2. HEPATITE
O que é?
Hepatite significa inflamação do fígado, Hepatite
é toda e qualquer inflamação do fígado.
Pode ser causada por medicamentos, doenças
autoimunes, metabólicas e genéricas, álcool,
substancias toxicas e vírus.
As hepatites virais são causadas por vírus
designados por letras do alfabeto (vírus A, B, C,
etc).
3. HEPATITE B
o que é
O relato mais antigo de uma epidemia causada pelo vírus da Hepatite B
foi feito por Lurman
O vírus da hepatite B pode permanecer no organismo, podendo infetar
outras pessoas, por semanas antes dos sintomas, variando de 6 semanas a
6 meses.
A infeção causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em
pacientes infetados pelo vírus da hepatite B.
O vírus transmite-se, da mesma forma que o vírus da imunodeficiência
humana (VIH), que provoca a Sida, só que o vírus da hepatite B é 50 a 100
vezes mais infecioso do que o VIH.
4. HEPATITE B
agente etiológico
O vírus da hepatite B conhecido como VHB, é um
Hepadnavirus (é uma família de vírus) descoberto em 1965.
Tem predileção forte pela infeção dos hepatócitos do fígado.
Ele multiplica-se no núcleo da célula infetada, utilizando as
enzimas de replicação de DNA da própria célula humana.
A partícula viral ou virion (forma infectiva do vírus) do HBV é
denominada partícula de Dane e tem cerca de 40 nanómetros
de diâmetro, podendo ser filamentosa ou esférica.
A infeção pelo VHB tem um período de incubação longo,
entre as seis semanas e os seis meses. Após a infeção, o vírus
concentra-se quase que totalmente nas células do fígado.
5. O vírus é resistente, chega a sobreviver 7 dias no ambiente externo em condições
normais e com risco de, se entrar em contato com sangue através de picada de
agulha, corte ou machucados (incluindo procedimentos de manicura com
instrumentos contaminados), levar a infeção em 5 a 40% das pessoas não
vacinadas. Apesar de sermos capazes de produzir anticorpos contra o vírus, eles só
funcionam quando o vírus está na corrente sanguínea. Depois que o vírus entra nos
hepatócitos, os anticorpos não conseguem destruí-lo diretamente. Como partes do
vírus são expressos (partes dele aparecem) na membrana que recobre o
hepatócito, o organismo reconhece estas partes e desencadeia uma inflamação,
onde células (destroem os hepatócitos infetados. Está iniciada a hepatite.
6. HEPATITE C
O que é?
Durante vários anos foi conhecida sob a designação de hepatite não-A e não-B, até
ser identificado, em 1989, o agente infeccioso que a provoca e se transmite
É conhecida como a epidemia «silenciosa» pela forma como tem aumentado o
número de indivíduos com infecção crónica em todo o mundo e pelo facto de os
infectados poderem não apresentar qualquer sintoma, durante dez ou 20 anos, e
sentir-se de perfeita saúde.
A maior epidemia da humanidade hoje, superior à AIDS/HIV em 5 vezes. Existem,
no mundo cerca de 200 milhões de pessoas que carregam o vírus da hepatite C.
7. HEPATITE C
agente etiológico
O vírus da hepatite C, o VHC, pertence à família dos flaviviridae. Encontra-se no
indivíduo doente e tem um período de incubação que oscila entre os 40 e os 70
dias. Tal como o vírus da SIDA é capaz de se modificar e de se camuflar, o que
dificulta uma resposta adequada do sistema imunitário.
8. Hepatite Aguda
O que é?
O resultado desta hepatite depende do equilíbrio entre o
comportamento do vírus e as defesas do hospedeiro.
Se a quantidade de células infetadas é pequena e a defesa é
adequada, a hepatite B pode ser curada sozinha sem sintomas
(70% dos casos). Se a quantidade de células infetadas é
grande, a reação pode levar aos sintomas (30% dos casos).
Em alguns poucos casos (0,1-0,5%), a resposta do
organismo é tão exagerada que há destruição maciça dos
hepatócitos, podendo ser fatal.
9. HEPATITE CRONICA
O que é?
Quando a infeção persiste por mais de 6 meses, define
hepatite crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa.
Os sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de peso
e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser assintomática.
Estes portadores de hepatite crônica ativa têm um risco maior
de desenvolver cirrose e câncer.
10. Algumas pessoas com hepatite B crônica, algumas tem sistema imunológico
"tolerante" ao vírus. Nestas, a destruição de hepatócitos é quase nula, o que
significa que essa pessoa dificilmente sofrerá as consequências da doença, mas
que mesmo assim pode transmiti-la. Mesmo nessas pessoas, podem haver
períodos de atividade da doença que, se curtos, não costumam alterar o
prognóstico.
Com a destruição crônica das células, estas aos poucos vão dando lugar às
cicatrizes, até o desenvolvimento de cirrose. Até cerca de 50% destas pessoas com
cirrose vai desenvolver um câncer de fígado.
11. Causas e Transmissão
O vírus existe no sangue, saliva, sémen, secreções vaginais e
leite materno de doentes ou portadores assintomáticos. Sua
transmissão pode ser realizada por contatos diretos com saliva,
sangue ou outros fluidos corporais, através de relações sexuais,
transfusão de sangue ou partilha de seringas para injeção de
drogas. O vírus é muito mais resistente e de transmissão muito
mais fácil que o HIV e persiste mais tempo nesses
instrumentos, mas é destruído pela lavagem cuidadosa e
esterilização pelo calor. Resiste por vezes ao pH baixo (ácido),
calor moderado e temperaturas baixas. É capaz de sobreviver
no ambiente exterior por pelo menos uma semana.
Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos, beijo,
abraço ou qualquer outro tipo de atividade social aonde não
ocorra contato com sangue.
12. A infeção perinatal, ou seja durante o
parto, é uma das principais vias de
transmissão, com cerca de 20% de risco
de transmissão para mães HBsAg-
positivas e 90% caso também seja HBeAg-
positiva. Quanto mais cedo a gestante
começar o tratamento, menor o risco de
transmissão.
Grupos vulneráveis incluem profissionais
de saúde, pessoas que recebem
transfusões ou fazem diálise em países
sem o devido controle, acupuntura,
tatuagem, viajantes a locais endêmicos e
residentes de instituições. Entretanto, o
vírus da hepatite B não pode ser
transmitido através de aperto de mão,
compartilhamento de talheres ou copos,
beijo, abraço, tosse ou espirro.
13. Diagnostico
Entre as especialidades que podem diagnosticar Hepatite B estão:
• Clínica médica
• Gastroenterologia
• Hepatologia
• Infectologia
• Imunologia.
A confirmação do diagnóstico de hepatite é feita por exames de sangue
com altos níveis de transaminases
Indivíduos com risco de estarem infetados deveriam testar os seguintes
marcadores:
•HBsAg - É o chamado antígeno de superfície do vírus, um marcador que
indica infeção atual.
•Anti-HBs - Indica se existem anticorpos contra a hepatite B, os quais
podem ser por causa da vacina ou de uma infeção anterior curada
espontaneamente.
•Anti HBc total - Chamado anticorpo "core" da hepatite B indica uma
infeção prévia.
•Anti HBc IGM - Anticorpo que indica uma infeção que aconteceu
recentemente.
14. Para um diagnóstico correto o médico interpretará a combinação de resultados, nunca se
guiando por um deles de forma isolada.
•SITUAÇÃO 1 - Anti HBs com resultado negativo e os outros três (HBsAg; Anti HBc total; Anti HBc
IGM) todos com resultados positivos indica uma infeção que pode ter acontecido há menos de
seis meses (infeção aguda).
•SITUAÇÃO 2 - Anti HBs e Anti HBc IGM com resultado negativo e os outros dois (HBsAg e Anti
HBc total) com resultados positivos indica uma infeção crônica da hepatite B, isto é que a infeção
aconteceu há mais de seis meses e necessita de acompanhamento com um médico especializado
devido ao risco de desenvolver cirrose ou câncer de fígado.
•SITUAÇÃO 3 - Anti HBs com resultado positivo ou negativo, o HBsAg com resultado negativo e o
Anti HBc com resultado positivo indica que a pessoa resolveu (curou) a hepatite B estando imune
a uma reinfeção.
•SITUAÇÃO 4 - Anti HBs com resultado positivo e o HBsAg e o Anti HBc com resultados negativos
indica que a pessoa tomou a vacina, indica a presença de anticorpos que protegem contra uma
infeção pela hepatite B.
•SITUAÇÃO 5 - Anti HBs; HBsAg e Anti HBc, todos com resultados negativos indica que a pessoa
não tem hepatite B, mas que também não apresenta imunidade, devendo imediatamente ser
vacinado com as três doses da vacina para prevenir a hepatite B.
15. Sintomas
Durante o período de incubação da doença o
portador permanece assintomático, esse período
dura entre 30-180 dias, enquanto que o período da
infeção vai de 2-12 meses. Geralmente, os sintomas
de hepatite b, surgem entre dois a quatro meses
após o contato com o vírus, e sua intensidade vária
de pessoa para pessoa, enquanto que da C podem
demorar anos para aparecer. Os principais sintomas
da doença:
• Dor abdominal;
• Urina escura ;
• Febre;
• Dor nas articulações;
• Perda de apetite;
• Náusea e vômitos;
• Fraqueza e fadiga;
• Amarelamento da pele (icterícia)
16. Consequências
Sem tratamento, a hepatite B crônica pode levar a complicações
mais graves, como:
• Cirrose, que abre feridas na parte interior do fígado, podendo levar
até à sua falência
• Câncer de fígado
• Falência do fígado. Para esses casos, a única alternativa viável é o
transplante
• Hepatite D.
• Problemas renais podem surgir caso a hepatite B não seja tratada.
Esses problemas podem, eventualmente, levar até à falência múltipla
dos rins.
O prognóstico para hepatite B aguda é animador. Em média, somente
1% dos pacientes diagnosticados com hepatite B aguda morrem por
causa da doença.
17. Tratamento
Receber uma injeção de imunoglobulina e vacina contra a
hepatite B em até 24 horas após o contágio, pode evitar que se
desenvolva a doença.
Mas se o diagnóstico já tiver sido feito, é hora de cuidar para que
a doença não evolua para complicações mais graves.
Os antibióticos são: Interferon convencional + ribavirina e
interferon peguilhado + ribavirina, interferon pegasys + ribavirina
.
Hoje em dia, o tratamento da hepatite B, é feito apenas com
objetivo de aliviar os sintomas — náuseas, vômitos, dores, etc —
e diminuir o risco de complicações. Ou seja, medicamentos
voltados para a cura efetiva ainda não estão disponíveis.
18. Hepatite aguda
Não tem tratamento específico para hepatite B, mas pode-se tomar
medicamentos para reduzir quaisquer sintomas que apareçam, enquanto o
sistema imunológico combate o vírus. Para avaliar a evolução e garantir que
o vírus foi definitivamente erradicado de corpo, poderão ser feitos exames de
sangue periódicos.
Hepatite crônica
Para este caso, é necessário tratamento específico:
Medicamentos antivirais: o médico recomendará o uso de medicamentos,
que combaterão a ação do vírus VHB e que o impedirá de causar maiores
danos ao fígado, geralmente usados de forma contínua, uma vez que não se
consegue eliminar o vírus
19. Prevenção
A vacina ou a imunoglobulina contra a hepatite B (HBIG) pode ajudar a prevenir a
infeção se aplicada até 24 horas após a exposição.
Mas é sempre bom prevenir, então os médicos recomendam que as pessoas:
• Evitar o contato sexual com uma pessoa que tenha hepatite B aguda ou crônica
• Usar preservativo e pratique sexo seguro
• Evitar utilizar objetos pessoais de outros, tais como lâminas de barbear ou escovas de
dente
• Não compartilhar seringas de drogas ou instrumentos de outras drogas (como
canudos para cheirar drogas). De preferência, não use drogas. Procure um centro
especializado em dependência química e informe-se sobre as melhores opções para
livrar-se de vez dos vícios.
O vírus da hepatite B e o da hepatite C não pode ser transmitido pelo contato casual,
como mãos dadas, partilha de talheres ou copos, amamentação, beijo, abraço, tosse ou
espirro.
20. Sobre a vacina, Doses, aplicação, reforços, Efeitos
secundários e Contraindicações
A vacina contra a hepatite B é altamente eficaz e segura.
O esquema de vacinação contra hepatite B é de três doses (momento
inicial, 30 e 180 dias apos a primeira dose). O ideal é que a criança inicie o
esquema vacinal dentro das primeiras 12 horas de vida.
A vacina deve ser injetada via intramuscular, 0.5 mL, nas primeiras 12 horas
de vida, devem ser aplicadas em diferentes locais.
Dor local e febre ocorrem em 6% dos vacinados. Reações alérgicas são
frequentes. A anafilaxia é rara. As reações menos comuns são: fadiga,
vertigem, sincope, hipotensão, artrite, artalgia, linfadenopatia, rash, urticaria,
cefaleia, mialgias, dor abdominal, vómitos, diarreia e testes de função
hepática anormais. Parestesias, paralisias, neuropatias, neurites e lesões de
pele como eritema.
Não tem contraindicações, confere imunidade permanente.
21. Diferença entre hepatite B e C
A diferença entre as duas doenças está nos vírus. A hepatite B é
causada por um vírus pertencente a familia Hepadnavirus
enquanto a C, por um pertencente à família dos flaviviridae.
Enquanto o vírus da hepatite b concentra-se quase que
totalmente nas células do fígado, o vírus da hepatite C, tal como
o vírus da SIDA é capaz de se modificar e de se camuflar, o que
dificulta na resposta adequada do sistema imunitário.