Trabalho efetuado no âmbito da disciplina de Filosofia. Foi uma apresentação que fiz com dois colegas do 10º Ano (ano letivo 2009/2010) na Escola Secundária Alves Martins de Viseu.
1. TRABALHO DE FILOSOFIA
TEORIA DEONTOLÓGICA DE KANT
Trabalho Realizado por:
Inês Oliveira Nº 18
João Sousa Nº 19
Jorge Lopes Nº 22
10ºN
Escola Secundária Alves Martins (2009/2010)
2. ÍNDICE
• Boa Vontade (Diapositivos 3 e 4)
• Acções Feitas por Dever e Acções Conformes ao
Dever (Diapositivos 5 e 6)
• Imperativos Categóricos e Hipotéticos (Diapositivos
7 e 8)
• Acções e Valores Morais (Diapositivos 9 e 10)
• A Fórmula da Lei Universal (Diapositivos 11 e 12)
• A Fórmula da Humanidade (Diapositivos 13 a 15)
• A Autonomia da Vontade (Diapositivos 16 a 18)
• Bibliografia (Diapositivo 19)
3. BOA VONTADE
• O tema da boa vontade é considerado tema central
da moral kantiana. Este será o fio condutor da
síntese das ideias morais de Kant.
• O QUE É BOA VONTADE?
• A Boa Vontade é uma vontade cujas decisões são
boas em sim mesmas. Assim ela opõe-se à vontade
útil, aquelas cujas decisões só valem como meios
para a realização de determinado fim. A vontade boa
é aquela que quer praticar boas acções, em virtude
do valor intrínseco que atribui a essas acções.
4. BOA VONTADE (CONT.)
• Uma vontade boa é a que age por dever. O que é agir por
dever?
• Para esclarecer esta noção de «agir por dever», Kant
distingue entre acções em conformidade com o dever e
acções por dever.
• A boa vontade é, do ponto de vista moral, a única coisa
absolutamente boa. O que torna boa a vontade é a
intenção que subjaz à sua acção.
• Podemos ver que o que caracteriza a boa vontade é
cumprir o dever sem outro motivo ou razão a não ser
fazer o que é correcto. Dirá Kant que a boa vontade é a
vontade que age com uma única intenção: cumprir o
dever pelo dever.
5. ACÇÕES FEITAS POR DEVER E ACÇÕES
CONFORMES AO DEVER
• Como nós já mostrámos no diapositivo
anterior, Kant, para esclarecer a noção de «agir por
dever», distingue entre acções em conformidade
com o dever e acções por dever.
• Kant não admite que se cumpra o dever em virtude
das desejáveis consequências que daí possam
resultar. Seria deixar, então, o cumprimento do
dever ao sabor das circunstâncias, dos interesses do
momento.
• Isso implicaria que, quando não tivéssemos
vantagem ou interesse em cumprir o dever, não
haveria razão alguma para o fazer.
6. ACÇÕES FEITAS POR DEVER E ACÇÕES
CONFORMES AO DEVER (CONT.)
• As acções em conformidade com o dever não são acções contrárias ao dever. No
entanto, nessas acções, para cumprir o dever, precisamos de razões suplementares. Mais
importante do dever é o nosso interesse pessoal.
• As acções feitas por dever são acções em que o cumprimento do dever é um fim em si
mesmo, isto é, cumprir o dever pelo dever. A vontade que decide agir por dever é a vontade
para a qual agir oportunamente é o único motivo na base da sua decisão. Essas acções
dispensam razões suplementares e não agem «com segundas intenções». Por outras
palavras, perante uma regra ou norma moral como, por exemplo, «Sê honesto», a vontade
respeita-a sem qualquer outra intenção.
• A questão essencial é: como cumprir de forma moralmente correcta o dever?
• A resposta desta questão está numa lei presente, segundo Kant, na consciência de todos os
seres racionais. Essa lei diz-nos de uma forma muito geral que devemos em qualquer
circunstância cumprir o dever pelo dever. Pensamos em normas morais como «Não deves
mentir», «Não deves matar» e «Não deves roubar».
• A lei moral, segundo Kant, diz-nos como cumprir esses deveres, qual a forma
correcta de os cumprir.
• Isto quer dizer o seguinte: A boa vontade age desinteressadamente, isto é, em intrínseco de
acordo com o dever. Ao agir por dever, ao considerar que determinada acção deve ser boa
por si mesma, deve ser realizada independentemente de qualquer fim exterior, a boa
vontade age por puro e simples respeito pela lei moral. É essa lei que é nosso
dever respeitar.
7. IMPERATIVOS CATEGÓRICOS E
HIPOTÉTICOS
• Devemos ter reparado que a lei moral exige um respeito
absoluto pelo dever e que se apresenta sob a forma de
imperativo («Deves»). Pensemos nos seguintes imperativos:
a) «Deves ser honesto porque a honestidade compensa».
b) «Deves ser honesto!».
• Na alínea (a) apresenta-se uma regra (deves ser honesto) e a
razão pela qual ela deve ser seguida. O cumprimento da
regra está associado a uma condição. «Se queres ser
compensado deves ser honesto». Trata-se de um
imperativo hipotético. Diz que só no caso de queremos
ser compensados devemos ser honestos. O cumprimento do
dever subordina-se a uma condição e, por isso, cumprindo o
dever, estamos, contudo, a fazê-lo por interesse.
8. IMPERATIVOS CATEGÓRICOS E
HIPOTÉTICOS (CONT.)
• Na alínea (b) apresenta-se uma regra cujo cumprimento
não depende de um interesse que assim queiramos
satisfazer. Diz-nos que devemos ser honestos porque
esse é o nosso dever e não porque é do nosso interesse. A
esta regra incondicional que exige o cumprimento do
dever sem qualquer outro motivo a não ser o respeito
pelo dever dá Kant o nome de imperativo categórico.
Este imperativo exige que ultrapassemos os nossos
interesses e ajamos de forma desinteressada. Kant
apresentou várias formulações desse imperativo
categórico para tentar explicar mais claramente o que é
agir por dever e como posso eu saber que estou a agir por
dever.
9. ACÇÕES E VALORES MORAIS
• Vimos que agir moralmente é agir por dever, agir por respeito
absoluto por uma lei – a lei moral. A lei moral é uma lei que se
apresenta sob a forma de imperativo categórico. A lei moral
não prescreve que se realize este ou aquele fim, não prescreve
os meios a utilizar para a realização de uma finalidade. Para
avaliar moralmente uma acção – para saber se é moralmente
correcta ou incorrecta – devemos dar especial atenção ao
motivo do agente.
• Ora, segundo Kant, o motivo do agente é indicado pela
máxima segundo a qual este age. Uma mesma acção pode
seguir máximas diferentes, ou seja, pode haver diferentes
motivos para a realizar. Por isso mesmo, conforme o motivo
ou a razão que nos leva a proceder de um certo modo, assim a
máxima terá valor moral ou não.
10. ACÇÕES E VALORES MORAIS (CONT.)
• A lei moral exige que a vontade ao escolher a
máxima da sua acção possa pretender que, sem
contradição, essa máxima valha para a vontade de
todo e qualquer ser racional. O que uma pessoa
escolhe com0 princípio da acção que é dessa pessoa
deve valor não só para essa mesma pessoa mas
também para todos os outros.
• Por outras palavras, a lei moral exige que ao fazer
isto ou aquilo uma pessoa o faça
independentemente de inclinações sensíveis, dando
à máxima que orienta a acção dessa pessoa um valor
universal.
11. A FÓRMULA DA LEI UNIVERSAL
• Kant apresentou várias fórmulas do imperativo categórico – o critério ético
fundamental para distinguir acções com valor moral de acções que não
cumprem, em virtude das suas máximas, tais requisitos.
• As duas formulações que se seguem são de especial importância onde
dizem-se o seguinte:
a) «Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo
tempo que se torne lei universal».
b) «Age como se a máxima da tua acção se devesse tornar, pela tua
vontade, lei universal da natureza».
• Uma máxima é moralmente aceitável se puder ser universalizada. Por
isso mesmo, agir por dever é assim agir segundo uma lei universal. A
boa vontade ao agir por dever é uma vontade cuja máxima vale
universalmente. Ao dar à sua acção a forma da universalidade a boa
vontade dá a si mesma a lei que determina o seu agir. Como a
universalidade é a forma característica da lei moral (lei de todo e
qualquer ser racional) diremos que a lei moral é uma lei que a boa
vontade produz para si ao converter a sua norma de acção em norma que
pode ser adoptada por qualquer outra vontade.
12. A FÓRMULA DA LEI UNIVERSAL (CONT.)
• Ora uma vontade que constitui para si
própria e por si própria a lei que se
determina a cumprir, rejeitando assim
influências exteriores, é uma vontade
autónoma. A boa vontade é, assim, uma
vontade autónoma, isto é, uma vontade
livre e racional.
13. A FÓRMULA DA HUMANIDADE
• Sempre que fazemos da satisfação dos nossos interesses
a finalidade única da nossa acção, não estamos a ser
imparciais e a máxima que seguimos não pode ser
universalizada. Assim sendo, estamos a usar os outros
apenas como meios, simples instrumentos que
utilizamos para nosso proveito.
• Explicitando o conteúdo da primeira fórmula do
imperativo categórico (a fórmula da lei universal), Kant
resumiu esta ideia noutra fórmula conhecida por
«fórmula da humanidade»:
• «Age de tal maneira que trata a humanidade, tanto na
tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre e
simultaneamente como fim e nunca apenas como
meio.».
14. A FÓRMULA DA HUMANIDADE (CONT.)
• Segundo esta fórmula, cada ser humano é um fim em si e
não como um simples meio. Por isso, será moralmente
errado instrumentalizar um ser humano, usá-lo como
simples meio para alcançar um objectivo. Os seres
humanos têm valor intrínseco absoluto, isto
é, dignidade.
• Devido à sua condição de ser racional, o ser humano tem
um valor incomparável. Como ser racional nenhum ser
humano vale mais do que outro.
• Uma vida humana não é mais valiosa do que outra nem
várias vidas humanas valem mais do que uma.
• Devido a esta fórmula, a ética kantiana é frequentemente
denominada «ética do respeito pelas pessoas».
15. A FÓRMULA DA HUMANIDADE (CONT.)
• Para além de a fórmula da humanidade exigir que o ser
racional respeite os outros seres racionais e seja por eles
respeitado, a fórmula da humanidade também diz que
nenhum ser humano se deve tratar a si mesmo apenas como
um meio. A prostituição e o sadomasoquismo são exemplos de
violação desta norma mesmo quando desrespeitamos
directamente os direitos dos outros, como no caso da
escravatura, da violação, do roubo e da mentira, estamos
também a abdicar da nossa dignidade.
• A fórmula não proíbe as pessoas de serem meios umas para as
outras porque, se o proibisse, proibiria qualquer prestação de
serviços. A lei moral não proíbe um comerciante de usar os
seus clientes para prosperar, mas, se ele enganar nos preços e
não devolver dinheiro esquecido pelos clientes, está a tratá-los
apenas como meios, instrumentos ou objectos.
16. A AUTONOMIA DA VONTADE
• A mais importante novidade da ética kantiana
consiste na afirmação de que nas decisões morais –
moralmente correctas – somos legisladores criando
regras válidas para todos os seres racionais.
• Os princípios do desinteresse, da imparcialidade e
do dever dizem a mesma coisa e têm as mesmas
implicações. Isto permite esclarecer o que são
deveres morais:
• O dever é uma regra estipulada por uma
razão desinteressada, imparcial.
17. A AUTONOMIA DA VONTADE (CONT.)
• Assim, podemos evitar o erro, bastante difundido, de
supor que os deveres morais são criações ou convenções
sociais. Ora, a teoria kantiana permite distinguir os
deveres morais das regras ditadas por quaisquer
autoridades exteriores ao agente.
• O indivíduo tem na sua razão o critério dos deveres. O
conflito entre o dever e os interesses que nos afastam do
dever explica por que o dever parece ter uma origem
numa autoridade exterior que nos contraria.
• Quando decidimos independentemente de quaisquer
interesses, isto é, quando somos imparciais e adoptamos
uma perspectiva universal, obedecemos a regras que
criámos ao mesmo tempo para nós e para todos os seres
racionais.
18. A AUTONOMIA DA VONTADE (CONT.)
• Uma vontade autónoma é uma vontade
puramente racional, que faz sua uma lei da
razão, lei presente na consciência de todos os
seres racionais. Ao agir por dever obedecemos à
voz da nossa razão e nada mais.
• Nas questões morais a vontade do ser humano
não é um meio para o cumprimento da vontade
de um outro ser.
19. OUTRAS INFORMAÇÕES ESSENCIAIS
• Questão: O que é a virtude?
• Resposta: É, segundo Kant, o bem supremo.
• Questão: O que é o bem supremo?
• Resposta: É o elemento principal do Soberano Bom ou
Bem Completo.
• Questão: Qual é o outro elemento?
• Resposta: É a felicidade.
• Questão: Qual a relação entre eles?
• Resposta: Podemos ser virtuosos sem ser felizes mas não
temos o direito à felicidade se não formos virtuosos.
Assim a virtude é o bem supremo, ou
seja, incondicionado, independente, e a felicidade é o
bem condicionado ou dependente.
20. BIBLIOGRAFIA
• «Filosofia – 10º Ano – Volume 1»; Autor: Luís
Rodrigues; Consultor Científico: Luís
Gottschalk; Ano: 2009; Editora: Plátano Editora
• Ficha de Informação «Síntese da Moral
Kantiana Com Base na Explicação do Conceito
de Boa Vontade: A Resposta à Questão ‘O Que
Devo Fazer?’» (conteúdos retirados do livro
«Filosofia – 12 º Ano – 1º Volume»; Autor: Luís
Rodrigues; Ano: 1990; Editora: Plátano Editora