O documento resume as principais doenças sexualmente transmissíveis, incluindo suas causas, sintomas e métodos de diagnóstico. É descrito o ciclo de vida e tratamento da clamídia e gonorréia, assim como outros agentes causadores como tricomoníase, candidíase, HPV e herpes. Métodos de coleta de amostras e testes laboratoriais para detecção também são explicados.
9. Chlamydia trachomatis
Procarionte (DNA e RNA)
Parasita intracelular obrigatório
Período de incubação: 14 - 28 dias
Uretrites e cervicites clamidiais:
-23 - 50% das uretrites não gonocócicas
Fluído escasso
Dimórfico:
Corpúsculo elementar →Corpúsculo
reticular (ciclo 48-72 h) R. Rubel
11. Chlamydia trachomatis
Forma infecciosa: CE (corpo elementar)
metabolicamente inativo, entra na célula
fagossoma (não se funde com lisossomas)
Forma vegetativa: CR (corpo reticular)
metabolicamente ativo, após 12 h da
invasão replicação após 24h
corpúsculos de inclusão dentro do
fagossoma lise liberação da progênie
infecção de outra célula
R. Rubel
20. VAGINOSE BACTERIANA
Sinônimos: Bacteriose vaginal, vaginose
anaeróbia, vaginose inespecífica...
Alteração na microbiota vaginal
Secreção fétida, poucos leucócitos, excesso
de bactérias
Etiologia: Associação bacteriana (?)
-Gardnerela vaginalis: CBGN ou Gram lábeis,
pleomórficos
-Mobiluncus sp: Bacilos Gram lábeis, curvos
- Anaeróbios: Bacteroides, Prevotela,
Porphyromonas, Fusobacterium
- Micoplasma hominis
R. Rubel
21. VAGINOSE BACTERIANA
Microbiota vaginal sob níveis normais de
estrógenos
→Bacilos de Döderlein produzem ácido
lático (pH <4,5) e H2O2 (ação bactericida)
Microbiota alterada
→ Sem bacilos de Döderlein
→ G. vaginalis produz aminoácidos →
produto de degradação dos aminoácidos
(aminas aromáticas) → odor pútrido ↑ pH
R. Rubel
22. Vaginose: Alteração de ecosistema vaginal
NORMAL VAGINOSE
< 10 6 UFC/g de tecido >10 9 UFC/g
Lactobacillus - predominante Lactobacillus - reduzido
ANA/AERO - 2 a 5:1 ANA/AERO - 100 a 1000:1
G. vaginalis – 5 a 60% G. vaginalis – 95%
Mobiluncus – 0 a 5% Mobiluncus – 50 a 70%
M. hominis – 15 a 30% M. hominis – 60 a 75%
pH < 4,5 pH >4,5
R. Rubel
23. Vaginose- tratamento
BGN-ana : principais responsáveis ?
-metronidazol/clindamicina → mais
eficientes
-sulfas/ampicilina → menos
eficientes
-Mobiluncus ( ? ): R ao metronidazol
R. Rubel
24. Sífilis
T. pallidum ssp pallidum
Forma espiralada, móvel, não cultivável
“in vitro”
Doença infecciosa, sistêmica, evolução
crônica
Período de incubação: ~21 dias (3-90 dias)
Cancro duro: Úlcera única, indolor
Estágios clínicos da sífilis:
-Sífilis primária
-Sífilis secundária
-Sífilis latente (precoce e tardia)
R. Rubel
29. Granuloma inguinal
Sinônimos: Donovanose, G. venéreo
Calymatobacterium granulomatis
(Klebsiella)
CBGN, imóvel, encapsulada, cultivada em
embrião de galinha
Período de incubação: 10 - 40 dias
Lesões granulomatosas e úlceras
indolores em região anogenital e inguinal
Ausência de adenopatias
Anatomopatológico (carcinoma) R. Rubel
35. N. gonorrhoeae
Coleta de amostras
Secreções: uretrais, endocervicais, retais,
conjuntivais, amostras retais, sangue
Transporte: Amies, Stuart, Transgrow
Manter temperatura ambiente
GRAM do material direto
- DCGN intra e extra celulares sensibilidade
- Sensibilidade: 95% homens
- ↓ sensibilidade em mulheres (microbiota)
R. Rubel
37. N. gonorrhoeae
Cultura
-Ágar-chocolate (AC) suplementado
(IsoVitalex).
-Thayer Martin Modificado (TMT): VCNT,
fatores de crescimento
New York City, Martin-Lewis (ML)
Obrigatória em crianças, mulheres,
faringite, proctite, homens sintomáticos
mas com bacterioscopia negativa,
resistência ao tratamento.
R. Rubel
38. N. gonorrhoeae
Identificação presuntiva
Morfologia colonial
-Colônias translúcidas, cinzas, chatas:
Gram: DCGN
Oxidase +
Reisolamento e identificação
Cistina triptcase ágar (CTA): Só
Glicose +
TSA: Falha terapêutica (β-lactamase)
Tratamento: Ceftriaxona, ciprofloxacinaRubel
R.
...
39.
40. Clamídia: Diagnóstico laboratorial
DIRETO: Pesquisa na amostra
-IFD
-Material apropriado: 50 células
epiteliais
-Fixar com metanol
-Armazenar: 4 - 8ºC por 24h ou -60ºC
por mais tempo
INDIRETO: Pesquisa de anticorpos
séricos: ELISA, IFI
R. Rubel
47. Ureaplasma/Micoplasma
Transporte
-Meio A3x B: resiste por 24h a 4ºC por mais
tempo: -70ºC
Semeadura
-Meios: A7, MLA e U10
-Incubação: CO2, 37ºC
U. urealyticum (1-2 dias)
M. hominis (1 semana)
•Quantificação: >103 UFC/ml: sugestivo de
infecção
R. Rubel
54. DST- Coleta de amostras
Recomendações gerais:
Amostra uretral: coleta matinal, antes da
micção, não colher gota emergente
Amostra endocervical e vaginal: usar
espéculo lubrificado com água ou salina
Colher as amostras antes da
antibioticoterapia
Controle de cura: após 7 dias do término
do tratamento
Não usar swab comercial →
Dracon ou Rayon (Swab alginatado)
Jamais utilizar alça bacteriológica R. Rubel
55. DST-Coleta de material feminino
Usar um swab para cada pesquisa
1º Secreção uretral:
-Clamídia por IFD/ELISA
2º Secreção vaginal:
- Vaginoses e vaginites
3º Secreção endocervical:
-Gram
-Cultura para gonococo
-IFD/ELISA para Clamídia
R. Rubel
56. DST-Coleta de material feminino
Secreção uretral
- usar “swab” bacteriológico especial
Secreção vaginal
-Exame a fresco
→Introduzir o espéculo e colher material
com swab do saco vaginal
→Transferir o material para tubo com 0,5
mL salina (manter a 36-37º C)
-Exame imediato: Pesquisar leveduras,
tricomonas, “clue cells”
R. Rubel
57. DST-Coleta de material feminino
Secreção endocervical
Introduzir o espéculo, limpar o muco,
introduzir o swab 1 cm, girar 8-10 vezes,
retirar sem tocar nas paredes vaginais →
semear nos meios para gonococo
Com outro swab colher material e fazer
esfregaço para Gram
Com outro swab raspar o epitélio e
depositar em lâmina para pesquisa de
Clamídia por IFD
R. Rubel
58. DST- Coleta uretral feminina
uretra
Fonte: MS. Técnicas de coleta de secreções. 1997.
R. Rubel
59. DST- Coleta endocervical
Canal
endocervical
Fonte: MS. Técnicas de coleta de secreções. 1997.
R. Rubel
60.
61. Candidíase: Diagnóstico laboratorial
Exame direto: (leveduras e pseudo-hifas)
A fresco: sensibilidade de 40 - 85%
Gram: menos sensibilidade.
Cultura: Indicação médica
R. Rubel
62. DST- Coleta de secreção uretral masculina
Retrair o prepúcio, limpar gota emergente
Usar um swab para cada procedimento
Introduzir o swab 2 cm na uretra
1º - Exame a fresco: girar 8-10x → tubo
com salina (leveduras e tricomonas)
2º - Bacterioscopia → GRAM (DCGN)
3º - Cultura gonococo: meio de transporte
4º - Clamídia → IFD: Introduzir o swab 4
cm, lâmina própria → fixar → corar
R. Rubel
63. DST – Secreção uretral masculina
Fossa navicular
Meato uretral
Fonte: MS. Técnicas de coleta de secreções. 1997.
R. Rubel
64. Sífilis - Coleta de material
CANCRO
Retirar a crosta com bisturi
Limpar com gaze e salina
Pressionar a base da lesão, colher o
exsudato com alça bacteriológica ou
lamínula
Depositar entre lâmina e lamínula
Observação imediata em microscópio de
campo escuro
Ou Fontana Tribondeau
R. Rubel
66. Cancróide (cancro mole)
Coleta de material
Não limpar a lesão
Colher exsudato do fundo da úlcera com
auxílio de alça bacteriológica ou pipeta
automática: esfregaço em duas lâminas
H. ducreyi: BGN em cardumes ou “trilhos
de ferrovia”, sensibilidade 40 - 60%,
ASPIRADO DOS BUBÕES
-Mais sensível, menos específico
-Intradermorreação de Ito: positividade por
toda vida
-Sorologia: ↓ sensibilidade e ↓
especificidade R. Rubel
67. Linfogranuloma venéreo
COLETA DE MATERIAL
biopsia ou aspirado dos bubões ou
exsudato das lesões
DIAG. LABORATORIAL
Direto: Giemsa (corpúsculos de
Miyagawa), IFD, ELISA, PCR
Indireto: IFI (IgG/IgM), ELISA
Intradermoreação de Frei: positividade
permanente
Cultura: células Mac Coy
R. Rubel
68. Granuloma inguinal (Donovanose)
Calymmatobacterium granulomatis
(enterobactéria) (Klebsiella)
Coleta de material
limpar com salina e gaze, secar
fragmento de tecido com cureta: lâmina
Direto:
Fixar com metanol 95%-5 min, corar
Wrigth/ Giemsa: corpúsculos de Donovan
(células mononucleadas com
corpúsculos no citoplasma)
Indireto: sorológicos
-IFI: cortes de tecidos com corpúsculos
R. Rubel
69. Referências Bibliográficas
Konemam, E.W. et al. Color Atlas and Textbook of
Diagnostic Microbiology. 6th Ed. Philadelphia, Lippincott,
2006.
Isenberg, H. D. Clinical Microbiology Procedures
Handbook, Washington, D. C., American Society for
Microbiology, 1992.
Trabulsi, L. R.; Alterthum, F. Microbiologia, 4. ed. São
Paulo: Atheneu, 2005.
Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e
AIDS. Manual para controle das doenças sexualmente
transmissíveis, Brasília. Http://www.aids.gov.br
Morse, S. A; Moreland, A. A.; Holmes, K. H. Atlas de
doenças sexualmente transmissíveis. Artes médicas,
1997.
Periódicos: J. Clin. Microbiol., Clin. Microbiol. Rev.,
Clinical Microbiol. Infec.
R. Rubel