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1. Conselho Nacional do Café – CNC
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CLIPPING – 11/07/2016
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Propriedades usam novas técnicas para garantir produção de café em MG
Globo Rural
11/07/2016
César Dassie
Nosso cafezinho tem fama nas xícaras de
todo o planeta. Ele é um dos principais
produtos da agricultura brasileira. O Brasil é
grande produtor e grande exportador.
Para continuar na liderança mundial, o
cafeicultor precisa ter um olho na lavoura e
outro no futuro. O Globo Rural esteve em
Minas Gerais para visitar fazendas que
estão adotando técnicas que vão fazer a
diferença na próxima década.
O Brasil caminha para ter uma das melhores safras de café da sua história: quase 49 milhões
de sacas, de acordo com o levantamento do IBGE divulgado na última quinta-feira (7).
Com esse mundão de lavoura, que se espalha por quase 2,3 milhões de hectares, nós somos
os maiores produtores do planeta. Tem muito agricultor preparando a plantação para o futuro.
Aliás, você tem ideia do que é preciso fazer
na roça para manter a competitividade
nacional? Para ajudar a responder essa
pergunta, O Globo Rural convidou um dos
maiores especialistas de café não só do
Brasil, mas também do mundo. O agrônomo
José Braz Matiello (foto: Reprodução Globo
Rural) estuda essa cultura há 48 anos e é
pai de uma das variedades mais plantadas
atualmente, a catucaí.
Globo Rural: O senhor também já rodou bastante esse tempo todo atrás de café.
Matiello: Quase cinquenta anos. A gente conhece cafeicultura desde o Paraná até Rondônia,
Acre, hoje em dia, então, muitas, passando aqui por Minas. Muitas a gente ajudou até a
desenvolver.
Globo Rural: por onde a gente começa para saber o caminho da cafeicultura nos próximos dez
anos?
Matiello: É muito importante a gente começar pela mecanização.
Em áreas planas como no Cerrado Mineiro, cada vez mais a mecanização vem se tornando
indispensável nas grandes propriedades.
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Na fazenda Santa Helena, no município de Areado, as máquinas dão conta de colher 90% da
lavoura. “Uma colheita como a desse ano, com oito mil sacas, que eu teria que ter uns 270
trabalhadores, hoje eu faço com três colhedeiras e vinte e poucas pessoas. A colheita manual
é duas vezes e meia mais cara que a mecanizada”, diz Célio Landi Pereira, agrônomo,
administrador da Fazenda Santa Helena.
Com dois cilindros de varetas rígidas, a colheitadeira parece pentear o pé de café. Com a ideia
de se colher cada vez mais por hectare, o agrônomo Matiello aponta outro aspecto vital para a
cafeicultura moderna: a renovação.
“Os nossos avós, os nossos pais queriam cafezal por cem anos. Hoje, tecnicamente, a gente
admite aí vinte, no máximo trinta anos, porque vão surgindo novas variedades. Novas
tecnologias. Você tem que trocar para colocar uma planta mais produtiva no lugar daquela
pouco produtiva”, explica.
A renovação exige a derrubada completa da lavoura, mesmo que ainda produtiva. E está aí a
dificuldade de muitos agricultores em aceitar esse manejo.
Em uma área da fazenda Santa Helena, o trator já arrancou vários pés de um talhão de 15
hectares e 28 anos de idade, que acabou de ter sua última colheita. “Aqui já é uma área antiga,
a produção vem caindo. A média está em torno de 28 sacas por hectare, e a média geral da
fazenda é 38”, comenta Marco Evandro Manoel, gerente da área cafeeira Fazenda Sta.
Helena.
A estratégia com esse manejo é elevar a produtividade para 45, 50 sacas por hectare, nos
próximos anos. Isso é praticamente o dobro da atual média do Brasil.
“Essa área aqui hoje está com 3.333 plantas. Vamos passar para cinco mil plantas. Ou seja,
nós temos hoje em torno de 15 hectares com 50 mil plantas. Nesse novo plantio nós vamos
conseguir nos mesmos 15 hectares, 75 mil plantas. É como se a gente tivesse ganhando hoje
cinco hectares a mais dentro dos mesmos quinze hectares que a gente tem”, explica o gerente
da fazenda.
De todo café produzido no Brasil, 700 mil hectares estão em áreas acidentadas, com
declividade que varia de 25 a 50%. É o chamado café de montanha. Se caminhar é difícil,
imagine plantar, colher, fazer os tratos culturais. Quando a imagem vai ao longe, revela um
cenário bem bonito, mas o dia a dia é bastante complicado.
Em terrenos acidentados, o jeito é pensar em reestruturar a lavoura: seja na produção, seja na
melhoria do acesso de máquinas e implementos. É isso que se vê na Fazenda Sertãozinho, no
município de Botelhos. A lâmina que rasga o barranco trabalha na construção de terraços, para
nivelar as ruas da plantação.
“Dependendo um pouco do espaçamento, nós fizemos 180 quilômetros de terraceamento em
linha, como se fosse em linha reta, que dá em torno de 60, 70 hectares. Nós estamos
conseguindo trabalhar com tanque pulverizador em áreas que a gente só fazia manual” Lucas
Antônio Gonçalves Franco, agrônomo - Fazenda Sertãozinho
Dependendo da declividade do terreno, o custo varia de 15 a 40 horas de esteira por hectare.
Até 2018, a fazenda deve adotar os terraços em 80% da sua área. Fora a facilidade da
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mecanização, os terraços trazem ainda outros benefícios.
“Esse degrau diminui a velocidade da água. A água vem correndo pelo morro e a água passa
mais tempo e filtra, até a nascente lá embaixo vai ser beneficiada. O próprio adubo, que não vai
escorrer, vai ser melhor aproveitado, para um melhor crescimento e a produção do café”, diz
José Braz Matiello, agrônomo.
O café é uma planta que naturalmente produz mais num ano e menos no outro. E uma das
últimas tendências no manejo da lavoura busca eliminar a safra menor, para fazer com que a
planta só carregue a cada dois anos.
É a chamada poda de safra zero. Depois da colheita do ano bom, o pessoal faz cortes
drásticos nas laterais e no ponteiro. Com esse tipo de poda, elimina-se a chamada bienalidade
do pé de café.
“A produção alta é cinco vezes maior do que a produção baixa. A gente diz que um ano ela se
veste e no ano seguinte ela veste o cafeicultor. A gente quer zerar a safra e deixar só a safra
alta. O café com carga é uma safra fácil de colher, seja manual ou mecanizada. Cada saca
colhida vai ser muito mais barata”, explica Matiello.
A produção a cada dois anos não é a soma do que ela produziria num ano bom e de um ano
de safra menor, é um pouquinho menos, uns 10% menos. Só que a economia é 30, 40, 50%
mais”, explica José Braz Matiello, agrônomo.
Em áreas de montanha, os pequenos produtores são os donos da maior parte das
propriedades. Para ser competitivo com pouco recurso, é preciso tecnologia, sem esquecer a
produtividade. Usar o que ele tem de mais importante que é a mão de obra familiar”, José braz
Matiello, agrônomo.
O sucesso dos pequenos produtores tem a ver com o trabalho da associação da qual eles
fazem parte. A Assodantas é responsável pela comercialização de todo café dos seus 75
agricultores. E só vende através do chamado fair trade, uma certificação internacional de
comércio justo que valoriza a produção de pequenas e médias propriedades.
“Enche a gente de orgulho ter hoje um café reconhecido no mercado”, declara João Batista
Piva, presidente da Assodantas - Associação dos Agricultores Familiares do Córrego Dantas
Pelo fair trade, a associação negocia com exportadores que enviam café para os Estados
Unidos, a Austrália e a Suíça. Por lá, os consumidores pagam mais pelo produto, em
contrapartida ao respeito ao meio ambiente e ao estímulo ao desenvolvimento social dos
agricultores.
“Esse café que a gente produz tem qualidade de vida. Cada um está ganhando a sua fatia.
Todo mundo cresce junto. Eu falo que uma associação forte é muito bom, mas o melhor é
produtor forte”, comenta Piva.
Para ganhar o mundo e também conquistar os exigentes consumidores do mercado interno, o
café brasileiro passa por rigorosos processos na pós-colheita. Trabalhar com essa cultura é
assim: não basta produzir bem, é preciso saber beneficiar.
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“Tem muito trabalho daqui para frente. Porque o café é um fruto que você pode estragar no
pós-colheita. Então você tem que preparar com cuidado para manter aquela bebida adequada”,
alerta Matiello.
Nessa etapa, a primeira regra é bem clara: só colha o café que você tiver condições de colocar
para secar no mesmo dia. Café fermentado perde qualidade na bebida. Por isso, os
agricultores mais antenados com o mercado, perseguem o chamado cereja descascado. Em
outras palavras: café maduro e já sem polpa. Grãos chochos e verdes até são processados,
mas nunca misturados aos de melhor qualidade.
É assim que se trabalha fazenda Santa Helena, no município de Areado, citada anteriormente
na reportagem. “Nós estamos hoje fazendo doze tipos de café. Cada café que a gente separa
tem o seu valor. Quanto mais eu tenho um tipo de café, eu consigo agregar valor”, diz Paulo
Sérgio da Silva, técnico agrícola – fazenda Santa Helena.
A depender da qualidade, a diferença de preço pode bater na casa dos 120 reais por saca. É
na mesa de prova que se atesta se a trabalheira na lavoura e no beneficiamento produziu um
café de qualidade.
“Não existe máquina ainda que substitua o paladar humano. Então, tudo o que foi feito lá atrás,
toda dinâmica, toda logística, tem resultado em cima da mesa”, diz Rosseline de Paula
Rodrigues, classificador e degustador
Diante de tantas possibilidades para cuidar bem do café, cada agricultor deve avaliar qual a
tecnologia mais adequada para o relevo da sua fazenda, para o propósito da sua produção e,
claro, verificar se os investimentos cabem no bolso. Só assim, o café brasileiro vai continuar
fazendo sucesso nas xícaras do mundo todo.
“Muito suor para chegar nesse cafezinho aqui. Hoje de cada três xícaras de café que são
tomadas no mundo inteiro, uma é de café brasileiro”, afirma Matiello.
Produtores do Sul de Minas já colheram 30% da safra de café
G1 Sul de Minas
11/07/2016
Do G1 Sul de Minas
Trinta porcento da produção de café já
foram colhidos neste ano no Sul de Minas,
conforme a Cooperativa Regional dos
Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). No
entanto, a chuva acima da média que caiu
no fim de maio e em todo o mês de junho
não veio em bora hora. Ela chegou e
atrapalhou a colheita, pois derrubou a safra
em 30% e a qualidade, pela metade (foto:
Reprodução EPTV).
O produtor Guilherme espera colher 10 mil
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sacas neste ano, quatro mil a mais do que no ano passado. No entanto, a qualidade será
menor.
"Você não vai ter um café tão bom porque ele caiu no chão e depois que você conseguir
levantar esse café, ele não vai ter uma boa qualidade nos grãos", disse o produtor rural
Guilherme Vilela Miranda.
Segundo o engenheiro agrônimo Rodrigo Naves Paiva, o excesso de chuvas levou mofo para
os grãos.
"Esses frutos no chão, caídos, com excesso de umidade, ocorre uma proliferação de fungos
maléficos que acabam prejudicando a qualidade dessa bebida. O desafio maior seria o
produtor acabar essa colheita o mais rápido possível e que ele consiga levantar esses cafés
que estão caídos no chão para evitar essa perda de qualidade", diz o engenheiro agrônomo
Rodrigo Naves Paiva.
Segundo especialistas, mesmo com o excesso de chuvas e a queda da qualidade, a tendência
é que o valor do café tenha um ganho.
"Os preços tendem a se manter ou até subir em função da pouca oferta de café de melhor
qualidade", diz o coordenador de vendas da Minasul, Marco Antônio Bíscaro.
Produção de café de Caconde tem o menor custo do Brasil, revela estudo
G1 São Carlos e Araraquara
18/07/2016
Do G1 São Carlos e Araraquara
Um estudo revelou que o café colhido por pequenos
produtores de Caconde (SP) tem o menor custo de
produção do Brasil. Isso porque os cafeicultores da
cidade têm aderido novas técnicas de manejo e com
o uso de mão de obra familiar em sua maioria, tem
diminuindo os custos com a produção.
A pesquisa foi realizada pela Comissão Nacional do
Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) junto com a Universidade Federal de
Lavras (Ufla) pela Agência de Inovação do Café em
pequenas lavouras do grão de estados do Sul e Sudeste. Dos 13 municípios visitados,
Caconde é o que tem o menor custo de produção por saca de 60 quilos, o valor é de R$ 290.
Já o custo médio no país é de R$ 373. Uma diferença de R$ 83 por saca.
Para os produtores da cidade conseguirem um baixo custo de produção eles dobraram o
número de plantas por hectare, ou seja, gastam praticamente a mesma quantia para colher o
dobro de café. Essa modalidade é chamada de cultivo adensado, no qual a produtividade por
hectare chega a 50 sacas, mais que o dobro da média nacional, que no ano passado foi de 22
sacas.
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Mecanização – Algumas técnicas de poda e renovação das lavouras também garantem
plantas mais vigorosas e que, portanto, produzem mais. Em uma lavoura de 15 hectares de
Caconde são colhidas 600 sacas. Segundo o trabalhador rural, Nilton Carlos da Silva, a
colhedeira portátil agiliza o serviço. "Em um cafezal desse porte na mão sairia na media de seis
alqueires, já com a colhedeira chega a 20, em uma só pessoa", contou.
Outra ajuda vem do triciclo (foto: Eder Ribeiro/ EPTV) que substitui o trabalho de cinco homens
na hora de secar o café no terreiro. Já o soprador é usado no lugar da peneira. "É bem mais
fácil de manusear ele do que a peneira. Em 15 minutos é feito o serviço de um dia inteiro",
falou a trabalhadora rural Karina Lino Pereira.
O dono do sitio explica que a mecanização contribuiu para diminuir o custo porque reduz o
gasto com mão de obra. "A mão de obra hoje em dia está difícil, está cara e muitas pessoas
não querem trabalhar com isso", ressaltou o produtor rural Flávio Donizetti Pereira.
Agricultura familiar – Na mesma propriedade, com a economia sobrou dinheiro para comprar
um secador e uma maquina de limpar café por meio de uma linha de crédito para agricultura
familiar. Uma vantagem é que os equipamentos podem ser pagos em até dez anos.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Caconde, Ademar Pereira, a redução
no custo é resultado da boa aceitação de técnicas modernas de produção. "O produtor de
Caconde está aberto e tem adotado muitas práticas para aperfeiçoar o processo de colheita e
tudo isso é muito bem sucedido dentro da agricultura familiar", explicou.
MG: aumentou a participação do agronegócio nas exportações
Diário do Comércio
11/07/2016
Michelle Valverde
As exportações do agronegócio de Minas Gerais somaram US$ 3,49 bilhões no primeiro
semestre de 2016, resultando em uma queda de 4,8% no período. Em volume, foi verificada
alta de 28,9%, com o embarque de 4,79 milhões de toneladas de produto oriundo da atividade
agropecuária.
Apesar da redução no faturamento, a participação do agronegócio nas exportações totais do
Estado cresceu, passando de uma representatividade de 33,3%, no primeiro semestre de
2015, para 34,8%. O setor também é responsável por 48,76% do saldo da balança comercial
de Minas. Os dados são da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Seapa).
Entre janeiro e junho, as importações do setor agropecuário cresceram 2,14% em faturamento
e 14,29% em volume, que ficaram em US$ 234,4 milhões e 196,4 mil toneladas,
respectivamente. Com o resultado, a balança comercial do agronegócio de Minas Gerais gerou
um superávit de US$ 3,2 bilhões, valor 5,24% inferior ao obtido em igual período do ano
anterior. O saldo em volume foi de 4,57 milhões de toneladas, alta de 26,63%.
O superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, destaca
que o saldo gerado pelo agronegócio é significativo para o Estado, respondendo por 48,76% do
superávit total, que ficou em US$ 6,67 bilhões.
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“O que podemos destacar de positivo é o aumento da participação dos produtos do
agronegócio na pauta exportadora do Estado, que atingiu 34,8% das exportações totais. Outro
fator é que estamos com um saldo positivo na balança do setor de US$ 3,2 bilhões. Se
olharmos o saldo total das exportações de Minas, metade do valor é proveniente do
agronegócio. Isto mostrando a importância do setor no atual momento econômico”.
De acordo com o levantamento da Seapa, as exportações de café, principal produto da pauta
exportadora do agronegócio, recuaram expressivos 19% no faturamento, encerrando o primeiro
semestre com US$ 1,5 bilhão, ante o valor de US$ 1,86 bilhão.
A retração no faturamento ocorreu devido ao menor preço pago pela tonelada do grão.
Enquanto o preço médio praticado ao longo dos primeiros seis meses de 2015 foi de US$ 3,32
mil, neste ano, o valor recuou para US$ 2,49, valor 25% menor. Em volume, as exportações de
café cresceram 6,9%, com a destinação de 604 mil toneladas do produto ao mercado
internacional.
Segundo Albanez, com a queda no faturamento, a participação do café na pauta exportadora
do agronegócio ficou abaixo de 50%. Entre janeiro e junho o produto foi responsável por 43,2%
dos embarques do setor. “Observamos a redução da participação do café ao longo do primeiro
semestre. Em contrapartida, houve crescimento do complexo soja”, disse Albanez.
As exportações do complexo soja responderam por 20,1% dos embarques totais do
agronegócio mineiro. Antes a representatividade ficava em torno de 15%. O faturamento, US$
703 milhões, cresceu 22,6%. O volume destinado ao mercado internacional foi ampliado em
36,2%, somando 1,9 milhão de toneladas comercializadas. “A valorização do dólar fez com que
os embarques ficassem mais atraentes. Além disso, houve queda na produção americana e
argentina de soja, fazendo com que a China entrasse no mercado, abrindo oportunidade de
ampliação das exportações de Minas Gerais”, comentou o representante da Seapa.
Somente a soja em grão movimentou US$ 663 milhões com a exportação de 1,85 milhão de
toneladas, variação positiva de 29,2% e 41%, respectivamente.
Cafeicultoras buscam treinamento para melhorar qualidade do grão
Sistema FAEMG
11/07/2016
Lisa Fávaro
Um grupo de 12 mulheres produtoras de café de Lambari tem
buscado cada vez mais capacitação para melhorar a qualidade
do grão e, consequentemente a bebida. Com o intuito de
aprimorar as técnicas no terreiro, elas participaram do Curso de
Preparo de Café Via Seca do Senar Minas.
Gustavo Mendes Vieira foi o instrutor e ensinou às alunas como
deve ser o manejo do café no terreiro, a operação e rodagem do
grão para que fique no ponto de ir para o secador. “A gente
repassa todas as técnicas para que não haja nenhuma
interferência que possa atrapalhar a secagem do café e,
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consequentemente a qualidade”.
O treinamento ocorreu no Bairro Paiolinho, zona rural de Lambari. Bianca Lessiane Moreira
Gallo Bocardi, uma das participantes, é cafeicultora há 13 anos. Segundo ela, o curso ajudou
bastante e tirou muitas dúvidas. A produtora conta que a procura por um café de qualidade é
tem aumentado e o curso trouxe os conhecimentos que precisavam para melhorar a produção.
“Aqui na fazenda o trabalho é conjunto, os homens ficam na lavoura e as mulheres no terreiro
de café. E o curso deu a oportunidade de aprender muita coisa que vai ajudar na cadeia
produtiva da bebida”, conta.
No bairro existe a Associação Paiolinho, da qual cerca de 100 cafeicultores fazem parte. A
intenção do grupo é exportar o grão e o curso do Senar vai ajudar no processo de certificação.
“Elas buscaram o treinamento para melhorar a qualidade do produto, já que a associação
pretende agregar valor e investir na produção de cafés especiais”, explica o instrutor.
Essa é a segunda turma de mulheres para a qual o instrutor ministra esse tipo de curso: “acho
que as elas são participativas, perguntam, são espontâneas e se interessam mais pelo assunto
do que os homens”, afirma Gustavo.
Clubes de assinatura de cafés tornam-se tendência de consumo no Brasil e no mundo
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
11/07/2016
Lucas Tadeu Ferreira, Gabriela e Jamilsen Santos
A edição do mês de junho de 2016 do Relatório Internacional
de Tendências do Café destaca uma tendência mundial de
consumo de café que está ganhando espaço no Brasil. Trata-
se dos clubes de assinatura para cafés torrados e moídos e
em cápsulas. A principal vantagem que esses clubes
oferecem é a oportunidade de os clientes experimentarem e
conhecerem marcas variadas de café, além de poderem
montar seus "combos" de acordo com suas preferências. O
segmento, que já possui versões para a assinatura de
produtos de beleza, cervejas, vinhos, entre outros, consiste
em um clube de assinantes no qual o cliente realiza um
cadastro, escolhe o plano e começa a receber o café em casa, mensalmente. A primeira
empresa que iniciou esse serviço em 2015 no Brasil, mencionada no Relatório, garante a
entrega de cafés frescos todos os meses nas casas dos assinantes. Outras vantagens
apontadas é que as cápsulas são compatíveis com máquinas existentes no mercado e as
vendas são realizadas online.
Outro destaque do Relatório Internacional de Tendências do Café (Vol. 5 – Nº 5) é o aumento
de consumo verificado nos Estados Unidos. Lá, o consumo diário da bebida à base de café
expresso quase triplicou no período de 2008 a 2016, segundo a Associação Nacional do Café
(NCA) americana. Além disso, o segmento de café gourmet nos EUA também apresentou bom
desempenho no consumo, principalmente pela população jovem (18 a 39 anos), que também é
responsável pelo aumento do consumo de café tradicional. Nesse caso, o consumo diário da
bebida entre os consumidores de 18 a 24 anos duplicou desde 2000. Para os de 25 a 39 anos,
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o aumento também foi bastante expressivo. Outra tendência constatada foi o aumento do
consumo de café em cápsulas, tanto em casa como no ambiente de trabalho. As monodoses
tornam-se atraentes por oferecer rapidez e praticidade no preparo, além da possibilidade de
personalizar a bebida com opções de café de alta qualidade. No ambiente de trabalho, em
2016, 33% dos estabelecimentos que possuem área para o café contam agora com uma
máquina de monodoses, de acordo com dados do NCA.
Em relação especificamente ao Brasil, o Relatório do Bureau destaca que a produção, neste
ano, de conilon no Espírito Santo está comprometida, uma vez que muitos produtores
decidiram fazer a recepa, método de poda baixa da lavoura para renovação total da planta.
Essa medida foi tomada devido à seca que afetou o Estado recentemente e é considerada a
mais grave em 50 anos. Além da falta de chuva, o governo local proibiu a irrigação de lavouras
em algumas cidades como medida para garantir o abastecimento de água nas residências, o
que afetou as lavouras de conilon, onde o uso da irrigação é bastante comum, cita o Bureau.
Com relação ainda ao nosso País, o Relatório ressalta que Associação Brasileira da Indústria
do Café, ABIC, anunciou o desenvolvimento de um programa para a certificação de cafés em
cápsula. A avaliação, que possui uma metodologia própria e específica, foi desenvolvida nos
últimos doze meses em conjunto com o Grupo de Avaliação do Café (GAC), com o Sindicato
das Indústrias de Café de São Paulo (Sindicafesp), com o Instituto de Tecnologia de Alimentos
(Ital) e o Laboratório Carvalhaes, laboratórios credenciados pela ABIC para a análise de café
com o apoio do Instituto Totum, responsável pelo gerenciamento do programa. O selo de
certificação possui como objetivo oferecer uma avaliação global do produto, avaliando as
características da crema como cor, brilho, persistência e consistência; os atributos da bebida
de acordo com o amargor, adstringência, corpo e sabor; a intensidade da bebida, segundo o
grau de persistência aftertaste, avaliada em uma escala de 0 a 10; além de analisar
características físicas do produto, tais como peso, ponto de torra, granulometria e espessura da
crema, entre outros atributos.
O formato padrão de análise das tendências do café adotado pelo Bureau de Inteligência
contempla quatro seções: PRODUÇÃO, INDÚSTRIA, CAFETERIAS e INSIGHTS. Na seção
PRODUÇÃO de café, são feitas considerações gerais, observações sobre variações climáticas
e análises da atuação e participação de grandes empresas do setor e também de governos de
países da América do Sul, no caso o Brasil; África – Etiópia, Tanzânia e Uganda; e China, na
Ásia. Em relação à INDÚSTRIA, o Bureau aborda várias estratégias comerciais e de promoção
e marketing de grandes empresas em muitos países para tentarem consolidar e conquistar
novos mercados. A seção CAFETERIAS do Relatório destaca a expansão comercial de
grandes redes e analisa o consumo de café no mundo com destaque para os EUA, Reino
Unido e Colômbia. Por fim a seção INSIGHTS destaca os principais sinais apresentados no
Relatório.
O Relatório Internacional de Tendências do Café do Bureau de Inteligência Competitiva do
Café, da UFLA, instituição fundadora do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa
Café, faz parte do projeto "Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para Cafeicultura
Brasileira", executado no âmbito do Consórcio e financiado pelo Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira – Funcafé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Tem como
objetivo monitorar, analisar e difundir informações, indicadores e tendências relevantes para a
competitividade da cafeicultura, bem como propor soluções estratégicas para o setor. As
edições do Relatório estão disponíveis no portal da UFLA e no Observatório do Café.
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Uganda: clima mais seco pode reduzir exportações de café robusta
Agência Estado
11/07/2016
A produtividade das lavouras da segunda safra de café robusta no oeste e sul da Uganda tem
diminuído por causa do clima mais seco no país, o que vem prejudicando os embarques, diz
David Muwonge, vice-chefe da associação nacional dos produtores de café do país.
Como resultado, o volume das exportações pode ser reduzido para 3,6 milhões de sacas de 60
quilos nesta temporada, muito mais baixos do que a previsão anterior do grupo de 3,8 milhões
de sacas. Os embarques reduziram em 14%, em junho, a segunda queda mensal consecutiva,
em meio a menores entregas de uma região que representa 45% da produção total do café da
Uganda. "O período de seca veio em um estágio crítico, impediu que as plantas em muitas
áreas alcançassem a plena maturidade", diz Muwonge. Fonte: Dow Jones Newswires.