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Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2):                                                                           Naoum P.C.




Artigo Educacional



Avanços tecnológicos em hematologia laboratorial

Paulo C. Naoum                            O recente avanço científico e tecnológico direcionado à identificação imuno-
                                          hematológica de produtos celulares (ex.: citocinas, interleucinas, interferons,
                                          entre outros) sintetizados por determinadas células sanguíneas, bem como na
                                          identificação de antígenos de membrana de leucócitos e células progenitoras
                                          hematopoiéticas, promoveram excepcional desenvolvimento no diagnóstico
                                          laboratorial de diversas doenças hematológicas. Somam-se a esse fato as
                                          aplicações das técnicas de biologia molecular que se tornam cada vez mais
                                          instrumentos laboratoriais de grande definição no diagnóstico e na prevenção
                                          de doenças hematológicas, notadamente aquelas de origem hereditária. O
                                          presente artigo teve o objetivo de expor as principais aplicações de novas
                                          tecnologias que deverão ser adotadas rapidamente pela moderna hematologia
                                          laboratorial, bem como a de sensibilizar os profissionais hematologistas, clínicos
                                          e laboratoriais, para a necessidade de se atualizarem numa nova ciência, a
                                          dos produtos celulares.
                                          Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2):

                                          Palavras-chave: Hematologia, biologia molecular, citocinas




Introdução                                                         aplicações laboratoriais e forneceram
                                                                   conhecimentos importantes nos procedimentos
       Os principais avanços científicos e                         terapêuticos (1, 5, 8).
tecnológicos são as principais causas de                                  O crescimento das aplicações
mudanças na prática da moderna hematologia,                        tecnológicas que resultaram na automação dos
influindo especialmente no diagnóstico                             laboratórios, além de produzir maior grau de
laboratorial e nos procedimentos terapêuticos                      reprodutibilidade dos resultados de exames e
de algumas patologias com destaques para                           rapidez nas suas determinações, avançou para
anemia falciforme, hemofilias e leucemias. O                       um grau de especificidade tal que deverá
progresso obtido pela imunologia tem                               exigir dos médicos e dos profissionais de
alavancado o desenvolvimento do diagnóstico                        laboratórios constantes atualizações. Os
laboratorial de diversas doenças hematológicas                     exemplos mais recentes se baseiam na moderna
mielo e linfoproliferativas, bem como                              imunohematologia direcionada à diferenciação
determinando especificidades da fisiologia                         das células, em especial dos leucócitos, por
leucocitária diante das toxicidades de                             meio da identificação de seus antígenos
proveniências bacterianas e virais. Essas                          conhecidos por “cluster of differentiation” ou
conquistas ultrapassaram as fronteiras das                         CD, bem como da caracterização funcional

Professor Titular da UNESP de São José do Rio Preto
Coordenador da Academia de Ciência e Tecnologia

Correspondência: Paulo Cesar Naoum
Academia de Ciência e Tecnologia. Rua Bonfá Natale, 1860. 15020-130. São José do Rio Preto. SP
E-mail: a.c.t.@zaz.com.br
Home Page: www.ciencianews.com.br

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Naoum P.C.                                                               Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2):


das citocinas. Por outro lado, a biologia            anticorpos monoclonais reconheciam o
molecular se torna cada vez mais um                  mesmo antígeno celular presente em mais
instrumento laboratorial de grande definição.        de uma célula, quer fossem normais,
Diferenciação celular ou CD                          malignas ou células de linhagens evolutivas.
                                                     Esses antígenos de diferenciação celular
       Todas as células possuem em suas              reconhecidos por grupos de anticorpos
composições estruturais de membranas                 monoclonais foram denominados por grupo
proteínas específicas capazes de serem               de diferenciação celular ou CD (6, 7). Foram
reconhecidas por anticorpos sintetizados em          reconhecidos em experimentação laboratorial
laboratórios – os anticorpos monoclonais.            perto de 170 diferentes tipos de CD,
Para os anticorpos monoclonais as proteínas          conhecidos por CD1, CD2, CD3, CD4, etc.,
de membrana de células blásticas, linfócitos,        cujas relações entre as células identificadas
monócitos, entre outras, são identificadas           e suas funções específicas também foram
como “antígenos celulares”. Porém,                   relacionadas. A tabela 1 mostra a relação entre
observou-se que grupos de diferentes                 alguns antígenos CD selecionados com

 Tabela 1. Relação entre alguns antígenos CD, células e funções
      Antígeno       CD Células                                     Funções

      CD1 a,b,c,d    Timócitos, células dendríticas                 Molécula semelhante ao MHC-
                     Linfócito B (CD1c), células do                 classe 1, especializada na
                     epitélio intestinal (CD1d)                     apresentação de antígeno

      CD 4           Sub grupo de timócitos, linfócito T            Co-receptor de moléculas
                     auxiliar e inflamatório,                       de MHC de classe 2. Receptor
                     monócitos e macrófagos                         para HIV-1 e HIV-2

      CD 8           Sub grupo de timócitos, linfócitos T           Co-receptor para MHC de
                     citotóxicos                                    classe 1

      CD 9           Linfócito Pré-B, eosinófilos,                  Possível função na agregação
                     basófilos e plaquetas                          e ativação das plaquetas

      CD 33          Células mielóides                              Desconhecidas
                     progenitoras e monócitos

      CD 34          Precursores hematopoiéticos                    Ligante para CD 62 L
                     ou células tronco pluripotencial

      CD 62 L        Linfócitos B e T, monócitos e                  Moléculas de adesão de
                     NK                                             leucócitos. Participa da
                                                                    Interação com endotélio

      CD 71          Leucócitos ativados                            Receptor de transferrina

      CD 166         Atividade leucocitária                         Ativação de linfócitos T e B,
                     na adesão de moléculas                         eosinófilos, fibroblasto
                                                                    cels. timicas e endoteliais, e
                                                                    queratinócitos

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Tabela 2. Relação entre determinantes celulares - CD e subpopulações de células identificadas

         CD                               Subpopulações de células identificadas

       Linfócito B
        CD 10                             Pré-B; Estágio 1 dos timócitos
        CD 19                             Pré-B; Linfócitos B
        CD 20                             Maioria dos linfócitos B ; ½ de Pré-B
        CD 21                             Maioria dos linfócitos B; do sangue, zona do manto e
                                          folículo primário
         CD 22                            Maioria dos linfócitos B; ½ de Pré-B
         CD 24                            Ativação de antígenos de linfócitos B
         CD 38                            Linfócitos B
         CD 40                            Linfócitos B
         CD 72                            Linfócitios Pan-B
         CD 73                            Linfócitos B e sub grupos de células T
         CD 74                            Linfócitos B e macrófagos
         CDw 75                           Linfócitos B maduros e sub grupos de células T
         CD 76                            Linfócitos B maduros, sub grupos de células T, e PMNs
         CDw 78                           Linfócitos Pan-B; macrófagos

       Linfócitos T
        CD 1                              Linfócitos T, células de Langerhans
        CD 2R                             Linfócitos T ativados
        CD 4                              Linfócitos T (auxiliar/indutor)
        CD 7                              Linfócitos T e timócitos
        CD 8                              Linfócitos T (citotóxico e supressor)
        CD 27                             Linfócitos T e plasmócitos
        CD 28                             Linfócitos T citotóxicos – CD 8
        CD 34                             Células progenitoras linfóides, centro germinal de
                                          Linfócitos B e plasmócitos, linfócitos T proliferantes
         CD 45 RA                         Linfócitos B, T e NK; monócitos
         CD 45 RO                         Linfócitos T de memória, células mielóides

       Linfócito NK
        CD 2                              Linfócitos T e maioria de NK
        CD 3                              Linfócitos T ativados
        CD 7                              Maioria de linfócitos T e timócitos
        CD 11b                            Monócitos e linfócitos T
        CD 16                             Linfócitos NK, alguns linfócitos T e monócitos
        CD 56                             Linfócitos NK, alguns linfócitos T
        CD 57                             Linfócitos NK, alguns linfócitos T
PMN: polimorfonucleares (em especial os neutrófilos)

                                                            17
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Figura 1a. Exemplo-padrão da expressão deantígenos de superfície durante a maturação de linfócitos B




 Figura 1b. Exemplo-padrão da expressão de antígenos de superfície durante a maturação de linfócitos T


                                                18
Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2):                                                         Naoum P.C.


Tabela 3. Marcadores usados para auxiliar o diagnóstico das leucemias agudas e crônicas
                       Leucemia                                Marcadores

                       Aguda

                       LLA comum                               CD 10, CD 19, Mb-1 (cyt), Tdt (n)
                       LLA “nula”                              CD 19, Mb-1 (cyt), Tdt (n)
                       LLA Pré-B                               CD 19, Mb-1 (cyt), IgM (m, cyt)
                       LLA – T                                 CD 7, CD 3 (cyt), Tdt (n)
                       LMA                                     CD 13, CD 33, mieloperoxidase (cyt)
                       LMMA, LMA - Tipo zero                   CD 13, CD 33, CD 14, CD 11c
                       LGC em crise blástica                   CD 13, CD 33, CD 14, CD 15
                       LGC em crise linfoblástica              Tdt (n)
                       Linfoma agudo de células T              CD 3, CD 4

                       Crônica

                       LLC- B                                  CD    19, CD 20, CD 5, slg +/-
                       LCC                                     CD    19, CD 20, TRAP
                       LLP                                     CD    19, CD 20, slg ++
                       Sezary/micose                           CD    3, CD 4
                       LLC – T                                 CD    3, CD 8
LLA: leucemia linfóide aguda; LMA: leucemia mielóide aguda; LMMA: leucemia mielomonocítica
aguda; LGC: leucemia granulocítica crônica; LLC: leucemia linfocítica crônica; LLP: leucemia pró-
linfocítica; Sezary: síndrome de Sezary e micose fungóide relacionadas a Linfoma de células T;
LCC: leucemia das células cabeludas; TRAP: fosfatase ácida resistente a tartarato; cyt: citoplasmático;
slg: imunoglobulina de superfície de membrana; Tdt: transferase deoxinucleotídil terminal; Mb-1:
molécula de imunoglobulina citoplasmática específica para célula B

distribuição celular e funções específicas. Um           conforme mostra a tabela 2 (3, 6).
dos exemplos mais conhecidos da aplicação                        Atualmente o uso de anticorpos
de marcadores CD se refere à avaliação                   monoclonais para identificar antígenos de
laboratorial da resistência imunológica em               diferenciação celular está sendo aplicado para
pacientes com AIDS por meio da                           investigar e caracterizar laboratorialmente a
determinação dos linfócitos CD4 (auxiliar) e             maioria das leucemias agudas e crônicas de
CD 8 (citotóxico). Da mesma forma, a                     origens mielóide e linfóide (Tabela 3).
determinação do marcador CD 34 tem sido
importante na determinação da presença de                Citocinas
células      progenitoras       do     sistema
hematopoiético em sangue de medula óssea                         Citocinas é o termo genérico
(8). As figuras 1a e 1b mostram a expressão              empregado para designar um grupo muito
dos antígenos de superfície durante a                    extenso de moléculas envolvidas na emissão
maturação dos linfócitos T e B.                          de sinais entre as células durante o
        Entretanto, é com relação aos linfócitos         desencadeamento das respostas imunes (figura
e macrófagos que é possível antever a                    2). Todas as citocinas são pequenas proteínas
importância da determinação dos CD para                  ou peptídeos, algumas contendo moléculas de
diferenciar subpopulações das importantes                açúcar ligadas (glicoproteínas). As diferentes
células do nosso sistema imunológico,                    citocinas podem ser enquadradas em diversas

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categorias: interferons (IFN), interleucinas (IL),        promovem a diferenciação extramedular de
fator estimulador de colônias (CSF), fator de             células (3, 8).
necrose tumoral (TNFa e TNFb), e fator de                         Finalmente outras citocinas além das
transformação de crescimento (TGF b).                     acima citadas, como são os casos do fator de
         Os interferons são moléculas proteicas           necrose tumoral - TNFa e TNFb e do fator
particularmente importantes na limitação da               de transformação de crescimento (TGF b)
propagação de determinadas infecções virais.              que, embora possuem várias funções, são
Um grupo de interferons (IFN a e IFNb) é                  particularmente importantes nas reações
produzido por células infectadas por vírus, e             inflamatórias e citotóxicas (6).
um outro grupo (IFN g) é sintetizado por                          Nesse contexto específico das citocinas,
determinadas células ou linfócitos T ativados.            o futuro da hematologia laboratorial certamente
Os interferons induzem um estado de                       deverá estar direcionada na monitoração
resistência antiviral em células teciduais não            quantitativa e na determinação qualitativa das
infectadas. Os IFN são produzidos na fase                 diferentes interleucinas, bem como nas
inicial da infecção e constituem a primeira linha         respostas às reações fisiopatológicas causadas
de resistência a muitas viroses (3, 4).                   por processos inflamatórios e citotóxicos.
         As interleucinas compõem um grande
grupo de citocinas denominadas por IL-1 a IL-             Biologia Molecular
15, produzidas principalmente por células T,
embora algumas sejam sintetizadas também por                   A aplicação cada vez mais abrangente de
macrófagos e células teciduais. As interleucinas          técnicas de biologia molecular em análises
possuem uma variedade de funções, mas a                   clínicas pode ser resumida por meio do uso
maioria delas está envolvida na indução da                de três métodos cientificamente aprovados
divisão de outras células. Cada interleucina atua         para este fim: “Southern blotting”, Reação em
sobre um grupo limitado e específico de células           Cadeia da Polimerase ou PCR, e Hibridização
que expressam receptores adequados para cada              “In Situ” por Fluorescência ou FISH.
interleucina (tabela 4). É importante destacar                 Southern blotting: Nesta metodologia,
que a hematopoiese é regulada por mais de                 o DNA é extraído de células e tratado com
uma interleucina. As IL-1 e IL-6 estão                    enzimas que rompem as ligações químicas
envolvidas na ativação do ciclo celular das               entre determinadas bases nitrogenadas da
células-tronco         em      repouso        (ou         molécula de DNA. Essas enzimas, extraídas
autorenováveis). A IL-3 está envolvida no                 de bactérias, são conhecidas por
crescimento dos precursores das linhagens                 endonucleases de restrição. Os fragmentos da
hemopoiéticas da mesma forma que o fator                  molécula de DNA resultantes do tratamento
estimulador de colônias de granulócitos/                  enzimático são separados (ou fracionados)
macrófagos (GM – CSF). Na medida em que as                eletroforeticamente. Entretanto, a separação
células se diferenciam, citocinas específicas de          dos fragmentos de DNA somente poderá ser
linhagens apresentam atividades importantes;              revelada por meio das suas impressões
a eritropoietina para os eritrócitos, o fator             extraídas do gel de agarose da eletroforese
estimulador de colônias de macrófagos (M –                para uma membrana de náilon ou de
CSF) para os macrófagos, o fator estimulador              nitrocelulose, como se fosse um “mata borrão”
de colônias de granulócitos (G – CSF) para os             ou “blotting” (em inglês) e reveladas por
granulócitos, entre outros (1, 6).                        sondas radioativas. Essa técnica foi descrita
         Os fatores estimuladores de                      pelo pesquisador E. M. Southern em 1975,
colônias (CSF) estão diretamente relacionados             surgindo daí o “Southern blotting”. O grande
na divisão e diferenciação das células-tronco             problema atual deste método é o tempo
na medula óssea, bem como dos precursores                 consumido para a revelação dos resultados
dos leucócitos sanguíneos. A quantidade de                que chega a ser de aproximadamente uma
diferentes CSF é parcialmente responsável pelas           semana (1, 2, 5).
proporções dos diferentes tipos celulares que                  Reação em Cadeia da Polimerase –
serão produzidos. Alguns CSF também                       PCR: O advento do PCR revolucionou a

                                                     20
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Tabela 4. Síntese e ação das interleucinas
     Interceucina                     Síntese                            Ação
         IL - 1α                      Macrófagos, célula epitelial       Ativação do linfócito T, células
                                                                         tronco e Macrófagos. Febre.

           IL - 1β                    idem                               idem

           IL – 2                     Linfócito T                        Proliferação e ativação e linfócito T,
                                                                         CD4, CD 6 e NL

           IL – 3                     Linfócito T, células tímica        Início da hematopoiese
                                      epitelial

           IL – 4                     Linfócito T e mastócito            Ativação de linfócito B
                                                                         Diferenciação das CAA (*)

           IL – 5                     Linfócito T e mastócito            Crescimento e diferenciação
                                                                         de eosinófilos

           IL – 6                     Linfócito T e macrófago            Crescimento e diferenciação de
                                                                         linfócitos T e B
                                                                         Produção de proteínas de fase aguda
                                                                         Ativação das células tronco

           IL – 7                     Estroma da medula óssea            Maturação de linfócitos Pré-B e Pré-T

           IL – 8                     Macrófago                          Quimiotáticos para neutrófilos
                                                                         e linfócito T

           IL – 9                     Linfócito T                        Ativação dos mastócitos

           IL – 10                    Linfócito T, macrófago, vírus      Supressor das funções dos macrófagos.
                                      Epstein-Barr                       Ativação de linfócito B

           IL – 11                    Fibroblasto do estroma             Sinergia com IL-3 e IL-4 na
                                      Medular                            hematopoiese

           IL – 12                    Linfócito B e macrófago            Ativa células NK e induz diferenciação
                                                                         da célula
                                                                         T CD4 em célula T h1

           IL – 13                    Linfócito T                        Crescimento e diferenciação de
                                                                         linfócito B inibe ação de macrófagos

           IL – 14                    Linfócito T, alguns linfócitos B   Fator de crescimento para células B.
                                                                         Inibe a síntese de Ig.

           IL – 15                    Linfócito T                        Ativa células NK, células T NK, CD 8+,
                                                                         CD 4+, linfócito B, macrófagos e
                                                                         células T intestinais γ e δ
CAA – Célula apresentadora de antígeno

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Figura 2. Reação em cadeia do estímulo de Citicinas
S: célula tronco: LS: célula tronco linfóide; MS: célula tronco mielóide; MAC: macrófago; MC: mastócito;
PMN: polimorfonucleares; BO: basófilo; EO: eosinófilo; PC: plasmócito; Tc: linfócito T citotóxico; IL:
interleucina; TNF: fator de necrose tumoral; MCSF: fator de estímulo de colônicas de granulócito,
GCSF: fator de estímulo de colônias de macrófagos; EPO: eritropoietina; Th: linfócito T auxiliar;
RGC; eritrócitos


tecnologia       molecular     em     muitas               simples se duplica em duas novas moléculas
especialidades médicas. Seu uso laboratorial               de DNA; e este processo é repetido em
teve grande progresso devido à simplicidade                número suficiente de vezes para obter a
técnica e à rapidez em se obter os resultados.             quantidade necessária para análise, cerca de
A técnica do PCR é um processo rápido de                   um milhão de cópias do original.
replicação seletiva de um determinado trecho                    Os produtos obtidos pela técnica do PCR
do DNA genômico “in vitro”. A replicação se                podem ser analisados por várias técnicas
faz por etapas, tal como se segue:                         suplementares das quais a mais comum é a
     a) Após a extração do DNA seleciona-se                eletroforese em gel de agarose. Uma variação
o trecho que se deseja reproduzir ou                       do PCR é o PCR-transcriptase reversa ou RT-
amplificar até obter a quantidade suficiente               PCR, que usa o RNA extraído da amostra que
para análise;                                              se deseja analisar e dele se faz cópias de
     b) Com drogas específicas desnatura-se                DNA. O DNA copiado é posteriormente
a dupla hélice do DNA, separando-a em duas                 replicado conforme exposição acima. O RT-
fitas simples e correspondentes de bases                   PCR é particularmente usado para análises
nitrogenadas;                                              de translocações cromossômicas (5).
     c) Com o uso da DNA polimerase (obtido                     Hibridização       “in     situ”    por
da bactéria Thermus aquaticus – Taq                        fluorescência – FISH: A técnica de FISH
polimerase) submetida a condições específicas              se resume na detecção de sequências
de tempo e temperatura (ou ciclos), cada fita              específicas de DNA ou RNA diretamente nos

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cromossomos de células previamente                        cell membrane antigens, has aided the exceptional
isoladas para este fim. A análise é realizada             development of laboratory diagnostics of several
em microscópio por meio da geração de um                  haematological diseases. In addition to this there
sinal brilhante e colorido nos núcleos das                has been a great development in the use of
células em metafase e interfase. A FISH é                 molecular biology techniques which have become
particularmente útil na demonstração de                   instrumentals of high definition in the diagnosis
monossomias ou trissomias cromossômicas,                  and prevention of haematological diseases,
bem como nas translocações – notadamente                  specifically those of hereditary origin. This article
para a identificação da leucemia mielóide                 has the aim of disclosing the main applications
crônica – e também na detecção de deleções                of the new technologies that will soon be used
e amplificações de genes específicos (4).                 widely in laboratory haematology.
     Aplicação da biologia molecular em                   Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2):
hematologia: As aplicações da tecnologia
molecular em hematologia poderão elucidar                 Key words: Haematology, molecular biology,
o conhecimento das alterações moleculares                 cytokines
de doenças, tal como ocorre atualmente na
caracterização das lesões do gene da globina
beta nas talassemias do tipo beta e na                    Referências Bibliográficas
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Abstract                                                      immunotherapy? Mod. Asp. Immunobiol.,
                                                              2000; 1: 114-118.
Recent progress towards the identification of
products synthesised by some blood cells (ex.:
cytokines, interleukins, interferons, etc) as well        Recebido: 23/05/01
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Avanços tecnológicos em hematologia laboratorial

  • 1. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Naoum P.C. Artigo Educacional Avanços tecnológicos em hematologia laboratorial Paulo C. Naoum O recente avanço científico e tecnológico direcionado à identificação imuno- hematológica de produtos celulares (ex.: citocinas, interleucinas, interferons, entre outros) sintetizados por determinadas células sanguíneas, bem como na identificação de antígenos de membrana de leucócitos e células progenitoras hematopoiéticas, promoveram excepcional desenvolvimento no diagnóstico laboratorial de diversas doenças hematológicas. Somam-se a esse fato as aplicações das técnicas de biologia molecular que se tornam cada vez mais instrumentos laboratoriais de grande definição no diagnóstico e na prevenção de doenças hematológicas, notadamente aquelas de origem hereditária. O presente artigo teve o objetivo de expor as principais aplicações de novas tecnologias que deverão ser adotadas rapidamente pela moderna hematologia laboratorial, bem como a de sensibilizar os profissionais hematologistas, clínicos e laboratoriais, para a necessidade de se atualizarem numa nova ciência, a dos produtos celulares. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Palavras-chave: Hematologia, biologia molecular, citocinas Introdução aplicações laboratoriais e forneceram conhecimentos importantes nos procedimentos Os principais avanços científicos e terapêuticos (1, 5, 8). tecnológicos são as principais causas de O crescimento das aplicações mudanças na prática da moderna hematologia, tecnológicas que resultaram na automação dos influindo especialmente no diagnóstico laboratórios, além de produzir maior grau de laboratorial e nos procedimentos terapêuticos reprodutibilidade dos resultados de exames e de algumas patologias com destaques para rapidez nas suas determinações, avançou para anemia falciforme, hemofilias e leucemias. O um grau de especificidade tal que deverá progresso obtido pela imunologia tem exigir dos médicos e dos profissionais de alavancado o desenvolvimento do diagnóstico laboratórios constantes atualizações. Os laboratorial de diversas doenças hematológicas exemplos mais recentes se baseiam na moderna mielo e linfoproliferativas, bem como imunohematologia direcionada à diferenciação determinando especificidades da fisiologia das células, em especial dos leucócitos, por leucocitária diante das toxicidades de meio da identificação de seus antígenos proveniências bacterianas e virais. Essas conhecidos por “cluster of differentiation” ou conquistas ultrapassaram as fronteiras das CD, bem como da caracterização funcional Professor Titular da UNESP de São José do Rio Preto Coordenador da Academia de Ciência e Tecnologia Correspondência: Paulo Cesar Naoum Academia de Ciência e Tecnologia. Rua Bonfá Natale, 1860. 15020-130. São José do Rio Preto. SP E-mail: a.c.t.@zaz.com.br Home Page: www.ciencianews.com.br 15
  • 2. Naoum P.C. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): das citocinas. Por outro lado, a biologia anticorpos monoclonais reconheciam o molecular se torna cada vez mais um mesmo antígeno celular presente em mais instrumento laboratorial de grande definição. de uma célula, quer fossem normais, Diferenciação celular ou CD malignas ou células de linhagens evolutivas. Esses antígenos de diferenciação celular Todas as células possuem em suas reconhecidos por grupos de anticorpos composições estruturais de membranas monoclonais foram denominados por grupo proteínas específicas capazes de serem de diferenciação celular ou CD (6, 7). Foram reconhecidas por anticorpos sintetizados em reconhecidos em experimentação laboratorial laboratórios – os anticorpos monoclonais. perto de 170 diferentes tipos de CD, Para os anticorpos monoclonais as proteínas conhecidos por CD1, CD2, CD3, CD4, etc., de membrana de células blásticas, linfócitos, cujas relações entre as células identificadas monócitos, entre outras, são identificadas e suas funções específicas também foram como “antígenos celulares”. Porém, relacionadas. A tabela 1 mostra a relação entre observou-se que grupos de diferentes alguns antígenos CD selecionados com Tabela 1. Relação entre alguns antígenos CD, células e funções Antígeno CD Células Funções CD1 a,b,c,d Timócitos, células dendríticas Molécula semelhante ao MHC- Linfócito B (CD1c), células do classe 1, especializada na epitélio intestinal (CD1d) apresentação de antígeno CD 4 Sub grupo de timócitos, linfócito T Co-receptor de moléculas auxiliar e inflamatório, de MHC de classe 2. Receptor monócitos e macrófagos para HIV-1 e HIV-2 CD 8 Sub grupo de timócitos, linfócitos T Co-receptor para MHC de citotóxicos classe 1 CD 9 Linfócito Pré-B, eosinófilos, Possível função na agregação basófilos e plaquetas e ativação das plaquetas CD 33 Células mielóides Desconhecidas progenitoras e monócitos CD 34 Precursores hematopoiéticos Ligante para CD 62 L ou células tronco pluripotencial CD 62 L Linfócitos B e T, monócitos e Moléculas de adesão de NK leucócitos. Participa da Interação com endotélio CD 71 Leucócitos ativados Receptor de transferrina CD 166 Atividade leucocitária Ativação de linfócitos T e B, na adesão de moléculas eosinófilos, fibroblasto cels. timicas e endoteliais, e queratinócitos 16
  • 3. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Naoum P.C. Tabela 2. Relação entre determinantes celulares - CD e subpopulações de células identificadas CD Subpopulações de células identificadas Linfócito B CD 10 Pré-B; Estágio 1 dos timócitos CD 19 Pré-B; Linfócitos B CD 20 Maioria dos linfócitos B ; ½ de Pré-B CD 21 Maioria dos linfócitos B; do sangue, zona do manto e folículo primário CD 22 Maioria dos linfócitos B; ½ de Pré-B CD 24 Ativação de antígenos de linfócitos B CD 38 Linfócitos B CD 40 Linfócitos B CD 72 Linfócitios Pan-B CD 73 Linfócitos B e sub grupos de células T CD 74 Linfócitos B e macrófagos CDw 75 Linfócitos B maduros e sub grupos de células T CD 76 Linfócitos B maduros, sub grupos de células T, e PMNs CDw 78 Linfócitos Pan-B; macrófagos Linfócitos T CD 1 Linfócitos T, células de Langerhans CD 2R Linfócitos T ativados CD 4 Linfócitos T (auxiliar/indutor) CD 7 Linfócitos T e timócitos CD 8 Linfócitos T (citotóxico e supressor) CD 27 Linfócitos T e plasmócitos CD 28 Linfócitos T citotóxicos – CD 8 CD 34 Células progenitoras linfóides, centro germinal de Linfócitos B e plasmócitos, linfócitos T proliferantes CD 45 RA Linfócitos B, T e NK; monócitos CD 45 RO Linfócitos T de memória, células mielóides Linfócito NK CD 2 Linfócitos T e maioria de NK CD 3 Linfócitos T ativados CD 7 Maioria de linfócitos T e timócitos CD 11b Monócitos e linfócitos T CD 16 Linfócitos NK, alguns linfócitos T e monócitos CD 56 Linfócitos NK, alguns linfócitos T CD 57 Linfócitos NK, alguns linfócitos T PMN: polimorfonucleares (em especial os neutrófilos) 17
  • 4. Naoum P.C. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Figura 1a. Exemplo-padrão da expressão deantígenos de superfície durante a maturação de linfócitos B Figura 1b. Exemplo-padrão da expressão de antígenos de superfície durante a maturação de linfócitos T 18
  • 5. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Naoum P.C. Tabela 3. Marcadores usados para auxiliar o diagnóstico das leucemias agudas e crônicas Leucemia Marcadores Aguda LLA comum CD 10, CD 19, Mb-1 (cyt), Tdt (n) LLA “nula” CD 19, Mb-1 (cyt), Tdt (n) LLA Pré-B CD 19, Mb-1 (cyt), IgM (m, cyt) LLA – T CD 7, CD 3 (cyt), Tdt (n) LMA CD 13, CD 33, mieloperoxidase (cyt) LMMA, LMA - Tipo zero CD 13, CD 33, CD 14, CD 11c LGC em crise blástica CD 13, CD 33, CD 14, CD 15 LGC em crise linfoblástica Tdt (n) Linfoma agudo de células T CD 3, CD 4 Crônica LLC- B CD 19, CD 20, CD 5, slg +/- LCC CD 19, CD 20, TRAP LLP CD 19, CD 20, slg ++ Sezary/micose CD 3, CD 4 LLC – T CD 3, CD 8 LLA: leucemia linfóide aguda; LMA: leucemia mielóide aguda; LMMA: leucemia mielomonocítica aguda; LGC: leucemia granulocítica crônica; LLC: leucemia linfocítica crônica; LLP: leucemia pró- linfocítica; Sezary: síndrome de Sezary e micose fungóide relacionadas a Linfoma de células T; LCC: leucemia das células cabeludas; TRAP: fosfatase ácida resistente a tartarato; cyt: citoplasmático; slg: imunoglobulina de superfície de membrana; Tdt: transferase deoxinucleotídil terminal; Mb-1: molécula de imunoglobulina citoplasmática específica para célula B distribuição celular e funções específicas. Um conforme mostra a tabela 2 (3, 6). dos exemplos mais conhecidos da aplicação Atualmente o uso de anticorpos de marcadores CD se refere à avaliação monoclonais para identificar antígenos de laboratorial da resistência imunológica em diferenciação celular está sendo aplicado para pacientes com AIDS por meio da investigar e caracterizar laboratorialmente a determinação dos linfócitos CD4 (auxiliar) e maioria das leucemias agudas e crônicas de CD 8 (citotóxico). Da mesma forma, a origens mielóide e linfóide (Tabela 3). determinação do marcador CD 34 tem sido importante na determinação da presença de Citocinas células progenitoras do sistema hematopoiético em sangue de medula óssea Citocinas é o termo genérico (8). As figuras 1a e 1b mostram a expressão empregado para designar um grupo muito dos antígenos de superfície durante a extenso de moléculas envolvidas na emissão maturação dos linfócitos T e B. de sinais entre as células durante o Entretanto, é com relação aos linfócitos desencadeamento das respostas imunes (figura e macrófagos que é possível antever a 2). Todas as citocinas são pequenas proteínas importância da determinação dos CD para ou peptídeos, algumas contendo moléculas de diferenciar subpopulações das importantes açúcar ligadas (glicoproteínas). As diferentes células do nosso sistema imunológico, citocinas podem ser enquadradas em diversas 19
  • 6. Naoum P.C. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): categorias: interferons (IFN), interleucinas (IL), promovem a diferenciação extramedular de fator estimulador de colônias (CSF), fator de células (3, 8). necrose tumoral (TNFa e TNFb), e fator de Finalmente outras citocinas além das transformação de crescimento (TGF b). acima citadas, como são os casos do fator de Os interferons são moléculas proteicas necrose tumoral - TNFa e TNFb e do fator particularmente importantes na limitação da de transformação de crescimento (TGF b) propagação de determinadas infecções virais. que, embora possuem várias funções, são Um grupo de interferons (IFN a e IFNb) é particularmente importantes nas reações produzido por células infectadas por vírus, e inflamatórias e citotóxicas (6). um outro grupo (IFN g) é sintetizado por Nesse contexto específico das citocinas, determinadas células ou linfócitos T ativados. o futuro da hematologia laboratorial certamente Os interferons induzem um estado de deverá estar direcionada na monitoração resistência antiviral em células teciduais não quantitativa e na determinação qualitativa das infectadas. Os IFN são produzidos na fase diferentes interleucinas, bem como nas inicial da infecção e constituem a primeira linha respostas às reações fisiopatológicas causadas de resistência a muitas viroses (3, 4). por processos inflamatórios e citotóxicos. As interleucinas compõem um grande grupo de citocinas denominadas por IL-1 a IL- Biologia Molecular 15, produzidas principalmente por células T, embora algumas sejam sintetizadas também por A aplicação cada vez mais abrangente de macrófagos e células teciduais. As interleucinas técnicas de biologia molecular em análises possuem uma variedade de funções, mas a clínicas pode ser resumida por meio do uso maioria delas está envolvida na indução da de três métodos cientificamente aprovados divisão de outras células. Cada interleucina atua para este fim: “Southern blotting”, Reação em sobre um grupo limitado e específico de células Cadeia da Polimerase ou PCR, e Hibridização que expressam receptores adequados para cada “In Situ” por Fluorescência ou FISH. interleucina (tabela 4). É importante destacar Southern blotting: Nesta metodologia, que a hematopoiese é regulada por mais de o DNA é extraído de células e tratado com uma interleucina. As IL-1 e IL-6 estão enzimas que rompem as ligações químicas envolvidas na ativação do ciclo celular das entre determinadas bases nitrogenadas da células-tronco em repouso (ou molécula de DNA. Essas enzimas, extraídas autorenováveis). A IL-3 está envolvida no de bactérias, são conhecidas por crescimento dos precursores das linhagens endonucleases de restrição. Os fragmentos da hemopoiéticas da mesma forma que o fator molécula de DNA resultantes do tratamento estimulador de colônias de granulócitos/ enzimático são separados (ou fracionados) macrófagos (GM – CSF). Na medida em que as eletroforeticamente. Entretanto, a separação células se diferenciam, citocinas específicas de dos fragmentos de DNA somente poderá ser linhagens apresentam atividades importantes; revelada por meio das suas impressões a eritropoietina para os eritrócitos, o fator extraídas do gel de agarose da eletroforese estimulador de colônias de macrófagos (M – para uma membrana de náilon ou de CSF) para os macrófagos, o fator estimulador nitrocelulose, como se fosse um “mata borrão” de colônias de granulócitos (G – CSF) para os ou “blotting” (em inglês) e reveladas por granulócitos, entre outros (1, 6). sondas radioativas. Essa técnica foi descrita Os fatores estimuladores de pelo pesquisador E. M. Southern em 1975, colônias (CSF) estão diretamente relacionados surgindo daí o “Southern blotting”. O grande na divisão e diferenciação das células-tronco problema atual deste método é o tempo na medula óssea, bem como dos precursores consumido para a revelação dos resultados dos leucócitos sanguíneos. A quantidade de que chega a ser de aproximadamente uma diferentes CSF é parcialmente responsável pelas semana (1, 2, 5). proporções dos diferentes tipos celulares que Reação em Cadeia da Polimerase – serão produzidos. Alguns CSF também PCR: O advento do PCR revolucionou a 20
  • 7. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Naoum P.C. Tabela 4. Síntese e ação das interleucinas Interceucina Síntese Ação IL - 1α Macrófagos, célula epitelial Ativação do linfócito T, células tronco e Macrófagos. Febre. IL - 1β idem idem IL – 2 Linfócito T Proliferação e ativação e linfócito T, CD4, CD 6 e NL IL – 3 Linfócito T, células tímica Início da hematopoiese epitelial IL – 4 Linfócito T e mastócito Ativação de linfócito B Diferenciação das CAA (*) IL – 5 Linfócito T e mastócito Crescimento e diferenciação de eosinófilos IL – 6 Linfócito T e macrófago Crescimento e diferenciação de linfócitos T e B Produção de proteínas de fase aguda Ativação das células tronco IL – 7 Estroma da medula óssea Maturação de linfócitos Pré-B e Pré-T IL – 8 Macrófago Quimiotáticos para neutrófilos e linfócito T IL – 9 Linfócito T Ativação dos mastócitos IL – 10 Linfócito T, macrófago, vírus Supressor das funções dos macrófagos. Epstein-Barr Ativação de linfócito B IL – 11 Fibroblasto do estroma Sinergia com IL-3 e IL-4 na Medular hematopoiese IL – 12 Linfócito B e macrófago Ativa células NK e induz diferenciação da célula T CD4 em célula T h1 IL – 13 Linfócito T Crescimento e diferenciação de linfócito B inibe ação de macrófagos IL – 14 Linfócito T, alguns linfócitos B Fator de crescimento para células B. Inibe a síntese de Ig. IL – 15 Linfócito T Ativa células NK, células T NK, CD 8+, CD 4+, linfócito B, macrófagos e células T intestinais γ e δ CAA – Célula apresentadora de antígeno 21
  • 8. Naoum P.C. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Figura 2. Reação em cadeia do estímulo de Citicinas S: célula tronco: LS: célula tronco linfóide; MS: célula tronco mielóide; MAC: macrófago; MC: mastócito; PMN: polimorfonucleares; BO: basófilo; EO: eosinófilo; PC: plasmócito; Tc: linfócito T citotóxico; IL: interleucina; TNF: fator de necrose tumoral; MCSF: fator de estímulo de colônicas de granulócito, GCSF: fator de estímulo de colônias de macrófagos; EPO: eritropoietina; Th: linfócito T auxiliar; RGC; eritrócitos tecnologia molecular em muitas simples se duplica em duas novas moléculas especialidades médicas. Seu uso laboratorial de DNA; e este processo é repetido em teve grande progresso devido à simplicidade número suficiente de vezes para obter a técnica e à rapidez em se obter os resultados. quantidade necessária para análise, cerca de A técnica do PCR é um processo rápido de um milhão de cópias do original. replicação seletiva de um determinado trecho Os produtos obtidos pela técnica do PCR do DNA genômico “in vitro”. A replicação se podem ser analisados por várias técnicas faz por etapas, tal como se segue: suplementares das quais a mais comum é a a) Após a extração do DNA seleciona-se eletroforese em gel de agarose. Uma variação o trecho que se deseja reproduzir ou do PCR é o PCR-transcriptase reversa ou RT- amplificar até obter a quantidade suficiente PCR, que usa o RNA extraído da amostra que para análise; se deseja analisar e dele se faz cópias de b) Com drogas específicas desnatura-se DNA. O DNA copiado é posteriormente a dupla hélice do DNA, separando-a em duas replicado conforme exposição acima. O RT- fitas simples e correspondentes de bases PCR é particularmente usado para análises nitrogenadas; de translocações cromossômicas (5). c) Com o uso da DNA polimerase (obtido Hibridização “in situ” por da bactéria Thermus aquaticus – Taq fluorescência – FISH: A técnica de FISH polimerase) submetida a condições específicas se resume na detecção de sequências de tempo e temperatura (ou ciclos), cada fita específicas de DNA ou RNA diretamente nos 22
  • 9. Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): Naoum P.C. cromossomos de células previamente cell membrane antigens, has aided the exceptional isoladas para este fim. A análise é realizada development of laboratory diagnostics of several em microscópio por meio da geração de um haematological diseases. In addition to this there sinal brilhante e colorido nos núcleos das has been a great development in the use of células em metafase e interfase. A FISH é molecular biology techniques which have become particularmente útil na demonstração de instrumentals of high definition in the diagnosis monossomias ou trissomias cromossômicas, and prevention of haematological diseases, bem como nas translocações – notadamente specifically those of hereditary origin. This article para a identificação da leucemia mielóide has the aim of disclosing the main applications crônica – e também na detecção de deleções of the new technologies that will soon be used e amplificações de genes específicos (4). widely in laboratory haematology. Aplicação da biologia molecular em Rev.bras.hematol.hemoter., 2001, 23(2): hematologia: As aplicações da tecnologia molecular em hematologia poderão elucidar Key words: Haematology, molecular biology, o conhecimento das alterações moleculares cytokines de doenças, tal como ocorre atualmente na caracterização das lesões do gene da globina beta nas talassemias do tipo beta e na Referências Bibliográficas identificação dos haplótipos da Hb S. Entre as técnicas de biologia molecular, o PCR 1. Fielding A.K., Ager S., Russell S.J. The future revolucionou as tendências de of haematology, molecular biology, and gene aplicabilidade da biologia molecular, não therapy. In: ABC of Clinical Haematology, somente pela sua simplicidade, mas pelo edited by Drew Provan and Andrew Henson. rápido diagnóstico de doenças infecciosas, BMJ Publishing Group, London, 1998. na detecção de doença residual mínima em 2. Hoffbrand A.V., Lewis S.M., Tuddenham th diversas malignidades hematológicas onde E.G.D. Postgraduate Haematology, 4 ed. se conhece o defeito molecular, e Buttenworth-Heinemann Publishers, notadamente na detecção de portadores e 1999. no diagnóstico pré-natal de hemofilias e 3. Janeway Jr C.A., Travers P. Imunobiologia. anemias hereditárias. Finalmente, os Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 1997. objetivos mais profundos das aplicações dos 4. Playfair J.H.L., Lydyard P.M. Medical nd conhecimentos de biologia molecular se immunology, 2 . Ed. Churchill Livingstone direcionam na clonagem e sequenciamento Publ., Endinburgh, 2000. de genes para identificar, caracterizar e 5. Provan D., Gribben J. Molecular haematology. manipular os gene responsáveis por doenças Blackwell Sciences Ltd, Oxford, 2000. e produtos tóxicos específicos (1, 5). 6. Roitt I., Brostoff J., Male D. Imunologia. Editora Manole Ltda, São Paulo, 1997. Technological advances in laboratorial 7. Stiene-Martin A.E., Lotspeich-Steininger C.A., haematology Koepke J.A. Clinical Haematology. Lippincott-Raven Publishers, Philadelphia, Paulo C. Naoum 1998. 8. Todryk S. Roads that lead to tumour Abstract immunotherapy? Mod. Asp. Immunobiol., 2000; 1: 114-118. Recent progress towards the identification of products synthesised by some blood cells (ex.: cytokines, interleukins, interferons, etc) as well Recebido: 23/05/01 as the identification of white blood cell and stem Aceito: 30/06/01 23