Este documento discute a população da Europa nos séculos XVII e XVIII, abordando a regressão demográfica no século XVII devido a crises de subsistência, epidemias e guerras, seguida por um crescimento populacional no século XVIII atribuído a melhorias climáticas, progressos técnicos e desenvolvimento médico. Também analisa a estratificação social e o poder político nas sociedades absolutistas e parlamentares da época.
4. 1.1 A regressão demográfica do século
XVII
• No século XVII fizeram-se sentir efeitos de
uma crise económica acentuada, de uma
turbulência politica e de frequentes
tumultos sociais. Foi um tempo marcado
pela fome, pela doença e pela guerra.
5. • Evolução demográfica:
Século XVI- Crescimento
Século XVII – Retrocesso
Século XVIII – Novo período de expansão
• Fatores que provocaram a regressão demográfica
do século XVII :
Crises de subsistência
Pestes e outras epidemias
Guerras
6. 1.2 Principais fatores que provocaram a
recessão demográfica
• Fatores que provocaram a regressão demográfica
do século XVII :
Crises de subsistência
Pestes e outras epidemias
Guerras
7. 1.3 Progressão demográfica e melhoria
das condições de vida
• A partir de 1730 houve um novo comportamento
demográfico com as seguintes características:
Recuo das crises demográficas
Taxa de mortalidade baixa em todas as faixas
etárias
Esperança media de vida alta
População rejuvenescida
Natalidade alta
8. • Este novo comportamento demográfico explica-se
através dos seguintes fatores:
Progressiva melhoria climática
Progressos técnicos e económicos
Desenvolvimento da medicina
9. 1.4 Uma nova demografia e crescimento
demográfico no século XVIII
• Este novo comportamento
demográfico traduziu-se numa nova
mentalidade.
• Mentalidade esta onde se fortaleceu
os laços de afetividade entre a família
e onde surgiu a preocupação com a
saúde e educação das crianças.
• Thomas Malthus ficou conhecido
pelos
seus estudos sobre as populações
humanas, defendendo
que estas cresciam em progressão
geométrica.
• Ficou também conhecido por estudar
as pos-
-sibilidades deste crescimento.
12. • A Europa Política e Social dos Séculos
XVII e XVIII:
• Os Estados Absolutos
- Afirmação do poder do rei e dos
grupos privilegiados
• Os parlamentos
- Limitação do poder absoluto
- Afirmação do poder de assembleias
representantes da nação
13. Estratificação social: organização da
sociedade em estratos de acordo com uma
hierarquia de posições sociais baseada em
critérios de natureza
jurídica, social, económica ou ideológica.
A cada estrato correspondem determinados
direitos e deveres, privilégios e
obrigações, atividades e funções.
14. O Clero:
• Funções religiosas
• Dedicam-se ao ensino e à assistência
• Possuem leis (foros) e tribunais próprios
• Gozam de diversos privilégios
• Direito de asilo
• Isenção de impostos e de prestação de serviço militar
• Detêm uma enorme riqueza fundiária
• Recebem a dízima (uma décima de produção nacional)
O Alto Clero:
• Desempenham cargos elevados na administração e no
ensino
O Baixo Clero:
• Responsável pelos serviços religiosos a nível local
• Provinham de estratos sociais inferiores
15. A Nobreza:
• Ocupam os cargos mais importantes na administração e no exército
• Não pagam impostos
• Possuem leis específicas
• Cobram direitos senhoriais
• Detêm enormes propriedades fundiárias
A Nobreza de Sangue ou de Espada:
• Ligada à carreira das armas, ocupando os postos mais elevados do
exército
• Vivem junto à corte do rei, com o objetivo de angariar poder e
privilégios
Nobreza rural:
• vive em dificuldades, pois está dependente dos seus rendimentos
A Nobreza de Toga:
• Constituída por homens de origem burguesa, formados em leis
• Tornaram-se nobres em virtude das funções públicas que
desempenham, fruto da centralização do poder e da
burocratização do estado
16. O Terceiro Estado:
• Não detêm nenhuns privilégios
• Suportam, com o seu trabalho, todo o conjunto social
A Burguesia:
• Desejosa por ascender socialmente
• Composta por homens de letras, desempenhando altos
cargos na administração ou exercendo profissões liberais
(advogados, médicos, notários) e por grandes
comerciantes, banqueiros e joalheiros.
Pequenos proprietários de terras, pequenos artesãos e
comerciantes
Camponeses
• Indivíduos sem terra própria
• Homens dos ofícios
• Vagabundos e mendigos
17. As monarquias absolutas dos séculos XVII e
XVIII resultam do desenvolvimento do
processo de centralização do poder real.
Todos os poderes provenientes de Deus
pertencem ao rei, não estando limitado por
quaisquer outros poderes:
• Faz, promulga e revoga as leis
• Comanda o exército
• É o supremo juiz
• Chefia a administração pública
• Recolhe os impostos
18. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ABSOLUTISMO
• O rei estava desobrigado do respeito pelas leis
• Ninguém podia obrigar o rei a executar o que quer que fosse
• O rei legislava sem partilhar esse poder
• O rei usava a equidade, imparcialidade e misericórdia na
aplicação da lei
• A inteligência e a razão eram apanágio da autoridade real
pelo que era vital incutir no rei um conjunto de virtudes e
qualidades no uso do poder
Exaltação da pessoa do rei
Formação da Sociedade de Corte:
• Atrai à corte inúmeros funcionários e conselheiros da nobreza
tradicional, seduzidos pela expectativa de uma mercê ou
benesse real
• O rei permitia a existência desta sociedade de corte pois
possibilitava o controlo e a disciplina da nobreza
19. Hugo Grotius, o defensor da liberdade dos mares
• A Holanda conseguiu afirmar-se como a grande
potência europeia no fim do século XVI. Foi graças
ao holandês, Hugo Grotius (1583-1645), o criador
da legitimação da liberdade dos mares (Mare
Liberum). Conseguiu acabar assim com a politica
do Mar Clausum decidida no tratado de
Tordesilhas em 1494 entre Portugal e Espanha. A
Holanda, a partir do século XVII, começou a
dominar o comércio oceânico passando por uma
fase de prosperidade.
20. • '' O debate entre nós e os Espanhóis incide
sobre os seguintes pontos: o mar imenso e sem
limites poderá ser pertença de um só reino?
Uma nação terá o direito de proibir às outras
de vender, trocar ou entrar em relação com
outros povos ? Uma nação poderá dar o que
nunca lhe pertenceu ou descobrir o que
pertencia já a outrem? Uma injustiça flagrante
poderá tornar-se, com o tempo, um direito? ''
Hugo Grotius; Mare Liberum, 1609
21. A recusa do absolutismo na sociedade
inglesa
• Em Inglaterra o poder do rei foi limitado pelos
seus súbditos. O rei João Sem Terra foi forçado a
aceitar um diploma que protegia os ingleses das
injustiças do poder real e determinava a
ilegalidade de qualquer imposto lançado sem o
consentimento do povo (Magna Carta).
• O absolutismo não foi aceite pelos ingleses. As
tentativas de o implementar fracassaram sempre.
Estas tentativas originaram revoluções que
conduziram à execução de Carlos I, à deposição
de Jaime II e à instauração de um regime
republicano.
22. Locke e a justificação do parlamentarismo
• John Locke fundamentou o parlamentarismo de um
modo teórico. Segundo Locke, todos os homens
"nascem livres, iguais e autónomos", por isso só com o
consentimento de cada um é que pode vir um poder a
que obedeçam. Esse poder trata-se de um género de
contrato entre os governados e os governantes.
A revolução de 1688 foi originada pelos governados
que, uma vez que o poder depende deles, tinham o
direito de se revoltarem contra os príncipes.
A obra de Locke contribuiu para o prestigio do sistema
parlamentar que mais tarde se consolidou. este sistema
era considerado como um modelo de liberdade e um
exemplo a seguir.
23. Unidade 3
Triunfo dos estados e dinâmicas
económicas nos séculos XVII e XVIII
24. 3.1. Reforço das economias nacionais e tentativas de
controlo do comércio;
o equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais.
Três medidas básicas do Mercantilismo
1. o metalismo;
2. balança comercial favorável;
3. o mercantilismo comercial e marítimo.
25.
26. O mercantilismo holandês
• Entre os holandeses, o desenvolvimento da
atividade mercantil esteve alicerçado pela
ação de uma grande e bem articulada
classe burguesa que atuava em seu
território. Mesmo não possuindo possessões
coloniais, os holandeses lucravam com
diversas atividades que tinham relações
diretas com as atividades relacionadas ao
desenvolvimento do mercantilismo.
27.
28. O mercantilismo inglês
• O mercantilismo inglês era
fundamentalmente industrial e agrícola. A
política econômica inglesa era sempre bem
planejada. O governo incentivava a
produção manufatureira, protegendo-a da
concorrência estrangeira por meio de uma
rígida política alfandegária. Houve a
formação de uma burguesia industrial, que
empregava o trabalho assalariado e era
dona dos meios de produção (máquinas,
galpões, equipamentos).
29.
30. O mercantilismo espanhol
• No mercantilismo espanhol, no século XVI não
foram muito desenvolvidos o comércio e a
manufatura, já que à Espanha o ouro e a prata
bastavam. Até mesmo suas colônias eram
abastecidas por manufaturas estrangeiras. O
rápido esgotamento dos minérios gerou a
desvalorização da moeda, e
consequentemente, uma grande inflação, que
prejudicou a classe mais pobre (assalariada)
mas beneficiou a burguesia de toda a Europa.
31.
32. O mercantilismo francês
• No século XVII, o mercantilismo estava fortemente
implantado no sistema econômico francês. O principal
aplicador do sistema mercantilista na França foi o
ministro das finanças francês Jean-Baptiste Colbert.
Ocupando este importante cargo, durante 22 anos no
governo do rei absolutista Luis XIV, Colbert estimulou a
industria francesa, incentivou as exportações e reduziu
as taxas alfandegárias internas.
Estas práticas mercantilistas ficaram conhecidas na
França como colbertismo e fizeram com que a
economia do país se fortalecesse, equiparando-se a
das potências européias da época.
35. 3.2. A hegemonia económica britânica:
condições de sucesso e arranque
industrial.
36. 3.2. A hegemonia económica britânica:
condições de sucesso e arranque
industrial.
1) Os progressos agrícolas
- sistema de rotação de culturas
- articulação entre a agricultura e a criação
de gado
- vedações (enclausures)
- campos cercados
37. • 2) O crescimento demográfico e a urbanização
(resulta de um desenvolvimento económico e de
uma migração para os centros urbanos)
- abundância e criação de postos de trabalho
- favorecimento de mão-de-obra jovem aos
diversos sectores de atividade
• 3) A criação de um mercado nacional
- revolução demográfica
- abolição das entraves à circulação dos produtos
- incremento dos produtos
- crescimento urbano
38. • 4) O alargamento do mercado externo
Europa:
- os produtos ingleses impunham-se no continente
pela qualidade e pelo baixo preço
Atlântico:
- comércio triangular (circuito de comércio
atlântico que ligava os continentes europeu,
africano e americano)
- tráfico negreiro (intenso comércio de escravos
negros que canalizou para a América grande
número de africanos)
39. • 5) O sistema financeiro
- bolsa de valores (instituição financeira em que se
transacionam bens mobiliários)
- canalização de poupanças particulares para o
financiamento de empresas
- alargamento do mercado de capitais
- criação do Banco de Inglaterra (vocacionado
para as operações necessárias ao grande
comércio e emitir notas)
40. 3.3 Portugal- dificuldades e
crescimento económico
• Em Portugal, o mercantilismo surgiu no século XVII com
o Conde da Ericeira e o Marquês de Fronteira com o
objetivo de proteger a economia portuguesa, que era
marcada por uma grande dependência face ao
exterior.
• As medidas tomadas por Conde da Ericeira passaram
por uma política de desvalorização monetária, que
encarecia os produtos estrangeiros importados e
embaratecia os portugueses, passavam também pelo
incentivo e proteção da indústria, e apoio ao comércio.
• As Leis Pragmáticas de 1677 que impediam as
importações de tecidos estrangeiros e luxos e
incentivavam o uso de produtos feitos no reino, foi de
todas a medida que mais se destacou.
41. A paragem do desenvolvimento
manufatureiro e o desenvolvimento da
viticultura
• A paragem do desenvolvimento manufatureiro
coincidiu com o desenvolvimento da viticultura. Esta
situação agravou a dependência económica de
Portugal relativamente à Inglaterra, o que deu origem à
assinatura do Tratado de Methuen.
• Através deste Tratado os vinhos portugueses entravam
em condições alfandegárias favoráveis no mercado
britânico; por outro lado, os têxteis da Grã-Bretanha
entravam em Portugal também em condições
aduaneiras favoráveis e livremente no mercado
brasileiro. Assim, o ouro brasileiro passou a escoar-se
para a Inglaterra, a fim de ajudar a pagar o défice
da balança comercial, e a indústria portuguesa
definhou
47. 4.1 O método experimental e o
progresso do conhecimento do
Homem e da Natureza
• A modernidade manifestou-se no domínio das
ciências da natureza e a sua matematização.
• O primado das representações livres deu lugar á
investigação livre, á experimentação e ao gosto
pela curiosidade e diversidade.
49. • Galileu Galilei
Filosofia mecanicista
Nova conceção que
antecedeu a filosofia cartesiana
50. •Francis Bacon
Filósofo e estadista inglês
Autor de Novum Organum
Ajudou no desenvolvimento do
método cientifico
51. •René Descartes
Filósofo e matemático francês
Autor da obra Discurso do Método
“ Corgito ergo sum “
52. 4.2 A filosofia das Luzes
• Iluminismo – Corrente filosófica que se
desenvolveu na Europa do século XVIII e
que se caracterizou pela crítica à
autoridade política e religiosa, pela
afirmação da liberdade e pela confiança
na Razão e no progresso da ciência, como
meios de atingir a felicidade humana.
53. O Direito Natural e o valor do indivíduo:
• O espírito e a filosofia das Luzes são
fundamentalmente burgueses;
• O Iluminismo valorizava a Razão, da qual são
dotadas todos os homens, independentemente da
sua condição social. A valorização da razão vinha
estabelecer um princípio de igualdade, onde todos
os indivíduos possuíam determinados direitos e
deveres conferidos pela Natureza;
• Pensadores como John Locke, mas principalmente
com o Iluminismo, definiram claramente um
conjunto básico dos direitos inerentes à natureza
humana: o direito à liberdade; o direito a um
julgamento justo; o direito à posse de bens e o
direito à liberdade de consciência.
54. O Contrato Social e a Separação dos Poderes
• O filósofo inglês John Locke criou a ideia de um
contrato livremente assumido entre governados e
governantes. Neste contexto o povo conferia aos seus
governantes a autoridade necessária ao bom
funcionamento do corpo social;
• A questão foi retomada por Rousseu que reforçou a
ideia de que a soberania popular se mantém, apesar
da transferência de poder dos governados para os
governantes;
• Formulada por Montesquieu, a teoria da separação dos
poderes advoga o desdobramento da autoridade do
Estado em três poderes fundamentais: poder legislativo,
que faz as leis; poder executivo, encarregado de as
fazer cumprir e poder judicial, que julga os casos de
desrespeito às leis.