3. Conteúdos
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Emoções primárias e secundárias
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Demonstrar algumas das principais teorias
sobre as emoções
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Discutir o papel de estruturas anatômicas
relacionadas ao comportamento emocional
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Analisar a função social das emoções
5. Emoções,
sentimentos, humores
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O vídeo nos sugere que temos muitas palavras diferentes para
descrever estados que comumente chamamos de emocionais
─ “Há algumas emoções que são comuns a todos, como o terror que se
sente quando um carro derrapa. Mas normalmente nossas emoções
se misturam e andam juntas a ponto de ser difícil separá-las.”
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Novamente, esse é um problema de definições.
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“As pessoas têm um senso intuitivo do que significa emoção.
Ainda assim, é difícil definir o termo com precisão. Os termos
emoção, sensação e humor muitas vezes são utilizados de
maneira intercambiável na linguagem cotidiana, mas é útil
distinguir entre eles.” (Gazzaniga & Heatherton, 2018, p. 404)
GAZZANIGA, M. S.; HEATHERTON, T. F. Ciência psicológica: Mente, cérebro e comportamento. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed. 2018.
6. Emoções,
sentimentos, humores
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Uma emoção é uma resposta negativa ou positiva imediata,
específica para eventos ambientais ou pensamentos internos
─ Normalmente interrompem o que está acontecendo ou desencadeiam
mudanças no raciocínio e comportamento
─ Componentes fisiológicos, comportamentais, e subjetivos (sentimentos)
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Por sua vez, os humores são estados emocionais difusos, de
longa duração, que não têm um objeto ou gatilho identificável
─ Em vez de interromper o que está acontecendo, eles influenciam o
raciocínio e o comportamento
7. O estudo das emoções
no séc. XX
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Behaviorismo (1950-1960): as emoções não existem, ou não podem ser
estudadas
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Antropologia: as expressões emocionais são infinitamente maleáveis
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Teorias estruturais – as emoções são “coisas” (tipos naturais)
─ Modelos discretos (anos 1970 e 1980)
─ Reconhecimento da expressão facial através das culturas
─ Demonstração de emoções universais?
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Teorias funcionalistas – as emoções são “processos”
─ Sistemas dinâmicos, regulação emocional, teorias construtivistas (anos 1990-
2010)
8. Emoções discretas vs.
dimensões
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Emoções discretas: conjunto finito e universal de emoções primárias e secundárias com
expressão fisiológica definida, significado adaptativo, e história evolutiva
─ Emoções primárias: Raiva, felicidade, repugnância, surpresa, tristeza, medo
─ Emoções secundárias: Remorso, culpa, submissão, vergonha, amor, rancor, inveja, etc.
─ Darwin, Ekman: expressões faciais e psicologia transcultural
─ Priorizada pela neurociência e pela biologia evolutiva porque sugerem métodos de estudo
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Modelos dimensionais: as emoções são “reações a eventos no mundo que variam, em
um continuum” (Gazzaniga et al., 2006, p. 557)
─ Wundt (1899): dimensões de excitação-calma, prazer-desprazer, e tensão-relaxamento
─ Modelo circumplexo: valência (positiva-negativa) e alerta fisiológico (alta-baixa)
GAZZANIGA, M. S.; IVRY, R. B.; MANGUN, G. R. Neurociência cognitiva: A biologia da mente. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed. 2006.
15. O “sistema límbico”
Emoção /
comportamento
Aprendizagem /
memória
ROHEN, J. W., YOKOCHI, C., LÜTJEN-DRECOLL, E. (2002). Anatomia humana – Atlas fotográfico de anatomia sistêmica e regional.
5ª ed. São Paulo: Manole
16. O “lobo límbico” e o
sistema límbico
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No “lobo límbico”, dois círculos concêntricos são observáveis:
─ O primeiro círculo é composto pelo córtex límbico (subículo, córtex pré-
piriforme, córtex peri-amigdalóide) e pelo córtex paralímbico associativo
(giro cingulado, giro subcaloso, giro para-hipocampal, istmo)
─ O segundo círculo é o giro intralímbico (hipocampo, porção anterior do
uncus, banda de Giacomini, ápice do uncus, cornos de Ammon, giro
denteado, giro fasciolar, fasciola cinerea, e hipocampo pré-comissural)
DI MARINO, V. ETIENNE, Y., NIDDAM, M. (2016). The amygdaloid nuclear complex. Anatomic study of the human amygdala.
Dordrecht: Springer
17. Giros do “lobo límbico”
DI MARINO, V. ETIENNE, Y., NIDDAM, M. (2016). The amygdaloid nuclear complex. Anatomic study of the human amygdala.
Dordrecht: Springer
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Giro do cíngulo
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Giro subcalosal
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Giro paraterminal
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Giro semilunar
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Giro uncinado e
uncus
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Giro
parahipocampal e
lobo piriforme
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Istmo
18. O sistema límbico contém
diversas estruturas
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Lobo límbico
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Sistema septo-hipocampal
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Complexo amigdalóide e estria terminal
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Córtices entorrinal, frontal anterior, e
orbitofrontal
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Ínsula
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Estruturas do antigo rinencéfalo (bulbo e
trato olfatório, estrias olfativas,
tubérculo olfativo, substância perfurada
anterior)
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Núcleo habenular e estria medular
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Tálamo (em especial núcleos
anteriores e médio-dorsais)
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Hipotálamo (em especial SON, MH, e
corpos mamilares)
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Algumas estruturas mesencefálicas
(n. interpeduncular, região ventral do
tegmento, grísea periaquedutal)
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Algumas estruturas do tronco
encefálico (loco cerúleo, n.
parabraquial, ns. rafe)
19. A ínsula
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Recebe e integra sinais somatossensoriais do corpo inteiro
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Também está envolvida na consciência subjetiva dos estados corporais,
como sentir sua pulsação, sentir fome ou sentir necessidade de urinar
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Particularmente ativa quando as pessoas experimentam nojo (como
quando expostas a maus cheiros) ou observam expressões faciais de
nojo em outras pessoas
GAZZANIGA, M. S.; HEATHERTON, T. F. Ciência psicológica: Mente, cérebro e comportamento. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed. 2018.
20. O complexo amigdalóide
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Conjunto em formato de amêndoa de estruturas,
localizado bilateralmente profunda e medialmente no
lobo temporal do cérebro
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Subdivisões (1) lateral, (2) basolateral, (3) baso-
medial, (4) cortical, (5) central, e (6) medial
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A amígdala está envolvida em tarefas emocionais,
principalmente a estímulos aversivos e
ameaçadores, aumentando a saliência desses
estímulos (i.e., facilitando o processamento da
informação emocional e o envio de sinais a outros
sistemas de respostas que devem ser sensíveis a
essa informação)
DI MARINO, V. ETIENNE, Y., NIDDAM, M. (2016). The amygdaloid nuclear complex. Anatomic study of the human amygdala.
Dordrecht: Springer
23. Teorias sobre a emoção
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Teoria da emoção de James-Lange: As pessoas percebem
padrões específicos de respostas corporais e, como resultado
dessa percepção, sentem emoção.
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Teoria da emoção de Cannon-Bard: Informações sobre
estímulos emocionais são enviadas simultaneamente ao córtex
e ao corpo e resultam em experiência emocional e reações
corporais, respectivamente.
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Teoria dos dois fatores de Schachter-Singer: Rótulo aplicado
ao alerta fisiológico que resulta em experimentar uma emoção.
24. Teoria de James-Lange
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As respostas corporais PRECEDEM a
emoção, e experienciamos uma
emoção DEPOIS que nossos corpos
reagem
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Assim, a emoção é causada por um
padrão específico de respostas
corporais
25. Teoria de Cannon-Baird
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Resulta da crítica de Cannon às teorias de James; muitas emoções
produzem respostas corporais semelhantes. As semelhanças tornam
muito difícil para as pessoas determinarem rapidamente qual emoção
elas estão sentindo
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As emoções são organizadas no encéfalo, e os sentimentos
emocionais e as respostas corporais ocorrem simultaneamente
─ Um estímulo emocionalmente competente ativa regiões subcorticais, que por
sua vez envia informações separadamente para o córtex (Cs) e para o corpo
26. Teoria de Schachter-Singer
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“Eles achavam que a teoria de James-Lange estava certa em equiparar a
percepção da reação do corpo com uma emoção, mas concordavam com
Cannon-Bard quando diziam que existem muitas emoções diferentes para que
houvesse um padrão autonômico exclusivo para cada uma dela”
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Um estímulo emocionalmente competente produz um alerta fisiológico
indiferenciado, que inicia um processo de interpretação (“appraisal”), criando
um rótulo para esse alerta com base no contexto e nas memórias
27. Schachter e Singer, 1962
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Injetou-se nos participantes um estimulante (adrenalina) ou placebo.
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Aos participantes informados da condição adrenalina foi dito que o fármaco poderia fazer com que
se sentissem instáveis, tivessem taquicardia e sentissem seus rostos quentes. Todas essas
atividades corporais são efeitos colaterais do uso de adrenalina. Os participantes não
informados não receberam qualquer informação sobre os efeitos do fármaco.
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Na condição de euforia, cada participante foi exposto a um cúmplice que estava de ótimo humor,
brincando com um bambolê e fazendo aviões de papel.
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Na condição de irritação, cada participante ficava sentado esperando com um cúmplice. Tanto o
participante quanto o cúmplice foram convidados a preencher um questionário com perguntas
muito insultantes, por exemplo se sua mãe tinha traído seu pai. O cúmplice ficou irritado, rasgou
o questionário e saiu da sala.
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Os participantes codificaram os indicadores comportamentais de euforia como estando ligados à
diversão. Eles também codificaram indicadores comportamentais de raiva como concordando
com a raiva do cúmplice. Além disso, foram questionados os estados emocionais dos
participantes, se eles se sentiam felizes ou com raiva.
28. Plot twist: Os resultados não apóiam o
que os autores afirmavam!
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Resultados estatisticamente não-
significativos
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Schachter e Wheeler, 1962 –
tentativa de replicar
conceitualmente os experimentos
não encontra diferença entre
adrenalina e placebo!
30. Emoção e cognição
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Robert Zajonc: Primazia do
afeto sobre a cognição
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Richard Lazarus:
Julgamentos afetivos
inconscientes com
caráter cognitivo
31. Teoria dos marcadores
somáticos
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Antonio Damasio: Reações corporais que surgem a partir da
avaliação emocional de consequências de uma ação.
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Os marcadores somáticos seriam armazenados no OFC
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Estas associações de marcadores podem ocorrer novamente durante a
tomada de decisão; quando temos de fazer decisões complexas e
incertas, os marcadores somáticos criados por um estímulo relevante
são agregados para produzir uma “rede de estado somático”, que
influencia fortemente nossa decisão sobre como agir
33. As emoções fortalecem as
relações interpessoais
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Como os seres humanos são animais sociais, muitas emoções envolvem dinâmicas
interpessoais.
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A culpa é um estado emocional negativo associada à ansiedade, tensão e agitação. A
experiência de culpa raramente faz sentido fora do contexto da interação interpessoal.
─ Baumeister et al. (1994): a culpa protege e fortalece as relações interpessoais de três maneiras
○ Os sentimentos de culpa desencorajam as pessoas a fazerem coisas que prejudicariam seus relacionamentos
○ Exibições de culpa demonstram que as pessoas se preocupam com seus parceiros de relacionamento, reafirmando,
assim, os laços sociais
○ A culpa é uma tática que pode ser utilizada para manipular os outros
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Algumas teorias do constrangimento sugerem que ele retifica o embaraço interpessoal e
restaura os laços sociais. O constrangimento representa submissão e afiliação ao grupo
social. Também representa o reconhecimento do erro social não intencional