O Cortiço de Aluísio Azevedo é um romance naturalista publicado em 1890 que retrata a vida no cortiço Cabeça de Porco no Rio de Janeiro do século XIX. A obra explora os temas da pobreza, da promiscuidade e da animalização das personagens sob a influência do meio em que vivem. O cortiço é o espaço central da história, representando a mistura de raças e classes baixas, em contraste com o sobrado de Miranda que simboliza a burguesia ascendente.
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, conseguiu a fórmula que se ajustava ao seu talento do escritor: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à seqüência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.
Nesse romance também registra-se, pela primeira vez nas literaturas de língua portuguesa, o impressionante poder de dar vida e corpo a agrupamentos humanos. Aluísio soube movimentá-los com perfeito domínio das situações, enquanto fixava as emoções particulares como traços de relevo das reações coletivas, em que o indivíduo se dissolve num todo amorfo.
Além disso, tendo pesquisado à maneira naturalista, tipos, fatos, e situações em diferentes circunstâncias e camadas sociais, contou com um material de observação suficiente para dar ao seu romance uma categoria social de indiscutível valor e importância.
Segue uma análise de toda a estrutura da obra:
Seminário realizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Vale do Curtume.
Professor: Cleiton Batista
Alunos: Clara Martins Pedrosa
Flávio Matheus Morais de Sousa
Fco. Andherson Farias Carvalho
Maria Eduarda de Paula Farias
Nicholas do Nascimento Leitão
Pedro Luan Abreu do Santos Mota
Resumo sobre os principais autores da 2ª fase da Geração Modernista no Brasil. Apresenta características gerais e específicas das obras, assim como contextualização histórica.
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, conseguiu a fórmula que se ajustava ao seu talento do escritor: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à seqüência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.
Nesse romance também registra-se, pela primeira vez nas literaturas de língua portuguesa, o impressionante poder de dar vida e corpo a agrupamentos humanos. Aluísio soube movimentá-los com perfeito domínio das situações, enquanto fixava as emoções particulares como traços de relevo das reações coletivas, em que o indivíduo se dissolve num todo amorfo.
Além disso, tendo pesquisado à maneira naturalista, tipos, fatos, e situações em diferentes circunstâncias e camadas sociais, contou com um material de observação suficiente para dar ao seu romance uma categoria social de indiscutível valor e importância.
Segue uma análise de toda a estrutura da obra:
Seminário realizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Vale do Curtume.
Professor: Cleiton Batista
Alunos: Clara Martins Pedrosa
Flávio Matheus Morais de Sousa
Fco. Andherson Farias Carvalho
Maria Eduarda de Paula Farias
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Pedro Luan Abreu do Santos Mota
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Aluísio Azevedo
2. Aluísio Azevedo O maranhense Aluísio Azevedo escreveu muitos romances e contos para atender a pedidos de editores, que procuravam corresponder ao gosto do público leitor, um gosto marcado pelo pior tipo de romantismo. Por isso, produziu muita literatura inferior, baixamente romântica, estilisticamente descuidada antes de profissionalizar-se como escritor. Publicou O Cortiço em 1890, consagrando-se por sua tendência naturalista e inovadora para a época. (passeiweb.com.br)
3. O Naturalismo na obra A obra é considerada naturalista porque revela a aceitação de ideias filosóficas e científicas do seu tempo: a redução das criaturas ao nível animal : ZOOMORFISMO. Essa tendência literária revela a influência das teorias da Biologia do século XIX . Charles Darwin Jean-Baptite Lamarck Hypolite Taine Darwinismo Lamarckismo Determinismo Raça Meio Momento
4. O impacto da obra Na época em que foi publicada, a obra Aluisio Azevedo destaca o que há causava choque aos leitores, por tratar de de mais sórdido no ser humano temas considerados tabus de maneira tão explícita. Isso não é feito a partir de dramas suicídio pessoais, mas pelo estabelecimento de um enredo que parece uma pintura panorâmica, em que cada cena compõe um Miséria Preconceito e injustiças sociais todo de dor existencial, gerado pela de atmosfera do cortiço. raça Preconceito de homossexualismo classe
5. O enredo O enredo traz como tema a ambição e a exploração do homem pelo próprio homem. De um lado, João Romão, que aspira à riqueza, e Miranda, já rico, que aspira à nobreza. Do outro lado, a "gentalha", caracterizada como um conjunto de animais, movidos pelo instinto e pela fome. Todas as existências se entrelaçam e repercutem umas nas outras. avarento, dono de um menos rico mas mais fino cortiço, que vive com uma , com um casamento de escrava a quem ele engana com fachada. uma carta de alforria (falsa).
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3. O CORTIÇO: ROMANCE
EXPERIMENTAL
Conceito elaborado pelo escritor francês Émile
Zola, no romance experimental a realidade é
observada de uma perspectiva científica, que
mostra um retrato fiel da sociedade, mesmo de seus
aspectos mais sórdidos – postura artística
denominada então de “belo horrível”. A busca pelo
registro fidedigno orienta o narrador no sentido da
reprodução da linguagem das personagens com
toda a riqueza da oralidade e das gírias do tempo.
Além disso, existe o interesse pela miséria, pela
pobreza, a sexualização do enredo e a animalização
das personagens.
4. I
"Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e
tinas para lavadeiras".
As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por
dia; tudo pago adiantado. O preço de cada tina,
metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As
moradoras do cortiço tinham preferência e não
pagavam nada para lavar. (...)
5. I
E aquilo se foi constituindo numa grande
lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas
cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os
seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que
apareciam como manchas alegres por entre a
negrura das limosas tinas transbordantes e o
revérbero das claras barracas de algodão cru,
armadas sobre os lustrosos bancos de lavar. E os
gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada,
cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco.
6. I
E naquela terra encharcada e fumegante,
naquela umidade quente e lodosa, começou a
minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma
coisa viva, uma geração, que parecia brotar
espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e
multiplicar-se como larvas no esterco.
7. LINGUAGEM
Descrição naturalista, isto é, a visão panorâmica
do narrador-observador fixa uma determinada
coletividade ressaltando o seu parentesco com o
mundo animal:
E naquela terra encharcada e fumegante,
naquela umidade quente e lodosa, começou a
minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo,
uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar
espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e
multiplicar-se como larvas no esterco.
8. LINGUAGEM
Os adjetivos qualificadores do ambiente - terra
encharcada e fumegante, quente e lodosa –
relacionam-se intimamente com os verbos que
indicam a proliferação promíscua, bestial das
pessoas - minhocar, esfervilhar, crescer, brotar.
Da fusão dos seres e o ambiente, cujos elementos
comuns são a sujeira, o lixo, o anonimato, a
multidão – nasce a redução dos primeiros (os
seres) às condições proporcionadas pelo segundo
(o ambiente): os homens multiplicam-se como
larvas no esterco...
9. III
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de
portas e janelas alinhadas.
(...)
10. III
Entretanto, das portas surgiam cabeças
congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos,
fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se
grosso por toda a parte; começavam as xícaras a
tilintar; o cheiro quente do café aquecia,
suplantando todos os outros; trocavam-se de janela
para janela as primeiras palavras, os bons-dias;
reatavam-se conversas interrompidas à noite; a
pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das
casas vinham choros abafados de crianças que
ainda não andam. No confuso rumor que se
formava, destacavam-se risos, sons de vozes que
altercavam, sem se saber onde, grasnar de
marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas.
11. O MÉTODO
Essa obra de Aluísio de Azevedo tem como
influência maior o romance "L’Assommoir" do
escritor francês Émile Zola, que prescreve um rigor
científico na representação da realidade. A intenção
do método naturalista era fazer uma crítica
contundente e coerente de uma realidade
corrompida. Zola e, neste caso, Aluísio combatem,
como princípio teórico, a degradação causada pela
mistura de raças. Por isso, os romances
naturalistas são constituídos de espaços nos quais
convivem desvalidos de várias etnias. Esses
espaços se tornam personagens do romance.
12. O MÉTODO NATURALISTA
Essa obra de Aluísio de Azevedo tem como
influência maior o romance "L’Assommoir" do
escritor francês Émile Zola, que prescreve um rigor
científico na representação da realidade. A intenção
do método naturalista era fazer uma crítica
contundente e coerente de uma realidade
corrompida. Zola e, neste caso, Aluísio combatem,
como princípio teórico, a degradação causada pela
mistura de raças. Por isso, os romances
naturalistas são constituídos de espaços nos quais
convivem desvalidos de várias etnias. Esses
espaços se tornam personagens do romance.
13. NARRADOR:
Aparece em terceira pessoa, portanto, é
onisciente, isto é, aquele que penetra na mente e
nos pensamentos de todas as personagens,
sabendo de tudo que se passa;
Esse narrador é tão poderoso que julga e tenta
comprovar, as influências do meio, da raça e do
momento histórico sobre as ações das
personagens; fato ligado à escola naturalista.
14. ENREDO
o João Romão enriquece às custas de sua obsessão
pelo trabalho de comerciante, mas também por
intermédio de meios ilícitos, como os roubos que
pratica em sua venda e a exploração da amante
Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de
alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto
de cômodos de aluguel e da pedreira que ficava ao
fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a
se dedicar a negócios mais vultosos, como
aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e
deixa para trás a amante.
15. ENREDO
o Miranda, comerciante de tecidos e também
português, muda-se para o sobrado que fica ao
lado do cortiço. No início disputa espaço com o
vizinho, mas, aos poucos, os dois percebem
interesses comuns. Miranda tem acesso à alta
sociedade, posição que começa a ser almejada por
João Romão, este, por sua vez, tem fortuna,
cobiçada pelo comerciante de tecidos que vive às
custas do dinheiro da esposa. Logo, uma aliança
se estabelece entre eles. Para consolidá-la,
planeja-se o casamento entre João Romão e a
filha de Miranda, Zulmira. João se livra de
Bertoleza, devolvendo-a aos seus antigos donos.
16. ENREDO
o Jerônimo assume a condição de gerente da
pedreira de João Romão e passa a viver no cortiço
com a esposa Piedade. Sua honestidade, força e
nobreza de caráter logo chamam a atenção de
todos. No entanto, seduzido pela envolvente Rita
Baiana, assassina o namorado desta, Firmo.
Jerônimo abandona a esposa e vai viver com
Rita. Entra então em um acelerado processo de
decadência física e moral, assim como sua esposa,
que termina alcoólatra.
17. ENREDO
o A decadência atinge também outros moradores
do cortiço. É o caso de Pombinha, moça culta que
aguardava a primeira menstruação para se casar.
Seduzida pela prostituta Léonie, abandona o
marido e vai viver com a amante, prostituindo-se
também.
18. PERSONAGENS:
João Romão: ambicioso Taverneiro, Português,
dono da pedreira e do cortiço. Explora a amante
Bertoleza, mas acaba se casando com Zulmira por
motivos financeiros.
Bertoleza: quitandeira, escrava cafuza que mora com
João Romão, trabalhadora submissa que sonhava com a
liberdade por meio de uma carta de alforria. Se suicida
ao saber que foi enganada por João Romão.
Miranda: comerciante Português, principal opositor de João
Romão. Mora em um sobrado aburguesado. Marido de Estela e
pai de Zulmira.
19. PERSONAGENS
Estela: esposa de Miranda, é infiel ao marido.
Zulmira: filha de Estela e de Miranda, casa-se
com João Romão, que busca ascensão social
através do casamento.
Jerônimo: português trabalhador e honesto,
torna-se administrador da pedreira de João
Romão. Acaba se envolvendo com Rita Baiana e
deixando de lado os princípios.
20. PERSONAGENS
Rita Baiana: mulata sedutora, é amiga de todos
no cortiço. Tinha um caso com Firmo, depois se
envolveu com Jerônimo.
Piedade: esposa dedicada de Jerônimo, acaba se
entregando a bebida depois que o marido a
abandona para ficar com Rita Baiana.
Firmo: amante de Rita Baiana, é assassinado por
Jerônimo.
Pombinha: moça que discreta e educada que
termina entregue à prostituição.
21. ESPAÇO
São dois os espaços explorados na obra. O
primeiro é o cortiço, amontoado de casebres mal-
arranjados, onde os pobres vivem. Esse espaço
representa a mistura de raças e a promiscuidade
das classes baixas. Funciona como um organismo
vivo. Junto ao cortiço estão a pedreira e a taverna
do português João Romão.
22. ESPAÇO
O segundo espaço, que fica ao lado do cortiço, é o
sobrado aristocratizante do comerciante Miranda
e de sua família. O sobrado representa a
burguesia ascendente do século XIX. Esses
espaços fictícios são enquadrados no cenário do
bairro de Botafogo, explorando a exuberante
natureza local como meio determinante. Dessa
maneira, o sol abrasador do litoral americano
funciona como elemento corruptor do homem
local.
23. CONTEXTO
Embora as ideias do Realismo e do Naturalismo
(uma espécie de exagero daquele) tenham
chegado tarde no Brasil, ocorreram no momento
em que o país incorporava o escritor como parte
integrante da sociedade e, ao mesmo, tempo, a
literatura chegava ao seu amadurecimento;
O caráter determinista de O Cortiço tem como
símbolo a personagem Pombinha: moça “pura” e
de boa conduta moral, que, por ser fruto daquele
meio sórdido e animalesco, acaba se prostituindo.
24. CONTEXTO
O romance também é o mais bem acabado da
ficção naturalista pela genialidade com que
Aluísio Azevedo retrata as coletividades, a
contradição entre exploradores e explorados no
Rio de Janeiro popular e urbano do final do
século XIX;
Baseada na rivalidade entre João Romão e o
comerciante Miranda, morador de um sobrado
próximo do cortiço, esta história tem como
personagem não pessoas, mas tipos sociais. Por
exemplo: João Romão representa a ganância, a
vontade de vencer na vida a qualquer custo.
25. CONTEXTO
O romance também é o mais bem acabado da
ficção naturalista pela genialidade com que
Aluísio Azevedo retrata as coletividades, a
contradição entre exploradores e explorados no
Rio de Janeiro popular e urbano do final do
século XIX;
Baseada na rivalidade entre João Romão e o
comerciante Miranda, morador de um sobrado
próximo do cortiço, esta história tem como
personagem não pessoas, mas tipos sociais. Por
exemplo: João Romão representa a ganância, a
vontade de vencer na vida a qualquer custo.
26. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, E.; ANTÔNIO, S.; PATROCÍNIO, M. F. Do Romantismo
ao Realismo-Naturalismo. In: Português: redação, gramática,
literatura e interpretação de texto. São Paulo: Nova Cultural,
1999, p. 245-253.
Marcílio, Fernando. O Cortiço. Disponível em:
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/o-
cortico.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/cortico-
analise-obra-aluisio-azevedo-700292.shtml