NEOCLASSICISMO
• Movimento cultural europeu, do século XVIII
e parte do século XIX que defende a
retomada da arte antiga, especialmente
greco-romana, considerada modelo de
equilíbrio, clareza e proporção. Países de
início: França e Inglaterra alcançando apogeu
por toda Europa.
São Jorge e o Dragão – Peter Paul Rubens. Napoleão no Passo de Saint-Bernard
(1606-1610) (1801).
NEOCLASSICISMO
O aparecimento do Neoclassicismo se deve:
• Pela descoberta das ruinas de Pompeia e
Herculano(1719);
• Pelas campanhas napoleónicas do Egito (1798-
99), durante as quais recolheu espolio artístico e
arqueológico que se encontram atualmente em
museus de Paris, Londres e Berlim;
• Pelo desenvolvimento das ciências – historia e
arqueologia.
• Artistas, eruditos, colecionadores e viajantes
(desde o século XVII).
CARACTERÍSTICAS
• À sinuosidade dos estilos anteriores – o barroco
e o rococó - opõe a definição e o rigor formal.
• Retorno ao passado, pela imitação dos modelos
antigos greco-romanos;
• Arte entendida como imitação da natureza;
• Associados com a influência dos ideais dos
Iluminismo, que tinham como base o
racionalismo, combatiam as superstições e
dogmas religiosos, e enfatizavam o
aperfeiçoamento pessoal e o progresso social
dentro de uma forte moldura ética;
CARACTERÍSTICAS
• Defende a supremacia da técnica e a necessidade do
projeto – leia-se desenho – a comandar a execução da
obra, seja a tela ou o edifício;
• Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é,
sujeição aos modelos e as regras ensinadas nas
escolas ou academias de belas artes;
• Vínculo político com os ideais revolucionários
promovendo a emancipação temática das grandes
pinturas históricas, temas do cotidiano e mitológicas
– buscando equilíbrio e simplicidade;
PINTURA
• Na França, diante da revolução francesa, o
modelo clássico adquire sentido ético e
moral, associando-se a alterações na visão do
mundo social, flagrantes na vida cotidiana, na
simplificação dos padrões decorativos e na
forma despojada dos trajes. A busca de um
ideal estético da antiguidade vem
acompanhada da retomada de ideais de
justiça e civismo.
PINTURA
• De uma forma geral caracterizou-se pela
exaltação de elementos mitológicos ou pela
celebração de Napoleão. As figuras pareciam
fazer parte de uma encenação teatral e eram
desenhadas numa posição fixa, como que
interrompidas no meio de uma solene
representação. Na pureza das linhas e na
simplificação da composição, buscava-se uma
beleza deliberadamente estatuária. Os
contornos eram claros e bem delineados, as
cores, puras e realistas e a iluminação límpida.
ESCULTURA
• Os escultores neoclássicos foram marcados
pelo rigor e pela passividade e sua produção
academicista é considerada fria. A escultura
neoclássica inspirou-s na antiga tradição
greco-romana, adotando princípios de
ordem, clareza, austeridade, equilíbrio e
propósito, com um fundo moralizante.
CARACTERÍSTICAS
• Poses escultóricas;
• Anatomias corretas – evitavam o extremo
contorcionismo da estatuária barroca.
• Exatidão e clareza;
• Materiais nobres – pedra, mármore e granito;
• Predomínio de formas mais naturalistas;
• A temática privilegiou a história e mitologia
greco-romanas, com muitos elementos
alegóricos e grande ênfase no nu.
Antonio Canova: Perseu
com a cabeça da Medusa,
c. 1800, um dos maiores
ícones do Neoclassicismo
escultórico.
ARQUITETURA
• Na arquitetura percebemos melhor ideais
que se desenvolveram por toda Europa. De
uma forma geral, foi marcada pela
simplicidade, sendo que, em alguns casos,
observa-se uma nítida influência romana,
com as obras marcadas pela severidade e
monumentalidade, destacando-se
características da antiga produção grega,
fortemente revisitada neste período.
• Harmonia e Equilíbrio;
• Materiais nobres – pedra, mármore, granito, madeiras;
• Sistemas construtivos simples;
• Formas regulares, geométricas e simétricas;
• Arcos arredondados e abóbadas;
• Uso de cúpulas, com frequência marcadas pela
monumentalidade;
• Espaços interiores organizados segundo critérios
geométricos e formais de grande racionalidade.
• A decoração recorreu a elementos estruturais com formas
clássicas, à pintura mural e ao relevo em estuque.
NEOCLASSICISMO NO BRASIL
• O Neoclassicismo no Brasil deve seu florescimento à
influência europeia, onde era cultivado desde
meados do século XVIII. Seus primeiros sinais
apareceram na literatura e arquitetura, mas
somente no início do século XIX, a partir das
preferências da corte portuguesa, instalada no Rio
de Janeiro desde 1808, é que se tornou uma espécie
de "estilo oficial", passando a sobrepujar em mais
larga escala a arraigada tradição barroca.
NEOCLASSICISMO NO BRASIL
• Enquanto corrente estética, as primeiras manifestações
neoclássicas no Brasil ocorreram estando o território
imerso no estilo Barroco, que lá enraizara desde o século
XVII. O Barroco nacional fora marcado pela influência
dominante da Igreja Católica, dando seus principais frutos
no campo da arte sacra e sendo dirigido principalmente
para a catequese e o estímulo à devoção. Reagindo contra
esse modelo, o Neoclassicismo cultivou uma arte austera,
equilibrada e pouco dada a ornamentações, abordando
com mais ênfase também temas profanos e celebrando
uma sociedade laica. O Neoclassicismo brasileiro derivou
de várias vertentes, e não foi tão ortodoxo como em seus
inícios europeus, mesclando-se a antecipações românticas
e resíduos do barroco.
MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
• No âmbito artístico, a maior mudança aconteceu com
a chegada, em 26 de março de 1816, da missão
artística francesa, um grupo de renomados artistas,
sob a liderança de Joachim Lebreton, que vieram ao
Brasil com o propósito de fundar uma Academia
Imperial de Belas Artes e atualizar o cenário artístico
brasileiro, que ainda se encontrava ligado à arte
colonial de grande cunho religiosa, o Barroco.
Efetivamente, esta academia seria inaugurada
somente em 1826, entretanto, mudou a concepção
estética do país, disseminando um ensino baseado
nos ideais do neoclassicismo.
A PINTURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL
• Com a chegada da missão artística francesa, o
estilo acadêmico neoclássico é afirmado e desde
então, a preferência se faz por obras que
privilegiem e enunciem as qualidades artísticas
questionadas pela antiguidade clássica; o
equilíbrio, a clareza, a proporção, o belo, temas
heróicos, alegorias e idealização. Desse modo, é
classificado como inadequada e de mau-gosto a
arte colonial barroca, com seus excessos de
emoção e inspiração religiosa.
A PINTURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL
• No Brasil Império (1822 – 1889), era necessário
reafirmar (no sentido de reorganizar) uma identidade
nacional, difundir através da arte os grandes marcos e
conquistas da nação, para fortalecer o sentimento de
patriotismo, tendo em vista, a existência de uma
grande quantidade de pessoas iletradas, a arte mais
uma vez, assume um papel pedagógico. O
neoclassicismo vai atingir seu ápice na segunda
metade do século XIX, com a produção de telas de
grandes dimensões descrevendo cenas históricas,
além de alegorias e personagens brasileiros
retratados como heróis.
A PINTURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL
• Neste estilo de composição é imprescindível
a harmonia dos objetos dentro do campo
visual, todas as figuras são dispostas de
modo a nivelar o peso que adquirem nesse
espaço, dessa forma, o equilíbrio é atingido.
O nu feminino volta a fazer parte do
repertório artístico, remetendo à concepção
estética dos antigos gregos.
A ARQUITETURA NEOCLÁSSICA NO
BRASIL
• No Brasil, esse estilo arquitetônico se divide em dois grupos: Os
grandes centros litorâneos e nas províncias. No primeiro caso,
desenvolve-se um tipo de arquitetura mais complexa e fiel os
padrões europeus, pois contava com maior número de mão-de-
obra especializada e materiais para construção importados da
Europa. Nas províncias apresenta-se menos rebuscada, o estilo
neoclássico adorna apenas superficialmente as residências, e
mesmo assim, o barroco colonial ainda é visível em alguns
elementos destas casas, principalmente na materialidade
empregada para a construção. Isso acontece por dois motivos; a
falta de materiais adequados, que inviabilizou a sutileza da
arquitetura neoclássica; e segundo, a carência de mão de obra
especializada, o que implicou em cópias muitas vezes toscas das
grandes arquiteturas litorâneas pela mão de obra escrava.
Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro,
projeto de Domingos Monteiro modificado
por José Maria Jacinto Rebelo. CENTRO.