Este documento discute os conceitos de cidadania, tolerância, diálogo e conflitos mundiais. Aborda a importância da tolerância e do respeito pelas diferenças e analisa se certos atos, como escravidão, tortura e tráfico de drogas, devem ser tolerados. Defende que a tolerância requer uma avaliação cuidadosa dos princípios éticos e das consequências de cada situação.
4. Trata-se da certeza obtida por factos ou razões, que não deixam
dúvida nem dão lugar a objecção.
Exemplo de um argumento convincente:
Sem olhar, a Beatriz tirou 95 bolas de um saco de 100. Das bolas que
a Beatriz tirou, 95 eram vermelhas. Portanto, a próxima bola que
Beatriz puxar para fora da bolsa será vermelha.
A premissa da hipótese tornaria, realmente, a conclusão provável.
Logo, o argumento é considerado convincente.
5. A tolerância designa um comportamento e um valor a que se
atribui grande importância.
Em termos gerais, entende-se por tolerância a aceitação , respeito e
consideração pela diferença, ou seja, a capacidade e a disposição
para admitir nos outros maneiras de pensar e agir diferentes das
nossas e das quais podemos discordar.
6. Diálogo é uma conversação estabelecida entre duas ou mais
pessoas.
Em termos filosóficos, primeiro em Sócrates, e depois em Platão,
trata-se do processo de busca da verdade através de perguntas e
respostas.
7. Em contextos filosóficos a cidadania refere-se a um ideal normativo
substancial de pertença e participação numa comunidade politica.
Ser um cidadão, neste sentido, é ser reconhecido como membro
integral e igual da sociedade, com direito de participar no processo
politico.
Como tal, trata-se de um ideal distintamente democrático.
8. Conflitos Religiosos
Conflitos Étnico-Culturais
Conflitos por Desigualdade de Direitos
9. Existe uma grande quantidade de religiões, cada uma com os seus
ensinamentos mas todas com uma finalidade comum: o
melhoramento do indivíduo, baseando-se em princípios de paz,
amor, tolerância e respeito. É, por isso, curioso o modo como a
religião é responsável por tantos conflitos ao longo da História da
Humanidade.
Guerras entre diferentes religiões
Santa Inquisição;
Guerras entre as mesmas religiões
Guerras entre xiitas e sunitas, ambos muçulmanos.
10. O nosso planeta sempre foi composto por diferentes raças e
diferentes culturas, com diferentes valores. Embora os problemas do
multiculturalismo não sejam de hoje, estes encontram-se agora mais
evidentes do que nunca, sobretudo, devido à globalização.
Desde a Antiguidade era comum discriminar aqueles que não
correspondessem aos normais padrões da sociedade.
Quando surgiram os contactos com culturas muito diferentes, eram
discriminados os povos mais fracos, que muitas vezes eram feitos
escravos.
11. As discriminações também existiam no âmbito da religião porque
cada Religião considerava que só as suas ideias eram as verdadeiras.
Os Judeus, por exemplo, desde o início da sua existência, antes de
Cristo, se consideram o “povo escolhido” visto que crêem que
Deus entregou a sua palavra ao seu povo e os encarregou de espalhar
a justiça pelo mundo.
Estas ideias geraram polémicas entre os Judeus e outros povos, tendo
o auge da polémica resultado na terrível 2ª Guerra Mundial, que
vitimou grande parte desta comunidade.
Os conflitos étnico-culturais, resultado da aversão e discriminação do
que é diferente , traduzem-se numa série de problemas, como o
racismo e a xenofobia.
12.
13. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, reformulada após a 2ª
Guerra Mundial, é um documento de grande importância a nível
internacional, pois representa uma valorização do indivíduo na
sociedade, conferindo-lhe segurança e protecção, direitos e deveres.
As violações dos direitos humanos manifestam-se através de atitudes
racistas, xenófobas e sexistas. No entanto, existem também casos de
violações de direitos humanos que chegam a ser mais graves, como o
tráfico humano, a escravatura, entre outros.
14. deve tolerar-se a esCravatura ?
A escravatura é um fenómeno humano que se dá desde os
primórdios da humanidade, e que consiste na prática social em
que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro,
considerado escravo. Surgiu devido à necessidade social de
hierarquizar as comunidades. Várias civilizações, fizeram uso da
escravatura e só após séculos e
séculos sob o jugo desta prática
tomaram consciência de que esta
não era, nem moral, nem
economicamente, viável, abolindo-a
legal e oficialmente, sendo por isso
óbvio que tal prática não deve
nunca ser tolerada.
15. deve tolerar se a tortura ?
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por crueldade,
intimidação, punição, para obtenção de uma confissão,
informação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura.
A tortura nunca deve ser tolerada, na medida em que promove a
humilhação de alguém, e recorre a processos desnecessários e
violentos.
16. devem as leis tolerar a poligamia ?
A poligamia refere-se ao casamento entre mais de duas pessoas,
seja este casamento entre um homem e várias mulheres ou entre
uma mulher e vários homens.
Ainda que seja aceite por algumas religiões e pela Legislação de
alguns países e possa oferecer algumas vantagens, tais como ajuda
nas tarefas domésticas ou a possibilidade de dar um filho a alguém
que não o poderia ter com outro parceiro, a poligamia não é
facilmente aceite, pois promove o desrespeito entre as pessoas e a
banalização do casamento e amor entre um casal.
17. deve tolerar-se a produção e tráfiCo de
droga ?
Ainda que o consumo de droga seja um tema muito polémico, na
medida em que muitos são a favor da sua legalização, a sua
produção e tráfico não deve ser tolerada, pois trata-se de uma
prática ilícita, punível por lei e o consumo de droga pode tornar-se
num vício extremamente perigoso para a saúde, podendo até
conduzir à morte do indivíduo em questão, sendo que muitas
vezes atrai crianças e adolescentes, arruinando-lhes a vida.
18. A opinião acerca da tolerância deve ser analisada com calma, pois
todos nós aspiramos à liberdade mas exigimos, ao mesmo tempo,
protecção em relação ao abuso que os outros fazem dela e
consideramos necessário que existam limites.
Todos sabemos que tolerar certos actos, como violações ou
roubos, seria uma degradação da nossa integridade, no entanto, a
perseguição a outros actos não tão graves poderia resultar num
regime repressivo, pelo que não devemos perseguir absolutamente
todo o mal.
Algo semelhante poderia dizer-se acerca do álcool, da droga ou da
prostituição. Em todos esses casos produz-se um conflito moral, de
natureza muito diversa, e encontrar um equilíbrio adequado não é
simples, mas pode avançar-se bastante ao analisar alguns princípios
em torno da tolerância.
19. É por isso necessário fazer uma avaliação moral e julgar-se, avaliando
com a máxima ponderação possível, as consequências nefastas que
surgem da não tolerância, comparando-as depois com as que seriam
evitadas mediante a aceitação da fórmula tolerante.
O fundamento último da tolerância, e o que justifica permitir o mal
menor quando se poderia impedi-lo, é o dever universal e primário de
praticar o bem e evitar o mal. Quando reprimir um erro comporta um
mal maior, a tolerância está justificada e, em muitos casos, é inclusivé
eticamente obrigatória. O que nunca seria lícito era praticar o mal para
obter um bem, pois seria como dizer que o fim (bom) justifica os meios
(maus).
A tolerância não é praticar um mal menor para evitar um mal maior,
nem praticar um mal pequeno para conseguir um bem grande: tolerar é
não impedir o erro, o que não é o mesmo que cometê-lo.