Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
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1. História A, 10º ano, Módulo 3
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História A
Revisões para o Exame Nacional de 12º ano
Módulo 3 (10º ano)
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2. A Abertura Europeia ao Mundo
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3. Unidade 1
A geografia cultural europeia de Quatrocentos e Quinhentos
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4. 1.1. Principais centros culturais de produção e difusão de sínteses e inovações
1.1.1 As condições da expansão cultural
Época Moderna inicia-se em meados do século XV.
Há um dinamismo económico, cultural e de mentalidades na Europa.
As cidades reanimam-se, há uma abertura de novas rotas transcontinentais, descobrem-se novas técnicas náuticas, a descoberta da imprensa e a utilização de armas de fogo revolucionam a vida.
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6. O Renascimento marcou a história europeia dos séculos XV e XVI;
O Homem é visto como algo de bom, livre e responsável;
O Homem é a medida de todas as coisas;
Surge o movimento Humanista (Humanismo).
Humanismo foi um movimento intelectual desenvolvido na Europa durante o Renascimento, entre os séculos XIV e XVI. Inspirado pela Antiguidade Clássica. Nasceu em Itália e abrangeu a maior parte da Europa. O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo.
O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de "Deus no centro do pensamento filosófico".
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7. A Antiguidade Clássica (grega e romana) inspirou os artistas do Renascimento;
Outro campo que se desenvolveu nesta época foi o da investigação científica, fruto do espírito racional e crítico do Homem renascentista.
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8. O Renascimento nasceu em Itália, fruto da riqueza das suas cidades;
No século XV (Quatrocentos) destacou-se a cidade de Florença (Pico della Mirandola, Brunelleschi, Doanatello, Botticelli, Leonardo da Vinci);
No século XVI (Cinquecentos), emergiu a cidade de Roma (Rafael, Miguel Ângelo).
Veneza (Ticiano, Veronese) também teve um papel importante.
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9. O Renascimento espalhou-se pela Europa, criando novas sínteses e reinterpretações, juntando as novas ideias com as tradições locais:
Países Baixos:
Desenvolvem a pintura a óleo (Jan e Hubert van Eyck, Hugo van der Goes, etc.);
Erasmo de Roterdão, filósofo, é considerado um dos principais humanistas;
França:
Mecenato do rei Francisco I.
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10. Alemanha:
Surgem cidades universitárias e centros de imprensa, destacam-se os pintores Albretch Dürer e Hans Holbein;
Inglaterra:
Destacou-se Thomas Moore e as universidades de Oxford e Cambridge;
Na Península Ibérica destacaram-se as universidades de Alcalá de Henares e o Colégio das Artes e Humanidades (Coimbra);
Ainda se destacaram as cortes da Hungria e Polónia.
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12. 2.1. O contributo português
2.1.1 Inovação técnica
Os principais avanços das técnicas náuticas:
leme de cadaste (central); bússola;
cartas-portulano;
astrolábio, quadrante, balestilha;
utilização de velas triangulares ou latinas;
Surge um novo tipo de barco, a caravela, que permite bolinar. Mais tarde surgem as naus e galeões
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14. Grandes avanços na determinação das coordenadas geográficas (latitude e longitude);
Os portugueses resolveram o problema de determinar a latitude;
O problema de determinar a longitude só foi completamente resolvido no século XVIII;
Mercator (1569) desenvolve um novo sistema de projeção cilíndrica mais rigoroso;
Cantino publica um novo planisfério em 1502;
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15. 2.1.2 Observação e descrição da Natureza
As descobertas iniciadas pelos portugueses substituíram a visão limitada do mundo mediterrânico por uma visão global do planeta;
Os portugueses, baseados na observação, contrariaram muitas ideias preconcebidas sobre os mares, terras, faunas e flora de regiões pouco conhecidas ou mesmo desconhecidas;
É uma atitude pré-científica, resulta do conhecimento empírico, de vivências experimentadas, da realidade observada (experiencialismo);
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16. Contributo de alguns homens:
Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) – é o primeiro a valorizar a experiência no contexto da observação empírica;
Garcia de Orta (1501-1568) – registo das plantas medicinais do Oriente;
D. João de Castro (1500-1548) – vice-rei da Índia, é autor de três Roteiros;
Os portugueses negam e corrigem os clássicos, ajudam a construir um saber novo saber;
Os novos conhecimentos, derivados do experiencialismo, resumiram-se, na maior parte dos casos, a observações e descrições da Natureza;
O saber português, (XV e XVI) contribuiu para o desenvolvimento do espírito crítico.
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17. 2.2. O conhecimento científico da Natureza
2.2.1 A matematização do real
A conjugação da valorização da experiência e da matemática está na origem do método experimental (método científico);
Leonardo da Vinci (1452-1519) teve um papel percursor na afirmação de uma nova mentalidade científica;
No processo de matematização do real surge a noção de que só a demonstração matemática das hipóteses suscitadas pela observação permitiria a formulação de leis científicas;
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18. Pouco a pouco vulgariza-se o uso dos números e das medidas;
Dá uma lenta transformação das estruturas mentais, e revela-se uma mentalidade quantitativa;
A numeração romana é substituída pela árabe;
O Homem renascentista recorre aos números no decorrer das suas atividades:
Navegador - calcula distâncias, latitudes, etc.;)
Mercador, banqueiro - avalia lucros e perdas, etc.;
Funcionários do Estado - calcula impostos, coleta rendas, etc.
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19. 2.2.2 A revolução das conceções cosmológicas
No início do Renascimento, a teoria geocêntrica, era a conceção cosmológica dominante. Derivava dos trabalhos de Aristóteles (384- 322 a.c.) e Ptolomeu (100-165);
Já na Antiguidade houve autores que contrariaram esta teoria, como Aristarco de Samos (320-250 a.c.), que defendeu uma perspetiva heliocêntrica;
Nicolau Copérnico (1453-1543) retomou a perspetiva heliocêntrica.
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20. Na obra “De Revolutionibus Orbium Coelestium”, Copérnico defende que o Sol está no centro do universo. A Terra e os outros planetas giram em seu redor (movimento de translação) e giram em torno do seu próprio centro (movimento de rotação), em esferas celestes.
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21. As repercussões das conclusões de Copérnico, publicadas nas vésperas da sua morte, não foram sentidas de imediato;
A conceção de Copérnico não era correta;
No entanto outros vão continuar o caminho iniciado por ele;
As conceções do universo geocêntrico de Ptolomeu e a doutrina da Igreja vão ser abaladas;
Inicia-se uma verdadeira revolução das conceções cosmológicas.
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22. Giordano Bruno (1548-1600) – frade italiano, defendeu a teoria de um universo infinito, com inúmeras estrelas que eram o centro de outros sistemas planetários. A Inquisição condenou-o a morte na fogueira.
Ticho Brahe (1546-1601) – astrónomo dinamarquês, pensou um novo sistema planetários que conciliava a teoria heliocêntrica (os planetas giram à volta do sol) e a geocêntrica (o Sol e a Lua deslocam-se à volta da Terra);
Johannes Kepler (1571-1630) – astrónomo alemão, formulou as leis do movimento dos planetas
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23. Galileu Galilei (1564-1642) – astrónomo italiano, aperfeiçoou o telescópio.
Estas novas descobertas foram perseguidas pela Inquisição e muitas das obras publicadas que defendiam as teorias heliocêntricas foram colocadas no Índex.
Inquisição – tribunal religioso criado no século XIII e restabelecido no século XVI. Investigava, julgava e condenava todos os que fossem suspeitos de terem ideias contrárias às definidas pela Igreja Católica
Índex – Lista de livros publicada pela Igreja Católica, cuja leitura era proibida aos católicos.
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No entanto as novas conceções cosmológicas iam ganhando cada vez mais adeptos;
Estava definitivamente definido que os progressos da ciência estavam assentes na formulação de leis a partir da observação, registo e interpretação de factos e experimentação de hipóteses.
26. 3.1 Distinção social e mecenato
As elites cortesãs e burguesas, as próprias Cortes, apostaram no embelezamento dos palácios e no apoio aos artistas e intelectuais como símbolo de afirmação social.
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27. 3.1.1 A ostentação das elites cortesãs e burguesa
Os séculos XV e XVI, foram séculos de grande crescimento económico;
Sectores (nobreza e burguesia) ligados ao comércio e à finança enriqueceram;
Vão desenvolver formas de exteriorizar a sua riqueza e ascensão social: luxo, conforto, festas, o apoio à cultura (mecenato);
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28. As elites rodeavam-se de luxo e ostentação: belos palácios, roupas sumptuosas, banquetes faustosos, etc.;
Praticavam o mecenato;
Mecenato: proteção da arte e da cultura.
Lourenço de Médicis
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29. As cortes são um circulo privilegiado da cultura e da sociabilidade renascentista;
Uma das cortes mais famosa foi a dos Médicis em Florença;
A festa privada torna-se o espaço privilegiado de divertimento dos ricos (banquetes, bailes, teatro, jogo, etc.);
Surge um conjunto de regras de civilidade;
Civilidade – conjunto de regras de comportamento que o indivíduo
Deveria respeitar na sua vida pública. Surgem no século XV, com a publicação de vários livros de cortesia e boas maneiras.
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30. 3.1.2 O estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas
Nobres, burgueses, monarcas e membros do clero fizeram encomendas aos artistas e intelectuais (projetos de arte, obras literárias, estudos, etc.);
A prática do mecenato era uma forma de imortalizar o nome das elites;
O estatuto social do artista e do intelectual torna-se mais importante;
São prestigiados e considerados;
Os artistas passam a assinar as suas obras, distinguindo-se do anonimato dos artistas medievais.
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31. 3.2. Os caminhos abertos pelos humanistas
Os artistas e intelectuais (Humanistas) do Renascimento abriram novos caminhos para a arte e a cultura;
Desenvolveram e aprofundaram os ideais do antropocentrismo e individualismo;
Pico della Mirandola (1463-1494) foi um dos primeiros humanistas.
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32. Humanista – É um intelectual (letrado) dos séculos XV e XVI. Baseia o seu saber no estudo da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia). Procura conciliar os valores da civilização grega e romana com os valores do cristianismo.
Defendem uma cultura antropocentrista e os valores do individualismo.
Dante Alighieri
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33. 3.2.1 Valorização da Antiguidade Clássica
Uma das características fundamentais dos humanistas é a inspiração nos modelos clássicos (Grécia e Roma).
A ideia não é imitar os antigos mas inspirar-se na cultura clássica para inovar, recriar e transformar;
O estudo dos clássicos não é um fim mas um instrumento para ajudar os humanistas a desenvolverem a sua modernidade;
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34. Alguns humanistas:
Petrarca (1303-1374);
Bocaccio (1313-1375);
Lourenço Valla (1407-1457);
Marsílio Ficino (1433-1499);
Maquiavel (1469-1527);
Cervantes (1547-1616);
Rabelais (1494-1553);
Montaigne (1533-1592);
Shakespeare (1564-1616);
Luís Vaz de Camões (1524-1580).
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35. Os humanistas estudaram o grego e o latim para poderem estudar os autores clássicos;
Recuperaram as Sagradas Escrituras leram o Novo Testamento e o Antigo Testamento (hebraico), e corrigiram os erros das traduções medievais;
O ensino fomentou o conhecimento da Antiguidade (estudo do grego, latim, literatura, história, filosofia).
Receberam o nome de studia humanitatis, porque se consideravam áreas de ensino fundamentais para a formação moral do ser humano.
A imprensa contribui para a divulgação dos autores clássicos.
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36. 3.2.2 A afirmação das línguas nacionais e a consciência da modernidade
Os Humanistas desenvolvem um movimento de afirmação das línguas nacionais;
Dante Alighieri (1265-1321), foi um dos percursores, escreveu grande parte da sua obra em italiano e não em latim;
Os humanistas escreveram grande parte da sua obra nas respetivas línguas nacionais;
Isto permitiu que mais pessoas lessem as suas obras;
Existia a ideia de divulgar pelo maior número de pessoas as novas ideias;
Há uma maior difusão da cultura na época do Renascimento.
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37. 3.2.3 Individualismo, espírito crítico, racionalidade e utopia
O individuo distinguia-se e afirmava-se pelo uso da razão;
Os homens do Renascimento adotaram um mentalidade racionalista;
O individualismo valoriza o espírito de criatividade das pessoas;
Os humanistas cultivam a ideia de um mundo perfeito;
O espírito crítico tinha-os levado a compreender os problemas da época (corrupção, ignorância, abusos dos poderosos, etc.;
Surge a crítica social;
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38. Erasmo de Roterdão (1469-1536) criticando a sociedade da época propõe o regresso ao cristianismo primitivo e recuperar os valores da humildade, caridade, fraternidade e tolerância.
No livro, “Elogio da Loucura”, Erasmo critica o Papa e a corrupção do clero;
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39. Nascem as utopias;
Alguns humanistas imaginam mundos perfeitos onde os homens viviam em paz e felizes;
Uma das utopias mais conhecidas é o livro chamado “Utopia” da autoria de Thomas More (1478-1535), onde imaginou um mundo racional, onde existia igualdade, fraternidade e tolerância;
More critica a intolerância, o abuso de poder dos monarcas, o luxo do clero, a corrupção da sociedade.
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40. Os homens do Renascimento aliavam (…) a admiração pelo mundo greco-romano a uma falta de respeito evidente.
Inspirar-se nos Antigos para fazer coisas novas, eis o propósito.
Nos grandes artistas do Renascimento a imitação da Antiguidade nunca foi servil (…).
Jean Delumeau, A Civilização do renascimento
3.3 A reinvenção das formas artísticas. A imitação e superação dos modelos da Antiguidade
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41. Os artistas do Renascimento possuíam uma técnica superior à dos Antigos (…). Os pintores da Grécia e Roma não conheciam a pintura a óleo (…)
Os estudos dos Flamengos e, mais ainda, dos Italianos tiveram um carácter inédito.
Jean Delumeau, A Civilização do renascimento
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42. Pintura do Gótico, Giotto e do Renascimento
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43. A pintura renascentista foi um exercício intelectual;
O artista já não é o artesão medieval anónimo, mas um intelectual reconhecido;
Procura a fama, o seu trabalho é uma obra de arte, uma obra- prima;
A pintura do Renascimento foi o culminar de um processo iniciado no século XIII por Giotto;
Inspirado na cultura e arte da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia) o artista procura uma formação humanista e científica;
O artista ainda devia estudar geometria, perspetiva, aritmética, gramática, filosofia, história, astronomia, medicina, anatomia de modo a poderem expressar bem a sua arte.
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44. A arte deve ser imitação (mimesis) da Natureza;
A pintura renascentista é uma arte racional, científica e uma imitação intelectualizada e tecnicista da Natureza;
Todos estes aspetos foram estudados e teorizados;
No século XVI a arte ganhou mais emoção;
A pintura do Renascimento ultrapassou a Arte da Antiguidade Clássica, e foi a base da pintura ocidental.
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45. Paolo Uccello, A caçada na Floresta
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47. Uma das principais descobertas técnicas do Renascimento foi a perspetiva, rigorosa e científica;
Permite construir o espaço pictórico segundo as leis da ótica, das proporções geométricas, da exatidão matemática e do tratamento da luz de uma forma coerente.
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48. Todas as linhas convergem para um ponto para o qual o olhar é atraído;
Tudo é ritmado segundo valores matemáticos;
A perspetiva é o reflexo da harmonia que rege a Criação.
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49. A luz é o elemento que confere materialidade (volume) à pintura;
Elaboração cuidada do claro-escuro.
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50. Paolo Uccello, A batalha de San Romano,
1452, têmpera sobre madeira
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51. Na Flandres, século XV, inventaram a técnica do óleo:
Seca lentamente, podia ser retocada;
Tornava possível as velaturas (transparências);
Empastes (grande espessura de tinta);
Gradações cromáticas;
Elaboração de modelados – técnica para obter, por meio de gradações cromáticas, a ilusão de volume.
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55. 4.1 A Reforma Protestante
4.1.1 Individualismo religioso e críticas à Igreja Católica
Nesta época a radicalização de posições levou à rutura teológica de Lutero e Calvino.
As grandes calamidades do século XIV (fomes, guerras e pestes) desenvolveram nas pessoas um clima de pessimismo;
Divulga-se a ideia de um Deus castigador dos pecados dos homens;
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56. Para agravar a situação a Igreja está dividida. Entre 1378 e 1417, existem dois Papas. Um em Roma e outro em Avinhão (cidade francesa). É o Cisma do Ocidente.
O fim do Cisma não significou o fim da crise da Igreja;
Os Papas renascentistas levavam uma vida pouco condizente com os ideias cristãos;
Os maus exemplos abundavam em toda a hierarquia católica;
Na Igreja abundava o abandono espiritual dos fiéis, o absentismo do clero e a dissolução dos costumes;
Desde o século XIV começam a surgir críticas à Igreja Católica;
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57. Por um lado
Desenvolvem-se práticas de supersticiosas e fanáticas (feitiçaria, procissões de flagelantes, etc.;
Por outro
Práticas de novas formas de piedade mais intimistas e individualistas, como a Devotio Moderna, na Holanda que defendia uma vida humilde, de devoção a Deus e a prática da solidariedade;
Na obra “Imitação de Cristo”, escrita em língua vulgar, o monge alemão, Thomas Kempis (1379-1471)defende os princípios da Devotio Moderna;
Este livro exerceu uma forte influência no individualismo religioso do século XV.
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58. Surgem as heresias;
John Wiclif, (1328-1384), professor em Oxford, põe em dúvida a utilidade do clero e a validade dos sacramentos;
Apela ao estudo direto da Bíblia que considera a única fonte de Fé;
Associada a esta heresia esteve o movimento dos lolardos, padres pobres que se associaram aos camponeses na sua luta contras os senhores;
Heresia: Negação ou dúvida sobre algum ponto da Fé Católica.
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59. Jan Huss (1369-1415), reitor da Universidade de Praga (Polónia), apoiou as ideias de Wiclif;
Defendeu a criação de uma Igreja nacional, desligada da obediência ao Papa;
Savonarola (1452-1498), monge italiano denunciou as práticas da alta hierarquia da Igreja;
Muitas destes homens foram condenados pelo tribunal da Inquisição e morreram na fogueira;
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60. Muitos humanistas, como Erasmo de Roterdão, criticaram as práticas da Igreja;
Todas estas polémicas e contestações abriram caminho à Reforma.
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61. 4.1.2 A rutura ideológica
Reforma – Cisma (divisão) na Igreja Católica desencadeada na primeira metade do século XVI;
Foi protagonizada por Lutero, Calvino e Henrique VIII;
Surge uma nova conceção de Igreja;
Embora com diferenças o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo têm como pontos comuns: a justificação pela Fé; a exclusividade da Bíblia como fonte de Fé, o sacerdócio universal e a não aceitação da supremacia do Papa;
Estas igrejas são conhecidas pelo nome de protestantismo.
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62. Martinho Lutero (1483-1546) desencadeou a Reforma;
Alemão, monge agostinho, Mestre em Filosofia;
Lutero colocava a seguinte questão: “Como pode alguém levar uma vida perfeita perante Deus”;
Em 1510 fez uma viagem a Roma que o desgostou perante o espetáculo degradante dos membros do clero;
Em 1517 afixou, na porta da Catedral de Wittenberg, as 95 teses contra as indulgências;
Indulgências – eram uma forma de redimir os pecados, em vigor desde o século XI, concedida pelo Papa, perante a prática de boas obras (peregrinações, prática de esmolas, mas também podia ser comprada por uma determinada soma de dinheiro.
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63. Em 1515, o Papa Leão X, porque precisava de dinheiro para obras na Basílica de São Pedro (Vaticanos), autorizou a pregação de venda de indulgências;
Contra isto se revoltou Lutero;
Nas “95 teses” refutou o Papa e alguns dogmas da Igreja, afirmava que a salvação depende da Fé e não das obras;
Martinho Lutero protagonizou uma rutura teológica com a Igreja;
A igreja considerou estas novas ideias uma heresia;
Em 1521, Lutero, foi excomungado e expulso da Alemanha;
Seguiram-se tempos conturbados, do ponto de vista religioso, mas o protestantismo foi ganhando adeptos;
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64. A justificação pela Fé é a base doutrinária da reforma luterana, é uma nova doutrina da salvação;
Para Lutero, o Homem não tem livre-arbítrio. É Deus que decide sobre a salvação dos homens;
É Deus que predestina uns homens para a salvação outros para a condenação;
O luteranismo abre caminho às teses da predestinação que serão desenvolvidas por Calvino;
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65. 4.1.3 As igrejas reformadas
O Luteranismo
Lutero considerava a Bíblia como única fonte de Fé e autoridade doutrinal;
Rejeitou as obras dos Padres da Igreja e as decisões dos concílios que considerava meras palavras humanas e por isso sujeitas à crítica e à revisão;
Negou o monopólio papal na interpretação da Bíblia, afirmou que qualquer crente podia ler as Escrituras sem intervenção do clero;
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66. A missa foi substituída por uma cerimónia na língua vulgar;
Os cultos da Virgem e dos Santos foi abandonado;
Proclamou o sacerdócio universal;
O celibato e as ordens religiosas foram abandonadas;
O chefe da Igreja reformada passa a ser o chefe de estado. Surgem as Igrejas Nacionais Evangélicas. O bens da Igreja ficam na mão dos príncipes alemães;
Só reconheceu dois Sacramentos: Batismo e Eucaristia;
Para Lutero a prática cristã define-se pela relação pessoal do crente com Deus e não pelas regras, leis e ritos estabelecidos pelos homens;
A vida religiosa é uma ação de amor a Deus.
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67. O luteranismo expandiu-se rapidamente na Alemanha;
Foi apoiado pelos burgueses;
Os príncipes ficaram com os bens da Igreja Católica e por isso aderiram à nova Igreja;
A imprensa contribuiu para a divulgação da nova Fé;
Muitos humanistas e artistas converteram-se ao luteranismo;
O Imperador Carlos V, católico, hesitou entre a liberdade religiosa e a obrigatoriedade de obedecerem ao Papa;
Em 1555, Carlos V, aceitou a Paz de Augsburgo, e aceitou a liberdade de culto na Alemanha.
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68. O calvinismo
João Calvino (1509-1564), nasceu em França, em 1534 fugiu para Genebra por causa das perseguições religiosas;
Publicou o livro em língua francesa “Da instituição da religião cristã”, onde defende a sua doutrina, o calvinismo;
Calvino baseou a sua doutrina na justificação pela Fé, no sacerdócio universal e na autoridade exclusiva da Bíblia;
Para Calvino a predestinação é absoluta, para ele um ser humano jamais perderia a “graça da Fé”, se tivesse nascida com ela;
Lutero considerava que se a pessoa perdesse a Fé, não teria a Salvação garantida;
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69. Da predestinação absoluta nasceu uma grande intolerância para com as outras doutrinas;
Os calvinistas faziam parte de um grupo de eleitos (os predestinados);
Se um homem tinha, por exemplo, êxito nos negócios, era um predestinado;
Não aceitou a ideia de Lutero da chefia da Igreja ser entregue aos chefes de Estado, pelo contrário, defendeu a supremacia da Igreja sobre o Estado;
Genebra transformou-se numa sociedade teocrática e perseguiu católicos e outros protestantes;
O Calvinismo difundiu-se na França, Alemanha, Países Baixos, Hungria, Polónia, Inglaterra e Escócia.
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70. O anglicanismo. A Reforma na Inglaterra
O rei inglês, Henrique VIII pediu ao Papa para lhe conceder o divórcio que recusou;
O monarca proclamou o Ato de Supremacia (1534) que o tornou o chefe supremo da Igreja inglesa;
Autorizou a tradução da Bíblia e secularizou os bens das ordens religiosas mas manteve-se fiel à doutrina católica;
No reinado do seu filho, Eduardo VI (1537-1553), a igreja inglesa identificou-se com o calvinismo;
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71. No reinado de Maria Tudor (1516-1558), a Inglaterra voltou ao catolicismo e perseguiu os protestantes;
No reinado de Isabel I (1533-1603) consolidou-se a igreja anglicana, num compromisso entre o catolicismo e o calvinismo;
Em 1571 publicou os “Trinta e nove artigos” que ainda hoje é a base doutrinal da Igreja Anglicana;
Defendia a justificação pela Fé, mas não aceitavam a predestinação absoluta;
Reconheciam a autoridade absoluta da Bíblia;
Só reconheciam como sacramentos o Batismo e a Eucaristia;
Aboliram o celibato dos padres mas mantiveram uma hierarquia semelhante aos católicos;
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73. A Inglaterra passou, em termos religiosos por tempos conturbados;
Os católicos levaram o Papa a excomungar Isabel I;
Os calvinistas queixava-se da Igreja anglicana que aos seus olhos era igual a uma igreja católica. O seu rigor doutrinal valeu-lhes o nome de puritanos;
Isabel I perseguiu católicos e puritanos. Fez da reforma religiosa uma arma de reforço da autoridade real;
Muitos puritanos emigraram para os Países Baixos e para a América.
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74. Os protestantes deram um forte impulso ao capitalismo;
A justificação do êxito nos negócios era o sinal da concordância de Deus;
Os protestantes exaltam o valor do trabalho e renegam os valores de pobreza dos Franciscanos;
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75. As lutas religiosas
A rutura protestante desencadeou violência. Na Alemanha, Grã- Bretanha, Suíça, Países Baixos e França sucederam-se perseguições, lutas, execuções e massacres;
As disputas de teólogos e leigos demonstram um desejo de renovação espiritual;
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76. 4.2 Contrarreforma e reforma católica
A reposta da Igreja Católica à rutura protestante chamou-se contrarreforma e reforma católica;
Concílio de Trento, criação da Companhia de Jesus, reativação da Inquisição e do Índex foram alguns dos instrumentos utilizados pela Igreja Católica;
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77. 4.2.1 A reafirmação do dogma e do culto tradicional. A reforma disciplinar
Em 1545 reuniu-se o Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo III. Terminou os seus trabalhos em 1563;
Condena o protestantismo;
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78. Principais decisões tomadas:
Condenação dos princípios da predestinação e da justificação pela Fé. Reafirma-se o papel das obras humanas na Salvação;
Confirma-se a existência do Purgatório;
A par da Bíblia, proclamou-se o valor sagrado da tradição como fonte de Fé;
Mantiveram-se os Sete Sacramentos;
Reforçou-se o poder do Papa;
Manteve-se o culto dos Santos e da Virgem;
Manteve-se o latim como língua litúrgica. A língua vulgar era reservada para sermões e pregações;
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79. Sobre a reforma disciplinar o Concílio de Trento proclamou o seguinte:
Proibição de acumulação de benefícios eclesiásticos;
A residência obrigatória dos padres e bispos nas paróquias e dioceses;
Manutenção do celibato eclesiástico;
Proibição da ordenação de sacerdotes e bispos com idades inferiores a 25 e 30 anos, respetivamente;
Criação de seminários para a formação dos futuros clérigos.
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80. Publicou-se um Catecismo (1566) com a compilação dos princípios doutrinais decididos em Trento;
Foram publicados um breviário (1568) e um missal para regular a oração e o culto;
A Igreja procurava disciplinar os fiéis e é imposta uma doutrina unânime e indiscutível.
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81. 4.2.2 O combate ideológico
Os fiéis católicos deveriam ser afastados das heresias e por isso deveriam ser proibidos de ler os livros que colocavam a Fé católica em causa;
Em 1543, foi criada a Congregação do Índex para elaborar a lista das obras consideradas perigosas, a lista ficou conhecida pelo nome de Índex;
Esta lista teve consequências culturais perniciosas para o desenvolvimento cultural dos países do espaço católico, e fomentaram o atraso em relação ao mundo protestante ;
Muitos dos livros que foram colocados no Índex diziam respeito a publicações filosóficas e científicas, de autores como Galileu, Descartes, Newton e Leibniz;
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82. A Inquisição (Santo Ofício) tinha sido criada em 1231. Era um tribunal religioso criado para combater as heresias;
A sua reativação foi considerada uma forma de combater o protestantismo;
Em 1542, o Papa Paulo III, ordenou a reorganização do tribunal da Inquisição;
Nos países católicos onde o tribunal da Inquisição se instalou moveu uma perseguição a protestantes, cristãos-novos, filósofos, cientistas, etc.;
Instruía processos com bases em denuncias anónimas e usava a tortura para obter confissões;
Condenava a penas de prisão e à morte na fogueira;
Confiscava os bens dos culpados.
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83. O proselitismo das novas congregações: a Companhia de Jesus
Proselitismo – atividade religiosa exercida com zelo e fervor, no sentido de angariar adeptos.
A Companhia de Jesus destacou-se nas atividades de missionação, ensino e pregação.
A contrarreforma levou ao nascimento de novas ordens religiosas: Agostinhos Descalços, Capuchinhos, Carmelitas Descalços, Jesuítas;
A Companhia de Jesus (jesuítas) foi a que desempenhou um papel mais relevante;
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84. Inácio de Loyola (1491-1556) foi o fundador da Companhia de Jesus em 1534;
O seu proselitismo contribuiu para a expansão do catolicismo;
Funcionava como uma organização militar;
Era dirigida por um general ou geral;
Os jesuítas estavam submetidos a uma rigorosa disciplina e consideram-se os “soldados de Cristo”;
Proclamaram uma obediência incondicional ao Papa;
Preocupavam-se com a formação intelectual dos seus membros;
Viviam no meio da população;
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85. Distinguiram-se como missionários na Ásia, América e África;
Fundaram uma vasta rede de colégios de qualidade que lhes permitiu uma ascendência sobre a juventude;
Desenvolveram a arte da oratória nos seus sermões;
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86. 4.2.3 O impacto da reforma católica na sociedade portuguesa
Portugal integrou-se completamente no movimento da Contrarreforma e da Reforma católica;
Membros da hierarquia clerical portuguesa participaram no Concílio de Trento e cumpriram as decisões tomadas no concílio;
As ideias protestantes tiveram um fraco eco nas populações portuguesas;
No reinado de D. João III, chamou a Companhia de Jesus para Portugal;
Estes desempenharam um importante papel na missionação do Brasil e do Oriente;
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87. Entre os jesuítas destacam-se os nomes de Francisco Xavier, Manuel da Nóbrega e António Vieira;
Criaram uma rede de colégios quer em Portugal quer nas suas colónias;
Em 1555 ficaram com a direção do Colégio das Artes e em 1559 com a direção da Universidade de Évora;
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88. O clima de intolerância religiosa desenvolve-se em Portugal originando o recuo das ideias humanistas e do espírito de livre crítica;
O tribunal da Inquisição foi introduzido em Portugal em 1536 e instituiu a censura prévia em 1540;
Em 1547 foi publicado o primeiro Índex, estabelecendo a lista dos livros proibidos;
Foi particularmente violento: atingia obras e autores, bem como os impressores, livreiros e possuidores das obras;
Humanistas como Damião de Góis e os professores do Colégio das Artes foram acusados de simpatia por Erasmo (este, apesar das críticas à Igreja, tinha permanecido católico);
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89. Todos os motivos eram válidos para provocar a atenção da Inquisição: heresia, bruxaria, bigamia, sodomia, blasfémia, etc.;
O Tribunal da Inquisição estará em vigor, em Portugal, entre 1536 e 1821;
Os cristãos-novos (judeus que se tinham convertido ao cristianismo) foram o alvo preferido da Inquisição;
Eram vítimas da inveja do seu sucesso nos negócios;
A Inquisição portuguesa utilizou todos os métodos à sua disposição: tortura para obter confissões, condenações à morta na fogueira, em auto de fé, etc.;
Muitos cristãos novos abandonaram o país, levando consigo os capitais que faziam falta ao país;
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90. Portugal via-se mergulhado na inveja, denúncia e intriga;
A Inquisição deixou marcas terríveis na sociedade portuguesa, contribuindo para o atraso do país;
Impôs severos padrões morais e doutrinais;
Modelaram as consciências e os comportamentos;
Implementaram a angústia do pecado e da culpa;
Instalaram o medo da punição (terrestre e divina).
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93. 5.1 O encontro de culturas e a dificuldade de aceitação do princípio de unidade do género humano
Os descobrimentos revolucionaram as conceções geográficas;
Colocaram em contacto civilizações, culturas e povos até então desconhecidos;
Segundo o providencialismo, vigente na Idade Média, Deus superintendia tudo. Criou Adão como um homem perfeito, e dele descendia toda a Humanidade;
O pecado original tinha ocasionado que nem todos os homens falavam a mesma língua e tinham a mesma religião;
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94. Todos eram seres humanos e merecedores de conhecerem a palavra de Deus, tais eram as afirmações de Santo Agostinho;
O contacto com os novos povos descobertos criou um clima de estupefação e curiosidade;
Surgem relatos antropológicos sobre os Negros, Ameríndios e Asiáticos;
Os europeus procuravam compreender os outros povos.
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95. Este encontro de culturas rapidamente levou ao confronto de culturas;
Rapidamente surge um olhar desconfiado e hostil;
Os europeus cedo se revelaram preconceituosos e racistas;
Desenvolve-se o princípio da superioridade da raça branca e da religião cristã;
Em nome dessa superioridade facilmente se recorria às armas e se aniquilava as raças inferiores;
Na Ásia os islâmicos eram o inimigo principal. Os budistas e hindus, eram considerados passíveis de se converterem ao cristianismo, e por isso mereceram alguma consideração;
Os europeus começam a duvidar da humanidade dos Negros e Ameríndios, o que será um motivo para justificar a escravatura;
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96. 5.1.1 A escravatura. Os antecedentes da defesa dos direitos humanos
A escravatura conheceu um amplo desenvolvimento com as descobertas marítimas;
Vão se desenvolver enormes impérios coloniais;
A escravatura é o melhor método para a criação de grandes massas de mão de obra necessárias para as grandes plantações e minas que se desenvolviam no continente americano;
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97. O escravo africano torna-se o suporte fundamental da colonização europeia da s Américas;
São indispensáveis nas minas, nas grandes plantações de açúcar, algodão, tabaco, etc.;
Na Europa também se desenvolve a prática da escravatura. São utilizados nos trabalhos domésticos, agrícolas, ofícios, etc.;
Em Lisboa e Sevilha, em meados do século XVI, representavam cerca de 10% da população;
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98. Os portugueses e os espanhóis tiveram um papel pioneiro no tráfico de escravos;
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99. Em 1445, a fundação da feitoria de Arguim, na costa da Mauritânia, iniciou o tráfico negreiro organizado;
Este tráfico é uma história de violência e de desrespeito dos mais elementares direitos humanos;
Cerca de 20 milhões de africanos foram levados de África, a maior parte com destino à América;
Os escravos eram transportados em condições deploráveis;
Eram considerados e tratados como uma mera mercadoria;
Vendidos, marcados com ferros em brasa, separados da família, de tudo isto forma vítimas.
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100. As primeiras manifestações de defesa dos direitos humanos surgiram a propósito da escravização dos índios na América espanhola;
Senhores de extensas terras, os encomenderos, depressa esqueceram os seus deveres de protegerem os índios, e passaram a escravizá-los;
Este brutal tratamento somado às doenças trazidas pelos europeus para o continente americanos (varíola), dizimaram a população índia;
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101. Os frades Francisco de Vitória e António de Montesinos denunciaram esses abusos;
As discussões sobre o estatuto humanos dos índios chegou a Roma. O Papa Paulo III, na bula Sublimis Deus (1537), defendeu a humanidade dos índios e foram considerados aptos a receber as doutrinas de Fé católica;
Bartolomeu de Las Casas (1474-1566), frade dominicano, dedicou a sua vida à defesa dos índios;
Pelo contrário, o Dr. Juan Ginés de Sepúlveda (1480-1573) argumentava que os índios eram inferiores aos espanhóis e por isso era legítimo escravizá-los;
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102. 5.1.2 O esforço de enraizamento da presença branca: missionação e miscigenação
O encontro de povos foi sempre ambivalente: tanto se conquistava com brutalidade e se escravizava como se missionava e procurava converter os povos, ainda que por vezes à força;
A espada esteve sempre ao lado da Cruz;
A religião constituiu uma força impulsionadora da expansão portuguesa e espanhola;
Em todo o impérios, português e espanhol, levou-se a cabo uma gigantesca tarefa de missionação dos povos;
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103. A missionação foi uma estratégia de aculturação dos povos. Foi uma missionação agressiva e militante;
O contacto entre as culturas orientais e europeias caracterizou-se pelas dificuldades de entendimento mútuo;
Existiam muitas diferenças culturais, económicas, sociais e filosóficas;
Existiam duas grandes áreas religiosas e filosóficas: o hinduísmo e o budismo;
Na Índia a intolerância levou a que todos os indianos que não se tivessem convertido fossem excluídos dos cargos públicos, e os templos eram destruídos;
Na China os jesuítas foram expulsos;
No início do século XVII, também foram perseguidos no Japão;
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104. Na América, portuguesa e espanhola, os jesuítas, criaram as reduções;
Reduções - as missões jesuíticas na América, (reduções), foram os aldeamentos indígenas administrados pelos jesuítas. O objetivo principal das missões jesuíticas foi o de criar uma sociedade com os benefícios e qualidades da sociedade cristã europeia, mas isenta dos seus vícios e maldades. Ensinavam aos índios a ler, escrever, trabalhavam nos ofícios e nos campos. Tinham uma educação religiosa.
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105. Quer os portugueses quer os espanhóis demoraram a desenvolver um clero indígena;
O acesso de indígenas ao sacerdócio foi sempre dificultado, e era mantido numa posição subalterna em relação ao clero europeu;
Inicialmente, na Ásia Portugal favoreceu a miscigenação entre europeus e orientais;
A mesma política foi levada a cabo na América;
No entanto, os mestiços e mulatos, derivados dessas uniões, foram sempre discriminados, nomeadamente no acesso a cargos públicos;
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106. Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto;
O essencial da História A, Mário Sanches, Edições ASA, 2005
A América foi o continente onde a aculturação foi mais intensa;
Miscigenação – mistura de grupos étnicos diferentes.
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