O documento discute:
1) A tendência de cafezais de montanha em Minas Gerais desaparecerem nos próximos 10-20 anos devido aos altos custos de produção sem mecanização.
2) Estiagens estão causando quebras na safra de café e outras culturas em Três Pontas (MG), levando o município a decretar estado de emergência.
3) Chuvas melhoraram a produção de café conilon no sul da Bahia nesta safra.
1. Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
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CLIPPING – 22/04/2014
Acesse: www.cncafe.com.br
Café deverá desaparecer das montanhas de Minas por custo elevado, diz analista
Thomson Reuters
22/04/2014
Roberto Samora
Reuters - Os cafezais de montanha de
Minas Gerais (foto: Polo de Excelência
do Café), que respondem por
importante parcela da produção
brasileira, tendem a desaparecer do
mapa de cultivo do país em uma ou
duas décadas, por custos elevados
associados à impossibilidade da
colheita mecanizada nas áreas de
aclive, onde inclusive as fazendas
estão perdendo valor de mercado.
A avaliação é da consultoria Informa
Economics FNP, que já vê uma
migração do café plantado nas
montanhas para áreas com topografia
mais favorável, que permitem a redução de custos com a mão de obra por meio da mecanização da
colheita.
"Essas regiões, em 10 a 20 anos, terão a produção reduzida a quase a zero, e outras regiões vão
crescer e compensar esse processo", disse à Reuters o diretor técnico da Informa Economics FNP,
José Vicente Ferraz.
Entre as áreas com possibilidade de receber o café que deixará de ser cultivado nas montanhas está
o oeste da Bahia, disse o especialista, ressaltando que a mecanização também exige a escala de
grandes propriedades para viabilizar o cultivo.
O café das áreas com relevo mais acidentado poderá ser substituído pela pecuária leiteira, por
exemplo, citou o analista, observando que a avicultura e a suinocultura também seriam
possibilidades.
"Esse processo de substituição (da atividade) já está ocorrendo e vai ocorrer nos próximos anos, à
medida que esse processo vai se agravar...", disse Ferraz, citando uma tendência global de escassez
de mão de obra no campo, com a população mais jovem buscando viver nos centros urbanos.
As despesas com mão de obra na cafeicultura, especialmente para a colheita, representam mais de
60 por cento dos custos totais da atividade, impactando diretamente nas margens dos produtores que
cultivam café nas montanhas.
Minas Gerais, maior Estado produtor do Brasil, cultiva mais da metade dos cafezais em terras com
topografia desfavorável à colheita mecanizada.
2. Conselho Nacional do Café – CNC
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O Estado responde por cerca de metade da produção de café do Brasil, que é o maior produtor e
exportador global da commodity.
PREÇOS DAS TERRAS
Como reflexo das margens de lucro mais baixas, em especial nas áreas de montanha, as terras de
café em Minas Gerais têm registrado uma valorização bem abaixo da média nacional, segundo
estudo da Informa Economics FNP, que realiza um dos mais completos levantamentos sobre preços
das áreas agrícolas no Brasil.
Enquanto o preço médio de terras agrícolas em geral em Minas registrou alta de 19 por cento no
período de 36 meses até março deste ano, o valor das áreas de café do Estado tiveram valorização
no mesmo período de 13 por cento.
No período mais curto, de 12 meses, a alta para fazendas de café é de apenas 4 por cento, contra 15
por cento da média das terras em geral em Minas e ante 13 por cento da média nacional.
A situação em regiões montanhosas é ainda mais aguda.
Um exemplo é a região de Alfenas, Guaxupé e Varginha, onde os preços das terras de café caíram
10 por cento em 12 meses.
"Essas áreas (de café de montanha) não têm essa possibilidade de ter colheita mecânica, e por total
falta de mão de obra, essas terras acabam sendo prejudicadas na sua valorização. A cultura tende a
render cada vez menos, e os preços das terras refletem o retorno que se pode obter com a sua
exploração", disse Ferraz.
Segundo o especialista, a tendência de preços de café é ascendente, mas o retorno é descendente
para os produtores de áreas de montanha, "por conta do fator da mão de obra, cujos custos estão
explodindo".
Queda nas lavouras decreta estado de emergência em Três Pontas, MG
G1 Sul de Minas
22/04/2014
Do G1 Sul de Minas
Os prejuízos na agricultura causados pela estiagem fizeram o prefeito de Três Pontas (MG), Paulo
Luís Rabello, decretar estado de emergência no município. A atividade responde por 80% da
economia da cidade de cerca de 54 mil habitantes. De acordo com a Cooperativa dos Cafeicultores
de Três Pontas (Cocatrel), a estimativa é que o município deixe de produzir cerca de 300 mil sacas
de café por causa da falta de chuvas.
Em Três Pontas, de janeiro a março deste ano, choveu apenas 59 milímetros contra 232 de média no
mesmo período dos dois últimos anos. Técnicos da Cocatrel estimam perdas no município de 32% na
produção do café, 40% nas lavouras de soja e 55% nas plantações de milho.
“O prejuízo financeiro do produtor é incalculável. Algumas coisas estão consolidadas e outras nós
vamos ver o que vai acontecer, porque o produtor ainda está começando a colheita”, afirma o
agronômo da Cocatrel Roberto Felicori.
3. Conselho Nacional do Café – CNC
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O decreto feito pelo prefeito permite a renegociação de dívidas e a tomada de novos empréstimos
pelos produtores rurais, que podem pedir refinanciamento das dívidas junto às instituições
financeiras. O presidente do sindicato dos produtores rurais de Três Pontas, Gilvam Mendonça
Mesquita, diz que agricultores já registraram 80% de perda nas lavouras e espera que o decreto
sensibilize as autoridades.
“Quando o poder público reconhece que o produtor está passando uma dificuldade muito grande, cria
uma força para renegociar suas dívidas nas instituições financeiras”, explica.
No ano passado foram colhidas 500 mil sacas de café em Três Pontas.
Quebra na safra de café causada pela estiagem reflete na economia em MG
G1 / Globo Rural
22/04/2014
Do Globo Rural
A seca quebrou a safra de café dos agricultores de Três Pontas, no sul de Minas Gerais, e como essa
é a principal fonte de renda do município, o prefeito decretou situação de emergência.
Em um terreiro de café onde estão 25% da produção de uma lavoura de 80 hectares, agora na
colheita, o produtor Eric Abreu já começou a perceber o tamanho da perda provocada pela estiagem.
O prejuízo estimado é de pelo menos 800 sacas. “A qualidade está prejudicada e estamos calculando
uma perda, na média, de 40%”, diz.
Em Três Pontas, de janeiro a março deste ano choveu apenas 59 milímetros contra 232 de média no
mesmo período dos dois últimos anos. Técnicos da cooperativa de café estimam perdas no município
de 32% na produção do café, 40% nas lavouras de soja e 55% nas plantações de milho.
A agricultura responde por cerca de 80% da economia de Três Pontas e, por isso, as perdas na
produção agrícola fizeram o município decretar estado de emergência. Com o decreto, os produtores
rurais podem fazer novos empréstimos e pedir refinanciamento das dívidas junto às instituições
financeiras.
Assista à reportagem do Globo Rural acessando o link abaixo:
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/04/quebra-da-safra-de-cafe-causada-pela-
estiagem-reflete-na-economia-em-mg.html
Chuva ajuda a melhorar a produção de café conilon no sul da Bahia
G1 / Globo Rural
22/04/2014
Do Globo Rural
Os agricultores do sul da Bahia estão satisfeitos com a colheita do café conilon. Depois de um longo
período de seca, a chuva foi mais generosa nesta safra e ajudou a melhorar a produção.
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Os pés carregados, os grãos maduros e a lavoura repleta de colhedores indicam que é chegada a
hora da colheita nas lavouras de café do extremo sul da Bahia.
A expectativa dos cafeicultores de Eunápolis é que a produtividade este ano chegue a 95 sacas por
hectare, número 30% maior do que no ano passado, quando foi registrada uma das piores crises no
setor. A produtividade foi tão baixa que chegou a 60 sacas por hectare.
Nesta safra, a produção de café conilon deve crescer 11%, chegando a 800 mil sacas.
Edson Romano é gerente da Fazenda Graciosa. A propriedade tem mais de 300 hectares e quase 1
milhão de pés de café.
Segundo Edson, mesmo a colheita estando ainda no começo, já dá para perceber que a safra será
boa porque os galhos estão com mais grãos e os grãos estão mais cheios. Neste ano, o clima ajudou.
“Teve chuva na época da formação do grão e hoje eles estão bem pesados”, diz.
Para a felicidade do cafeicultores, o preço de venda da saca também subiu e está variando entre R$
240 e R$ 250. No ano passado, o preço oscilou entre R$ 180 e R$ 200. "Estamos esperando mais,
esperamos que chegue a R$ 270, R$ 280 para a gente ter uma lucratividade melhor".
Assista à reportagem do Globo Rural acessando o link abaixo:
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/04/chuva-ajuda-melhorar-producao-do-cafe-
conilon-no-sul-da-bahia.html
Conab prorroga prazo de resposta sobre estoques privados de café
Assessoria de Imprensa / Conab
22/04/2014
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prorrogou até dia 27
deste mês o prazo para a devolução dos boletins para o levantamento dos
estoques privados de café. O documento deve ser preenchido por
armazenadores, produtores, cooperativas, associações e indústrias de
torrefação, moagem e de solúveis. A data de referência da informação de
estoque é o dia 31 de março deste ano (mudança de safra).
A prorrogação beneficiará armazenadores que tiveram dificuldades no envio do formulário à Conab,
permitindo sua participação e contribuição para a coleta mais apurada de informações. A pesquisa,
realizada anualmente, vai apontar os estoques do café arábica e do conilon no fechamento da safra
2012/2013.
O levantamento irá possibilitar o conhecimento do balanço de oferta e demanda do produto do país e
fornecer subsídios para a formulação de propostas de políticas para o setor cafeeiro.
Os números levantados somente serão divulgados pela Conab de forma consolidada, preservando o
sigilo da informação individualizada. Mais informações estão disponíveis no site da Conab, em
Produtos e Serviços / Estoques / Estoques privados ou no endereço eletrônico
http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1105&t=2.
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Café: Wolthers Douque projeta perda de até 35% no Sul de Minas Gerais
Agência Safras
22/04/2014
O café no sul de Minas Gerais, principal região produtora da commodity no Brasil, apresenta grande
número de grãos "chochos", pequenos e com defeitos de formação, além de mortos ou descoloridos,
devido à seca que afetou o país em janeiro e fevereiro deste ano. Com isso, as perdas devem ser de
até 35% na região. A avaliação é de Christian Wolthers, presidente da Wolthers Douque, importadora
de café com sede na Flórida, Estados Unidos.
As perdas do grão arábica devem totalizar 20% na Zona da Mata, 25% em São Paulo, 15% no
Paraná e 25% no Espírito Santo. Enquanto isso, as plantações de robusta aparentam normalidade no
Cerrado, norte de Minas Gerais e no estado da Bahia.
Além disso, Wolthers afirma estar cético de que sua estimativa de produção para o Brasil, projetada
inicialmente em 47,7 milhões de sacas, vá se manter. Ele acredita que a oferta do país, maior
produtor e exportador mundial, será menor.
Cerrado mineiro recebe 1ª certificação de origem do café
G1 Triângulo Mineiro
22/04/2014
Do G1 Triângulo Mineiro
A região do cerrado mineiro, que abrange 55 municípios localizados no
Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas conquistou, este ano, a
primeira certificação de origem do café no Brasil, devido às características
somadas ao saber fazer dos produtores. O título, conferido pelo Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), garante o diferencial e valorização
do produto.
A novidade foi apresentada durante um encontro de produtores em São Gotardo, no Alto Paranaíba.
Na oportunidade, foram mostrados detalhes técnicos dos processos, entre eles, a criação de uma
identidade para o consumidor verificar a idoneidade do produtor. “É um trabalho que tem como
objetivo maior de unir a classe produtora. Consequentemente, ter como fazer a marca da região de
origem dos produtos de São Gotardo, fazendo convênios com universidades, para podermos certificar
que a nossa produção é livre de resíduos e defensivos, além de ser uma produção sustentável,
respeitando a legislação trabalhista e promovendo os produtos da região”, explanou o produtor Hugo
Shimada.
Com a marca no mercado, a expectativa é de que, aos poucos, os consumidores reconheçam o café
do cerrado como um produto exclusivo e de qualidade. Foi exatamente o que aconteceu com as
regiões de Parma, em relação aos presuntos e queijos, e Champagne, em relação aos espumantes.
O resultado, segundo o especialista em mercado César de Castro, é a valorização do produto no país
e no exterior. “O mercado consumidor quer, cada vez mais, produtos que estejam disponíveis e
qualidade. E o processo de denominação de origem fortalece a região e o grupo de produtores. Se
caso o produtor não estiver disponível em um ano, no outro a região dele continua sendo diferenciada
e o produto terá uma valorização natural”, disse.
6. Conselho Nacional do Café – CNC
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O produtor Paulo Leite deixou o interior de São Paulo com a certeza de que poderia mudar um
panorama. Em um lugar onde havia só pasto, há 107 hectares de café. “Foi feito um estudo de todas
as condições que determinam a produção de um café de qualidade; entre elas está a condição
climática, especialmente durante a fase de desenvolvimento e fase de colheita do café. A região é
privilegiada nesse aspecto por oferecer uma condição de boa precipitação durante a safra”, afirmou.
Além do clima, a geografia da região também é favorável ao plantio. Os cafezais estão entre 800 e
1.300 metros do nível do mar, o que dá uma identificação única ao grão. A produção estimada na
área é de cinco milhões de sacas por ano – fruto do trabalho de 4.500 cafeicultores. “A denominação
de origem significa fazer o mercado perceber que o café produzido nestas condições tem um
diferencial de qualidade em relação ao café produzido em outras regiões”, completou Paulo.
Fundação Procafé: Ferrugem, seca e preços baixos afetaram safras de café na América Central
CaféPoint
22/04/2014
José Braz Matiello
Engenheiro agrônomo da Fundação Procafé/Mapa
Na 2ª semana de abril corrente estive em visita aos cinco principais países
cafeeiros da América Central, para transmitir, através de palestras, a
experiência brasileira no controle da ferrugem do cafeeiro. Aproveitei,
também, para observar as condições em que se encontram os cafezais e a
sua produção, diante do ataque dessa doença e de outros problemas pelos
quais a cafeicultura regional tem passado nos 2 últimos anos.
Verifiquei que, no geral, a cafeicultura vem enfrentando dificuldades. Primeiro foi a seca, em 2012,
depois muita chuva e depois a ferrugem. Isso tudo e, com certeza, também o mal trato que vinha
sendo dispensado às lavouras, em função dos preços baixos, provocou perdas significativas na safra
de 2013. Para 2014, agora está iniciando o período de chuvas e de floração, prevendo-se uma
pequena recuperação das safras. No entanto, as lavouras estão, em sua maioria, bastante
desfolhadas.
Vamos aos números que apurei com os técnicos em cada país.
Costa Rica – Possui cerca de 93 mil ha de cafezais, que produzem, anualmente, cerca de 2 milhões
de sacas, portanto, com produtividade de cerca de 21 scs/ha. Em 2013, em função dos problemas,
houve uma redução de cerca de 15% na safra. A ferrugem passou a ser grave também em áreas de
altitude acima de 1200m, onde antes não era. Houve constatação de mais 2 raças novas do fungo,
sendo que a raça 34 tem capacidade de atacar também os catimores (fatores v6...v8).
Guatemala – A cafeicultura ocupa cerca de 276 mil ha, produzindo 3 – 3,5 milhões de sacas/ano,
portanto com produtividade de 13 scs/ha. Em 2013 a perda de safra foi estimada em 500 mil sacas,
ou cerca de 14%. Neste país sobressai a participação maior de médios e grandes produtores, com
melhor nível, sendo responsáveis por cerca de 60% da área de café.
El Salvador – A área cafeeira é de cerca de 150 mil ha e as safras normais tem variado de 1,1 a 1,3
milhão de sacas/ano. Assim, a produtividade média tem sido muito baixa, na faixa de 8 scs/ha. A
7. Conselho Nacional do Café – CNC
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área, em sua maioria(70%), está em pequenas propriedades. A perda de safra em 2013 foi de cerca
de 60% e em 2014 pode haver uma recuperação, com perda ainda de 25% sobre a safra normal.
Honduras – Possui uma área cafeeira de cerca de 280 mil ha e produz safra de cerca de 4,6 milhões
de sacas/ano, assim com produtividade de 16 scs/ha. Em 2013 a safra caiu cerca de 17% e está
prevista recuperação em 2014.
Nicarágua – A área cafeeira no país é estimada em 110 mil ha e as safras normais tem sido de cerca
de 1,5 milhão de sacas/ano. A produtividade das lavouras é de cerca de 13 scs/ha. Em 2013 a perda
foi estimada em 25-30%. Para 2014 não deve haver boa recuperação produtiva devido à
permanência do ataque de ferrugem e pela grande área recepada em 2013.
As condições de ambiente e de manejo observadas nas lavouras indicam que ocorrem, em todos os
países visitados, situações favoráveis à evolução da ferrugem, destacando-se:
a) Variedades cultivadas muito susceptíveis à doença, sendo a maioria de Caturra e Bourbon, apenas
na Costa Rica e Honduras, havendo, já, uma boa participação do Catuai. Têm havido introduções de
seleções de Catimores, como Cuscatleo, Lempira e CR 95, no entanto relatam sua bebida inferior e,
já, ocorrência de infecções nas plantas. No aspecto de variedade, destacaram a boa qualidade e
preço alto nos cafés da var Pacamara. Alguns países como a CR e Honduras estão distribuindo
novas variedades para plantio, como o Obatã e outros.
b) Sistemas de espaçamentos adensados, normalmente na faixa de 1,7-2,0 X 1,0-1,20m, facilitando a
manutenção de sombra e umidade dentro da lavoura, favorecendo a ferrugem e dificultando as
aplicações de controle.
c) Uso de sombreamento, com sombra, no geral, muito fechada, à exceção de CR que usa pouca
sombra. Essa prática facilita a nutrição das plantas e a sustentabilidade da plantação, suportando o
cultivo de variedades conhecidamente de pouco vigor, como a Caturra. No entanto, reduz a
produtividade e facilita a evolução da ferrugem. Nesse sentido, foi observada a manutenção do
inoculo da ferrugem, pela permanência de mais folhas velhas do ciclo produtivo anterior, por efeito da
sombra, o que dificulta o controle.
d) Cultivo em áreas, no geral, bastante declivosas, com ausência de caminhos nas lavouras,
agravado pelo adensamento dos plantios, tudo dificultando a operacionalização das aplicações para o
controle químico.
As condições favoráveis aqui levantadas, e, mais, as observações de campo, onde, mesmo antes do
período infectivo, estando agora no final do período seco, foi observada muita infecção pela ferrugem,
indicam que o problema da doença tem tudo para persistir. Deste modo, como ocorreu, a partir de
1970, no Brasil, deve haver uma significativa transformação na cafeicultura da América Central, com
recuperação e renovação de cafezais, com novas tecnologias, pois a produtividade, no geral, tem
sido muito baixa.
Como nem tudo são espinhos, observei duas condições favoráveis, sendo o baixo custo da mão de
obra, na maioria das regiões pagando-se, apenas, de US$ 3.00 - 5.00 por dia de trabalho no campo e
o grande cuidado dos cafeicultores com a qualidade dos cafés, representando melhores preços do
produto.