SlideShare uma empresa Scribd logo
RESUMO
   Paciente feminina, 23 anos, com relato de artralgia simétrica
    e somatória há 30 dias acometendo progressivamente
    tornozelos, punhos, joelhos, metacarpofalangeanas e
    interfalangeanas proximais. Referia rigidez matinal durando 2
    horas, negava dor em esqueleto axial. Alguns dias após início
    do quadro surgiram cerca de 5 lesões em MMII, inicialmente
    pápulo vesiculares progredindo para crostas. Dois dias antes
    do início do quadro apresentou febre e odinofagia. Recebeu
    corticóide oral, com melhora parcial. Também referia cefaléia,
    astenia e mal estar geral no período. G2P2A0, sem
    comorbidades prévias.
   Apresentava lesão crostosa em região maleolar lateral sem
    sinais flogísticos, com cerca de 0,5 cm. Lesões hipocrômicas
    de característica cicatricial em ambos os tornozelos. Dor à
    movimentação passiva e palpação de joelhos, punhos e
    tornozelos. Ausência de calor, edema ou rubor em
    articulações. Dor à palpação ao longo do tendão de Aquiles
    bilateralmente
EXAMES COMPLEMENTARES
                 14/06/12
Hemoglobina        8,4
Hematócrito       27,3
VGM / HGM        72 / 22
Leucócitos        8600
Bastões            4%
Segmentados       67%
Linfócitos        23%
Linf. Atípicos     ---
Eosinófilos        6%
Monócitos          4%
Plaquetas        225000
EXAMES COMPLEMENTARES
                  14/06/12
Na                  136
K                   3,9
Uréia                30
Creatinina          0,8
Cl                  103
Ca                  9,7
Mg                  1,2
Glicemia             99
TGO                  24
TGP                  39
Bilirrubinas   T – 0,4 D – 0,3
EXAMES COMPLEMENTARES


            14/06/12
TP          96%
RNI         1,02
TTPa        36
Proteínas   8,9
Albumina    3,8
Globulina   5,1
EXAMES COMPLEMENTARES
   Capacidade total de ligação ao ferro
       325 (VR: 250 – 450)

   Capacidade livre de ligação ao ferro
       295 (VR: 150 – 340)

   Ferro sérico
       30 (VR: 25 – 156)

   Transferrina
       227,5 (VR: 200 – 300)

   Índice de saturação de transferrina
       9 (VR: 20 – 55)

   Ferritina
       8 (VR: 12 – 150)
EXAMES COMPLEMENTARES
   FAN – não reagente

   VHS – 21

   PCR – 24

   Sumário de Urina – sem alterações
SUSPEITA DIAGNÓSTICA ?




   Gonococcemia disseminada
GONOCOCCEMIA DISSEMINADA
GONOCOCCEMIA DISSEMINADA
   Disseminação     hematogênica     da   Neisseria
    gonorrhoeae, transmitida sexualmente

   Acomete 0,5-3% dos infectados

   Causa comum de poli ou oligoartropatia em
    indivíduos jovens previamente hígidos

   Abaixo de 40 anos

   Três vezes mais comum em mulheres
GONOCOCCEMIA DISSEMINADA
   A probabilidade de disseminação depende de
    fatores do hospedeiro e da cepa

   Cepa bacteriana
     As cepas que mais disseminam diferem das que geram
      sintomas urogenitais
     É incomum história de infecção genital sintomática
      recente


   Hospedeiro
       Menstruação recente, gravidez ou pós-parto, deficiência
        de complemento, LES
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
   Duas síndromes

       Tríade tenossinovite, dermatite e poliartralgia (sem
        artrite purulenta) – Síndrome artrite dermatite

       Artrite purulenta sem lesões de pele

       Pode haver sobreposição. Alguns pacientes evoluem da
        síndrome artrite dermatite para uma mono ou
        oligoartrite purulenta
SÍNDROME ARTRITE-DERMATITE

   Início do quadro com febre e mal estar geral. A febre
    pode desaparecer com a progressão do quadro

   Acometimento articular – Punhos, dedos e tornozelos.
    Menos frequente: joelhos e cotovelos. Raramente
    acomete o esqueleto axial. Somatória e assimétrica.

   Dermatite – poucas lesões (2-10), indolores. Pápulas,
    pústulas, vesículas, crostas. Pode haver um
    componente hemorrágico. Limitam-se às extremidades,
    raras em face
SÍNDROME ARTRITE-DERMATITE
   “Embora outras patologias (endocardite bacteriana,
    meningococcemia)      possam     causar    lesões
    similares, a erupção cutânea da IGD é tão
    suficientemente típica que sugere fortemente seu
    diagnóstico quando observada em uma pessoa
    jovem sexualmente ativa”

                 Cecil – Tratado de Medicina Interna
ARTRITE SÉPTICA
   Geralmente afebril

   Joelhos, punhos e tornozelos. Grandes articulações

   Pode haver acometimento de mais de uma articulação,
    geralmente assimétrico

   Edema, eritema, calor local, derrame sinovial franco

   Se não tratada pode evoluir para destruição da
    articulação e osteomielite
DIAGNÓSTICO
   História e exame físico

   Líquido sinovial
     Melhor método diagnóstico na artrite purulenta
     Leucócitos: 20.000 – 50.000
     Glicose, LDH e proteínas tem valor limitado
     Cultura tipicamente negativa na síndrome artrite-
      dermatite
DIAGNÓSTICO
   Hemoculturas
       Baixa sensibilidade – útil apenas quando positiva
           Síndrome artrite dermatite
       Múltiplas amostras


   Culturas de pele, uretra, cervix, reto e faringe
       50% tem pelo menos uma cultura de mucosa positiva


   Triagem para HIV e sífilis
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
   Artrite meningocóccica
     Pode ser idêntica à gonococcemia
     Maior probabilidade de hemocultura positiva
     Doença mais grave, sepse e meningite


   Hepatite B
     Febre, calafrios, poliartrite, tenossinovite e rash
     O rash é urticariforme
     A artrite geralmente é poliarticular e simétrica
     Líquido sinovial não inflamatório
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
   Doenças do tecido conjuntivo
       Artrite reativa, artrite reumatóide, artrite psoriática


   Febre reumática
     Pode se manifestar como poliartrite e rash
     O rash é muito raro e quase nunca pustular ou vesicular
TRATAMENTO
   Ceftriaxona - Resposta rápida

   Não existe padronização quanto à duração

   Síndrome artrite-dermatite
       Geralmente cura após 3 dias, com excelente prognóstico

   Artrite purulenta
       7-14 dias. Drenagem articular

   Tratamento concomitante para clamídia

   Tratar o parceiro!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   Cecil – Tratado de Medicina Interna, 22 edição


   Veronesi – Tratado de Infectologia


   Case 19-2007: A 19-Year-Old College Student with Fever and Joint
    Pain; Benjamin T. Davis, M.D., and Mark S. Pasternack, M.D.; N Engl
    J Med 2007;356:2631-7.


   UpToDate
OBRIGADA!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Pé diabético Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Pé diabético  Dr Omar Mohamad M. Abdallah Pé diabético  Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Pé diabético Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Omar Mohamad Abdallah
 
Colagenoses
ColagenosesColagenoses
Colagenoses
janinemagalhaes
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Paulo Alambert
 
Artrite séptica
Artrite sépticaArtrite séptica
Artrite séptica
sandra tiofilo
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiosite
Paulo Alambert
 
Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia
dapab
 
Diagnóstico diferencial das monoartrites
Diagnóstico diferencial das monoartritesDiagnóstico diferencial das monoartrites
Diagnóstico diferencial das monoartrites
pauloalambert
 
Espondiloartropatias ll
Espondiloartropatias llEspondiloartropatias ll
Espondiloartropatias ll
pauloalambert
 
Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016
pauloalambert
 
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
janinemagalhaes
 
Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)
pauloalambert
 
Vasculites II
Vasculites IIVasculites II
Vasculites II
Paulo Alambert
 
Esclerodermia
Esclerodermia Esclerodermia
Esclerodermia
Paulo Alambert
 
Ar 4 ano
Ar 4 anoAr 4 ano
Ar 4 ano
pauloalambert
 
Osteomielite e Pioartrite
Osteomielite e PioartriteOsteomielite e Pioartrite
Osteomielite e Pioartrite
Carlos Andrade
 
Tétano com espasmo e apneia 2013
Tétano com espasmo e apneia 2013Tétano com espasmo e apneia 2013
Tétano com espasmo e apneia 2013
Yvone Formiga
 
Colagenoses e a dermatologia
Colagenoses e a dermatologiaColagenoses e a dermatologia
Colagenoses e a dermatologia
Karen Von Kossel
 
Linfadenopatias cervicais na infância
Linfadenopatias cervicais na infânciaLinfadenopatias cervicais na infância
Linfadenopatias cervicais na infância
Dario Hart
 
lupus
lupuslupus
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruAfecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Cibelle Viero
 

Mais procurados (20)

Pé diabético Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Pé diabético  Dr Omar Mohamad M. Abdallah Pé diabético  Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Pé diabético Dr Omar Mohamad M. Abdallah
 
Colagenoses
ColagenosesColagenoses
Colagenoses
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Artrite séptica
Artrite sépticaArtrite séptica
Artrite séptica
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiosite
 
Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia
 
Diagnóstico diferencial das monoartrites
Diagnóstico diferencial das monoartritesDiagnóstico diferencial das monoartrites
Diagnóstico diferencial das monoartrites
 
Espondiloartropatias ll
Espondiloartropatias llEspondiloartropatias ll
Espondiloartropatias ll
 
Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016
 
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
 
Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)
 
Vasculites II
Vasculites IIVasculites II
Vasculites II
 
Esclerodermia
Esclerodermia Esclerodermia
Esclerodermia
 
Ar 4 ano
Ar 4 anoAr 4 ano
Ar 4 ano
 
Osteomielite e Pioartrite
Osteomielite e PioartriteOsteomielite e Pioartrite
Osteomielite e Pioartrite
 
Tétano com espasmo e apneia 2013
Tétano com espasmo e apneia 2013Tétano com espasmo e apneia 2013
Tétano com espasmo e apneia 2013
 
Colagenoses e a dermatologia
Colagenoses e a dermatologiaColagenoses e a dermatologia
Colagenoses e a dermatologia
 
Linfadenopatias cervicais na infância
Linfadenopatias cervicais na infânciaLinfadenopatias cervicais na infância
Linfadenopatias cervicais na infância
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruAfecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
 

Semelhante a Apresentação para o blog 2

ESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITESESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITES
pauloalambert
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
pauloalambert
 
Espondiloartrites
EspondiloartritesEspondiloartrites
Espondiloartrites
pauloalambert
 
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptToxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Alberto205764
 
Interpretacao leucograma
Interpretacao leucogramaInterpretacao leucograma
Interpretacao leucograma
ReginaReiniger
 
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartritesDiagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
Paulo Alambert
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Paulo Alambert
 
tcc-e-learn
tcc-e-learntcc-e-learn
tcc-e-learn
maurohs
 
Adenomegalia
AdenomegaliaAdenomegalia
Adenomegalia
Tamires Gaspar
 
Sle 2014
Sle 2014Sle 2014
Sle 2014
pauloalambert
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
pauloalambert
 
Espondiloartropatias II
Espondiloartropatias IIEspondiloartropatias II
Espondiloartropatias II
pauloalambert
 
Infecções Osteoarticulares
Infecções OsteoarticularesInfecções Osteoarticulares
Infecções Osteoarticulares
Caio Gonçalves de Souza
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
Cassia Feitoza Rodrigues
 
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptxinfeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
NiraLumbo
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites
Diagnósticos diferenciais das monoartritesDiagnósticos diferenciais das monoartrites
Diagnósticos diferenciais das monoartrites
pauloalambert
 
aula reumato .pdf
aula reumato .pdfaula reumato .pdf
aula reumato .pdf
BrenoSouto2
 
Pé Diabético
Pé DiabéticoPé Diabético
Pé Diabético
Liga de Diabetes UFG
 
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumaticaCardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
gisa_legal
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Urovideo.org
 

Semelhante a Apresentação para o blog 2 (20)

ESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITESESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITES
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
Espondiloartrites
EspondiloartritesEspondiloartrites
Espondiloartrites
 
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptToxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
 
Interpretacao leucograma
Interpretacao leucogramaInterpretacao leucograma
Interpretacao leucograma
 
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartritesDiagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
 
tcc-e-learn
tcc-e-learntcc-e-learn
tcc-e-learn
 
Adenomegalia
AdenomegaliaAdenomegalia
Adenomegalia
 
Sle 2014
Sle 2014Sle 2014
Sle 2014
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 
Espondiloartropatias II
Espondiloartropatias IIEspondiloartropatias II
Espondiloartropatias II
 
Infecções Osteoarticulares
Infecções OsteoarticularesInfecções Osteoarticulares
Infecções Osteoarticulares
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
 
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptxinfeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
infeccoesdetecidosmoles-220419225347.pptx
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites
Diagnósticos diferenciais das monoartritesDiagnósticos diferenciais das monoartrites
Diagnósticos diferenciais das monoartrites
 
aula reumato .pdf
aula reumato .pdfaula reumato .pdf
aula reumato .pdf
 
Pé Diabético
Pé DiabéticoPé Diabético
Pé Diabético
 
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumaticaCardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
Cardio guia de_bolso_diretrizes_ febre_reumatica
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
 

Mais de janinemagalhaes

2 histp
2 histp2 histp
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
janinemagalhaes
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
janinemagalhaes
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
janinemagalhaes
 
Coagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônicaCoagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônica
janinemagalhaes
 
Ressucitação volêmica
Ressucitação volêmicaRessucitação volêmica
Ressucitação volêmica
janinemagalhaes
 
Sessão de artigo
Sessão de artigoSessão de artigo
Sessão de artigo
janinemagalhaes
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
janinemagalhaes
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
janinemagalhaes
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
janinemagalhaes
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
janinemagalhaes
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
janinemagalhaes
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
janinemagalhaes
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
janinemagalhaes
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
janinemagalhaes
 
Hemoterapia 2
Hemoterapia 2Hemoterapia 2
Hemoterapia 2
janinemagalhaes
 
Hemoterapia 1
Hemoterapia 1Hemoterapia 1
Hemoterapia 1
janinemagalhaes
 
Amiloidose power point 2007
Amiloidose   power point 2007Amiloidose   power point 2007
Amiloidose power point 2007
janinemagalhaes
 
Sindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigidoSindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigido
janinemagalhaes
 
Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5
janinemagalhaes
 

Mais de janinemagalhaes (20)

2 histp
2 histp2 histp
2 histp
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
 
Coagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônicaCoagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônica
 
Ressucitação volêmica
Ressucitação volêmicaRessucitação volêmica
Ressucitação volêmica
 
Sessão de artigo
Sessão de artigoSessão de artigo
Sessão de artigo
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Hemoterapia 2
Hemoterapia 2Hemoterapia 2
Hemoterapia 2
 
Hemoterapia 1
Hemoterapia 1Hemoterapia 1
Hemoterapia 1
 
Amiloidose power point 2007
Amiloidose   power point 2007Amiloidose   power point 2007
Amiloidose power point 2007
 
Sindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigidoSindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigido
 
Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5
 

Apresentação para o blog 2

  • 1. RESUMO  Paciente feminina, 23 anos, com relato de artralgia simétrica e somatória há 30 dias acometendo progressivamente tornozelos, punhos, joelhos, metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais. Referia rigidez matinal durando 2 horas, negava dor em esqueleto axial. Alguns dias após início do quadro surgiram cerca de 5 lesões em MMII, inicialmente pápulo vesiculares progredindo para crostas. Dois dias antes do início do quadro apresentou febre e odinofagia. Recebeu corticóide oral, com melhora parcial. Também referia cefaléia, astenia e mal estar geral no período. G2P2A0, sem comorbidades prévias.  Apresentava lesão crostosa em região maleolar lateral sem sinais flogísticos, com cerca de 0,5 cm. Lesões hipocrômicas de característica cicatricial em ambos os tornozelos. Dor à movimentação passiva e palpação de joelhos, punhos e tornozelos. Ausência de calor, edema ou rubor em articulações. Dor à palpação ao longo do tendão de Aquiles bilateralmente
  • 2. EXAMES COMPLEMENTARES 14/06/12 Hemoglobina 8,4 Hematócrito 27,3 VGM / HGM 72 / 22 Leucócitos 8600 Bastões 4% Segmentados 67% Linfócitos 23% Linf. Atípicos --- Eosinófilos 6% Monócitos 4% Plaquetas 225000
  • 3. EXAMES COMPLEMENTARES 14/06/12 Na 136 K 3,9 Uréia 30 Creatinina 0,8 Cl 103 Ca 9,7 Mg 1,2 Glicemia 99 TGO 24 TGP 39 Bilirrubinas T – 0,4 D – 0,3
  • 4. EXAMES COMPLEMENTARES 14/06/12 TP 96% RNI 1,02 TTPa 36 Proteínas 8,9 Albumina 3,8 Globulina 5,1
  • 5. EXAMES COMPLEMENTARES  Capacidade total de ligação ao ferro  325 (VR: 250 – 450)  Capacidade livre de ligação ao ferro  295 (VR: 150 – 340)  Ferro sérico  30 (VR: 25 – 156)  Transferrina  227,5 (VR: 200 – 300)  Índice de saturação de transferrina  9 (VR: 20 – 55)  Ferritina  8 (VR: 12 – 150)
  • 6. EXAMES COMPLEMENTARES  FAN – não reagente  VHS – 21  PCR – 24  Sumário de Urina – sem alterações
  • 7. SUSPEITA DIAGNÓSTICA ?  Gonococcemia disseminada
  • 9. GONOCOCCEMIA DISSEMINADA  Disseminação hematogênica da Neisseria gonorrhoeae, transmitida sexualmente  Acomete 0,5-3% dos infectados  Causa comum de poli ou oligoartropatia em indivíduos jovens previamente hígidos  Abaixo de 40 anos  Três vezes mais comum em mulheres
  • 10. GONOCOCCEMIA DISSEMINADA  A probabilidade de disseminação depende de fatores do hospedeiro e da cepa  Cepa bacteriana  As cepas que mais disseminam diferem das que geram sintomas urogenitais  É incomum história de infecção genital sintomática recente  Hospedeiro  Menstruação recente, gravidez ou pós-parto, deficiência de complemento, LES
  • 11. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS  Duas síndromes  Tríade tenossinovite, dermatite e poliartralgia (sem artrite purulenta) – Síndrome artrite dermatite  Artrite purulenta sem lesões de pele  Pode haver sobreposição. Alguns pacientes evoluem da síndrome artrite dermatite para uma mono ou oligoartrite purulenta
  • 12. SÍNDROME ARTRITE-DERMATITE  Início do quadro com febre e mal estar geral. A febre pode desaparecer com a progressão do quadro  Acometimento articular – Punhos, dedos e tornozelos. Menos frequente: joelhos e cotovelos. Raramente acomete o esqueleto axial. Somatória e assimétrica.  Dermatite – poucas lesões (2-10), indolores. Pápulas, pústulas, vesículas, crostas. Pode haver um componente hemorrágico. Limitam-se às extremidades, raras em face
  • 13. SÍNDROME ARTRITE-DERMATITE  “Embora outras patologias (endocardite bacteriana, meningococcemia) possam causar lesões similares, a erupção cutânea da IGD é tão suficientemente típica que sugere fortemente seu diagnóstico quando observada em uma pessoa jovem sexualmente ativa” Cecil – Tratado de Medicina Interna
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17. ARTRITE SÉPTICA  Geralmente afebril  Joelhos, punhos e tornozelos. Grandes articulações  Pode haver acometimento de mais de uma articulação, geralmente assimétrico  Edema, eritema, calor local, derrame sinovial franco  Se não tratada pode evoluir para destruição da articulação e osteomielite
  • 18. DIAGNÓSTICO  História e exame físico  Líquido sinovial  Melhor método diagnóstico na artrite purulenta  Leucócitos: 20.000 – 50.000  Glicose, LDH e proteínas tem valor limitado  Cultura tipicamente negativa na síndrome artrite- dermatite
  • 19.
  • 20. DIAGNÓSTICO  Hemoculturas  Baixa sensibilidade – útil apenas quando positiva  Síndrome artrite dermatite  Múltiplas amostras  Culturas de pele, uretra, cervix, reto e faringe  50% tem pelo menos uma cultura de mucosa positiva  Triagem para HIV e sífilis
  • 21. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  Artrite meningocóccica  Pode ser idêntica à gonococcemia  Maior probabilidade de hemocultura positiva  Doença mais grave, sepse e meningite  Hepatite B  Febre, calafrios, poliartrite, tenossinovite e rash  O rash é urticariforme  A artrite geralmente é poliarticular e simétrica  Líquido sinovial não inflamatório
  • 22. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  Doenças do tecido conjuntivo  Artrite reativa, artrite reumatóide, artrite psoriática  Febre reumática  Pode se manifestar como poliartrite e rash  O rash é muito raro e quase nunca pustular ou vesicular
  • 23. TRATAMENTO  Ceftriaxona - Resposta rápida  Não existe padronização quanto à duração  Síndrome artrite-dermatite  Geralmente cura após 3 dias, com excelente prognóstico  Artrite purulenta  7-14 dias. Drenagem articular  Tratamento concomitante para clamídia  Tratar o parceiro!
  • 24. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  Cecil – Tratado de Medicina Interna, 22 edição  Veronesi – Tratado de Infectologia  Case 19-2007: A 19-Year-Old College Student with Fever and Joint Pain; Benjamin T. Davis, M.D., and Mark S. Pasternack, M.D.; N Engl J Med 2007;356:2631-7.  UpToDate