SlideShare uma empresa Scribd logo
PLANEJAMENTO DO ENSINO
PRINCÍPIOS DIDÁTICOS E MODOS DE ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO PEDAGÓGICO
CURRÍCULO INCLUSIVO
Resultado das orientações dos documentos
oficiais, da prática dos professores e do
contexto em que a escola se encontra.
O que é praticado no cotidiano da escola é que,
de fato, constitui o currículo.
A prática docente resulta das concepções
acerca do que se deve ensinar, estas tem por
base tanto os documentos curriculares quanto
em textos de estudo, formações, experiência de
trabalho, conhecimento dos conteúdos
escolares, resultados de avaliações e escolhas
de estratégias de ensino.
Tecendo a teia
 As concepções que constituem o currículo inclusivo
influenciam no planejamento e nos processos de
mediação dos professores, estes, por sua vez são
pautados em princípios didáticos.
 Então um problema se apresenta...NEM SEMPRE OS
DOCENTES TEM CONSCIÊNCIA ACERCA DOS
PRINCÍPIOS QUE REGEM SUA PRÁTICA.
 Solução??? QUANTO MAIS CONSCIÊNCIA, MAIS
AUTONOMIA NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO E
REALIZAÇÃO DA AÇÃO DIDÁTICA.
Um estudo de caso
 Em um estudo sobre os princípios didáticos que regiam as práticas de duas
professoras do quinto ano do Ensino Fundamental de escolas municipais de ensino
de Recife e Jaboatão dos Guararapes, Lima (2011) identificou princípios
fundamentais que levaram a autora a considerar que as professoras analisadas
tinham uma dinâmica centrada em uma perspectiva sociointeracionista de ensino.
A partir desse estudo ela identificou 10 princípios subjacentes a maior parte das
aulas das professoras. São eles:
(1) ensino reflexivo – as professoras estimulavam as crianças a refletir sobre os
conhecimentos, evitando situações em que estes eram simplesmente transmitidos por
elas;
(2) ensino centrado na problematização – as professoras planejavam atividades
em que as crianças eram desafiadas a resolver problemas diversos; havia desafios
que motivavam as crianças a querer aprender;
(3) ensino centrado na interação em pares – as professoras priorizavam
situações em que a aprendizagem se dava por meio da interação em grandes grupos,
em pequenos grupos, em duplas; as atividades individuais sempre culminavam em
momentos de socialização e discussão;
(4) ensino centrado na explicitação verbal – as crianças eram estimuladas a falar
sobre o que pensavam, a responder perguntas; elas não tinham medo de errar
porque sabiam que podiam dizer o que pensavam sem passar por constrangimentos;
entendiam que todos estavam aprendendo;
(5) favorecimento da argumentação – as crianças eram estimuladas a expor e
justificar suas opiniões; os diferentes pontos de vista na sala de aula eram
confrontados; as professoras valorizavam as posturas de respeito, mas com
explicitação das diferentes possibilidades de pensar sobre os conhecimentos;
(6) sistematização dos saberes – as professoras realizavam atividades
de sistematização dos conhecimentos ensinados; havia momentos de
sínteses em relação aos conhecimentos acumulados, seja por meio de
exposições breves, seja por meio de registro coletivo das aprendizagens
realizadas;
(7) valorização dos conhecimentos dos alunos – as docentes
frequentemente realizavam atividades para saber o que as crianças
pensavam sobre os conteúdos que estavam sendo ensinados; utilizavam
tais conhecimentos para planejar as atividades e como ponto de partida
nos momentos de resolução de problemas; as professoras estimulavam as
crianças a expor seus conhecimentos, valorizando o que elas diziam;
investiam também no aumento da autoestima das crianças;
(8) incentivo à participação dos alunos – as professoras se dirigiam às
crianças quando percebiam que elas estavam apáticas, sobretudo as
crianças mais tímidas ou que não tinham iniciativa de participação nas
atividades;
(9) diversificação de estratégias didáticas – as professoras realizavam
vários tipos de atividades para contemplar um determinado conteúdo; elas
diversificavam tanto os recursos didáticos quanto as atividades;
(10) ensino centrado na progressão – as docentes contemplavam um
mesmo conteúdo em aulas diferentes, aumentando o grau de dificuldade.
 As aulas foram desenvolvidas a partir de uma sequência didática
envolvendo a reflexão, leitura e produção de reportagens e foram
realizadas palas professoras Ana Rita Aguiar de Oliveira e Maria Selma
de Melo, em escolas de Recife e Jaboatão.
 As docentes realizaram atividades de leitura e discussão de reportagens
sobre preconceito, adoção, ataques de tubarões e saneamento básico,
assim como mediaram situações de produção de reportagens que
compuseram o jornal mural da escola.
 Além dos objetivos relativos à ampliação de conhecimentos sobre os
temas, objetivava-se, também, familiarizar as crianças com o suporte
jornal, ajudá-los a caracterizar o gênero reportagem e desenvolver
estratégias de leitura e produção de textos.
 Foram realizadas entrevistas com 51 crianças, com o objetivo de saber
a opinião delas sobre as aulas. As entrevistas, que eram realizadas logo
após as aulas, tratavam das opiniões das crianças sobre o que tinham
vivenciado: O que você achou da aula de hoje? De que parte da aula
você mais gostou? Por quê? De qual parte não gostou? Por quê?
As respostas,
eles gostavam das aulas quando:
• os conteúdos eram importantes para a vida;
• as atividades eram boas;
• havia vários tipos de atividades;
• a ordem das atividades era interessante;
• os assuntos trabalhados em uma aula também eram ensinados em outras
aulas;
• alguns assuntos eram de duas “matérias” (componentes curriculares);
• as atividades não eram muito difíceis;
• a professora ajudava a realizar a atividade;
• a professora explicava “direito”;
• os textos eram bons;
• a professora percebia se a turma estava aprendendo;
• conseguiam aprender.
O que isso nos mostra sobre o
planejamento do professor e sobre as
crianças???
 Nos mostra que as crianças estavam atentas e que a prática foi
realizada de modo sistemático, organizado, dinâmico e que as crianças
se sentiram motivadas e se envolveram e foram capazes de monitorar
suas próprias aprendizagens.
 Quando as aulas são bem planejadas, os estudantes se envolvem
mais.
 Os princípios identificados dizem respeito não somente a atividade
planejada, mas também às posturas, aos modos de mediação, à
capacidade de explicar e dialogar com as crianças.
CONCLUSÃO
 A melhoria da prática pedagógica envolve, por um lado, a
ampliação contínua dos conhecimentos, mas também o
desenvolvimento de modos de interagir com os alunos.
 Na alfabetização, o atendimento a esses princípios
citados pode gerar momentos de aprendizagem
muito ricos, em que as crianças são motivadas a
participar, tendo-se sempre em mente o direito à
aprendizagem dos estudantes.
 No estudo as professoras usaram sequências didáticas, mas os
princípios anteriormente citados, podem ser atendidos através de
outras formas de organização do trabalho pedagógico.
 Algumas formas de organização têm sido mais recorrentes nos dias
atuais, como, por exemplo: atividades permanentes, sequências
didáticas, projetos didáticos.
 O importante é que o contato com a leitura e escrita seja
gratificante.
 As atividades permanentes são aquelas que se repetem durante
um determinado período de tempo (semana, mês, ano). A hora da
novidade, presente em muitas rotinas escolares, pode ser
considerada uma atividade permanente, assim como a hora da
leitura, em que a professora lê textos literários para as crianças, ou
mesmo a hora da brincadeira. Pode-se decidir, por exemplo,
realizar a hora da biblioteca como atividade permanente. Vieira e
Fernandes (2010, p. 109) argumentam que “por ser a escola, às
vezes, o único espaço onde algumas crianças terão oportunidade
de acesso a livros, é importante favorecer este acesso e procurar
conhecer bem o acervo da biblioteca escolar”
 A hora da biblioteca e outros tipos de atividades permanentes
criam, na escola, certas rotinas que, embora impliquem em
repetição de um determinado procedimento didático, não é
enfadonho, nem cansativo, pois há mudanças na permanência: os
textos são diferentes, os diálogos são diferentes, as formas de
mediação são diferentes. É importante perceber que a rotina por
si só também é formativa, além disso, ela ajuda a estabelecer um
sentimento de estabilidade e confiança, principalmente para as
crianças menores.
 Outra forma de organizar o trabalho pedagógico são as
sequências didáticas ou atividades sequenciais, que são as
situações em que as atividades são dependentes umas das outras
e a ordem das atividades é importante. Por meio das atividades
didáticas, um mesmo conteúdo pode ser revisitado em diferentes
aulas, de modo articulado e integrado.
 Outro modo de organização do trabalho pedagógico são os
projetos didáticos. Nesta forma de intervenção didática um
determinado problema precisa ser resolvido pelo grupo e para
isso diferentes atividades são desenvolvidas. A culminância com
a socialização das produções é outra característica que marca os
projetos didáticos.
 Hernández e Ventura (1998) ressaltam que o trabalho
organizado em projeto didático rompe com a ordenação rígida
das atividades didáticas e com as fronteiras entre as disciplinas
escolares. Uma característica fundamental desse modo de
organização do ensino é o planejamento conjunto com os
estudantes das estratégias a serem usadas no processo de
pesquisa, assim como a possibilidade de redefinição de metas ao
longo do percurso didático.
Para terminar...
 Tanto por meio de projetos didáticos,
quanto de sequências didáticas ou de
atividades permanentes, ou outras formas
de organização da ação didática, as
aprendizagens podem ocorrer. Na
verdade, o fundamental é que sejam
contemplados princípios didáticos que
motivem os estudantes e favoreçam as
apropriações de modo reflexivo,
problematizador.
BIBLIOGRAFIA
 CARVALHO, Janete Magalhães. Pensando o currículo escolar a partir do
outro que está em mim. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo (org.). Cotidiano
escolar, formação de professores (as) e currículo. 2ª Ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
 HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, M Montserrat. A organização do
currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
 LIMA, Juliana de Melo. Os Critérios adotados por crianças para avaliar
suas professoras. Dissertação (Mestrado em Educação), Pós-Graduação
em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
 VIEIRA, Adriana Silene; FERNANDES, Célia Regina D. O acervo das
bibliotecas escolares e suas possibilidades. In: PAIVA, Aparecida; MACIEL,
Francisca; COSSON, Rildo. Literatura: ensino fundamental (Coleção
Explorando o Ensino). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2010.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Metodologia de ensino
Metodologia de ensinoMetodologia de ensino
Metodologia de ensino
Deia Araujo
 
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomiaSimulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
Leandro Alves
 
Metodologias ativas
Metodologias ativas Metodologias ativas
Práticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão EscolarPráticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão Escolar
delicia2
 
Metodologias Ativas
Metodologias AtivasMetodologias Ativas
Metodologias Ativas
Grasiela Dourado
 
03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolarJoao Balbi
 
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de Aula
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de AulaATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de Aula
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de AulaClaudia Elisabete Silva
 
ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - AvaliaçãoATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
Claudia Elisabete Silva
 
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIASBNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
Deusirene Magalhaes
 
Teorias do curriculo
Teorias do curriculoTeorias do curriculo
Teorias do curriculo
joao jose saraiva da fonseca
 
"Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas""Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas"
Cléo Lima
 
Formação recomposição da Aprendizagem
Formação recomposição da Aprendizagem Formação recomposição da Aprendizagem
Formação recomposição da Aprendizagem
carmensilva723002
 
Avaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagemAvaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
Cleyton Carvalho
 
Avaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funçõesAvaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funções
Kogen Gouveia
 
Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências Pedagógicas
paulamotta
 
Projeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
Projeto de Ensino e Projeto de AprendizagemProjeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
Projeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
Elaine Pacheco
 
Tendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico críticaTendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico crítica
Fábio Vasconcelos
 

Mais procurados (20)

Metodologia de ensino
Metodologia de ensinoMetodologia de ensino
Metodologia de ensino
 
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomiaSimulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
Simulado com 12 questões sobre o livro pedagogia da autonomia
 
Metodologias ativas
Metodologias ativas Metodologias ativas
Metodologias ativas
 
Práticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão EscolarPráticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão Escolar
 
Metodologias Ativas
Metodologias AtivasMetodologias Ativas
Metodologias Ativas
 
03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar
 
PPP
PPPPPP
PPP
 
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de Aula
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de AulaATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de Aula
ATPC Como Espaço de Formação - Gestão da Sala de Aula
 
ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - AvaliaçãoATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
 
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIASBNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
BNCC, BASE LEGAL, TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS
 
Teorias do curriculo
Teorias do curriculoTeorias do curriculo
Teorias do curriculo
 
"Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas""Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas"
 
Formação recomposição da Aprendizagem
Formação recomposição da Aprendizagem Formação recomposição da Aprendizagem
Formação recomposição da Aprendizagem
 
Avaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagemAvaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
 
Currículo escolar
Currículo escolarCurrículo escolar
Currículo escolar
 
Avaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funçõesAvaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funções
 
Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências Pedagógicas
 
Projeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
Projeto de Ensino e Projeto de AprendizagemProjeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
Projeto de Ensino e Projeto de Aprendizagem
 
Professor reflexivo
Professor reflexivoProfessor reflexivo
Professor reflexivo
 
Tendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico críticaTendência pedagógica histórico crítica
Tendência pedagógica histórico crítica
 

Destaque

Planejamento escolar
Planejamento escolarPlanejamento escolar
Planejamento escolarJoao Balbi
 
Planejamento de Ensino
Planejamento de EnsinoPlanejamento de Ensino
Planejamento de Ensino
Lene Reis
 
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_sala
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_salaPlanejamento de ensino_e_a_dinamica_da_sala
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_salagenesiamaia
 
Planejamento Ensino Superior
Planejamento Ensino SuperiorPlanejamento Ensino Superior
Planejamento Ensino Superiormauricio
 
Planejamento Escolar
Planejamento EscolarPlanejamento Escolar
Planejamento Escolar
folilim
 
Planejamento pedagogico
Planejamento pedagogicoPlanejamento pedagogico
Planejamento pedagogicostraraposa
 
Docência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
Docência no Ensino Superior Trabalho AcadêmicoDocência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
Docência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
Edson Jales
 
Planejamento no Ensino Superior
Planejamento no Ensino SuperiorPlanejamento no Ensino Superior
Planejamento no Ensino SuperiorAna Marilin
 
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTOTEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
Dênia Falcão de Bittencourt
 
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
Gestão  pedagógica do ensino fundamental iGestão  pedagógica do ensino fundamental i
Gestão pedagógica do ensino fundamental iunieubra
 
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superiorAula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
Mariana Andrade
 
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processoClaudio Lima
 
Geo 4 not plan
Geo 4 not planGeo 4 not plan
Geo 4 not plan
Fernando Pimentel
 
Gestão de sala de aula 2
Gestão de sala de aula 2Gestão de sala de aula 2
Gestão de sala de aula 2suelyaparecida
 
Didática do ensino superior
Didática do ensino superiorDidática do ensino superior
Didática do ensino superiorMarcio Moura
 
Plano de aula seminario
Plano de aula seminarioPlano de aula seminario
Plano de aula seminarioTatiane
 
Planejamento e ação docente 2
Planejamento e ação docente 2Planejamento e ação docente 2
Planejamento e ação docente 2Joao Balbi
 
4.planejamento pedagógico do ensino
4.planejamento pedagógico do ensino4.planejamento pedagógico do ensino
4.planejamento pedagógico do ensinoelannialins
 
Aula de Didática do Ensino Superior
Aula de Didática do Ensino SuperiorAula de Didática do Ensino Superior
Aula de Didática do Ensino Superior
Instituto Consciência GO
 
PNAIC - Ano 2 educação do campo
PNAIC - Ano 2   educação do campoPNAIC - Ano 2   educação do campo
PNAIC - Ano 2 educação do campoElieneDias
 

Destaque (20)

Planejamento escolar
Planejamento escolarPlanejamento escolar
Planejamento escolar
 
Planejamento de Ensino
Planejamento de EnsinoPlanejamento de Ensino
Planejamento de Ensino
 
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_sala
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_salaPlanejamento de ensino_e_a_dinamica_da_sala
Planejamento de ensino_e_a_dinamica_da_sala
 
Planejamento Ensino Superior
Planejamento Ensino SuperiorPlanejamento Ensino Superior
Planejamento Ensino Superior
 
Planejamento Escolar
Planejamento EscolarPlanejamento Escolar
Planejamento Escolar
 
Planejamento pedagogico
Planejamento pedagogicoPlanejamento pedagogico
Planejamento pedagogico
 
Docência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
Docência no Ensino Superior Trabalho AcadêmicoDocência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
Docência no Ensino Superior Trabalho Acadêmico
 
Planejamento no Ensino Superior
Planejamento no Ensino SuperiorPlanejamento no Ensino Superior
Planejamento no Ensino Superior
 
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTOTEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
 
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
Gestão  pedagógica do ensino fundamental iGestão  pedagógica do ensino fundamental i
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
 
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superiorAula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
Aula 1_Sobre o conhecimento-Planejamento e didática no ensino superior
 
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo
9.1. planejamento de ensino como ferramenta básica do processo
 
Geo 4 not plan
Geo 4 not planGeo 4 not plan
Geo 4 not plan
 
Gestão de sala de aula 2
Gestão de sala de aula 2Gestão de sala de aula 2
Gestão de sala de aula 2
 
Didática do ensino superior
Didática do ensino superiorDidática do ensino superior
Didática do ensino superior
 
Plano de aula seminario
Plano de aula seminarioPlano de aula seminario
Plano de aula seminario
 
Planejamento e ação docente 2
Planejamento e ação docente 2Planejamento e ação docente 2
Planejamento e ação docente 2
 
4.planejamento pedagógico do ensino
4.planejamento pedagógico do ensino4.planejamento pedagógico do ensino
4.planejamento pedagógico do ensino
 
Aula de Didática do Ensino Superior
Aula de Didática do Ensino SuperiorAula de Didática do Ensino Superior
Aula de Didática do Ensino Superior
 
PNAIC - Ano 2 educação do campo
PNAIC - Ano 2   educação do campoPNAIC - Ano 2   educação do campo
PNAIC - Ano 2 educação do campo
 

Semelhante a Planejamento do ensino

EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdfEO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
Natalia384006
 
Ano 3 unidade_2
Ano 3 unidade_2Ano 3 unidade_2
Ano 3 unidade_2
Daniela Menezes
 
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
VICENTEHENRIQUEDEOFI
 
Apresentação rosane virlene orientação
Apresentação rosane virlene orientaçãoApresentação rosane virlene orientação
Apresentação rosane virlene orientaçãoVirlene Amarante
 
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdfLibaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
Denise De Ramos
 
3 formação pnaic
3 formação pnaic3 formação pnaic
3 formação pnaic
Nadylva Guedes
 
Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.
Magda Marques
 
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdfModalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
ssuserbc0eb2
 
Concepcao metodologica curriculo 2
Concepcao metodologica curriculo 2Concepcao metodologica curriculo 2
Concepcao metodologica curriculo 2
Jeca Tatu
 
Concepcao metodologica curriculo
Concepcao metodologica curriculoConcepcao metodologica curriculo
Concepcao metodologica curriculo
Jeca Tatu
 
didatica no ensino superios 3
didatica no ensino superios 3didatica no ensino superios 3
didatica no ensino superios 3
jairdeoliveirajunior
 
CARTILHA TUTORIA.pdf
CARTILHA TUTORIA.pdfCARTILHA TUTORIA.pdf
CARTILHA TUTORIA.pdf
GiselleMoreira13
 
Slides
SlidesSlides
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
ProfCibellePires
 
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09Andrea Cortelazzi
 
1. zabala. prática educativa prof. iara
1. zabala. prática educativa prof. iara1. zabala. prática educativa prof. iara
1. zabala. prática educativa prof. iaraClaudia Andrade
 

Semelhante a Planejamento do ensino (20)

Métodos de ensino
Métodos de ensinoMétodos de ensino
Métodos de ensino
 
EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdfEO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
EO - 8 Estudos_1ºBimestre - 6º ANOS.pdf
 
Ano 3 unidade_2_miolo
Ano 3 unidade_2_mioloAno 3 unidade_2_miolo
Ano 3 unidade_2_miolo
 
Ano 3 unidade_2
Ano 3 unidade_2Ano 3 unidade_2
Ano 3 unidade_2
 
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
2dia_professores_anexo4_sp_2semestre.pdf
 
Apresentação rosane virlene orientação
Apresentação rosane virlene orientaçãoApresentação rosane virlene orientação
Apresentação rosane virlene orientação
 
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdfLibaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
Libaneo J C Didatica Velhos e novos temas_ livro.pdf
 
3 formação pnaic
3 formação pnaic3 formação pnaic
3 formação pnaic
 
Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.
 
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdfModalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
Modalidades Organizativas DÉLIA LERNER. (1).pdf
 
Ensino com pesquisa
Ensino com pesquisaEnsino com pesquisa
Ensino com pesquisa
 
Concepcao metodologica curriculo 2
Concepcao metodologica curriculo 2Concepcao metodologica curriculo 2
Concepcao metodologica curriculo 2
 
Concepcao metodologica curriculo
Concepcao metodologica curriculoConcepcao metodologica curriculo
Concepcao metodologica curriculo
 
didatica no ensino superios 3
didatica no ensino superios 3didatica no ensino superios 3
didatica no ensino superios 3
 
CARTILHA TUTORIA.pdf
CARTILHA TUTORIA.pdfCARTILHA TUTORIA.pdf
CARTILHA TUTORIA.pdf
 
Slides
SlidesSlides
Slides
 
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizag...
 
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09
Zabala. Peb Ii Estado 26.11.09
 
1. zabala. prática educativa prof. iara
1. zabala. prática educativa prof. iara1. zabala. prática educativa prof. iara
1. zabala. prática educativa prof. iara
 
Vt6[1]
Vt6[1]Vt6[1]
Vt6[1]
 

Mais de Caroline Marino

21. guilherme augusto araújo fernandes mem fox
21. guilherme augusto araújo fernandes   mem fox21. guilherme augusto araújo fernandes   mem fox
21. guilherme augusto araújo fernandes mem foxCaroline Marino
 
Slides pacto atribuições
Slides pacto atribuiçõesSlides pacto atribuições
Slides pacto atribuiçõesCaroline Marino
 
7º direitos de aprendizagem analise setimo
7º direitos de aprendizagem  analise setimo7º direitos de aprendizagem  analise setimo
7º direitos de aprendizagem analise setimoCaroline Marino
 
9º direitos de aprendizagem oralidade nono
9º direitos de aprendizagem oralidade nono9º direitos de aprendizagem oralidade nono
9º direitos de aprendizagem oralidade nonoCaroline Marino
 
10º direitos de aprendizagem producao décimo
10º direitos de aprendizagem producao décimo10º direitos de aprendizagem producao décimo
10º direitos de aprendizagem producao décimoCaroline Marino
 
8º direitos de aprendizagem leitura oitavo
8º direitos de aprendizagem   leitura oitavo8º direitos de aprendizagem   leitura oitavo
8º direitos de aprendizagem leitura oitavoCaroline Marino
 
3 ºdireitos de aprendizagem sea terceiro
3 ºdireitos de aprendizagem   sea terceiro3 ºdireitos de aprendizagem   sea terceiro
3 ºdireitos de aprendizagem sea terceiroCaroline Marino
 
1º slides objetivos da formação primeiro
1º slides objetivos da formação   primeiro1º slides objetivos da formação   primeiro
1º slides objetivos da formação primeiroCaroline Marino
 
Foram muitos, os professores
Foram muitos, os professoresForam muitos, os professores
Foram muitos, os professoresCaroline Marino
 

Mais de Caroline Marino (14)

21. guilherme augusto araújo fernandes mem fox
21. guilherme augusto araújo fernandes   mem fox21. guilherme augusto araújo fernandes   mem fox
21. guilherme augusto araújo fernandes mem fox
 
Pnaic 2º encontro
Pnaic 2º encontroPnaic 2º encontro
Pnaic 2º encontro
 
Slides pacto atribuições
Slides pacto atribuiçõesSlides pacto atribuições
Slides pacto atribuições
 
7º direitos de aprendizagem analise setimo
7º direitos de aprendizagem  analise setimo7º direitos de aprendizagem  analise setimo
7º direitos de aprendizagem analise setimo
 
9º direitos de aprendizagem oralidade nono
9º direitos de aprendizagem oralidade nono9º direitos de aprendizagem oralidade nono
9º direitos de aprendizagem oralidade nono
 
10º direitos de aprendizagem producao décimo
10º direitos de aprendizagem producao décimo10º direitos de aprendizagem producao décimo
10º direitos de aprendizagem producao décimo
 
8º direitos de aprendizagem leitura oitavo
8º direitos de aprendizagem   leitura oitavo8º direitos de aprendizagem   leitura oitavo
8º direitos de aprendizagem leitura oitavo
 
3 ºdireitos de aprendizagem sea terceiro
3 ºdireitos de aprendizagem   sea terceiro3 ºdireitos de aprendizagem   sea terceiro
3 ºdireitos de aprendizagem sea terceiro
 
1º slides objetivos da formação primeiro
1º slides objetivos da formação   primeiro1º slides objetivos da formação   primeiro
1º slides objetivos da formação primeiro
 
Foram muitos, os professores
Foram muitos, os professoresForam muitos, os professores
Foram muitos, os professores
 
Pauta pnaic
 Pauta pnaic Pauta pnaic
Pauta pnaic
 
Pauta pnaic
 Pauta pnaic Pauta pnaic
Pauta pnaic
 
Pauta pnaic
 Pauta pnaic Pauta pnaic
Pauta pnaic
 
Vaca, leitão e pata
Vaca, leitão e pataVaca, leitão e pata
Vaca, leitão e pata
 

Planejamento do ensino

  • 1. PLANEJAMENTO DO ENSINO PRINCÍPIOS DIDÁTICOS E MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
  • 2. CURRÍCULO INCLUSIVO Resultado das orientações dos documentos oficiais, da prática dos professores e do contexto em que a escola se encontra. O que é praticado no cotidiano da escola é que, de fato, constitui o currículo. A prática docente resulta das concepções acerca do que se deve ensinar, estas tem por base tanto os documentos curriculares quanto em textos de estudo, formações, experiência de trabalho, conhecimento dos conteúdos escolares, resultados de avaliações e escolhas de estratégias de ensino.
  • 3. Tecendo a teia  As concepções que constituem o currículo inclusivo influenciam no planejamento e nos processos de mediação dos professores, estes, por sua vez são pautados em princípios didáticos.  Então um problema se apresenta...NEM SEMPRE OS DOCENTES TEM CONSCIÊNCIA ACERCA DOS PRINCÍPIOS QUE REGEM SUA PRÁTICA.  Solução??? QUANTO MAIS CONSCIÊNCIA, MAIS AUTONOMIA NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DA AÇÃO DIDÁTICA.
  • 4. Um estudo de caso  Em um estudo sobre os princípios didáticos que regiam as práticas de duas professoras do quinto ano do Ensino Fundamental de escolas municipais de ensino de Recife e Jaboatão dos Guararapes, Lima (2011) identificou princípios fundamentais que levaram a autora a considerar que as professoras analisadas tinham uma dinâmica centrada em uma perspectiva sociointeracionista de ensino. A partir desse estudo ela identificou 10 princípios subjacentes a maior parte das aulas das professoras. São eles: (1) ensino reflexivo – as professoras estimulavam as crianças a refletir sobre os conhecimentos, evitando situações em que estes eram simplesmente transmitidos por elas; (2) ensino centrado na problematização – as professoras planejavam atividades em que as crianças eram desafiadas a resolver problemas diversos; havia desafios que motivavam as crianças a querer aprender; (3) ensino centrado na interação em pares – as professoras priorizavam situações em que a aprendizagem se dava por meio da interação em grandes grupos, em pequenos grupos, em duplas; as atividades individuais sempre culminavam em momentos de socialização e discussão; (4) ensino centrado na explicitação verbal – as crianças eram estimuladas a falar sobre o que pensavam, a responder perguntas; elas não tinham medo de errar porque sabiam que podiam dizer o que pensavam sem passar por constrangimentos; entendiam que todos estavam aprendendo; (5) favorecimento da argumentação – as crianças eram estimuladas a expor e justificar suas opiniões; os diferentes pontos de vista na sala de aula eram confrontados; as professoras valorizavam as posturas de respeito, mas com explicitação das diferentes possibilidades de pensar sobre os conhecimentos;
  • 5. (6) sistematização dos saberes – as professoras realizavam atividades de sistematização dos conhecimentos ensinados; havia momentos de sínteses em relação aos conhecimentos acumulados, seja por meio de exposições breves, seja por meio de registro coletivo das aprendizagens realizadas; (7) valorização dos conhecimentos dos alunos – as docentes frequentemente realizavam atividades para saber o que as crianças pensavam sobre os conteúdos que estavam sendo ensinados; utilizavam tais conhecimentos para planejar as atividades e como ponto de partida nos momentos de resolução de problemas; as professoras estimulavam as crianças a expor seus conhecimentos, valorizando o que elas diziam; investiam também no aumento da autoestima das crianças; (8) incentivo à participação dos alunos – as professoras se dirigiam às crianças quando percebiam que elas estavam apáticas, sobretudo as crianças mais tímidas ou que não tinham iniciativa de participação nas atividades; (9) diversificação de estratégias didáticas – as professoras realizavam vários tipos de atividades para contemplar um determinado conteúdo; elas diversificavam tanto os recursos didáticos quanto as atividades; (10) ensino centrado na progressão – as docentes contemplavam um mesmo conteúdo em aulas diferentes, aumentando o grau de dificuldade.
  • 6.  As aulas foram desenvolvidas a partir de uma sequência didática envolvendo a reflexão, leitura e produção de reportagens e foram realizadas palas professoras Ana Rita Aguiar de Oliveira e Maria Selma de Melo, em escolas de Recife e Jaboatão.  As docentes realizaram atividades de leitura e discussão de reportagens sobre preconceito, adoção, ataques de tubarões e saneamento básico, assim como mediaram situações de produção de reportagens que compuseram o jornal mural da escola.  Além dos objetivos relativos à ampliação de conhecimentos sobre os temas, objetivava-se, também, familiarizar as crianças com o suporte jornal, ajudá-los a caracterizar o gênero reportagem e desenvolver estratégias de leitura e produção de textos.  Foram realizadas entrevistas com 51 crianças, com o objetivo de saber a opinião delas sobre as aulas. As entrevistas, que eram realizadas logo após as aulas, tratavam das opiniões das crianças sobre o que tinham vivenciado: O que você achou da aula de hoje? De que parte da aula você mais gostou? Por quê? De qual parte não gostou? Por quê?
  • 7. As respostas, eles gostavam das aulas quando: • os conteúdos eram importantes para a vida; • as atividades eram boas; • havia vários tipos de atividades; • a ordem das atividades era interessante; • os assuntos trabalhados em uma aula também eram ensinados em outras aulas; • alguns assuntos eram de duas “matérias” (componentes curriculares); • as atividades não eram muito difíceis; • a professora ajudava a realizar a atividade; • a professora explicava “direito”; • os textos eram bons; • a professora percebia se a turma estava aprendendo; • conseguiam aprender.
  • 8. O que isso nos mostra sobre o planejamento do professor e sobre as crianças???  Nos mostra que as crianças estavam atentas e que a prática foi realizada de modo sistemático, organizado, dinâmico e que as crianças se sentiram motivadas e se envolveram e foram capazes de monitorar suas próprias aprendizagens.  Quando as aulas são bem planejadas, os estudantes se envolvem mais.  Os princípios identificados dizem respeito não somente a atividade planejada, mas também às posturas, aos modos de mediação, à capacidade de explicar e dialogar com as crianças.
  • 9. CONCLUSÃO  A melhoria da prática pedagógica envolve, por um lado, a ampliação contínua dos conhecimentos, mas também o desenvolvimento de modos de interagir com os alunos.  Na alfabetização, o atendimento a esses princípios citados pode gerar momentos de aprendizagem muito ricos, em que as crianças são motivadas a participar, tendo-se sempre em mente o direito à aprendizagem dos estudantes.
  • 10.  No estudo as professoras usaram sequências didáticas, mas os princípios anteriormente citados, podem ser atendidos através de outras formas de organização do trabalho pedagógico.  Algumas formas de organização têm sido mais recorrentes nos dias atuais, como, por exemplo: atividades permanentes, sequências didáticas, projetos didáticos.  O importante é que o contato com a leitura e escrita seja gratificante.  As atividades permanentes são aquelas que se repetem durante um determinado período de tempo (semana, mês, ano). A hora da novidade, presente em muitas rotinas escolares, pode ser considerada uma atividade permanente, assim como a hora da leitura, em que a professora lê textos literários para as crianças, ou mesmo a hora da brincadeira. Pode-se decidir, por exemplo, realizar a hora da biblioteca como atividade permanente. Vieira e Fernandes (2010, p. 109) argumentam que “por ser a escola, às vezes, o único espaço onde algumas crianças terão oportunidade de acesso a livros, é importante favorecer este acesso e procurar conhecer bem o acervo da biblioteca escolar”
  • 11.  A hora da biblioteca e outros tipos de atividades permanentes criam, na escola, certas rotinas que, embora impliquem em repetição de um determinado procedimento didático, não é enfadonho, nem cansativo, pois há mudanças na permanência: os textos são diferentes, os diálogos são diferentes, as formas de mediação são diferentes. É importante perceber que a rotina por si só também é formativa, além disso, ela ajuda a estabelecer um sentimento de estabilidade e confiança, principalmente para as crianças menores.  Outra forma de organizar o trabalho pedagógico são as sequências didáticas ou atividades sequenciais, que são as situações em que as atividades são dependentes umas das outras e a ordem das atividades é importante. Por meio das atividades didáticas, um mesmo conteúdo pode ser revisitado em diferentes aulas, de modo articulado e integrado.
  • 12.  Outro modo de organização do trabalho pedagógico são os projetos didáticos. Nesta forma de intervenção didática um determinado problema precisa ser resolvido pelo grupo e para isso diferentes atividades são desenvolvidas. A culminância com a socialização das produções é outra característica que marca os projetos didáticos.  Hernández e Ventura (1998) ressaltam que o trabalho organizado em projeto didático rompe com a ordenação rígida das atividades didáticas e com as fronteiras entre as disciplinas escolares. Uma característica fundamental desse modo de organização do ensino é o planejamento conjunto com os estudantes das estratégias a serem usadas no processo de pesquisa, assim como a possibilidade de redefinição de metas ao longo do percurso didático.
  • 13. Para terminar...  Tanto por meio de projetos didáticos, quanto de sequências didáticas ou de atividades permanentes, ou outras formas de organização da ação didática, as aprendizagens podem ocorrer. Na verdade, o fundamental é que sejam contemplados princípios didáticos que motivem os estudantes e favoreçam as apropriações de modo reflexivo, problematizador.
  • 14. BIBLIOGRAFIA  CARVALHO, Janete Magalhães. Pensando o currículo escolar a partir do outro que está em mim. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo (org.). Cotidiano escolar, formação de professores (as) e currículo. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2008.  HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, M Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.  LIMA, Juliana de Melo. Os Critérios adotados por crianças para avaliar suas professoras. Dissertação (Mestrado em Educação), Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.  VIEIRA, Adriana Silene; FERNANDES, Célia Regina D. O acervo das bibliotecas escolares e suas possibilidades. In: PAIVA, Aparecida; MACIEL, Francisca; COSSON, Rildo. Literatura: ensino fundamental (Coleção Explorando o Ensino). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010.