais tipos de agrupamentos econômicos como trustes, cartéis e holdings.
Este documento descreve a evolução da Sociologia brasileira desde sua consolidação nos anos 1930 até os dias atuais. Analisa como intelectuais buscaram interpretar a formação da sociedade brasileira e suas particularidades, enfocando temas como a herança colonial, a escravidão e a questão racial. Destaca autores como Gilberto Freyre, Caio Prado Junior e Sérgio Buarque de Holanda, que deram forma científica à Sociologia brasileira na década de 1930.
As três fases da implantação da sociologia no Brasil incluem: (1) Euclides da Cunha e seu livro "Os Sertões" sobre a guerra de Canudos; (2) Gilberto Freyre e Caio Prado Junior, que analisaram, respectivamente, a formação da sociedade brasileira e o atraso do Brasil devido à colonização portuguesa; (3) Florestan Fernandes, que criticou teorias sociológicas clássicas e estudou grupos marginalizados no Brasil como os negros em São Paulo.
O documento descreve a evolução do pensamento sociológico no Brasil, dividindo-o em três fases: 1) autores do século XIX preocupados em estudar a sociedade brasileira de forma literária; 2) ensaístas da década de 1930 como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior que analisaram a formação da sociedade brasileira; 3) a partir de 1930, sociólogos universitários como Florestan Fernandes estabeleceram a Sociologia como ciência no Brasil realizando análises críticas e investig
[1] Caio Prado Jr. foi um importante intelectual e historiador brasileiro nascido em 1907 em São Paulo. [2] Ele se envolveu com política na década de 1920, filiando-se ao Partido Comunista em 1931. [3] Sua obra mais famosa, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), analisou a formação econômica e social do Brasil a partir da perspectiva marxista.
Cultura e modernidade no basil prof oliveninformingus
O documento discute a noção de modernidade no Brasil ao longo da história. Trata-se de um tema constante na intelectualidade brasileira. A modernidade é frequentemente vista como algo que vem de fora e deve ser admirado ou considerado com cautela. O Brasil passou por diferentes períodos em que valorizou ou desvalorizou sua própria cultura em relação aos modelos europeus ou norte-americanos. Atualmente, há uma contradição entre a modernidade tecnológica e a não realização de mudanças sociais que benef
A sociologia surgiu no Brasil em 1865, inicialmente influenciada pelo positivismo. Grandes sociólogos como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda e Caio Prado Junior analisaram temas como a formação do povo brasileiro, a escravidão e o processo de colonização. Florestan Fernandes fundou a sociologia crítica no Brasil e estudou estruturas de classe e o capitalismo dependente.
1. O documento descreve a evolução histórica e social do Brasil desde o período colonial até a década de 1930, destacando a influência européia, a escravidão, a urbanização e o crescimento da burguesia e da classe média.
2. Na década de 1930, intelectuais como Caio Prado Jr., Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Fernando de Azevedo analisaram o Brasil buscando compreender seu desenvolvimento sob a ótica nacional em oposição à visão européia, valorizando
O documento descreve a evolução histórica da análise das desigualdades sociais no Brasil desde o século XIX, quando eram atribuídas à preguiça ou raça, até os dias atuais quando índices são usados para medir pobreza e desigualdade racial permanece relevante.
Afrobrasileiros e a construção da democracia na década de 1920Carlos Sant'Anna
Este documento discute a participação de afro-brasileiros na construção da ideia de democracia racial nos anos 1920. A peça teatral "Tudo Preto" promovia a visão do Brasil como uma terra de mestiçagem e harmonia racial, destacando a importância da cultura afro-brasileira na identidade nacional. A peça sugeria que afro-brasileiros viam a ideia de democracia racial como uma política para combater a discriminação racial de forma pacífica.
Caio prado jr formação do brasil contemporâneoJorge Miklos
1) O documento analisa o livro "Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Jr, que examina as características da colonização portuguesa no Brasil e como ela influenciou a formação da sociedade brasileira.
2) Caio Prado define o conceito de "sentido histórico" como o rumo dado à história de um povo por um conjunto de acontecimentos ao longo do tempo, argumentando que o sentido da colonização portuguesa no Brasil foi estabelecer uma colônia fornecedora de produtos ag
Sociologia no brasil e seus principais representantesedsonfgodoy
1) Os principais sociólogos brasileiros do século XX estudaram a formação da sociedade e identidade brasileiras, incluindo Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda.
2) Gilberto Freyre analisou a miscigenação como elemento fundamental da identidade nacional brasileira em sua obra Casa Grande & Senzala.
3) Esses sociólogos abordaram temas como a herança colonial, a escravidão, e os desafios para o desenvolvimento do Brasil.
Gilberto de Mello Freyre foi um intelectual brasileiro que revolucionou o pensamento sobre a formação da sociedade brasileira ao considerar a miscigenação entre índios, africanos e portugueses. Florestan Fernandes foi um sociólogo marxista que criticou a ideia de democracia racial defendida por Freyre, apontando a desigualdade racial e o racismo na sociedade brasileira. Sérgio Buarque de Holanda analisou a "cordialidade" como um traço do caráter nacional brasile
[1] O documento apresenta a biografia e o pensamento do historiador brasileiro Caio Prado Jr., notadamente sua interpretação da formação econômica do Brasil como resultado da colonização e da inserção subordinada no sistema capitalista internacional; [2] Caio Prado divergiu do Partido Comunista ao defender que o Brasil não seguiu um caminho feudal e que o socialismo requeria o "amadurecimento" do capitalismo local first; [3] Ele analisou as contradições históricas que levaram o país da economia escravista
A Sociologia no Brasil iniciou-se em 1865 e consolidou-se entre 1930 e 1940. Alguns dos principais pensadores brasileiros da Sociologia foram Sílvio Romero, Gilberto Freyre, Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. A realidade brasileira ainda precisa de muitas transformações para superar desigualdades econômicas, políticas e culturais.
Projeto brasilidade identidade e autoestima finalLuis Nassif
O documento apresenta um estudo realizado pela República sobre a identidade nacional e autoestima dos brasileiros após mais de 20 anos de democracia e estabilidade econômica. O estudo analisa imagens dos brasileiros construídas por intelectuais ao longo da história, como a capacidade de conciliação e o erotismo apontados por Gilberto Freyre, e o "jeitinho brasileiro" estudado por diversos autores.
Florestan fernandes a integração do negro na sociedade de classesJorge Miklos
Este documento resume:
1) A vida e obra do sociólogo Florestan Fernandes, focado no estudo da integração do negro na sociedade brasileira.
2) Seu livro "A integração do negro na sociedade de classes" analisa os desafios enfrentados pelos negros após a abolição da escravidão em adaptar-se às novas relações sociais e de trabalho.
3) Florestan argumenta que os negros enfrentaram grande marginalização e exclusão social devido à falta de preparo para a liberdade e concorr
O documento discute vários conceitos relacionados à cultura, incluindo o que é cultura, seus pilares, etnocentrismo, contracultura, popular versus erudito, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o Caso Dreyfus, o conceito de intelectual, os discursos fundadores da nação brasileira, e as visões de Silvio Romero, Euclides da Cunha e três intérpretes do Brasil no século XX.
O documento discute vários conceitos relacionados à cultura, incluindo o que é cultura, seus pilares, etnocentrismo, contracultura, popular versus erudito, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o Caso Dreyfus, o conceito de intelectual, os discursos fundadores da nação brasileira, as visões de Silvio Romero e Euclides da Cunha sobre a identidade brasileira, e os intérpretes do Brasil no século XX como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Costa
1) No século XIX, as elites brasileiras defendiam políticas de "branqueamento" da população através da imigração européia, com o objetivo de construir uma nação desenvolvida segundo padrões civilizatórios europeus, considerados superiores.
2) Intelectuais brasileiros como Silvio Romero defendiam a tese de que a mestiçagem resultaria no predomínio do "branco", mas visões variavam entre a vitória do branco e uma mistura de raças.
3) Tanto abolicionistas quant
O documento analisa a obra "A Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Júnior, escrita em 1942, que busca explicar as origens históricas do Brasil. O artigo destaca três pontos: 1) o contexto histórico em que a obra foi escrita, durante um período de transformações políticas no Brasil na década de 1930; 2) a epistemologia marxista que influenciou a abordagem de Caio Prado Júnior, dando ênfase ao papel do Estado e das classes sociais; 3) a her
Semelhante a Capítulo 9 - Sociologia Brasileira (20)
O documento discute as principais mudanças propostas pela reforma da previdência do governo Bolsonaro, incluindo aumentar a idade mínima para aposentadoria, reduzir o valor dos benefícios e proibir a acumulação de aposentadorias e pensões.
Caminhoneiros anunciam greve. A reivindicação era que o governo reduzisse a zero a carga tributária sobre o diesel (os tributos federais são PIS/Cofins e Cide), cujo custo aumentou nos últimos meses devido à política de preços da Petrobras.
O documento discute insalubridade e periculosidade no trabalho, definindo-os e explicando seus aspectos legais, como adicionais salariais e limites de tolerância. É regulamentado pela CLT e pela Norma Regulamentadora no 15 para insalubridade e no 16 para periculosidade.
Com um conjunto de medidas, o governo de Otávio Augusto inaugurou um período de estabilidade política conhecido como Pax Romana, que durou aproximadamente 200 anos.
O documento descreve a expansão da colonização portuguesa para o interior do Brasil nos séculos XVII e XVIII através da ação de soldados, jesuítas e bandeirantes. Os bandeirantes paulistas organizavam expedições para capturar indígenas e encontrar ouro, expandindo assim a fronteira agrícola e a mineração para o interior do país.
Atravessada pela cadeia montanhosa dos Apeninos, a Península Itálica foi ocupada sucessivamente por diferentes povos ao longo de milênios. Por volta de 600 a.C., os etruscos conquistaram Roma e desenvolveram a cidade, influenciando profundamente a cultura romana. Após a queda do último rei etrusco em 509 a.C., Roma estabeleceu a República e iniciou um período de expansão territorial através da guerra, conquistando grandes impérios e transformando-se no maior
No Brasil da República Velha, a insatisfação com o domínio das oligarquias e a desigualdade social eram intensas e motivaram uma série de protestos, greves, rebeliões e levantes. Durante os anos 1920, a Política do Café com Leite foi questionada por vários setores da população: Operários e camadas médias urbanas; Grupos ligados à indústria; Jovens Oficiais do Exército (Movimento Tenentista). Esses grupos queriam: voto secreto, incentivo à indústria, fim da corrupção na política, ampliação da educação pública, maior centralização política.
A Primeira Guerra teve efeitos desastrosos para a Europa: destruiu fabricas, pontes e estradas, devastou os campos e agrediu duramente o meio ambiente dos países europeus envolvidos no conflito. No caso dos Estados, porém, a história foi outra porque: seu território não foi atingido pela guerra; a guerra lhe proporcionou riqueza, prosperidade e acúmulo de capital; o país passou de devedor a credor mundial.
O esquema político-eleitoral por meio do qual as oligarquias exerceram sua dominação durante a Primeira República foi arquitetado no governo do presidente Campos Sales (1898-1902) e funcionava da seguinte maneira: os chefes políticos locais, chamados na época de coronéis, coagiam os eleitores a votarem nos candidatos indicados por eles. Sua influencia foi fortíssima no interior do Nordeste, onde o poder era exercido por meio de sua influência social e de suas milícias particulares composta por jagunços e cangaceiros.
A Revolução Russa ocorreu em 1917 e pôs fim ao Império Russo e ao governo czarista absolutista. A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial contribuiu para o descontentamento popular que levou à queda do czar Nicolau II em fevereiro de 1917. Os bolcheviques, liderados por Lênin, tomaram o poder em outubro de 1917 e estabeleceram o primeiro Estado socialista no mundo.
1) O documento descreve a presença portuguesa e holandesa na América portuguesa, com foco no Nordeste brasileiro.
2) Os holandeses invadiram duas vezes o Nordeste açucareiro do Brasil no século XVII, visando controlar a produção e o comércio de açúcar.
3) A sociedade colonial nordestina era hierárquica e baseada na produção de açúcar por meio do trabalho escravo.
1) A Grécia antiga abrangia diversas regiões da península balcânica e ilhas circundantes, além de áreas da Ásia Menor e sul da Itália.
2) Os antigos gregos foram influenciados pela civilização cretense, centrada na ilha de Creta, que se desenvolveu o comércio marítimo e uso de carros.
3) Por volta de 1450 a.C., muitos assentamentos cretenses foram destruídos por incêndios, possivelmente causados pela invasão dos aqueus.
O documento discute os povos indígenas no Brasil, destacando suas semelhanças e diferenças culturais. As principais pontos abordados são: 1) Embora compartilhem alguns aspectos culturais, cada povo indígena tem suas próprias características linguísticas, forma de moradia e arte; 2) Existem dois grandes troncos linguísticos entre os povos indígenas brasileiros: Tupi e Macro-Jê; 3) Apesar de terem sofrido com a colonização, a população indígen
O documento descreve as civilizações indígenas da América, incluindo os astecas, maias e incas. Detalha suas economias baseadas na agricultura, caça e pesca, suas sociedades hierárquicas e religiões politeístas que enfatizavam deuses naturais e astrais e realizavam sacrifícios humanos e de animais. Também fornece um quadro comparativo destas culturas.
Além de Egito e Mesopotâmia, outros três povos da costa oriental do Mediterrâneo foram importantes e de alguma forma contribuíram para a História do mundo ocidental: hebreus, fenícios e persas. Conhecer um pouco da história desses três povos é indispensável e muito importante para o estudo da cultura e da religião do Ocidente.
A civilização egípcia surgiu em torno de 3100 a.C. com a unificação política do Alto e do Baixo Egito feita pelo primeiro faraó, Menés, e se desenvolveu ao longo dos três milênios seguintes. Sua história é dividida em três grandes períodos: Antigo, Médio e Novo Império, marcados pela estabilidade política, prosperidade econômica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários.
A Núbia floresceu ao sul do Egito, entre a primeira e a sexta catarata do Rio Nilo. Ela foi um importante elo entre os povos da África Central e os do mar mediterrâneo.
No interior do território da Núbia formou-se o Reino de Kush. Conforme provas arqueológicas, a história de Kush está estreitamente ligada a do Egito. Foram achados um grande número de produtos egípcios encontrados em terras núbias, e vice-versa.
"A Mesopotâmia - nome dado pelos gregos e que significa "terra entre rios" (do grego, meso e potamos) - é uma região de interesse histórico e geográfico mundial, trata-se de um platô de origem vulcanica localizado no Oriente Médio, delimitada entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupada pelo atual território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos". (www.mundovestibular.com.br)
Maria Leopoldina (22-01-1797 a 11-12/1826), foi arquiduquesa da Áustria, imperatriz do Brasil entre 1822 e 1826, e rainha de Portugal por oito dias, em 1826. Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, era a sexta filha do segundo casamento de Francisco X, imperador da Áustria.
Em virtude da exibição da novela Mundo Novo, na Rede Globo, este trabalho tem por objetivo mostra ao grande público, algumas passagens históricas não totalmente abordadas na ficção.
A Operação Carne Fraca apura um suposto esquema de corrupção em que dezenas de empresas alimentícias pagavam propina a fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em troca da não fiscalização de produtos e da liberação de licenças.
O documento discute as sibilas da mitologia greco-romana, mulheres com poderes proféticos, e apresenta duas imagens: uma gravura de 1497 de uma sibila e um afresco de Michelangelo.
Mais de Marcos Antonio Grigorio de Figueiredo (20)
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1. Metabiótica 4 (2002), de Alexandre Orion. Intervenção pictórica (graffiti)
seguida de registro fotográfico.
CAPÍTULO 9 - Sociologia Brasileira
2. No primeiro item deste capítulo apresentaremos uma visão panorâmica
das interpretações do Brasil do final do século XIX e começo do século
XX. No segundo, vamos analisar o conjunto de intérpretes mais
significativos do Brasil dos anos 1930 e sua importância no processo de
consolidação da sociologia brasileira. No terceiro item passamos ao
tema da questão racial, entendido a partir do legado da escravidão. O
item quatro será dedicado ao debate em torno das questões do
subdesenvolvimento e da dependência econômica. Por fim, no item
cinco, faremos uma exposição das teses que resgatam
contemporaneamente a questão da desigualdade social, especialmente
a precarização do trabalho e o trabalho informal. Trabalharemos os itens
da seguinte forma:
1 - Interpretações do Brasil;
2 - A geração de 1930;
3 - A escravidão e a questão racial;
4 - Subdesenvolvimento e dependência econômica;
5 - Precarização do trabalho no Brasil contemporâneo.
3. 1 - Interpretações do Brasil
No final do século XIX e início do XX, tomou forma um conjunto de análises
sobre as particularidades do Brasil que buscava investigar como a nação se
formou, quais seriam as bases dessa formação social, em que medida o
passado colonial e escravista teria influenciado essa formação, quais seriam as
características centrais da identidade social brasileira. Entre as décadas de
1950-60, essas questões se ampliaram e diversificaram, com temas sobre qual
seria o papel econômico e político do Brasil diante da divisão internacional do
trabalho e como se dava a relação de dependência com os países de economia
mais avançada. Nos dias de hoje, uma questão central é como o Brasil reproduz
seu passado de desigualdades sociais, seja por consequência da escravidão, ou
em razão do papel subalterno diante de países economicamente mais ricos
como EUA, Alemanha, França, Inglaterra e, mais recentemente, a China.
Durante os períodos colonial e imperial, o Brasil foi marcado pela produção
agrícola escravista e formas de organização social predominantemente rurais e
nucleadas na esfera familiar. Após a proclamação da República (1889), o país
passou a experimentar o trabalho assalariado e a vida urbana, o que gerou
novas contradições e problemas no âmbito da formação social, sobretudo no
ambiente universitário que se estruturava.
4. A influência das discussões sociológicas, por vezes trazida na bagagem de brasileiros que
iam estudar em países europeus ou nos Estados Unidos, refletia a contradição entre o que a
sociedade brasileira era de fato e aquilo que poderia ou deveria ser. Muitas dessas
interpretações viam o Brasil com os olhos de outras sociedades. O resultado foram
interpretações que problematizaram as particularidades do Brasil na medida em que as
contrapunham a outras dinâmicas sociais.
Após a proclamação da República, a questão central passou a ser a definição dos aspectos
centrais da formação da sociedade brasileira. Assim, a importância do passado colonial
esteve presente na maioria dos livros que discutiram a formação social do país.
Em 1920, o historiador e sociólogo Oliveira Vianna publicou Populações meridionais do
Brasil, livro que destaca as diferenças entre o povo brasileiro e os demais. Motivado por sua
tese de que o Brasil teria sido formado por brancos, apesar da presença de índios, mestiços
e negros, Oliveira Vianna prevê uma nação embranquecida, em razão da forte imigração
europeia e da suposta maior fecundidade dos brancos em relação às outras “raças”.
Em 1933 Gilberto Freyre publicou Casa-grande & senzala, livro que o sociólogo e crítico
Antônio Candido (1918-) considera ser uma ponte entre o naturalismo que marcou antigas
interpretações (como as de Silvio Romero e Euclides da Cunha) e a contribuição sociológica
que se desenvolveu a partir dos anos 1940. Freyre desenvolve o argumento de que a
miscigenação seria o traço cultural central da sociedade brasileira. Mas ao contrário de
interpretações anteriores, não vê a mestiçagem de forma negativa e enfatiza a necessidade
de substituir o conceito de “raça”, largamente difundido no Brasil, pelo conceito de cultura.
5. Segundo Gilberto Freyre, a família patriarcal foi a base sobre a qual a mestiçagem
se desenvolveu no Brasil. Localizada sobretudo no meio rural, particularmente no
latifúndio monocultor do Nordeste brasileiro, a família patriarcal constituiu, assim,
a forma social ideal para que a “raça” branca, colonizadora, se relacionasse com as
demais “raças”. Freyre defende sua tese central sobre a democracia racial, sempre
observando o predomínio dos aspectos culturais em relação aos “raciais”. A
mestiçagem é entendida como uma vantagem e a desmitificação do negro como
ser “selvagem” é um tema central. O povo brasileiro é considerado uma simples
soma de três “raças”, mas como resultado de um encontro mais complexo, que
remete à formação da cultura brasileira.
Diferentemente de Freyre, o historiador Caio Prado Júnior (1907-1990), nos livros
Evolução Política do Brasil (1933) e Formação do Brasil Contemporâneo (1942)
interpreta o passado colonial baseando-se na produção, distribuição e consumo de
mercadorias.
Em Formação do Brasil contemporâneo, a história brasileira é contada do ponto de
vista da produção, distribuição e consumo da riqueza. O Brasil é analisado como
parte do processo da expansão mercantil europeia. Para Caio Prado, a formação do
Brasil se deu de fora para dentro, tendo o país se estruturado como fornecedor de
produtos tropicais, a exemplo da cana-de-açúcar. Segundo o autor, a história do
Brasil deve ser entendida num âmbito mais amplo, que tem relação direta com as
formas de expansão do comércio europeu na América do Sul.
6. Segundo Gilberto Freyre, a família patriarcal foi a base sobre a qual a mestiçagem
se desenvolveu no Brasil. Localizada sobretudo no meio rural, particularmente no
latifúndio monocultor do Nordeste brasileiro, a família patriarcal constituiu, assim,
a forma social ideal para que a “raça” branca, colonizadora, se relacionasse com as
demais “raças”. Freyre defende sua tese central sobre a democracia racial, sempre
observando o predomínio dos aspectos culturais em relação aos “raciais”. A
mestiçagem é entendida como uma vantagem e a desmitificação do negro como
ser “selvagem” é um tema central. O povo brasileiro é considerado uma simples
soma de três “raças”, mas como resultado de um encontro mais complexo, que
remete à formação da cultura brasileira.
Diferentemente de Freyre, o historiador Caio Prado Júnior (1907-1990), nos livros
Evolução Política do Brasil (1933) e Formação do Brasil Contemporâneo (1942)
interpreta o passado colonial baseando-se na produção, distribuição e consumo de
mercadorias.
Em Formação do Brasil contemporâneo, a história brasileira é contada do ponto de
vista da produção, distribuição e consumo da riqueza. O Brasil é analisado como
parte do processo da expansão mercantil europeia. Para Caio Prado, a formação do
Brasil se deu de fora para dentro, tendo o país se estruturado como fornecedor de
produtos tropicais, a exemplo da cana-de-açúcar. Segundo o autor, a história do
Brasil deve ser entendida num âmbito mais amplo, que tem relação direta com as
formas de expansão do comércio europeu na América do Sul.
7. Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), que publicou em 1936, o livro Raízes do
Brasil. De estilo mais conciso, a obra aborda o sentido político da descrença no
liberalismo tradicional e busca possíveis soluções. Tem como condicionantes
teóricos a história social francesa, a sociologia da cultura alemã, sobretudo a
influência de Max Weber, e a teoria sociológica e etnológica.
O livro de Sérgio Buarque inseriu-se no debate sobre o estudo das origens e
formação da sociedade brasileira. O autor dialoga com o historiador Manoel
Bomfim (1868-1932) e com o pensador e político Alberto Torres (1865-1917),
entre outros autores, e especialmente com Oliveira Vianna, ao criticar a visão
autoritária desse autor sobre a formação social do Brasil. Com Raízes do Brasil,
Sérgio Buarque objetiva conhecer o passado com vistas para o futuro,
preocupando-se com a transformação social. As questões centrais de sua análise
giram em torno da oposição entre o mundo rural e o mundo urbano e entre a
esfera privada e a esfera pública. Na concepção de Sérgio Buarque de Holanda, é
preciso superar essas raízes, para que nossa sociedade seja modificada. Com
esse objetivo em vista, o autor traça um panorama histórico do Brasil que se
inicia no período colonial, passa pelo Império e pela República, até os anos
1930.
8. As três raças (c. 1930), aquarela do ilustrador brasileiro Belmonte (1896-1947).
9. Na década de 1930, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda deram
forma científica à sociologia brasileira. Amparados, respectivamente, nas obras de Franz
Boas, Karl Marx e Max Weber, formalizaram a Sociologia como ciência no Brasil. A
importância desses autores foi decisiva quanto aos rumos da Sociologia a partir desse
momento. A seguir, vamos examinar os pontos centrais das obras de Sérgio Buarque e Caio
Prado Júnior, já que a perspectiva de Gilberto Freyre foi comentada no Capítulo 4.
Como vimos, Sérgio Buarque adota o referencial weberiano para analisar o Brasil do período
colonial. Sua inserção no debate se dá pela denúncia dos fundamentos agrários e patriarcais
presentes na sociedade brasileira. Mostra-se também contrário às teorias racistas e,
aproximando-se de Gilberto Freyre, entende que a mestiçagem teve papel central na
construção da identidade nacional. Não obstante, essa aproximação não pode ser percebida
com relação à herança rural. Enquanto Gilberto Freyre faz uma interpretação positiva do
passado rural, como algo próprio de nossa cultura e que não deveria ser transformado,
Sérgio Buarque enfatiza a necessidade da transformação social, da constituição de um
conjunto de regras e normas destinadas a superar um passado de favorecimentos pessoais
originários das oligarquias rurais.
Alicerçando seu raciocínio nos tipos ideais weberianos, Sérgio Buarque constitui um etos
nacional, isto é, um conjunto de características que se sintetizam em uma cultura específica,
na medida em que explicita os traços marcantes da sociedade brasileira da época. Esse etos
nacional tem um sentido histórico e se fundamenta em uma relação dialética própria da
sociedade brasileira. De um lado, Sérgio Buarque assinala a modernização da sociedade
brasileira, de outro, o conservadorismo que tenta bloquear essa modernização.
10. Para Sérgio Buarque, o tipo ideal que explicita esse processo contraditório é o homem
cordial. Ele seria a chave analítica para compreender como certos setores da sociedade
brasileira resistem ao processo de modernização. Segundo ele, a modernização
representa a construção de uma nova sociabilidade, que coloca em risco o universo das
relações de favorecimento. Nesse sentido, o Estado moderno e não centralizador é
visto como hostil e as relações pessoais são ativadas na tentativa de frear esse
processo.
Para Sérgio Buarque a cordialidade marca um conjunto de relações que configuram um
grupo social particular, sintetizando uma forma de conduta social, nem sempre
consciente, que procura frear a modernização da sociedade brasileira e conservar as
relações sociais de favorecimento pessoal. A evolução da sociedade brasileira, para esse
autor, deve superar essas características e se pautar na busca de uma sociedade
civilizada, uma sociedade urbana e cosmopolita que deixe para trás o mundo rural.
A Sociologia de Sérgio Buarque examina, com base na análise da sociedade brasileira, a
ligação estreita entre o que é público e o que é privado e seus limites. A ausência de
delimitações entre essas duas esferas da vida social pode ser observada ainda hoje. O
favorecimento teve, assim, uma dinâmica que transcendeu os anos 1930 e se
pulverizou juntamente com a modernização da sociedade brasileira, sobretudo no que
se refere à burocracia estatal. Vemos casos de desvio de verbas e má administração de
dinheiro público, nepotismo e corrupção, ao longo de todo o século XX e começo do
século XXI. Nesse sentido, a obra de Sérgio Buarque de Holanda se situa como leitura
fundamental para entender o processo histórico-social brasileiro.
11. O documentário Raízes do Brasil (2004), dirigido pelo cineasta brasileiro Nelson Pereira
dos Santos, traz desde cenas do cotidiano de Sérgio Buarque com a família e amigos
até um panorama cronológico de sua época. Abaixo, capa do DVD com retrato de
Sérgio feito em 1970 pelo artista Flávio de Carvalho (1899-1973).
12. Caio Prado Júnior, por sua vez, tem como objetivo caracterizar em que medida a formação
do Brasil está atrelada ao contexto de expansão do mercado europeu. A análise que
desenvolve no livro Formação do Brasil contemporâneo parte da metodologia marxista,
sobretudo no que diz respeito à compreensão do que estaria oculto no processo de
colonização da sociedade brasileira. Sua análise busca identificar os elementos estruturais
que compuseram o Brasil colonial. Para esse autor, a colonização do Brasil e suas
consequências históricas devem ser pensadas a partir da ideia que o Brasil se integrou a uma
dinâmica maior, diretamente relacionada à expansão marítima e comercial europeia.
O empreendimento comercial baseado na produção de gêneros tropicais para o mercado
externo fundamenta o raciocínio de Caio Prado Júnior, uma vez que a colonização europeia
assume a forma de exploração e não de povoamento no Brasil. A formação da sociedade
brasileira, no período colonial, se estruturou economicamente na produção de açúcar,
tabaco, e mais tarde na extração de ouro e diamantes, em seguida na produção de algodão e
de café, atendendo o mercado europeu. Para o autor, a grande propriedade (o latifúndio), a
monocultura e o trabalho escravo se apresentam, portanto, como as três características
centrais da formação social do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII.
A produção agrária, que tinha como centro geopolítico o engenho e a fazenda, integrou-se
aos objetivos comerciais europeus. A figura que predominou nesse período não foi a do
pequeno produtor rural, mas sim a do empresário explorador, o empresário de um grande
negócio. Esse quadro histórico, essa herança, é destacada por Caio Prado quando se propõe
analisar a passagem da colônia para a nação. Para ele, é necessário entender a nação a partir
da colônia, observando essa transformação como um processo histórico de longa duração.
13. A análise que Caio Prado faz do século XIX mostra-se importante sobretudo por dois
motivos. Primeiro porque faz um “balanço final” de três séculos de colonização,
depois porque se configura como “chave insubstituível” para compreender a
sociedade brasileira que se constitui posteriormente. Essa análise nos informa quão
importante é analisar o passado colonial e o período imperial para entender o Brasil
contemporâneo e a presença de resquícios coloniais que contribuem decisivamente
para que esse autor considere a formação do país ainda incompleta.
Essa incompletude se deve, na visão de Caio Prado, à permanência do Brasil em uma
relação de subordinação e dependência em relação a outras sociedades. Segundo
esse autor, o passado colonial ainda está presente na sociedade brasileira quando ele
observa que o trabalho livre não se organizou em todo o país, conservando traços do
trabalho escravo. O mesmo raciocínio valeria para a produção extensiva destinada a
atender os mercados no exterior e a ausência de um mercado interno desenvolvido,
que reproduz, assim, a subordinação do Brasil em relação a economias de outros
países.
Cabe-nos contextualizar o pensamento de Caio Prado, que se alinhava aos estudos
historiográficos de seu tempo. Nas últimas décadas, estudos históricos têm
destacado a dinâmica econômica colonial, a diversidade de atividades econômicas
voltadas para o mercado interno e a importância dos pequenos produtores para o
desenvolvimento social e econômico do território durante o período colonial.
14. Carregadores de café do Porto de Santos (1895), fotografia de Marc Ferrez
(1843-1923).
15. 3 - A ESCRAVIDÃO E A QUESTÃO RACIAL
A herança escravista e a questão racial, temas abordados por vários
sociólogos durante o século XX, permanecem extremamente relevantes no
século XXI. Autores como o historiador Fernando Novais (1933-), os
sociólogos Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso (1931-) e mais
recentemente os historiadores Sidney Chalhoub (1957-), Silvia Hunold Lara
(1955-), Célia Maria Marinho de Azevedo (1951-), os sociólogos Antonio
Sérgio Guimarães (1952-) e Sérgio Costa (1962-), o antropólogo Kabengele
Munanga (1942-), entre tantos outros, procuram entender o peso, a
influência e a importância desses temas para a sociedade brasileira.
A referência clássica desses autores, ainda que com críticas e avanços, está na
obra de Florestan Fernandes (ver capítulo 4 e Perfil a seguir), autor e
professor responsável pela formação de um conjunto de pesquisadores que
desenvolveram o seu trabalho na sociologia brasileira, particularmente
Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso. Além das discussões acerca da
escravidão e da questão racial, a obra desse autor aborda temas como a
metodologia sociológica, o subdesenvolvimento, as classes sociais e a
questão indígena, tornando-se, assim, uma das referências centrais para a
sociologia contemporânea.
16. Para Fernandes, a escravidão no Brasil toma formas distintas e se conecta direta e
indiretamente com os ciclos econômicos que teriam demarcado a história do Brasil
durante o período colonial (como vimos, atualmente, esta ideia é refutada pelos
historiadores, que defendem a existência de atividades econômicas voltadas para o
abastecimento interno e não uma economia exportadora e “de ciclos”). Em semelhança
com a abordagem de Caio Prado Júnior, Florestan Fernandes entende que o Brasil colônia
se estruturou como uma economia exportadora de produtos tropicais e que essa
organização foi imposta pela metrópole portuguesa. A economia colonial foi marcada
pela especialização em determinados ramos produtivos, especialização que se manteve
após a emancipação da colônia com a vinda da família imperial portuguesa para o Brasil,
em 1808.
Florestan Fernandes observa que as estruturas de dominação social do período colonial
são preservadas no processo de modernização capitalista no Brasil na medida em que, já
no século XX, a dependência em relação à metrópole é transferida, de forma mais ampla,
para o mercado capitalista europeu. A escravidão projeta-se, assim, como um fenômeno
social que tem ressonância na organização social da sociedade brasileira até nossos dias.
A desigualdade social, por exemplo, tem relação direta com a escravidão e mais
particularmente com o modo como os negros foram incorporados a uma sociedade de
classes, depois da abolição, em 1888. Ou seja, mesmo considerando o fim da escravidão
como um marco histórico importante, é fundamental questionar em que medida as
desigualdades sociais baseadas em diferenças de cor se reproduzem e se manifestam
após a abolição.
17. Um dos temas centrais para entender esse processo tem relação com o mito da democracia
racial. Em seu livro, A integração do negro na sociedade de classes (1978), Florestan
Fernandes observa que a democracia racial, na verdade, serviu para difundir a ideia de que
não existem distinções sociais entre negros e brancos e afirmar uma suposta convivência
pacífica e harmônica entre brancos e não brancos. Essas ideias levariam a supor que as
oportunidades econômicas, sociais e políticas estariam abertas a todos os brasileiros de
forma igualitária.
Segundo esse autor, essa ideologia propaga até hoje no Brasil o racismo, preconceitos e
discriminações. Exemplos disso são afirmações do senso comum que garantem que o negro
não tem problema de integração social, que a “índole brasileira” não permite distinções
raciais, que as oportunidades sociais, de toda natureza, estão abertas a todos os brasileiros
de forma igualitária, que o negro está satisfeito com sua condição social e seu estilo de vida.
Ilustração de Angelo Agostini sobre a
luta entre abolicionistas e escravistas
publicada na Revista Illustrada, década
de 1880.
18. Para Florestan Fernandes, de um lado o mito da democracia racial acabou por
consolidar, por exemplo, a crença de que a situação do negro se deve a sua própria
incapacidade de superar dificuldades sociais, tais como o desemprego e a pobreza.
Por outro lado, o mito desresponsabiliza o branco e o isenta (sobretudo os brancos
da classe dominante) dos efeitos da abolição e da degradação da situação da
comunidade negra no Brasil. Fernandes sugere, entretanto, que o mito da
democracia racial pode ser usado como ponto de partida para a melhoria da
condição do negro na sociedade de classes, desde que o pressuposto democrático
seja realmente alcançado. Salienta, assim, que a luta em torno dessa questão deve
ser levada a cabo por negros e mulatos.
Nos últimos anos, entretanto, essa questão vem sendo trabalhada por outro
ângulo. O mito da democracia racial não seria simplesmente um mecanismo de
acobertamento das desigualdades e discriminações, mas também reproduziria a
ideologia da identidade nacional que impede a construção da igualdade entre os
brasileiros. A questão da democracia racial foi discutida também por Gilberto
Freyre em seu Casa-grande & senzala, que considera como característica
específica da cultura brasileira o encontro racial entre negros africanos, brancos
europeus e indígenas brasileiros. Freyre via esse encontro com bons olhos, na
medida em que o convívio entre as “raças” teria se tornado democrático e salutar
para a sociedade como um todo.
19. 4 - SUBDESENVOLVIMENTO E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
No Brasil dos anos 1930, o Estado moderno substituiu o Estado oligárquico e a indústria
nacional começou a ser desenvolvida. Esse período da história brasileira é central, pois foi em
consequência desse momento que a questão do subdesenvolvimento e da dependência
econômica do país começou a ser discutida nos anos 1950 e 1960.
Esse debate, além de ser atual, tem relação direta com o posicionamento do Brasil diante de
outras economias do mundo. O lugar do Brasil pode ser pensando com base na divisão
internacional do trabalho, isto é, em como foi e ainda é construída a economia nacional, que
produtos e ramos da indústria foram desenvolvidos na produção nacional, se são produtos
estratégicos ou matérias-primas e como essa produção insere o país na economia mundial.
Como vimos nos itens anteriores, a tradição econômica do Brasil, mesmo depois da
Independência em 1822, foi a de um país produtor de mercadorias com baixo valor agregado,
que abastecia as demandas de outros países, sobretudo da Europa e dos Estados Unidos. A
partir de meados do século XX, a economia brasileira se desenvolveu como uma economia
periférica e complementar a outras que se estruturavam de maneira mais sólida e tinham
como base de sua produção bens manufaturados pela indústria, sobretudo a automotiva.
A questão do subdesenvolvimento aparece, assim, como um problema a ser enfrentado pela
Sociologia e também pela sociedade brasileira. Um dos principais teóricos do
subdesenvolvimento é o economista Celso Furtado (1920-2004), autor de Formação
Econômica do Brasil, publicado em 1959. Assim como Caio Prado Júnior, Furtado se preocupa
com a economia do passado colonial e chama atenção para a ligação, presente desde a
colônia, entre a economia brasileira e a economia mundial.
20. Segundo Furtado, o subdesenvolvimento é uma forma de organização social no
interior do sistema capitalista e não uma etapa que antecederia a etapa seguinte.
Segundo esse autor, os países subdesenvolvidos tiveram um processo de
desenvolvimento indireto, em função do desenvolvimento dos países industrializados.
Assim, o Brasil se tornou dependente de países desenvolvidos, condição quase
impossível de ser superada, a não ser por meio de uma forte intervenção do Estado
no setor industrial.
A análise de Furtado destaca a grande concentração da renda no nível mundial
durante o século XX até a década de 1950, que ampliou a separação entre países ricos
e pobres, desenvolvidos e subdesenvolvidos. A definição de subdesenvolvimento,
portanto, se insere em um quadro de relações de dominação e dependência entre
países, relações estas que tendem a se perpetuar. Para sair da condição de país
subdesenvolvido seria necessário que em meados
do século XX o Brasil tivesse estabelecido novas prioridades com o objetivo de atingir
uma nova concepção de desenvolvimento. O subdesenvolvimento deveria ser
neutralizado a partir de uma ação política que em lugar de reproduzir os padrões de
consumo de minorias abastadas passasse a privilegiar a satisfação de necessidades
fundamentais da população como um todo, tais como a educação pública. Entretanto,
essa ação política sugerida por Celso Furtado não foi implementada pelo Estado
brasileiro. Assim, ainda hoje o país se encontra em situação de dependência em
relação a países de economia mais forte e as desigualdades sociais permanecem.
21. Durante a década de 1950 se inicia o processo de implantação de multinacionais no Brasil. As
indústrias de bens de consumo e de veículos buscam firmar o país como produtor de bens
típicos das sociedades de consumo. Segundo Fernando Henrique Cardoso, esse processo não
foi específico da sociedade brasileira, mas em vários países latino-americanos e estabeleceu
uma reformulação entre as economias mais ricas e mais pobres. Durante as décadas de 1960-
70, o processo se aprofundou, colocando os países pobres em uma nova fase de dependência.
Aqui, essa fase foi marcada pelo interesse dos países centrais em desenvolver no Brasil a
indústria e o mercado interno. Essa fase da divisão internacional do trabalho reproduz a
dependência industrial e financeira, somada naquele momento à dependência tecnológica.
A teoria da dependência, que tem como expoentes, Fernando H. Cardoso, o economista e
sociólogo Ruy Mauro Marini (1932-1997) e o economista Theotonio dos Santos (1936-). Essa
nova forma de dependência difere da velha dependência que prevaleceu no Brasil do século
XIX até os anos 1930. Configurada entre 1950-70, tem como eixo central a transferência de
capital estrangeiro para o processo de industrialização, através do financiamento de novos
segmentos industriais e na instalação de filiais de multinacionais no país.
A política de substituição de importações, que teve como elemento central a industrialização e
a urbanização da sociedade brasileira, não tinha nenhum tipo de restrição quanto à entrada
de capital estrangeiro. Ao contrário: a chegada desse capital, financiador da industrialização
automotiva, era vista pelo Estado brasileiro como a única alternativa para garantir a
industrialização. Como desdobramento desses investimentos externos, ocorreu uma
dinamização do mercado interno. Entretanto, esse processo fortaleceu a concentração de
renda e, exceto quanto aos trabalhadores integrados no processo, aprofundou a desigualdade
econômica.
22. Esta fotografia, feita em torno de 1950 em local desconhecido, mostra uma linha de
montagem anterior à instalação da indústria automobilística no Brasil. A Ford chegou ao
país em 1925, e a General Motors, na década de 1940. Os carros eram montados no país,
mas as peças vinham de fora. O processo de industrialização foi prejudicado pelas
dificuldades de importação durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A indústria
automobilística só seria implantada no Brasil no fim dos anos 1950.
23. 5 - PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Nas últimas décadas ocorreram grandes mudanças na economia mundial, sobretudo a
partir da influência da reestruturação produtiva iniciada na década de 1970 nos Estados
Unidos e na Europa ocidental. As consequências desse processo de reestruturação
produtiva mundial, que teve por base a substituição intensa de trabalho por novas
tecnologias produtivas, sobretudo robótica e microeletrônica, foram percebidas no Brasil
durante a década de 1990, mas se prolongam até os dias de hoje.
A incorporação dessa base tecnológica foi impulsionada pelo avanço do neoliberalismo dos
governos Fernando Collor (1990 a 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), que
promoveram a abertura econômica, a privatização de empresas estatais e a
desregulamentação de leis de proteção ao trabalhador. Essas medidas tiveram como
consequências centrais o aumento do desemprego formal e, em razão disso, o aumento do
trabalho informal, reduções salariais significativas, a precarização do trabalho e o
enfraquecimento político da classe trabalhadora.
A Sociologia brasileira analisou esse período destacando questões como: a consolidação da
democracia política, o nascimento de novos movimentos sociais, a constituição de políticas
neoliberais, de novas identidades sociais e culturais, a questão ambiental, a questão racial,
as políticas de inclusão social, as políticas de cotas e, nos últimos anos, a discussão sobre as
classes médias e sobre o neodesenvolvimentismo. A seguir discutiremos a questão do
trabalho e de sua precarização, enfatizando em que medida a desigualdade social ganhou
novos contornos em razão das relações de trabalho que se estabeleceram nas três últimas
décadas.
24. A reestruturação produtiva chegou ao Brasil no final dos anos 1980 e início dos anos
1990. Da mesma forma que a reestruturação produtiva europeia e estadunidense,
ocasionou a substituição intensa de postos de trabalho por tecnologias robótica e
microeletrônica. Com isso, provocou a dispensa de boa parte da classe operária
industrial e o acúmulo de funções para os trabalhadores que permaneceram em seus
postos de trabalho. Entretanto, no Brasil, o processo de reestruturação produtiva
apresenta particularidades.
Enquanto na Europa e nos Estados Unidos observava-se, antes da reestruturação
produtiva, leis de proteção ao trabalhador instituídas no contexto do Estado de bem-
estar social, no Brasil a história é bem distinta. Nos dois cenários a reestruturação se
desenvolve em um mesmo sentido: aumentar a produtividade para gerar mais lucro,
com base na subalternização política da classe trabalhadora e de suas instituições
representativas (sindicatos e partidos). No Brasil, porém, um passado de desigualdades
sociais, que desde o período colonial tem relação com a escravidão, depois com as
formas desiguais de inclusão do negro na sociedade de classes, de separação marcante
entre ricos e pobres, influenciou profundamente a forma como a reestruturação
produtiva se efetivou no país.
Em termos de desigualdade social, o Brasil continua apresentando um dos índices mais
altos do mundo. A reestruturação produtiva aprofundou uma condição de
precariedade que a classe trabalhadora já vivenciava desde sua formação, no início do
século XX. A precarização do trabalho tem, portanto, não apenas características gerais,
que abrangem outros países no mundo, mas também características específicas.
25. Entre as características gerais, podemos destacar a desregulamentação das leis de proteção
ao trabalhador e a terceirização, que se fundamenta no princípio da empresa enxuta. As
empresas transferem para terceiros a responsabilidade de partes da produção que não
considerem estratégicas. Por exemplo, as indústrias de automóveis terceirizaram não apenas
a produção de peças e a distribuição dos veículos, mas também a segurança dos prédios e a
alimentação dos funcionários. Esse processo pode ser observado também entre os bancos,
que na década de 1990 terceirizaram o serviço de compensação de cheques, além da
segurança e da alimentação dos funcionários. Em relação à desregulamentação de leis
trabalhistas, durante os anos 1990 houve um processo de “flexibilização” das negociações
salariais, de jornada de trabalho (com o banco de horas), de formas de contratação (como a
contratação por tempo parcial), o que permitiu ao empregador dispensar o trabalhador a
qualquer momento, favorecendo, assim, a subcontratação, muito presente nas empresas
terceirizadas, nas quais os direitos trabalhistas foram drasticamente reduzidos.
Entre os aspectos específicos da reestruturação da produção e do trabalho no Brasil, temos
como características a informalidade, a degradação das condições de trabalho e a
intensificação de problemas de saúde no trabalho. De acordo com os dados expostos pela
socióloga Graça Druck (1953-), a precarização tem aumentado nos últimos anos.
Levantamento com base na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) de 2009
mostra PEA de 101,1 milhões no Brasil. Dentre esses, 8,4 milhões eram desempregados e 8,2
milhões estavam sem remuneração alguma. Eram 16,6 (16,4%) milhões de pessoas da PEA
fora do mercado de trabalho. Além disso, 84,5 milhões de empregados, 43,5 milhões
estavam sem carteira assinada, isto é, sem os direitos trabalhistas garantidos pelo emprego
formal. Esses números revelam um alto grau de informalidade do trabalho no Brasil.
26. A intensificação do trabalho, seja pela extensão da jornada, seja pela
aceleração no ritmo da produção, com imposição de metas e acúmulo de
funções, caracteriza a superexploração do trabalho. Em termos da saúde do
trabalhador, nota-se, como mostra Graça Druck, uma evolução no número de
acidentes de trabalho na última década, além do aumento de doenças mentais
relacionadas à violência nos ambientes de trabalho, derivada da pressão
exercida sobre os trabalhadores em razão de uma ideologia de metas
produtivas a serem atingidas a qualquer preço. Segundo a autora, em 2001
foram registrados 340,3 mil acidentes de trabalho no Brasil; já em 2009, o
número de acidentes sobe para 723,5 mil, um aumento de 126% em nove
anos.
Observa-se, portanto, um quadro de reprodução das formas de desigualdades
sociais no Brasil. É importante salientar que as causas dessa desigualdade
devem ser pensadas na relação entre vários elementos que compõem a
historicidade da sociedade brasileira. Compreender nosso passado é o ponto
de partida para entendermos o Brasil contemporâneo, sobretudo se
observarmos como novas demandas, reivindicações e problemas sociais
aparecem mascarados de novidade, mas, na maioria das vezes, têm relação
com velhas questões de nossa estrutura social.
27. Esta charge, de 2010, aborda temas muito
atuais: aceleração da produção e acidentes
de trabalho.
Comércio informal na rua João Alfredo, no
centro de Belém, PA. Foto de 2010.