No Brasil da República Velha, a insatisfação com o domínio das oligarquias e a desigualdade social eram intensas e motivaram uma série de protestos, greves, rebeliões e levantes. Durante os anos 1920, a Política do Café com Leite foi questionada por vários setores da população: Operários e camadas médias urbanas; Grupos ligados à indústria; Jovens Oficiais do Exército (Movimento Tenentista). Esses grupos queriam: voto secreto, incentivo à indústria, fim da corrupção na política, ampliação da educação pública, maior centralização política.
2. O Bonde São Januário (1ª Versão)
Quem trabalha não tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde São Januário leva mais um sócio otário
Sou eu que não vou trabalhar
O Bonde São Januário (2ª Versão)
Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde São Januário leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
A Era Vargas
Ataulfo Alves Wilson Batista
3. A DÉCADA DE 1920
No Brasil da República Velha, a insatisfação com o
domínio das oligarquias e a desigualdade social eram
intensas e motivaram uma série de protestos, greves,
rebeliões e levantes.
Durante os anos 1920, a Política do Café com Leite foi
questionada por vários setores da população:
• Operários e camadas médias urbanas;
• Grupos ligados à indústria;
• Jovens Oficiais do Exército (Movimento
Tenentista).
Esses grupos queriam: voto secreto, incentivo à
indústria, fim da corrupção na política, ampliação da
educação pública, maior centralização política.
4. O MOVIMENTO TENENTISTA
Envolvia principalmente jovens oficiais (capitães e
tenentes). Eram nacionalistas, positivistas e
queriam um poder central forte. Não tinha uma
linha ideológica.
Principais revoltas:
• Os 18 do Forte de Copacabana (1922);
• Comuna de Manaus (1924);
• O segundo 5 de Julho (São Paulo - 1924);
• Coluna Prestes (1925-27).
Na década seguinte, alguns irão para a esquerda
(comunista), outros para a direita (integralistas) e
alguns assumirão uma postura “neutra”.
5. • O caso das cartas falsas → Em 9 de Outubro
de 1921, o jornal carioca, Correio da Manhã
publicou cartas atribuídas à Artur Bernardes,
que criticava a ação política dos oficiais do
exército.
• Prisão de Marechal Hermes da Fonseca e o
fechamento do Clube Militar→ o ex-
presidente do Brasil e presidente do Clube
Militar, por ordem de Epitácio Pessoa (1919-
22). O marechal havia criticado o processo
eleitoral que deu a vitória a Arthur Bernardes.
OS 18 DO FORTE
6. A primeira ação tenentista foi o levante dos 18 do Forte de
Copacabana – 5 julho de 1922. Os únicos sobreviventes foram
Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
7. Aviões bombardearam São Paulo durante o levante de 1924. Na
foto, casa destruída na Rua Helvétia, região central da cidade.
O segundo 5 de julho
8. Entre 1925 e 1927, um grupo composto por civis e militares cruzou mais de
24 mil Km, sob a liderança de Luís Carlos Prestes. A Coluna Prestes
assumiu uma aura de heroísmo, mesmo não atingindo seus objetivos.
A Coluna Prestes
9.
10. A campanha de 1930 foi a última da República Velha e foi marcada pela
ruptura entre Minas Gerais e São Paulo. Cartazes de Campanha eleitoral
de 1930: PRP (Júlio Prestes) e Aliança Liberal (Getúlio Vargas).
O movimento tenentista e as eleições de 1930
11. Vargas procurou unir os vários grupos insatisfeitos com a politica reinante. À
frente da Aliança Liberal, ele defendia:
o voto secreto;
o incentivo à indústria nacional;
solução para antigas reivindicações dos operários;
anistia irrestrita, com isso esperava atrair os tenentes;
a proteção à exportação do café e reformas sociais.
Eleição 1930 - Presidente Eleição 1930 - Vice–Presidente
Candidato Votos % Candidato Votos %
Júlio Prestes 1.091.709 59,39 Vital Soares 1.079.360 59,67
Getúlio Vargas 742.794 40,41 João Pessoa 725.566 40,11
Minervino de Oliveira 720 0,007 Gastão Valentim 141 0,007
Outros 3.701 0,20 Outros 3.723 0,21
Votos nominais 1.838.335 Votos nominais 1.808.790
Brancos/nulos 61.921 Brancos/nulos 91.466
Total 1.900.256 Total 1.900.256
As eleições de 1930
12. COMENDO BOLA
Gaúcho, meu irmãozinho
Meu irmãozinho mineiro
Seu Julinho é que vai ser
Porque esse tá de Julinho
É um caboclo brasileiro
Brasileiro como quê
Tudo o mais é gauchada
Tudo o mais não vale nada
Meu irmãozinho gaúcho
Se tu amarra a cavalada
Vendo as coisa mal parada
Não agüenta com o repuxo
Getúlio, Você tá comendo bola
Não te mete com seu Júlio
Não te mete com seu Júlio
Que seu Júlio tem escola
Atrás do liberalismo
Ninguém vá que esse cinismo
É potoca, é brincadeira
Eu conheço muito tolo
Que acabou levando bolo
E bateu na geladeira
Eles pensam, seu Julinho
Que esse povo é zé-povinho
Que isso é pau de galinheiro
Que sem nota e sem carinho
O Brasil anda sozinho
Porque Deus é brasileiro
Getúlio, Você tá comendo bola
Não te mete com seu Júlio
Não te mete com seu Júlio
Que seu Júlio tem escola
13. Em 26 de julho de 1930,
João Pessoa, candidato a
vice de Getúlio e presidente
da Paraíba, foi assassinado
por João Dantas na
Confeitaria Glória, em
Recife (PE). Seu
assassinato é considerado
o estopim da Revolução de
1930 em 24 de outubro.
As eleições de 1930
João Pessoa
14. O governo Vargas
A Era Vargas, teve início com a Revolução de 1930 onde expulsou
do poder a oligarquia cafeeira, dividindo-se em três momentos:
Governo Provisório -1930-1934
Governo Constitucional – 1934-1937
Estado Novo – 1937-1945
Era Vargas é o nome que se dá
ao período em que Getúlio Vargas
governou o Brasil por 15 anos, de
forma contínua (de 1930 a 1945).
Esse período foi um marco na
história brasileira, em razão das
inúmeras alterações que Getúlio
Vargas fez no país, tanto sociais
quanto econômicas.
15. Neste período, Vargas iniciou o processo de centralização do poder,
eliminando os órgãos legislativos (federal, estadual e municipal). Assim, os
primeiros anos foram marcados pela presença dos “tenentes” nos principais
cargos do governo, medida que tinha por finalidade anular a ação dos
antigos coronéis e sua influência política regional. Isso gerou um clima
tenso entre as velhas oligarquias e os interventores militares.
A oposição a Vargas se concentrou em São Paulo, onde as oligarquias
locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo
regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo,
exigindo eleições para a uma Assembleia Constituinte, o que originou a
chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo derrotando os
oposicionistas, o presidente convocou eleições para a Constituinte.
No processo eleitoral, com o desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as
principais figuras militares do governo perderam espaço político e, em 1934
uma nova constituição foi promulgada, dando maiores poderes ao poder
executivo que adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação
trabalhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Com
essa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais
um mandato.
O Governo Provisório
16. Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional, a
altercação política se deu em volta de dois ideais primordiais: o fascista –
conjunto de ideias e preceitos político-sociais totalitário introduzidos na
Itália por Mussolini –, defendido pela Ação Integralista Brasileira (AIB), e
o democrático, representado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL),
era favorável à reforma agrária, a luta contra o imperialismo e a revolução
por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e com as orientações
dos altos escalões do comunismo soviético, promoveu uma tentativa de
golpe contra o governo. Em 1935 alguns comunistas brasileiros iniciaram
revoltas nos quartéis militares de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife
(PE). Devido à falha de articulação e adesão de outros estados, a
chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.
Diante da “ameaça comunista”, Vargas conseguiu anular a nova eleição
presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra tentativa
de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, ele anulou a
constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano,
Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado
Estado Novo.
Governo Constitucional (1934 – 1937)
17. A Intentona Comunista - 1935
Prestes, sua mulher a judia alemã Olga
Benário e mais alguns comunistas
apoiados pelo Partido Comunista
russo, iniciaram um levante nos
quartéis militares e que ganharia as
ruas rapidamente, mas não foi o que
aconteceu...
18. O ESTADO NOVO (1937-45)
No dia 10 de novembro de 1937, era anunciado em cadeia de rádio
pelo presidente o Estado Novo. Vargas fechou o Congresso
Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria
conhecida depois como "Polaca" por ter sido inspirada na
Constituição da Polônia, de tendência fascista.
A partir de novembro de 1937 Vargas impôs a censura aos meios de
comunicação, reprimiu a atividade política, perseguiu e prendeu seus
inimigos políticos. Concebeu um aparato repressivo e de propaganda
do governo com a criação da Polícia Especial (PE), do Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP) e o Departamento de Administração
do Serviço Público (DASP).
Ao mesmo tempo, adotou medidas econômicas nacionalizantes e deu
continuidade a sua política trabalhista com a criação da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho), o Código Penal e o Código de
Processo Penal, todos em vigor atualmente. Também foram criados a
Carteira de Trabalho, a Justiça do Trabalho, o salário mínimo, as
férias e o descanso semanal remunerado.
19. Os Integralistas apoiaram o Golpe de 1937.
Getúlio acenava a Plinio Salgado que os
integralistas participariam do poder na nova
ordem. Eles queriam o Ministério da
Educação.
Depois do golpe, Getúlio coloca as
organizações políticas na ilegalidade.
Descontentes tentam um golpe em 11 de maio
contra Palácio Guanabara, residência
presidencial, e são derrotado.
O golpe integralista de 1938
20. PRESOS FAMOSOS DO ESTADO NOVO
LUIZ CARLOS PRESTES OLGA JORGE AMADO
GRACILIANO RAMOS PLÍNIO SALGADO RAQUEL DE QUEIROZ MONTEIRO LOBATO
21. Olga era esposa de Prestes e estava grávida
quando foi entregue pelo governo brasileiro
aos nazistas. Era uma judia e foi morta no
campo de concentração de Bernburg, em 1942.
OLGA: ÍCONE DA LUTA CONTRA A
DITADURA VARGAS
22. O Estado racionalizou e incentivou as atividades
já existentes. Levou adiante uma política de
substituição das importações, intensificado
com a 2ª Guerra Mundial e passou a dar maior
atenção para a indústria de base. Criou vários
institutos e empresas estatais como:
• Instituto Brasileiro do Café (IBC).
• Instituto do Açúcar e do Alcool (IAA).
• Conselho Nacional do Petróleo (CNP).
• Centrais Hidrelétricas do Rio São Francisco
(CHESF).
• Campanha do Soldado da Borracha (CSB).
• Superintendência de Valorização da
Amazônia.
Siderúrgica de Volta Redonda-RJ
Economia: entre a indústria e a
agricultura
• Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM).
• Usina Siderúrgica de Volta Redonda (CSN)
• Companhia Vale do Rio Doce.
• Fábrica Nacional de Motores (FNM).
23. POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA
É CRIADO O ZÉ CARIOCA, DISNEY E ROOSEVELT VÊM AO
BRASIL.
24. CARMEN MIRANDA
A luso-brasileira Carmen
Miranda foi a primeira
estrela internacional
brasileira.
Dona de um estilo próprio,
fez carreira no Brasil e nos
EUA, nas rádios, nos
teatros de revista e no
cinema nas décadas de
1930 a 1950.
Ajudou a criar e divulgar a
imagem estereotipada do
Brasil e chegou a ser a
mulher mais bem paga do
showbiz americano.
25. A ERA DO RÁDIO
O rádio ganhou grande importância no Brasil a partir
dos anos 1930. Havia concursos de calouros,
programas de auditório, novelas, a eleição da “Rainha
do Rádio”. Em 1938, inaugurou-se o programa oficial
“Hora do Brasil”, controlado pelo DIP.
26. POLÍTICA CULTURAL
Cartilha patriótica: Getúlio Vargas, através de seu
ministro da Educação, Gustavo Capanema, tornou
Educação Moral e Cívica matéria obrigatória.
27. POLÍTICA CULTURAL
• Criação da Universidade do Brasil, hoje UFRJ –
1937;
• Criação do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (SPHAN) – 1937;
• Criação do Instituto Nacional do Livro – 1937:
publicações educativas e incentivo à abertura de
bibliotecas públicas;
• Jornal A Manhã – 1941 até meados de 1945:
órgão oficial do Estado Novo, tinha diagramação
moderna e caráter didático, explicava a
constituição de 1937 e contava com redatores de
peso (Afonso Arinos, Cecília Meireles, José Lins do
Rego, Gilberto Freyre, etc.)
• Reforma do ensino secundário – 1942;
28. O FIM DO ESTADO NOVO
O Brasil permaneceu
neutro por boa parte da
guerra e negociou a sua
entrada no conflito em
termos favoráveis. Vargas
declarou guerra ao Eixo
em agosto de 1942.
Os japoneses e alemães,
principalmente, sofreram
alguma forma de
perseguição.
O Brasil ganhou a
Siderúrgica de Volta
Redonda, dos EUA.
Os pracinhas
29. Em 1943 foi organizada a FEB – Força
Expedicionária Brasileira.
As tropas foram enviadas em julho de 1944.
Foram cerca de 25 mil homens e mulheres.
A previsão era 100 mil. Houve 943 baixas.
O FIM DO ESTADO NOVO
30. A Estrada 47 é o
primeiro filme brasileiro
sobre a 2ª Guerra
Mundial.
É uma obra de ficção
baseada em pesquisa
e registros feitos por
quem esteve lá.
Dirigido por Vicente
Ferraz, venceu vários
prêmios, dentre eles o
de melhor filme no 42º
Festival de Cinema de
Gramado 2014.
31. O fim do estado novo e o queremismo
• Havia uma forte oposição norte-americana à
política nacionalista de Vargas;
• O Manifesto dos Mineiros, outubro de 1943,
denunciou as contradições entre as políticas
interna e externa do país;
• Libertação dos presos políticos em 1945;
• Partidos políticos em 1945: UDN, PTB, PSD,
PCB, etc;
• O PCB apoiava o Queremismo e a Constituinte
com Getúlio;
• Deposição de Vargas em 29 de outubro;
• As eleições presidenciais de dezembro de 1945
tiveram como vencedor o General Dutra,
candidato do PSD.
32. O FIM DO ESTADO NOVO
O Queremismo sinalizou o perigo da
permanência de Vargas.