SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
Dois níveis de ACÇÃO:
-   a crónica de costumes              – associa-se ao
subtítulo “Episódios da Vida Romântica” – que engloba a
representação de cenários e ambientes onde personagens
(principais e figurantes) agem e interagem;

-   a intriga   - constituída fundamentalmente pelos
amores de Carlos e Mª Eduarda – intriga principal. (intriga
secundária: protagonizada por Pedro da Maia e Maria
Monforte)

- Feição TRÁGICA da acção d’ Os Maias advém dos
seguintes aspectos:
       - do fatalismo e da temática do incesto;
       - da importância atribuída ao destino (enquanto
força de       destruição);
       - dos presságios e símbolos de natureza trágica.
Capítulo I – Resumo         por tópicos:
• Apresentação do Ramalhete (casa de residência, em Lisboa, de
Afonso da Maia e seu neto, Carlos da Maia).
• Apresentação da família Maia com destaque para a
caracterização física e psicológica de Afonso da Maia.
• Exílio de Afonso da Maia por ser partidário das ideais liberais.
• Casamento de Afonso da Maia com D. Maria Eduarda
Runa, uma mulher conservadora e com ideais opostos aos do
marido.
• Nascimento de Pedro da Maia.
• Educação de Pedro da Maia (modelo educacional imposto pela
mãe e contrário aos valores de Afonso da Maia).
• Morte de Maria Eduarda Runa.
• Casamento de Pedro da Maia com Maria Monforte (uma mulher
muito elegante e muito bela, com toilettes deslumbrantes).
Capítulo II – Resumo por tópicos:

• Partida de Pedro e Maria para Itália, onde tencionam passar o
Inverno;
• Maria, enfastiada de Roma, suspira por Paris e deseja “gozarem ali
um lindo Inverno de amor”;
• Gravidez de Maria e regresso a Lisboa;
• Pedro da Maia, antes de partir, escreve uma carta comovida ao pai,
informando-o do seu regresso e dando-lhe a notícia de que iria ter
um neto;
• Chegada a Lisboa. Ida de Pedro a Benfica (onde era suposto
encontrar o pai – que entretanto partira para Santa Olávia);
• Pedro e Maria fixam-se em Arroios;
• Nascimento da filha; Pedro, magoado, não informa o pai;
• Nascimento do filho, Carlos; tentativa de reconciliação com o pai;
• Trancredo e Alencar começam a frequentar os serões da casa de
Arroios;
• Fuga da Monforte com Tancredo, levando com ela a filha;
• Ida de Pedro a casa do pai, em Benfica, levando o filho consigo;
• Suicídio de Pedro da Maia;
• Partida de Afonso com o neto para Santa Olávia. Todos os criados
o acompanham.
ESPAÇO (exterior e interior)

O Ramalhete é o nome da casa onde se inicia e se desenrola grande
parte da acção da obra.

…………

“casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no outono de 1875“
(pág. 5)

“Este inútil pardieiro (como lhe chamava o Vilaça Júnior, agora por
morte de seu pai administrador dos Maias) só veio a servir, nos fins
de 1870, para lá se arrecadarem as mobílias e as louças…” (pág. 6)

"Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete,
sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas
janelas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de
janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de
residência eclesiástica que competia a uma edificação dos tempos da
Sra. D. Maria I; com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar-
se-ia a um colégio de jesuítas” (pág. 5)
"o Ramalhete possuia apenas, ao fundo de um terraço de tijolo,
um pobre quintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um
cipestre, um cedro, uma cascatazinha seca, um tanque entulhado,
e uma estátua de mármore...enegrecendo a um canto na lenta
humanidade das ramagens silvestres." (pág. 6)

“O procurador compôs logo um relatório a enumerar os
inconvenientes do casarão: o maior era necessitar tantas obras e
tantas despesas; depois a falta de um jardim, devia ser muito
sensível a quem saía dos arvoredos de Santa Olávia; e por fim
aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre fatais
aos Maias as paredes do Ramalhete…” (pág. 7) (indício de fatalidade)

“Ao fim de ano… do antigo Ramalhete só restava a fachada
tristonha… O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão
lôbrego, nu lajeado de pedregulhos – agora resplandecente, com
um pavimento quadrilhado e mármores brancos e vermelhos…”
(pág. 8 e 9)
O Ramalhete situava-se na Rua de São Francisco de Paula
(actualmente: Rua Presidente Manuel de Arriaga), Janelas Verdes, Lisboa. O
seu nome deriva do painel de azulejos com um ramo de girassóis
pintados que se encontrava no lugar heráldio, ao invés do brasão
de família. Estes girassóis simbolizam a ligação da família à terra,
à agricultura bem como a efemeridade da vida.




                                                                     Imagem: google
                                                                     maps.com – R.
                                                                     Presidente Manuel de
                                                                     Arriaga (antiga R. S.
                                                                     Francisco de Paula
Em Os Maias, o Ramalhete é visto em três perspectivas diferentes:
       1ª - Posto ao abandono (cap. I, pág. 6);
       2ª - Habitada por Carlos da Maia e o avô, depois de
       decorada por um inglês;
       3ª - Dez anos depois do desfecho da intriga principal,
       posta novamente ao abandono, depois de ser habitada
       dois anos.

Quatro elementos:
• o cipreste e o cedro [simbolizam a morte, por
associação destas árvores aos cemitérios];


                                   Imagem 1:
                                   http://www.fotosearch.c
                                   om.br/CSP005/k005029
                                   5/




• a cascatazinha (seca) [este adjectivo simboliza a ausência   Imagem 2:

 de vida. O uso do diminutivo inclui na obra queiroziana,
                                                               http://images.google.com/im
                                                               gres?imgurl=http://www.diaa

 geralmente, uma caracterização depreciativa e irónica.
                                                               dia.pr.gov.br/tvpendrive/arqu
                                                               ivos/File/imagens/4geografia

 No entanto, aqui o objectivo de Eça é dar a impressão
                                                               /7cedro_libano_2.


 de que é algo simples, singelo];
• a estátua da Vénus (enegrecendo a um canto na lenta
humindade) [Enegrecendo - O uso do gerúndio confere uma
ideia de continuidade que já vem do passado.
Canto - Esta expressão reforça a ideia de abandono do local.
Geralmente um canto é um local solitário e esquecido, ao passo
que a estátua de Vénus acompanha o estado de abandono do
edifício.
Lenta humidade - Esta expressão é uma marca do estilo pessoal
do autor. O objectivo, ao trocar muito por lento, é realçar o passar
dos anos, e não a quantidade de humidade].




                                                    Imagem: in http://www.lithis.net/36
Personagens

Afonso da Maia
         era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes: e com
a sua face larga e nariz aquilino, a pele corada, qause vermelha, o cabelo
branco todo cortado à escovinha, e a barba de neve aguda e longa – lembrava
como dizia Carlos, um varão esforçado das idades heróicas, um D. Duarte de
Meneses ou um Afonso Albuquerque. E isto fazia sorrir o velho… [era] apenas
uma antepassado bonacheirão que amava os seus livros, o conchego da sua
poltrona, o seu whist ao canto do fogão… Parte do seu rendimento ia-se-lhe
por entre os dedos, esparsamente, numa caridade enternecida. Cada vez
amava mais o que é pobre e o que é fraco.” (pág. 12)

          Enquanto jovem adere aos ideais do Liberalismo e é obrigado, por
seu pai (Caetano da Maia) (13), a sair de casa; instalando-se em Inglaterra
(14) mas, falecido o pai, regressa a Lisboa para casar com Maria Eduarda
Runa (15). Mais tarde, dedica a sua vida ao neto Carlos e já velho passa o
tempo em conversas com os amigos, lendo com o seu gato – Reverendo
Bonifácio – aos pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país.
Maria Eduarda Runa

         é a mulher de Afonso da Maia (que grande parte do romance
já é viúvo). É uma personagem bastante doente, fraca e religiosa. “uma
linda morena, mimosa e um pouco adoentada” (15), “Pensativa e triste,
tossia sempre pelas salas… Verdadeira lisboeta, pequenina e trigueira,
… tinha vivido desde que chegara num ódio surdo àquela terra de
hereges e ao seu idioma bárbaro… indo refugiar-se no sótão com as
criadas portuguesas, para rezar o terço...” (17)
         Insiste em dar uma educação típica portuguesa ao seu filho,
Pedro da Maia, e Afonso da Maia, seu marido, não concorda mas
acaba por ceder. “Odiando tudo o que era inglês, não consentira que
seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond.” (17) Um
tio desta personagem, um dia, julgando-se Judas, enforcou-se numa
figueira. Afonso preocupa-se ao descobrir uma parecença entre seu
filho, Pedro, e um retrato deste tio (22).
         Maria “morreu, numa agonia terrível de devota, debatendo-se
dias nos pavores do Inferno” (21)
Pedro da Maia

…ficara pequenino e nervoso como Maria Eduarda, tendo pouco da
raça e da força dos Maias; a sua linda face oval de um trigueiro
cálido, dois olhos maravilhosos e irresistíveis… Desenvolvera-se
lentamente, sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a animais, a
flores, a livros. Nenhum desejo forte parecera jamais vibrar naquela
alma meio adormecida e passiva… Tomara birra ao padre
Vasques, mas não ousava desobedecer-lhe. Era em tudo fraco; e esse
abatimento contínuo de todo o seu ser resolvia-se a espaços em crises
de melancolia negra, que o traziam dias e dias
mudo, murcho, amarelo, com as olheiras fundas e já velho. (20)

Pedro é vítima de uma educação retrógrada. O seu único sentimento
vivo e intenso fora a paixão pela mãe, até se apaixonar por Maria
Monforte (22), paixão que lhe dá até força para contrariar o pai (30).
Apresenta uma enorme cobardia moral (como demonstra a reacção do
suicídio face à fuga da sua mulher) (cap. II, 52).
         É o protótipo do herói romântico.
Educação Portuguesa Retrógada: breve crítica social

A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela (Maria Runa) à heresia;
- e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do
conde Runa.
        O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a
cartilha…
        - Quantos são os inimigos da alma?
        E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
        - Três. Mundo, Diabo e Carne…
        Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo
Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com
o lenço do rapé sobre o joelho…
        Quando Afonso o queria levar, correr com ele sob as árvores
do Tamisa… a mamã acudia de dentro, em terror, a abafá-lo numa
grande manta: depois lá fora, o menino, acostumado ao colo das
criadas e aos recantos estofados, tinha medo do vento e das
árvores… todo acobardado das sombras do bosque vivo, o pai
vergando os ombros, pensativo, triste daquela fraqueza do filho…
(18)
A personagem Pedro da Maia é…
-Fruto das características hereditárias da família Runa

e

-Do meio socio-cultural em que é educado,

portanto…

verifica-se na concepção desta personagem algumas
características do Realismo – neste caso, o apreço pelo
Determinismo (o meio e as características hereditárias
provocam determinados comportamentos).
Maria Monforte

         Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos
loiros, de um oiro fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e
clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-na toda; a friagem fazia-
lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave de
estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia –
pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de imortal e superior à
Terra. (22)
         Ela oferecia verdadeiramente a encarnação de um ideal da
Renascença, um modelo Ticiano… (24)
         Nunca Maria Monforte aparecera mais bela: tinha uma dessas
toilettes excessivas e teatrais que ofendiam Lisboa, e faziam dizer às
senhoras que ela se vestia “como uma cómica”. (26)
         Maria, abrigada sob uma sombrinha escarlate, trazia um
vestido cor-de-rosa cuja roda, toda em folhos, quase cobria os joelhos
de Pedro, sentado a seu lado… E a sua face, grave e pura, como um
mármore grego aparecia realmente adorável, iluminada pelos olhos de
um azul sombrio, entre aqueles tons rosados. (29)
       É o protótipo da mulher anjo/demónio tipicamente romântica.
INTRIGA SECUNDÁRIA:

• Amores de Pedro e Maria Monforte (I, 22);

• Casamento de Pedro e Maria Monforte (contrariando a posição de
Afonso) (I, 30);

• Viagem por Itália e França, vivendo uma felicidade de novela (II, 32);

• Nascimento de Maria Eduarda (34);

•Afonso recusa reconciliação com o filho;

• Existência festiva e luxuosa em Arroios (Maria detesta Afonso,
apelidando-o de D. Fuas ou Barbatanas) (II, 35);

•Nascimento de Carlos Eduardo [nome inspirado numa novela de que
era herói o último Stuart, o romanesco príncipe Carlos Eduardo; e
namorada dela, das suas aventuras e desgraças, queria dar esse nome
a seu filho… Carlos Eduardo da Maia! Um tal nome parecia-lhe conter
todo um destino de amores e façanhas. (38)
• Fuga de Maria Monforte com Tancredo, levando Maria e deixando
Carlos com Pedro (46) “É uma fatalidade, parto para sempre com
Tancredo, esquece-me que não sou digna de ti, e levo Maria, que me não
posso separar dela” ;

• Suicídio de Pedro em casa do pai em Benfica (52) Uma brasa morria no
fogão. A noite parecia mais áspera. Eram de repente vergastadas de água
contra a vidraça… depois havia uma calma tenebrosa… nesse silêncio as
goteiras punham um pranto lento…
         - Está uma noite de Inglaterra – disse Afonso…
Mas a esta palavra Pedro erguera-se, impetuosamente. Decerto o ferira a
ideia de Maria, longe, num quarto alheio agasalhando-se no leito do
adultério entre os braços do outro…
         - Estou realmente cansado, meu pai, vou-me deitar. Boa noite…
amanhã conversaremos mais.
         Beijou-lhe a mão e saiu devagar… Afonso demorou-se ainda
ali… Deram dez horas. Antes de se recolher foi ao quarto onde se fizera
a cama da ama… No vasto leito o pequeno (Carlos) dormia como um
Menino Jesus cansado com o seu guizo apertado na mão… A madrugada
clareava, Afonso ia adormecendo – quando de repente um tiro atroou a
casa… Pedro… caído de bruços, numa poça de sangue que ensopava o
tapete, Afonso encontrou seu filho morto.
Tratamento do Tempo:
-Introdução: 1875 (cerca de 5 páginas) – descrição do Ramalhete.

-ANALEPSE: de 1820 a 1875 (cerca de 85 páginas – inicia-se
na pág. 13 (cap. I) e prolonga-se até à pág. 95 (cap. IV).

    • nesta grande analepse inclui-se a intriga secundária: os
    amores de Pedro e Mª Monforte a um ritmo de novela – narração
    rápida, típica da escola literária Romântica.

    (Juventude de Afonso da Maia / Exílio de Afonso / Casamento
    de Afonso com Mª Eduarda Runa / Infância de Pedro /
    Juventude, amores e casamento de Pedro / Suicídio de Pedro /
    Infância e educação de Carlos em Santa Olávia / Carlos cursa
    Medicina em Coimbra / Primeira viagem de Carlos pela Europa)
Narrador: Cap. I e II

     Focalização OMNISCIENTE

 Atenção: esta focalização altera-se nos
        capítulos subsequentes
         focalização interna
(isto é, a narração é feita sob o ponto de vista de
 determinadas personagens – primordialmente…
 Carlos e Ega – mas há excepções a identificar…)
Linguagem e estilo – Cap I e II:

-Discurso indirecto livre;
- Adjectivação expressiva (dupla e tripla adjectivação);
- Acumulação de sensações;
- Diminutivo;
- Gerúndio;
- Advérbio de modo;
- Estrangeirismo;
- Hipálage;
- Ironia;
- Comparação;
-Metáfora.
    (NOTA: nos excertos anteriormente apresentados foram destadas a cor os respectivos recuros estilísticos aqui mencionados.)
Bibliografia:

- QUEIRÓS, Eça de, Os Maias, Edição Livros do Brasil, Lisboa;
- REIS, Fernando Egídio et al, Análise da obra – Os Maias de Eça de
Queirós –, Texto Editores, 28, 1998;
- http://www.lithis.net/36
- http://portuguesonline2.no.sapo.pt/webqeca.htm
- google.maps;
- material compilado e fornecido na aula.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraAlexandra Madail
 
Os Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaOs Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaAntónio Fernandes
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana SofiaJoana Azevedo
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoLurdes Augusto
 
Os Maias Episódios da Vida Romântica
Os Maias   Episódios da Vida RomânticaOs Maias   Episódios da Vida Romântica
Os Maias Episódios da Vida RomânticaPatrícia Pereira
 
Narrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os MaiasNarrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os MaiasDina Baptista
 
Os Maias, capítulos I a IV
Os Maias, capítulos I a IVOs Maias, capítulos I a IV
Os Maias, capítulos I a IVDina Baptista
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Maria Góis
 
A Educação nos Maias
A Educação nos MaiasA Educação nos Maias
A Educação nos Maiasmauro dinis
 
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVAMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVEmília Maij
 
Corrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os MaiasCorrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os Maiasmauro dinis
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoAlexandra Canané
 

Mais procurados (20)

Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
 
Os Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaOs Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da Maia
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
 
Os maias a intriga
Os maias   a intrigaOs maias   a intriga
Os maias a intriga
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
 
Frei Luís de Sousa
Frei Luís de Sousa  Frei Luís de Sousa
Frei Luís de Sousa
 
Os Maias Episódios da Vida Romântica
Os Maias   Episódios da Vida RomânticaOs Maias   Episódios da Vida Romântica
Os Maias Episódios da Vida Romântica
 
Narrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os MaiasNarrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os Maias
 
Os Maias, capítulos I a IV
Os Maias, capítulos I a IVOs Maias, capítulos I a IV
Os Maias, capítulos I a IV
 
Os maias personagens
Os maias personagensOs maias personagens
Os maias personagens
 
Os Maias - Capítulo I
Os Maias - Capítulo IOs Maias - Capítulo I
Os Maias - Capítulo I
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
 
A Educação nos Maias
A Educação nos MaiasA Educação nos Maias
A Educação nos Maias
 
Os Maias - Capítulo III
Os Maias - Capítulo IIIOs Maias - Capítulo III
Os Maias - Capítulo III
 
Os Maias - Capítulo XI
Os Maias - Capítulo XIOs Maias - Capítulo XI
Os Maias - Capítulo XI
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVAMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
 
Corrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os MaiasCorrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os Maias
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
 
Frei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, sínteseFrei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, síntese
 

Semelhante a Os Maias: Cap. I e II

Introcapicapii 130102171741-phpapp02
Introcapicapii 130102171741-phpapp02Introcapicapii 130102171741-phpapp02
Introcapicapii 130102171741-phpapp02João Martins
 
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumoViagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumocarlos h carneiro
 
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maias
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maiasKatipsoi zunontee guerreiro_os_maias
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maiaskatipsoi_zunontee
 
Segundo momento modernista prosa
Segundo momento modernista  prosaSegundo momento modernista  prosa
Segundo momento modernista prosaAna Batista
 
Livros da literatura brasileira
Livros da literatura brasileiraLivros da literatura brasileira
Livros da literatura brasileiraGabriel Martins
 
Apresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os MaiasApresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os MaiasNeizy Mandinga
 
Inocência-Visconde de Taunay
Inocência-Visconde de TaunayInocência-Visconde de Taunay
Inocência-Visconde de TaunayRagloferreira
 
2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)rillaryalvesj
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126luisprista
 
Os maias análise
Os maias análiseOs maias análise
Os maias análiseluiza1973
 
Trabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasTrabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasJoana_bessa
 

Semelhante a Os Maias: Cap. I e II (20)

Introcapicapii 130102171741-phpapp02
Introcapicapii 130102171741-phpapp02Introcapicapii 130102171741-phpapp02
Introcapicapii 130102171741-phpapp02
 
-Resumos-Dos-Maias.pdf
-Resumos-Dos-Maias.pdf-Resumos-Dos-Maias.pdf
-Resumos-Dos-Maias.pdf
 
Teste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xxTeste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xx
 
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumoViagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
 
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maias
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maiasKatipsoi zunontee guerreiro_os_maias
Katipsoi zunontee guerreiro_os_maias
 
Os Maias - aspetos básicos
Os Maias - aspetos básicosOs Maias - aspetos básicos
Os Maias - aspetos básicos
 
Segundo momento modernista prosa
Segundo momento modernista  prosaSegundo momento modernista  prosa
Segundo momento modernista prosa
 
Livros da literatura brasileira
Livros da literatura brasileiraLivros da literatura brasileira
Livros da literatura brasileira
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Apresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os MaiasApresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os Maias
 
Os Maias de A a Z
Os Maias de A a ZOs Maias de A a Z
Os Maias de A a Z
 
Inocência-Visconde de Taunay
Inocência-Visconde de TaunayInocência-Visconde de Taunay
Inocência-Visconde de Taunay
 
2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)
 
Simulado 2
Simulado 2Simulado 2
Simulado 2
 
Eça de Queiroz
Eça de QueirozEça de Queiroz
Eça de Queiroz
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 125-126
 
Os maias
Os maiasOs maias
Os maias
 
Lima barreto
Lima barretoLima barreto
Lima barreto
 
Os maias análise
Os maias análiseOs maias análise
Os maias análise
 
Trabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasTrabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os Maias
 

Mais de sin3stesia

Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos
Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolosMensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos
Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolossin3stesia
 
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantossin3stesia
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiasin3stesia
 
Tempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à ÍndiaTempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à Índiasin3stesia
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelosin3stesia
 
Batalha de Aljubarrota
Batalha de AljubarrotaBatalha de Aljubarrota
Batalha de Aljubarrotasin3stesia
 
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os LusíadasA Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadassin3stesia
 
Texto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriasTexto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriassin3stesia
 
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_CavaleirosAuto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleirossin3stesia
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteirasin3stesia
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptsin3stesia
 
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_InfernoQuadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Infernosin3stesia
 
Rubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralRubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralsin3stesia
 
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho EscritoRubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho Escritosin3stesia
 
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos CriativosRubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos Criativossin3stesia
 
Jorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiaJorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiasin3stesia
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticassin3stesia
 
Florbela Espanca
Florbela EspancaFlorbela Espanca
Florbela Espancasin3stesia
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualizaçãosin3stesia
 

Mais de sin3stesia (20)

Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos
Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolosMensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos
Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos
 
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
Tempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à ÍndiaTempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à Índia
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
 
Batalha de Aljubarrota
Batalha de AljubarrotaBatalha de Aljubarrota
Batalha de Aljubarrota
 
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os LusíadasA Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
 
Texto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriasTexto dramático história e categorias
Texto dramático história e categorias
 
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_CavaleirosAuto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
 
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_InfernoQuadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
 
Rubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralRubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oral
 
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho EscritoRubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
 
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos CriativosRubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
 
Jorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiaJorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografia
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticas
 
Florbela Espanca
Florbela EspancaFlorbela Espanca
Florbela Espanca
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualização
 

Último

A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 

Último (20)

A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 

Os Maias: Cap. I e II

  • 1.
  • 2. Dois níveis de ACÇÃO: - a crónica de costumes – associa-se ao subtítulo “Episódios da Vida Romântica” – que engloba a representação de cenários e ambientes onde personagens (principais e figurantes) agem e interagem; - a intriga - constituída fundamentalmente pelos amores de Carlos e Mª Eduarda – intriga principal. (intriga secundária: protagonizada por Pedro da Maia e Maria Monforte) - Feição TRÁGICA da acção d’ Os Maias advém dos seguintes aspectos: - do fatalismo e da temática do incesto; - da importância atribuída ao destino (enquanto força de destruição); - dos presságios e símbolos de natureza trágica.
  • 3. Capítulo I – Resumo por tópicos: • Apresentação do Ramalhete (casa de residência, em Lisboa, de Afonso da Maia e seu neto, Carlos da Maia). • Apresentação da família Maia com destaque para a caracterização física e psicológica de Afonso da Maia. • Exílio de Afonso da Maia por ser partidário das ideais liberais. • Casamento de Afonso da Maia com D. Maria Eduarda Runa, uma mulher conservadora e com ideais opostos aos do marido. • Nascimento de Pedro da Maia. • Educação de Pedro da Maia (modelo educacional imposto pela mãe e contrário aos valores de Afonso da Maia). • Morte de Maria Eduarda Runa. • Casamento de Pedro da Maia com Maria Monforte (uma mulher muito elegante e muito bela, com toilettes deslumbrantes).
  • 4. Capítulo II – Resumo por tópicos: • Partida de Pedro e Maria para Itália, onde tencionam passar o Inverno; • Maria, enfastiada de Roma, suspira por Paris e deseja “gozarem ali um lindo Inverno de amor”; • Gravidez de Maria e regresso a Lisboa; • Pedro da Maia, antes de partir, escreve uma carta comovida ao pai, informando-o do seu regresso e dando-lhe a notícia de que iria ter um neto; • Chegada a Lisboa. Ida de Pedro a Benfica (onde era suposto encontrar o pai – que entretanto partira para Santa Olávia); • Pedro e Maria fixam-se em Arroios; • Nascimento da filha; Pedro, magoado, não informa o pai; • Nascimento do filho, Carlos; tentativa de reconciliação com o pai; • Trancredo e Alencar começam a frequentar os serões da casa de Arroios; • Fuga da Monforte com Tancredo, levando com ela a filha; • Ida de Pedro a casa do pai, em Benfica, levando o filho consigo; • Suicídio de Pedro da Maia; • Partida de Afonso com o neto para Santa Olávia. Todos os criados o acompanham.
  • 5. ESPAÇO (exterior e interior) O Ramalhete é o nome da casa onde se inicia e se desenrola grande parte da acção da obra. ………… “casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no outono de 1875“ (pág. 5) “Este inútil pardieiro (como lhe chamava o Vilaça Júnior, agora por morte de seu pai administrador dos Maias) só veio a servir, nos fins de 1870, para lá se arrecadarem as mobílias e as louças…” (pág. 6) "Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas janelas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica que competia a uma edificação dos tempos da Sra. D. Maria I; com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar- se-ia a um colégio de jesuítas” (pág. 5)
  • 6. "o Ramalhete possuia apenas, ao fundo de um terraço de tijolo, um pobre quintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um cipestre, um cedro, uma cascatazinha seca, um tanque entulhado, e uma estátua de mármore...enegrecendo a um canto na lenta humanidade das ramagens silvestres." (pág. 6) “O procurador compôs logo um relatório a enumerar os inconvenientes do casarão: o maior era necessitar tantas obras e tantas despesas; depois a falta de um jardim, devia ser muito sensível a quem saía dos arvoredos de Santa Olávia; e por fim aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre fatais aos Maias as paredes do Ramalhete…” (pág. 7) (indício de fatalidade) “Ao fim de ano… do antigo Ramalhete só restava a fachada tristonha… O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lôbrego, nu lajeado de pedregulhos – agora resplandecente, com um pavimento quadrilhado e mármores brancos e vermelhos…” (pág. 8 e 9)
  • 7. O Ramalhete situava-se na Rua de São Francisco de Paula (actualmente: Rua Presidente Manuel de Arriaga), Janelas Verdes, Lisboa. O seu nome deriva do painel de azulejos com um ramo de girassóis pintados que se encontrava no lugar heráldio, ao invés do brasão de família. Estes girassóis simbolizam a ligação da família à terra, à agricultura bem como a efemeridade da vida. Imagem: google maps.com – R. Presidente Manuel de Arriaga (antiga R. S. Francisco de Paula
  • 8. Em Os Maias, o Ramalhete é visto em três perspectivas diferentes: 1ª - Posto ao abandono (cap. I, pág. 6); 2ª - Habitada por Carlos da Maia e o avô, depois de decorada por um inglês; 3ª - Dez anos depois do desfecho da intriga principal, posta novamente ao abandono, depois de ser habitada dois anos. Quatro elementos: • o cipreste e o cedro [simbolizam a morte, por associação destas árvores aos cemitérios]; Imagem 1: http://www.fotosearch.c om.br/CSP005/k005029 5/ • a cascatazinha (seca) [este adjectivo simboliza a ausência Imagem 2: de vida. O uso do diminutivo inclui na obra queiroziana, http://images.google.com/im gres?imgurl=http://www.diaa geralmente, uma caracterização depreciativa e irónica. dia.pr.gov.br/tvpendrive/arqu ivos/File/imagens/4geografia No entanto, aqui o objectivo de Eça é dar a impressão /7cedro_libano_2. de que é algo simples, singelo];
  • 9. • a estátua da Vénus (enegrecendo a um canto na lenta humindade) [Enegrecendo - O uso do gerúndio confere uma ideia de continuidade que já vem do passado. Canto - Esta expressão reforça a ideia de abandono do local. Geralmente um canto é um local solitário e esquecido, ao passo que a estátua de Vénus acompanha o estado de abandono do edifício. Lenta humidade - Esta expressão é uma marca do estilo pessoal do autor. O objectivo, ao trocar muito por lento, é realçar o passar dos anos, e não a quantidade de humidade]. Imagem: in http://www.lithis.net/36
  • 10. Personagens Afonso da Maia era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes: e com a sua face larga e nariz aquilino, a pele corada, qause vermelha, o cabelo branco todo cortado à escovinha, e a barba de neve aguda e longa – lembrava como dizia Carlos, um varão esforçado das idades heróicas, um D. Duarte de Meneses ou um Afonso Albuquerque. E isto fazia sorrir o velho… [era] apenas uma antepassado bonacheirão que amava os seus livros, o conchego da sua poltrona, o seu whist ao canto do fogão… Parte do seu rendimento ia-se-lhe por entre os dedos, esparsamente, numa caridade enternecida. Cada vez amava mais o que é pobre e o que é fraco.” (pág. 12) Enquanto jovem adere aos ideais do Liberalismo e é obrigado, por seu pai (Caetano da Maia) (13), a sair de casa; instalando-se em Inglaterra (14) mas, falecido o pai, regressa a Lisboa para casar com Maria Eduarda Runa (15). Mais tarde, dedica a sua vida ao neto Carlos e já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo com o seu gato – Reverendo Bonifácio – aos pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país.
  • 11. Maria Eduarda Runa é a mulher de Afonso da Maia (que grande parte do romance já é viúvo). É uma personagem bastante doente, fraca e religiosa. “uma linda morena, mimosa e um pouco adoentada” (15), “Pensativa e triste, tossia sempre pelas salas… Verdadeira lisboeta, pequenina e trigueira, … tinha vivido desde que chegara num ódio surdo àquela terra de hereges e ao seu idioma bárbaro… indo refugiar-se no sótão com as criadas portuguesas, para rezar o terço...” (17) Insiste em dar uma educação típica portuguesa ao seu filho, Pedro da Maia, e Afonso da Maia, seu marido, não concorda mas acaba por ceder. “Odiando tudo o que era inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond.” (17) Um tio desta personagem, um dia, julgando-se Judas, enforcou-se numa figueira. Afonso preocupa-se ao descobrir uma parecença entre seu filho, Pedro, e um retrato deste tio (22). Maria “morreu, numa agonia terrível de devota, debatendo-se dias nos pavores do Inferno” (21)
  • 12. Pedro da Maia …ficara pequenino e nervoso como Maria Eduarda, tendo pouco da raça e da força dos Maias; a sua linda face oval de um trigueiro cálido, dois olhos maravilhosos e irresistíveis… Desenvolvera-se lentamente, sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a animais, a flores, a livros. Nenhum desejo forte parecera jamais vibrar naquela alma meio adormecida e passiva… Tomara birra ao padre Vasques, mas não ousava desobedecer-lhe. Era em tudo fraco; e esse abatimento contínuo de todo o seu ser resolvia-se a espaços em crises de melancolia negra, que o traziam dias e dias mudo, murcho, amarelo, com as olheiras fundas e já velho. (20) Pedro é vítima de uma educação retrógrada. O seu único sentimento vivo e intenso fora a paixão pela mãe, até se apaixonar por Maria Monforte (22), paixão que lhe dá até força para contrariar o pai (30). Apresenta uma enorme cobardia moral (como demonstra a reacção do suicídio face à fuga da sua mulher) (cap. II, 52). É o protótipo do herói romântico.
  • 13. Educação Portuguesa Retrógada: breve crítica social A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela (Maria Runa) à heresia; - e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde Runa. O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha… - Quantos são os inimigos da alma? E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando: - Três. Mundo, Diabo e Carne… Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho… Quando Afonso o queria levar, correr com ele sob as árvores do Tamisa… a mamã acudia de dentro, em terror, a abafá-lo numa grande manta: depois lá fora, o menino, acostumado ao colo das criadas e aos recantos estofados, tinha medo do vento e das árvores… todo acobardado das sombras do bosque vivo, o pai vergando os ombros, pensativo, triste daquela fraqueza do filho… (18)
  • 14. A personagem Pedro da Maia é… -Fruto das características hereditárias da família Runa e -Do meio socio-cultural em que é educado, portanto… verifica-se na concepção desta personagem algumas características do Realismo – neste caso, o apreço pelo Determinismo (o meio e as características hereditárias provocam determinados comportamentos).
  • 15. Maria Monforte Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um oiro fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-na toda; a friagem fazia- lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave de estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia – pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de imortal e superior à Terra. (22) Ela oferecia verdadeiramente a encarnação de um ideal da Renascença, um modelo Ticiano… (24) Nunca Maria Monforte aparecera mais bela: tinha uma dessas toilettes excessivas e teatrais que ofendiam Lisboa, e faziam dizer às senhoras que ela se vestia “como uma cómica”. (26) Maria, abrigada sob uma sombrinha escarlate, trazia um vestido cor-de-rosa cuja roda, toda em folhos, quase cobria os joelhos de Pedro, sentado a seu lado… E a sua face, grave e pura, como um mármore grego aparecia realmente adorável, iluminada pelos olhos de um azul sombrio, entre aqueles tons rosados. (29) É o protótipo da mulher anjo/demónio tipicamente romântica.
  • 16. INTRIGA SECUNDÁRIA: • Amores de Pedro e Maria Monforte (I, 22); • Casamento de Pedro e Maria Monforte (contrariando a posição de Afonso) (I, 30); • Viagem por Itália e França, vivendo uma felicidade de novela (II, 32); • Nascimento de Maria Eduarda (34); •Afonso recusa reconciliação com o filho; • Existência festiva e luxuosa em Arroios (Maria detesta Afonso, apelidando-o de D. Fuas ou Barbatanas) (II, 35); •Nascimento de Carlos Eduardo [nome inspirado numa novela de que era herói o último Stuart, o romanesco príncipe Carlos Eduardo; e namorada dela, das suas aventuras e desgraças, queria dar esse nome a seu filho… Carlos Eduardo da Maia! Um tal nome parecia-lhe conter todo um destino de amores e façanhas. (38)
  • 17. • Fuga de Maria Monforte com Tancredo, levando Maria e deixando Carlos com Pedro (46) “É uma fatalidade, parto para sempre com Tancredo, esquece-me que não sou digna de ti, e levo Maria, que me não posso separar dela” ; • Suicídio de Pedro em casa do pai em Benfica (52) Uma brasa morria no fogão. A noite parecia mais áspera. Eram de repente vergastadas de água contra a vidraça… depois havia uma calma tenebrosa… nesse silêncio as goteiras punham um pranto lento… - Está uma noite de Inglaterra – disse Afonso… Mas a esta palavra Pedro erguera-se, impetuosamente. Decerto o ferira a ideia de Maria, longe, num quarto alheio agasalhando-se no leito do adultério entre os braços do outro… - Estou realmente cansado, meu pai, vou-me deitar. Boa noite… amanhã conversaremos mais. Beijou-lhe a mão e saiu devagar… Afonso demorou-se ainda ali… Deram dez horas. Antes de se recolher foi ao quarto onde se fizera a cama da ama… No vasto leito o pequeno (Carlos) dormia como um Menino Jesus cansado com o seu guizo apertado na mão… A madrugada clareava, Afonso ia adormecendo – quando de repente um tiro atroou a casa… Pedro… caído de bruços, numa poça de sangue que ensopava o tapete, Afonso encontrou seu filho morto.
  • 18. Tratamento do Tempo: -Introdução: 1875 (cerca de 5 páginas) – descrição do Ramalhete. -ANALEPSE: de 1820 a 1875 (cerca de 85 páginas – inicia-se na pág. 13 (cap. I) e prolonga-se até à pág. 95 (cap. IV). • nesta grande analepse inclui-se a intriga secundária: os amores de Pedro e Mª Monforte a um ritmo de novela – narração rápida, típica da escola literária Romântica. (Juventude de Afonso da Maia / Exílio de Afonso / Casamento de Afonso com Mª Eduarda Runa / Infância de Pedro / Juventude, amores e casamento de Pedro / Suicídio de Pedro / Infância e educação de Carlos em Santa Olávia / Carlos cursa Medicina em Coimbra / Primeira viagem de Carlos pela Europa)
  • 19. Narrador: Cap. I e II Focalização OMNISCIENTE Atenção: esta focalização altera-se nos capítulos subsequentes focalização interna (isto é, a narração é feita sob o ponto de vista de determinadas personagens – primordialmente… Carlos e Ega – mas há excepções a identificar…)
  • 20. Linguagem e estilo – Cap I e II: -Discurso indirecto livre; - Adjectivação expressiva (dupla e tripla adjectivação); - Acumulação de sensações; - Diminutivo; - Gerúndio; - Advérbio de modo; - Estrangeirismo; - Hipálage; - Ironia; - Comparação; -Metáfora. (NOTA: nos excertos anteriormente apresentados foram destadas a cor os respectivos recuros estilísticos aqui mencionados.)
  • 21. Bibliografia: - QUEIRÓS, Eça de, Os Maias, Edição Livros do Brasil, Lisboa; - REIS, Fernando Egídio et al, Análise da obra – Os Maias de Eça de Queirós –, Texto Editores, 28, 1998; - http://www.lithis.net/36 - http://portuguesonline2.no.sapo.pt/webqeca.htm - google.maps; - material compilado e fornecido na aula.