O documento discute diretrizes para hepatites virais, abordando epidemiologia, importância, transmissão, diagnóstico e tratamento de hepatites B e C. As hepatites virais são um problema de saúde pública mundial, com bilhões de pessoas expostas e centenas de milhões de portadores crônicos. No Brasil, a maioria da população já teve contato com o vírus da hepatite A, e milhões são portadores das hepatites B e C, mas muitos desconhecem seu estado.
7. Formas de Hepatite por Vírus Gitlin, 1999 Características Hepatite B Hepatite C Nome antigo Hepatite sérica Não A, Não B Tipo de vírus DNA RNA Tamanho do vírus 42mm 30-60mm Período de incubação 40-150 dias (X=75) 14-140 dias (X=50) Transmissão Parenteral ou líquidos orgânicos Parenteral, esporádica Transmissão vertical para o feto Comum Incomum Diagnóstico imunológico HBsAg; HBcAb HBsAb;HBeAg, Ab Anticorpo HC Infecciosidade máxima Pródromo ou HBeAg positivo, portador de HBsAg Provavelmente pródromo e portador Estado de portador 5-10% 50-85% Formas clínicas agudas Assintomática a fulminante Assintomática a fulminante; recidivante Formas clínicas crônicas HCP HCA HCP HCA
8. Significado dos marcadores HBV HBsAg: infecção pelo vírus B, aguda ou crônica ou portador Anti-HBs: imunidade à HB, pós-inf. ou imuniz. pas. ou ativa Anti-HBc IgM: altos títulos (>600) hepatite aguda baixos títulos infecção crônica Anti-HBc IgG: exposição passada ao vírus B (com HBsAg-) infecção crônica (com HBsAg +) HBeAg: estado altamente infectante em inf. aguda ou crônica Anti-Hbe: estado menos infectante no paciente HBsAg+ DNA polimerase: indicador mais S e E de inf. viral persistente PCR: técnica mais sensível detectando 10 genomas/ml
9. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS HEPATITES VIRAIS NO BRASIL UTILIZA O SISTEMA UNIVERSAL E PASSIVO, BASEADO NA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS CASOS SUSPEITOS. TODOS DEVEM SER NOTIFICADOS MESMO ANTES DA CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
24. Alterações do Fígado na Gestação Discreta hepatomegalia - imperceptivel Aranhas vasculares e eritema palmar Vesícula com menor motilidade; litogênica Fosfatase alcalina elevada Morbidade: - peculiar à gestação - doença hepática coincidental com gravidez - gestação em hepatopatia crônica
25. Hepatite viral aguda em gestante Causa mais comum de icterícia Curso clínico similar à não gestante Morbi-mortalidade similar idem Não há maior incidência de mal formações
26. Gestação sobre hepatopatia pré-existente Gestação em cirróticas é rara devido à amenorréia frequente Alta taxa de perda fetal/natimortos, sem aumento de MF Alterações variadas sobre a atividade de hepatopatias crônicas
30. EPIDEMIOLOGIA HBV Está entre as doenças infecciosas mais prevalentes de todo o mundo (200 milhões portadores crônicos). EUA: 200.000 casos/ano (0,5%) Sudoeste asiático, África, Ilhas Pac. e Haiti: 15%. Sequelas a longo prazo: Hepatocarcinoma e cirrose. Portadores crônicos: risco 200X> HCA. Obstetrics and perinatal infections (Charles, 1993) + 16.500 RNs/ano mães port. cr. ou inf. Ag.
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32. Consequências HBV -> FETO Não existe forte associação entre infecção 1ária HBV durante a gravidez e MF congênitas, NN, Abortamento e CIUR (Siegel, 1973). Aumento na taxa de prematuridade em gravidezes complicadas pela infecção aguda pelo HBV no 3 o trimestre quando comparadas com controles não-infectados (Hieber e col., 1977).
33. Transmissão Vertical HBV Ocorre no momento do parto. No T.P. o RN entra em contato com sangue e secreções e desenvolve a infecção, que parece ser mais frequente no Parto Normal que na Cesariana, tendo relação com a duração T.P. (ACOG, 1993)
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35. Transmissão Vertical de Hepatites HBGI e HB-Vac associadas são 85-95% eficazes para prevenir a infecção HB em Crianças . A HB-Vac pode ser administrada no nascimento ou até 3 meses Gitlin, 1999 Infecção materna Hepatite B Infecção Aguda Estado de portador Hepatite C Aguda & Crônica Risco de transmissão para a criança 1º e 2º trimestre: < 10% 3º trimestre 50-60% HBeAg,HBsAg + =85-95% HBeAb positivo < 5% HBeAg, HBeAb-negativo 50% Relatada Doença infantil Em geral hepatite leve, raramente hepatite grave (em 30-120 dias de nascimento) Comumente se tornam portadores Pode ter hepatite grave ou fatal (em 30-120 dias de idade) 85 a 90% RNs infectados permanecem cron. Infec. Cirrose ou hepatoma em complicações tardias (10-20 anos mais tarde) Hepatite aguda, também provável hepatite crônica ou estado de portador
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37. ALEITAMENTO MATERNO e HBV Poderia ser outra forma de transmissão da mãe RN, pois se constata presença de HBsAg no leite materno. A taxa infecção parece ser semelhante quando se comparam CRs com e sem aleitamento materno. (Krugman, 1975)
40. International Journal of Gynecology & Obstetrics, 70(2000) 319-326 MPJS Lima 6995 gestantes rastreadas (58,5% parturientes) Prevalência: 1,5% (EIA) e 0,8% (RIBA) - HCV-RN: 74% RIBA + FR: hemotransfusão raça (negros) alcoolismo DST Anti-HBc + PREVALENCE AND RISK FACTORS FOR HCV INFECTION AMONG PREGNANT BRAZILIAN WOMEN
41. A prevalência de anti-HCV é maior em gestantes do que em doadores de sangue. A exposição sexual pode facilitar a contaminação pelo vírus C e há um forte risco potencial para a tranmissão vertical. Lima, 2000 CONCLUSÕES
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45. Vertical transmission of Hepatitis C divided by maternal human immunodeficiency virus status From The National Institutes of Health Consensus Development Conferece: Management Of Hepatitis C. Hepatology 26:S1, 1997. Reference Nº of Infants with HIV/Nº tested Mothers with HIV Infection Manzini et al, 1995 Lam et al, 1993 Novati et al, 1992 Reinus et al, 1992 Zanetti et al, 1995 Thaler et al, 1991 Total 1/18 3/48 4/8 0/4 8/22 3/5 19/105(18%)
46. Vertical transmission of Hepatitis C divided by maternal human immunodeficiency virus status From The National Institutes of Health Consensus Development Conferece: Management Of Hepatitis C. Hepatology 26:S1, 1997. Reference Nº of Infants with HIV/Nº tested Mothers without HIV Infection Ni et al, 1994 Roudot-Thorval et al, 1993 Manzini et al, 1995 Lam et al, 1993 Lin et al, 1994 Aizaki et al, 1996 Wejstal et al, 1992 Reinus et al, 1992 Ohto et al, 1994 Zanetti et al, 1995 Thaler et al, 1991 Total 2/11 0/18 0/27 1/17 1/15 1/35 1/14 0/20 3/54 0/94 5/5 14/310 (4.5%)
47. Principais D Xs Diferenciais HV na Gravidez Condição Características Clínico-Laboratoriais H V Elevação marcante ALT Sorologia + Esteatose Aguda Elevação Mínima ALT DHEG H.A. – E – P Trombocitopenia Colestase Gravidez Prurido Mínima elevação ALT Elevação enzimas colestáticas Mononucleose – CWV Sintomas gerais Sorologia + Hepatite por drogas Hx exposição drogas Elevação enzimas hepáticas