O documento descreve o Romantismo na escultura e pintura em Portugal no século XIX. O movimento romântico valorizava a liberdade individual e a originalidade, cultivando a emoção e a fantasia. Na escultura destacaram-se temas inspirados na natureza e heroicos. Na pintura, valorizaram-se temas dramáticos e sentimentais inspirados na literatura e história, com ênfase na pintura histórica. Importantes pintores portugueses do período foram José Malhoa, Tomás da Anunciação e João
1. O ROMANTISMO EM PORTUGAL: ESCULTURA E PINTURA
Carolina Silva nº11
Daniela Adanjo nº13
2. INTRODUÇÃO
O que uniu os artistas do estilo romântico era a afirmação da liberdade individual.
Este movimento foi um tanto filosófico como literário ou artístico. Caracterizado por uma certa
inquietação existencial, procura também a originalidade e, exacerbação das sensações e o desvio á
norma e á ordem.
Estes artistas possuíam o gosto pela Idade Média e Ideias Nacionalistas.
3. COMO SURGIU O ROMANTISMO EM PORTUGAL?
O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX. Nas artes plásticas, o Romantismo é caraterizado
como um movimento oposto ao Neoclassicismo, por ser um estilo oposto à excessiva racionalidade
clássica, negando os princípios de harmonia, ordem e proporção.
O Romantismo surge nas artes, quando os artistas se apercebem da impossibilidade de negar certos
aspetos da criatividade humana. Pode então, ser caracterizado como um apelo ao individualismo,
exaltando o sentimento, a emoção e a genialidade.
4. Caraterísticas do Romantismo:
• Cultivou a emoção, fantasia, o sonho, a originalidade, evadindo a mente humana para mundos
exóticos onde se podia fantasiar e imaginar;
• Exaltação da natureza;
• Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo em que se formaram as nações);
• Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual; soberania da nação);
• Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal distinto do mundo; Deus e o mundo
seriam uma só substancia);
• Individualismo – visão centrada no individuo, muitas vezes expressada por emoções e sentimentos;
• Subjetivismo – o romântico trata a sua obra de forma pessoal, de acordo com a sua opinião sobre o
mundo;
• Idealização – o autor idealiza temas, exagerando em algumas das suas caraterísticas (ex: a mulher é
vista como uma virgem frágil; a noção de pátria também é idealizada).
5. •Temas do Romantismo:
• O regresso à natureza (é vista como um
universo natural e imaginário);
• Florestas melancólicas;
• Ruinas;
• Paisagens selvagens, com uma neblina
misteriosa;
• Regiões desertas;
• Tempestades marítimas;
• Ambientes exóticos com temas orientalizantes e
históricos, que relatam tradições e crenças
populares.
O Julgamento de Paris, do italiano Michele Rocca
6. Classicismo
Visão fria e racional do mundo
Formalismo; controlo;
disciplina intelectual
Romantismo
Mundo dos sentidos e imaginação
individual
Consequência da valorização do
campo sentimental
Emoção subjetiva; intuição
7. O Romantismo utiliza as inovações técnicas e
torna-se numa verdadeira fuga á realidade,
como se pode ver nos revivalismos,
orientalismos e jardins à inglesa, espalhados
quase por toda a Europa.
Tal como o Neoclassicismo, é um estilo centrado
no passado, mas valoriza a Idade Média e os
estilos artísticos que a caracterizam, utilizando-
os como reflexo dos nacionalismos emergentes -
Portugal elege o Neomanuelino como estilo
nacional.
O Balanço, de Nicolas Lancret
8. ESCULTURA
“O perfeccionismo não existe.
Entender isso constitui o triunfo da
inteligência humana: a expectativa de
alcançá-lo é o tipo de loucura mais
perigosa”
- Alfred de Musset
9. A escultura romântica é dominada, tal como o estilo, pelo
sentimento.
Para conseguir transmitir essa ideia, recorre a efeitos
expressivos como o dinamismo, o acabamento bruto e a
utilização do grupo escultórico. Os temas assumem-se como
parte fundamental da estratégia de exaltar os sentimentos,
representando o dramatismo da ação, o lado sentimental ou
acontecimentos heroicos.
Em simultâneo, surge a representação da natureza,
nomeadamente de animais, sem a presença humana. Em
Portugal a escultura segue o exemplo internacional, oscilando
entre influencias clássicas e uma aproximação ao Naturalismo.
O fim das guerras liberais e o crescente nacionalismo são
visíveis nos temas heroicos e históricos, enaltecendo as
grandes figuras do passado, encaradas como exemplos e
símbolos nacionais.
François Rude, A Marselhesa
10. As temáticas são inspiradas na natureza, são de caráter alegórico e relacionadas com fantasia, usando
personagens e temas heroicos e literários.
Este estilo, procurou exaltar a expressividade através da negação de superfícies lisas, através do uso
de composições movimentadas e dramáticas, mas de corpos realistas, com composições carregadas de
sentimento e emoção.
August Préault, Massacre (bronze)
Antoine Louis Barye, Jaguar
11. Assim, surgem nas grandes cidades, os monumentos públicos, em sintonia com a restante Europa,
compostas por esculturas e relevos em pedestais monumentais.
Destacam-se os seguintes monumentos:
o Camões, de Vítor Bastos (Lisboa);
o Afonso de Albuquerque, de Costa Mota Tio (Lisboa);
o D. Pedro IV, de Calmels (Porto);
o D. Pedro IV, Davioud e Robert (Lisboa).
Camões, de Vítor Bastos
D. Pedro IV, Davioud e Robert
13. Jean Baptiste Carpeaux, Ugolino
Soares dos Reis, O Desterrado
Jean Baptiste Carpeaux, A Dança
14. A Puberdade, de Simões de Almeida
A Infância de Caim, de Teixeira Lopes
15. PINTURA
“O romantismo não se encontra nem
na escolha dos temas nem na sua
verdade objetiva, mas no modo de
sentir. Para mim, o romantismo é a
expressão mais recente e atual da
beleza. E quem fala de romantismo fala
de arte moderna, quer dizer,
intimidade, espiritualidade, cor e
tendência ao infinito, expressos por
todos os meios de que as artes
dispõem"
- Texto por Baudelaire,
um poeta boémio e teórico da arte
francesa.
16. A pintura foi o ramo das artes mais significativo, pois foi ela o veículo que consolidaria definitivamente
o ideal de uma época, utilizando temas dramáticos e sentimentais, inspirados pela literatura e pela
história.
O seu conteúdo, valoriza mais os efeitos emotivos, do que os valores normalmente considerados de
arte.
Destaca-se principalmente a pintura histórica, e diminui a pintura sagrada. Como fatores históricos, a
Revolução Francesa serve de inspiração, transformando-a numa arte dramática como pode ser
percebida em Delacroix e Goya.
A Balsa da Medusa
Captura do Cavalo Bravo
17. As cores libertam-se e fortalecem-se, dando a impressão de
serem mais importantes do que o próprio conteúdo da obra.
A paisagem passou a desempenhar o papel principal na obra,
como cenário da composição, mas com uma estreita relação
com as personagens e com o seu meio de expressão.
Na França e em Espanha, o romantismo refletiu-se numa
pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo,
ao mesmo tempo dramático e tenebroso.
É o caso dos quadros de Delacroix, ou do “Colosso” de Goya,
que antecipou de certa forma, o inicio do impressionismo.
Colosso de Goya
18. Jean-Louis André Théodore Géricault
Foi um pintor francês. Nos seus primeiros quadros, Géricault
demonstrou uma grande admiração por David e pelos
preconceitos estéticos neoclássicos. Dedicou-se a
copiar Rubens, Velázquez e Caravaggio.
“Faz ver onde os outros não veem e ver de um modo diferente”
31. Tomás da Anunciação
Tomás José da Anunciação, pintor português da época do
romantismo que, após tentar vários géneros, acabou por se
dedicar à pintura de animais, no que se distinguiu.
35. JARDINS
O Jardim, como é chamado à moda
inglesa, é um dos elementos
indispensáveis no Romantismo.
É caracterizado por um arranjo
paisagístico, que tenta simular ou
melhorar a natureza, onde se integra o
edifício, bem como pavilhões
puramente cenográficos, falsas ruínas
e/ou pagodes.
Surge nesta época, como reação ao
jardim geométrico, dito à francesa, de
tradição barroca, tornando-se num
reflexo da mentalidade romântica e do
individualismo.
36. Em Portugal, apesar dos inúmeros exemplos, principalmente no norte do país, destaca-se o admirável
conjunto de jardins românticos em Sintra.
O parque do Palácio Nacional da Pena, bem como das restantes quintas históricas, das quais é
indispensável assinalar Monserrate e Regaleira. Os arranjos paisagísticos, povoados de espécies
exóticas vindas dos quatro continentes, integram-se no relevo da serra que, devido às características
do solo e clima, desenvolvem todas as espécies de forma invulgar.
Palácio da Pena, Vale dos Lagos
Palácio de Monserrate, Sintra
37. Os jardins da Quinta da Regaleira idealizados pelo arquiteto e
cenógrafo italiano Luigi Manini, exibem uma cenografia ligada
ao romantismo e influenciada pela corrente naturalista, cujo
principal fundamento é a Natureza enquanto símbolo máximo
da perfeição.
38. CONCLUSÃO
O Romantismo foi marcado pelo amor à natureza, livre e autêntica, pela aquisição de uma
sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela difusão de cores, refletindo assim o estado de
espírito do autor.
A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas
em cenas de caça ou de luta. São realçados os motivos heroicos e as homenagens solenes na forma de
estátuas a reis e militares.
A pintura romântica, em Portugal, foi marcada pelo naturalismo numa versão lírica, pitoresca e
sentimental das paisagens bucólicas e dos costumes do povo. Este estilo revela um sentimento
nacionalista na abordagem dos diferentes temas: paisagens, costumes, história e retratos.
O Romantismo utiliza as inovações técnicas e torna-se numa verdadeira fuga ao mundo real, como se
pode ver nos revivalismos, orientalismos e jardins à inglesa.