O documento discute as sibilas da mitologia greco-romana, mulheres com poderes proféticos, e apresenta duas imagens: uma gravura de 1497 de uma sibila e um afresco de Michelangelo.
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Sibilas e profecias na mitologia greco-romana
1. Sibilas são personagens da mitologia greco-romana
descritas como mulheres que possuem poderes
proféticos sob inspiração de Apolo. Sibila Líbica era a
sacerdotisa profética que presidía o oráculo de Zeus.
A imagem acima é uma gravura feita em
1497. A imagem ao lado é um afresco* de
Michelangelo pintado anos depois.
* Afresco - Método de pintura mural que
consiste em aplicar cores diluídas em água
sobre um revestimento de argamassa
fresco, de modo a facilitar a secagem da
tinta.
Capítulo 1 - Renascimento e reformas religiosas
2.
3. O ambiente histórico e as características do Renascimento
Os renascentistas rejeitavam os valores feudais a ponto de considerar
o período medieval como a "Idade das Trevas", e por isso a época
obscura seria abolida por um "renascimento cultural". Assim,
opunham-se ao teocentrismo, ao misticismo, ao geocentrismo e ao
coletivismo.
RACIONALISMO: baseado na convicção de que tudo se podia
explicar pela razão e pela observação da natureza, na tentativa de
compreender o universo de forma calculada e matemática.
ANTROPOCENTRISMO: a ideia do homem como centro das
preocupações intelectuais e artísticas.
HEDONISMO: defendia o prazer individual como o único bem
possível.
NATURALISMO: pregava a volta à natureza;
NEOPLATONISMO: defendia uma elevação espiritual, uma
aproximação com Deus através de uma interiorização em
detrimento de qualquer busca material.
HUMANISMO: a valorização do ser humano, considerado a obra
mais perfeita de Cristo.
4. DESCOBRIR O MUNDO É DESCOBRIR O HOMEM
“O homem é a
medida de todas as
coisas”. Tratava-se na
verdade de valorizar
as pessoas em si,
encontrar nelas as
qualidades e as
virtudes negadas
pelo pensamento
católico medieval.
5.
6. O Renascimento iniciou-se na Itália e se espalhou para outras regiões européias.
As principais cidades italianas onde se desenvolveu foram: Florença, Roma e
Veneza. Muitos fatores colaboraram com o pioneirismo renascentista na Itália:
DESENVOLVIMENTO COMERCIAL URBANO – As cidades italianas apresentavam
significativo desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de
poderosos mercadores. Com o comércio marítimo pelo Mediterrâneo, esses
grandes mercadores burgueses acumularam enorme riqueza e sentiram
necessidade da instauração da ordem econômica do capitalismo, que permitia a
livre concorrência, o individualismo e a busca racional do lucro. Enfim,
desejavam os novos valores que o pensamento renascentista refletia.
MECENATO – eram pessoas que protegiam e financiavam os artistas e
intelectuais do Renascimento. Entre os grandes mecenas, citam-se as poderosas
famílias dos Médici, dos Este e dos Sforza.
FUGA DOS SÁBIOS BIZANTINOS – Após a queda de Constantinopla, em 1453,
muitos sábios bizantinos emigraram para a Itália, levando consigo muitos
elementos da cultura clássica preservados em Bizâncio.
IMPÉRIO ROMANO – A Itália foi a sede do Império Romano do Ocidente,
havendo nessa região vários elementos preservados da Antiguidade, como
alguns monumentos arquitetônicos da Roma Antiga.
7. MECENATO
Lourenço de Médici
Mecenas: burguesia,
princípes e até Papas
financiaravam e
protegiam as artes e os
artistas;
Entre as famílias mais
ricas de Florença estavam
os Médicis, que acabaram
por controlar o governo
da cidade e se tornarem
mecenas generosos.
8. Diferenças entre o pensamento medieval e
o renascentista:
PENSAMENTO MEDIEVAL PENSAMENTO RENASCENTISTA
Teocentrismo Antropocentrismo
Verdade = Bíblia Verdade = experimentação, observação
Vida material sem importância
Vida terrena e material também é
importante
Conformismo Crença no progresso
Natureza = fonte do pecado Natureza = beleza, onde o homem se insere
Dogmatismo Fé diferente da razão
9. Compare estas duas
ilustrações italianas. A da
esquerda é medieval
(século XIV) e da direita
pertence a uma obra
renascentista de Botticelli
(século XV). Na pintura
medieval, as três moças
são praticamente idênticas,
até mesmo na postura
(louras, mão direita
levantada, roupa
uniformizada). No quadro
renascentista, destacam-se
as diferenças individuais
(cada moça tem suas
próprias características).
Note a importância dada
ao corpo humano: rígido
na obra medieval; gracioso
e atraente na
renascentista.
As três graças
10. Sandro Botticelli - os temas de
seus quadros foram escolhidos
segundo a possibilidade que
lhe proporcionavam de
expressar seu ideal de beleza.
Para ele, a beleza estava
associada ao ideal cristão.
Por isso, as figuras humanas
de seus quadros são belas
porque manifestam a graça
divina, e, ao mesmo tempo,
melancólicas porque supõem
que perderam esse dom de
Deus. Obras destacadas: A
Primavera e O Nascimento de
Vênus.
11. Rafael Sanzio
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os
elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplos, claros e de
acordo com uma simetria equilibrada. Obras destacadas: A Escola de Atenas e
Ressurreição.
12. Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela
Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número
de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade
do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem.
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família
13. O teto da Capela Sistina é constituído por um extenso afresco, concebido por Michelangelo entre
1508 e 1512. O trabalho, feito a pedido do papa Júlio II, é considerado não só um marco da
pintura da Renascença, mas também uma das mais famosas obras da história da arte e um dos
maiores tesouros da Santa Sé. A Capela Sistina, no Vaticano, foi construída entre 1477 e 1480, a
mando do papa Sisto IV, em homenagem ao qual foi nomeada. No local, acontecem o conclave e
outros importantes eventos da Igreja Católica.
15. Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e
sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a
imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz
de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos, A Virgem e o Menino e Monalisa.
16. Quando nos deparamos com o famoso
quadro da MONALISA não conseguimos
desgrudar os olhos do seu olhar, parece que
ele nos persegue. Por que isso acontece?
Será que seus olhos podem se mexer? Este
quadro foi pintado, pelo famoso artista e
inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-
1519). E qual será o truque que ele usou
para dar esse efeito? Quando se pinta uma
pessoa olhando para a frente (olhando
diretamente para o espectador) tem-se a
impressão que o personagem do quadro
fixa seu olhar em todos. Isso acontece
porque os quadros são lisos. Se olharmos
para a Monalisa de um ou de outro lado
estaremos vendo-a sempre com os olhos e
a ponta do nariz para a frente e não
poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está
o truque em qualquer ângulo que se olhe a
Monalisa a veremos sempre de frente.
17.
18.
19. Fora da Itália o Renascimento não atingiu no resto da
Europa o mesmo grau de desenvolvimento, pois na maioria
dos países era baixo o grau de desenvolvimento das forças
produtivas. Ou seja, não havia recursos para serem
investidos. Havia ainda as guerras religiosas em muitos
países.
INGLATERRA:
Thomas Morus – Utopia;
William Shakespeare – Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo,
Sonhos de Uma Noite de Verão, etc.
FRANÇA:
Rabelais – Gargântua e Pantagruel;
Montaigne – Ensaios.
20. PORTUGAL:
Gil Vicente: Auto da Visitação e Auto dos Reis Magos;
Luís de Camões: Os Lusíadas.
ESPANHA:
El Greco: Vista de Toledo Sob a Tempestade e O Enterro do Conde Orgaz;
Miguel de Cervantes: Dom Quixote de la Mancha.
PAÍSES BAIXOS (Holanda e Bélgica):
Irmãos Hubert e Jan Van Eyck: Adoração do Cordeiro;
Hieronymus Bosh: Carroça de Feno, Jardins das Delícias e As Tentações de
Santo Antão;
Pieter Brueghel: O Alquimista, Banquete Nupcial, Os Cegos;
Erasmo de Roterdã: Elogio da Loucura;
ALEMANHA:
Albrecht Dürer: Auto-retrato, Natividade;
Hans Holbein: Cristo na Sepultura.
23. Na Física, destacaram-se o polonês Nicolau Copérnico
(1473/1543), o italiano Galileu Galilei (1564/1642) e o alemão
Johannes Kepler (1571/1630).
Copérnico: Contrariando as teorias dominantes na época,
baseadas nos estudos do grego Ptolomeu, afirmou que o Sol - e
não a Terra - estava no centro do Cosmo (heliocentrismo). Suas
ideias foram completadas e sistematizadas no século XVII por
Galileu e Kepler.
Galileu: inventou o telescópio, provou matematicamente a
teoria heliocêntrica de Copérnico descobriu os movimentos de
rotação e de translação da Terra, os satélites de Júpiter os anéis
de Saturno, as manchas solares e a lei da queda dos corpos.
Tendo algumas de suas ideias desagradado a Igreja, como a
teoria heliocêntrica, foi obrigado a negá-las em publico e se
retratar.
Kepler: retificou a teoria heliocêntrica, demonstrando que as
órbitas dos planetas em torno do sol são elípticas. A Física do
Renascimento preparou terreno para a ciência de Descartes e
de Newton, no século XVIII.
24. A REFORMA RELIGIOSA
Foi um movimento
iniciado em 1517, pelo
monge alemão
Martinho Lutero, que
divergia de várias
atitudes praticadas
pela igreja católica.
A questão da venda de
indulgências foi apenas
o estopim de uma crise
que já vinha se
manifestando desde o
fim da Idade Média.
25.
26.
27. OBSERVAÇÕES INICIAIS
Antes de Lutero iniciar o seu movimento,
já havia ocorrido outras tentativas de
reformar a Igreja. Podemos destacar
Wyclif, na Inglaterra e Huss, na Boêmia
(Sec. XIV).
Eles criticavam a imoralidade de alguns
setores do clero, corrupção e a riqueza da
Igreja. “A Salvação depende
essencialmente da fé e não da Igreja”.
28. FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A OCORRÊNCIA DA
REFORMA
Pesados impostos da igreja recaíam sobre a população alemã. A ausência
de um poder centralizado facilitava a ação arrecadadora da Igreja.
As vendas de indulgências, de relíquias e cargos religiosos que se
ampliaram com o papa Leão X.
O sentimento nacional, nascidos com os Estados Nacionais, fazia com
que muitos vissem a Igreja como “potência estrangeira”.
O interesse da burguesia em criar uma Igreja mais coerente com as
mudanças socioeconômicas, pois a ética cristã católica condenava a
usura e o lucro.
O interesse da nobreza e alguns príncipes alemães nas terras da Igreja.
Muitos camponeses acreditavam que através de uma reforma religiosa,
conseguiriam uma reforma social.
O movimento humanista defendia a ideia de “cada um deve ser
sacerdote de si mesmo.
29. O INÍCIO DA REFORMA
Lutero rompe com o papa Leão X e cria as 95
teses condenando vários dogmas da Igreja.
O Imperador Carlos V condena Lutero (Dieta de
Worms).
Ocorrem brigas entre o imperador e nobres e
alguns príncipes (Dieta de Augsburg).
O conflito ficou resolvido na Paz de Augsburg,
sendo estabelecido que cada príncipe escolheria
a religião dos seus súditos.
30. PRINCIPAIS IDÉIAS DEFENDIDAS POR LUTERO
Só a fé salva;
Livre interpretação da bíblia;
Eliminação da maioria dos sacramentos católicos,
mantendo apenas o batismo e a eucaristia;
Substituição do latim pelo alemão;
Extinção do celibato;
Condenação ao culto das imagens;
Aceita o divórcio;
Subordinação da Igreja ao Estado;
Extinção da hierarquia eclesiástica.
31. PRINCIPAIS SEGUIDORES DE LUTERO
João Calvino - O Homem já nasce predestinado e a
riqueza é um sinal da salvação. Esta doutrina
contribuiu para o desenvolvimento do sistema
capitalista e a valorização da riqueza pelo trabalho.
Os calvinistas na França são chamados de
Huguenotes, na Inglaterra de Puritanos e na Escócia
e Irlanda de Presbiterianos.
Henrique VIII - Rei da Inglaterra, queria se separar,
apoderar-se das terras e impostos cobrados pela
Igreja e diminuir a interferência política dela. Através
do Ato de Supremacia, torna-se o chefe da Igreja
Anglicana.
34. CONSEQUÊNCIAS DA REFORMA
Rompimento da unidade cristã.
Intolerância religiosa.
Fortalecimento do poder monárquico.
Expansão das práticas capitalistas.
Expansão da educação popular.
Retrocesso científico devido a extrema
importância atribuída a bíblia e a negação do
racionalismo.
A ocorrência da Contra Reforma.
35. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DA CONTRA REFORMA
Concílio de Trento – A Igreja Católica, com o
objetivo de reforçar seus dogmas e melhorar o
comportamento de seus membros, criou
seminários, coibiu a venda de indulgências e
criou o Index (índice de livros proibidos aos
católicos).
Companhia de Jesus - Criada por Inácio de Loiola,
pretendia expandir o catolicismo e combater o
avanço dos protestantismo. Vários jesuítas foram
enviados para a América, Ásia e África.
Reativação dos Tribunais da Inquisição - Órgão
que julgava os hereges.