SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
O CORTIÇO 1890
Aluísio Azevedo
ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO
Escola Literária dominante no séc. XIX no Brasil e em toda a
Europa.
Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem
extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada.
O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente
verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão
inovador.
O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o
escritor que mais se identificou com ele. O romance
experimental (1880) é considerado o manifesto literário do
movimento.
Características gerais do naturalismo
 Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta
 Engajamento literário (o autor tenta convencer o leitor)
 Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ momento)
 Darwinismo social
 Positivismo / Cientificismo exagerado.
Ambiente e personagens
 Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade
 Preferência por grupos humanos marginalizados
 Patologias sociais (prostituição, traição, incesto)
 Animalização / Zoomorfização dos personagens
Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência
naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de
conhecimento da realidade, explicitava a vida humana
mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a
exploração, a desonestidade e o crime.
No Brasil, a prosa naturalista foi iniciada com a obra “O
Mulato” em 1881; esta marcou o inicio do naturalismo
brasileiro e a obra “O Cortiço” também de sua autoria
marcou essa tendência.
PERÍODO HISTÓRICO
A obra o Cortiço foi escrita no ano de 1890, sucedendo
a Proclamação da República e a recente abolição da
escravatura, onde a sociedade ainda não estava adaptada às
novas formações sociais que a política e a economia do
momento representavam, sendo que em várias regiões mais
distantes da capital levaram-se anos para tomar
conhecimento das mudanças que ocorriam nos centros
metropolitanos.
Durante sua narrativa, Aluísio de Azevedo compara o
cortiço a um organismo vivo. E suas personagens, os
moradores do cortiço são retratados pelo lado biológico e
social, sendo estas duas esferas inseparáveis.
RESUMO DA HISTÓRIA
O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João
Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro, o avarento
dono do cortiço, que vive com uma escrava a qual ele mente
liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas
mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se
casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual
Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se
refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu
antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra
história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro, um
trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se
abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, pára de pagar a
escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de
fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de
Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio
cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem
João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo
trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios
ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração
da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de
alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de
aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua
renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como
aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a
amante.
A decadência atinge também outros moradores do cortiço. É o
caso de Pombinha, moça culta que aguardava a primeira
menstruação para se casar. Seduzida pela prostituta Léonie,
abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se
também.
A ASCENSÃO SOCIAL
A ambição de João Romão não é condenada, afinal,
ele apenas se aproveita das oportunidades oferecidas pela
sociedade capitalista então nascente.
O livro retrata bem essas relações, em vários
aspectos. João Romão é o sujeito trabalhador que acorda
de madrugada e se priva do conforto e, que no fim
consegue realizar um sonho de ascensão social. Em seu
caso, essa subida se completa pelo desprezo e por uma
extrema maldade contra Bertoleza, que trabalha com ele
o tempo todo e que no fim é denunciada como escrava
fugida.
Ocorre também o contrário, com o português
Jerônimo: ele, como milhares de outos portugueses e
pessoas de outras origens, vem para o Brasil em busca de
oportunidades. Trabalha bem e bastante preservando seus
valores. Mas em determinado ponto tudo desanda,
porque ele perde a cabeça de paixão. Acaba muito mal,
sem nada do que sonhara.
TRAÇOS DO NATURALISMO NO LIVRO
O sexo é, em O Cortiço, força mais degradante que a
ambição e a cobiça. A supervalorização do sexo, típica de
determinismo biológico e do naturalismo, conduz Aluísio a
focalizar diversas formas de "patologia" sexual:
"acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério,
prostituição, lesbianismo etc.
A homossexualidade retratada em O Cortiço
No naturalismo brasileiro o homem é visto como
produto do meio e biológico. A questão da
homossexualidade é tratada como desvio de conduta,
anormal, patológico, animalesca. Assim as personagens
apresentam desvios. O naturalismo é material, é do corpo
não humano. Retratando a realidade de forma objetiva,
descrevendo grupos marginalizados.
CULTURA POPULAR
O cortiço relata ,entre outras ricas experiências
sociais brasileiras, alguns episódios da cultura popular.
Retratando o que de fato aconteceu entre os setores
sociais pobres ou remediados , especialmente no Rio de
Janeiro daquela época, o livro mostra bailados, danças,
gêneros musicais e comportamentos que estão ligados ao
começo do samba no Brasil.
O samba e o chorinho nascem da mistura entre
ritmos afro-brasileiros e europeus e se desenvolvem
espontaneamente entre a gente simples. Às vezes tais
estilos musicais e de dança servem como diversão pura e
simples, como lemos na história de Rita Baiana.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

O cortiço
O cortiço O cortiço
O cortiço
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
Análise o primo basílio
Análise   o primo basílioAnálise   o primo basílio
Análise o primo basílio
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
O cortiço - Aluísio Azevedo
O cortiço - Aluísio AzevedoO cortiço - Aluísio Azevedo
O cortiço - Aluísio Azevedo
 
O Cortiço - Aluísio Azevedo
O Cortiço - Aluísio AzevedoO Cortiço - Aluísio Azevedo
O Cortiço - Aluísio Azevedo
 
Língua portuguesa ficha literaria o cortiço
Língua portuguesa ficha literaria o cortiçoLíngua portuguesa ficha literaria o cortiço
Língua portuguesa ficha literaria o cortiço
 
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoPORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
 
Jorge Amado
Jorge AmadoJorge Amado
Jorge Amado
 
O cortiço - Naturalismo
O cortiço - NaturalismoO cortiço - Naturalismo
O cortiço - Naturalismo
 
Realismo no brasil
Realismo no brasilRealismo no brasil
Realismo no brasil
 
O primo Basílio
O primo BasílioO primo Basílio
O primo Basílio
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Vidas secas
Vidas secas Vidas secas
Vidas secas
 
O romance de 1930
O romance de 1930O romance de 1930
O romance de 1930
 
Monteiro Lobato
Monteiro LobatoMonteiro Lobato
Monteiro Lobato
 
Memórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milíciasMemórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milícias
 
Graciliano Ramos
Graciliano RamosGraciliano Ramos
Graciliano Ramos
 
Dom casmurro
Dom casmurro Dom casmurro
Dom casmurro
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 

Destaque

O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio Cerrado
O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio CerradoO cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio Cerrado
O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio CerradoMarcus Vinicius
 
O cortiço de Aluísio de Azevedo
O cortiço de Aluísio de AzevedoO cortiço de Aluísio de Azevedo
O cortiço de Aluísio de Azevedokaahfiore
 
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedo
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de AzevedoPesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedo
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedoeesimonbolivar
 
9 Marzo ¿voto útil?
9 Marzo ¿voto útil?9 Marzo ¿voto útil?
9 Marzo ¿voto útil?gueste7feb6
 
Trabalho de portugues - O CORTIÇO
Trabalho de portugues - O CORTIÇOTrabalho de portugues - O CORTIÇO
Trabalho de portugues - O CORTIÇOelianegeraldo
 
Prova 1 bim - ENSINO MÉDIO
Prova 1  bim - ENSINO MÉDIOProva 1  bim - ENSINO MÉDIO
Prova 1 bim - ENSINO MÉDIOJomari
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás  Cubas Memórias Póstumas de Brás  Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas Cláudia Heloísa
 
História (powerpoint) (1)
História (powerpoint) (1)História (powerpoint) (1)
História (powerpoint) (1)FelipeMuradas
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)Edenilson Morais
 
poema de camoes
poema de camoespoema de camoes
poema de camoesactualgest
 
Variedades linguísticas- exercício
Variedades linguísticas-  exercícioVariedades linguísticas-  exercício
Variedades linguísticas- exercícioCláudia Heloísa
 

Destaque (17)

O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio Cerrado
O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio CerradoO cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio Cerrado
O cortiço - Aluísio Azevedo - Colégio Cerrado
 
O cortico
O corticoO cortico
O cortico
 
O cortiço de Aluísio de Azevedo
O cortiço de Aluísio de AzevedoO cortiço de Aluísio de Azevedo
O cortiço de Aluísio de Azevedo
 
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedo
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de AzevedoPesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedo
Pesquisa: Vida e Obra de Aluísio de Azevedo
 
9 Marzo ¿voto útil?
9 Marzo ¿voto útil?9 Marzo ¿voto útil?
9 Marzo ¿voto útil?
 
Cortiços São Paulo
Cortiços São PauloCortiços São Paulo
Cortiços São Paulo
 
Projeto O Cortiço
Projeto O CortiçoProjeto O Cortiço
Projeto O Cortiço
 
O cortiço 3ª b - 2011
O cortiço   3ª b - 2011O cortiço   3ª b - 2011
O cortiço 3ª b - 2011
 
Trabalho de portugues - O CORTIÇO
Trabalho de portugues - O CORTIÇOTrabalho de portugues - O CORTIÇO
Trabalho de portugues - O CORTIÇO
 
O cortiço 2
O cortiço 2O cortiço 2
O cortiço 2
 
Prova 1 bim - ENSINO MÉDIO
Prova 1  bim - ENSINO MÉDIOProva 1  bim - ENSINO MÉDIO
Prova 1 bim - ENSINO MÉDIO
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas 2ª A - 2011
Memórias Póstumas de Brás Cubas   2ª A - 2011Memórias Póstumas de Brás Cubas   2ª A - 2011
Memórias Póstumas de Brás Cubas 2ª A - 2011
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás  Cubas Memórias Póstumas de Brás  Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas
 
História (powerpoint) (1)
História (powerpoint) (1)História (powerpoint) (1)
História (powerpoint) (1)
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (slides)
 
poema de camoes
poema de camoespoema de camoes
poema de camoes
 
Variedades linguísticas- exercício
Variedades linguísticas-  exercícioVariedades linguísticas-  exercício
Variedades linguísticas- exercício
 

Semelhante a O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro

Semelhante a O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro (20)

Lucas manoel e ian o cortiço
Lucas manoel e ian  o cortiçoLucas manoel e ian  o cortiço
Lucas manoel e ian o cortiço
 
O CORTIÇO
O CORTIÇO O CORTIÇO
O CORTIÇO
 
O Cortiço.ppt
O Cortiço.pptO Cortiço.ppt
O Cortiço.ppt
 
Resenha de O cortiço
Resenha de O cortiço Resenha de O cortiço
Resenha de O cortiço
 
Revisão-Pro-Campus-2018.pptx
Revisão-Pro-Campus-2018.pptxRevisão-Pro-Campus-2018.pptx
Revisão-Pro-Campus-2018.pptx
 
O cortiço material de aula
O cortiço   material de aulaO cortiço   material de aula
O cortiço material de aula
 
Trabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesaTrabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesa
 
Aula 15 realismo - naturalismo no brasil
Aula 15   realismo - naturalismo no brasilAula 15   realismo - naturalismo no brasil
Aula 15 realismo - naturalismo no brasil
 
Realismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileirosRealismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileiros
 
Seminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptxSeminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptx
 
Trabalho de Lingua Portuguesa
Trabalho de Lingua PortuguesaTrabalho de Lingua Portuguesa
Trabalho de Lingua Portuguesa
 
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasRespostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
 
Literatura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz ClaudioLiteratura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz Claudio
 
1890 O Cortiço
 1890 O Cortiço 1890 O Cortiço
1890 O Cortiço
 
Jorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De AreiaJorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De Areia
 
Memorias de um Sargento de Milícias - 3ª A - 2011
Memorias de um Sargento de Milícias  - 3ª A - 2011Memorias de um Sargento de Milícias  - 3ª A - 2011
Memorias de um Sargento de Milícias - 3ª A - 2011
 
REALISMO E naturalismo.pptx
REALISMO E naturalismo.pptxREALISMO E naturalismo.pptx
REALISMO E naturalismo.pptx
 
Realismo (3)
Realismo (3)Realismo (3)
Realismo (3)
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdfocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
 

Último

Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxFranciely Carvalho
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptxSEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptxCompartilhadoFACSUFA
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 

Último (20)

Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptxSEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 

O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro

  • 2. ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO Escola Literária dominante no séc. XIX no Brasil e em toda a Europa. Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se identificou com ele. O romance experimental (1880) é considerado o manifesto literário do movimento.
  • 3. Características gerais do naturalismo  Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta  Engajamento literário (o autor tenta convencer o leitor)  Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ momento)  Darwinismo social  Positivismo / Cientificismo exagerado. Ambiente e personagens  Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade  Preferência por grupos humanos marginalizados  Patologias sociais (prostituição, traição, incesto)  Animalização / Zoomorfização dos personagens
  • 4. Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de conhecimento da realidade, explicitava a vida humana mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a exploração, a desonestidade e o crime. No Brasil, a prosa naturalista foi iniciada com a obra “O Mulato” em 1881; esta marcou o inicio do naturalismo brasileiro e a obra “O Cortiço” também de sua autoria marcou essa tendência.
  • 5. PERÍODO HISTÓRICO A obra o Cortiço foi escrita no ano de 1890, sucedendo a Proclamação da República e a recente abolição da escravatura, onde a sociedade ainda não estava adaptada às novas formações sociais que a política e a economia do momento representavam, sendo que em várias regiões mais distantes da capital levaram-se anos para tomar conhecimento das mudanças que ocorriam nos centros metropolitanos. Durante sua narrativa, Aluísio de Azevedo compara o cortiço a um organismo vivo. E suas personagens, os moradores do cortiço são retratados pelo lado biológico e social, sendo estas duas esferas inseparáveis.
  • 6. RESUMO DA HISTÓRIA O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro, o avarento dono do cortiço, que vive com uma escrava a qual ele mente liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro, um trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, pára de pagar a escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem
  • 7. João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a amante. A decadência atinge também outros moradores do cortiço. É o caso de Pombinha, moça culta que aguardava a primeira menstruação para se casar. Seduzida pela prostituta Léonie, abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se também.
  • 8. A ASCENSÃO SOCIAL A ambição de João Romão não é condenada, afinal, ele apenas se aproveita das oportunidades oferecidas pela sociedade capitalista então nascente. O livro retrata bem essas relações, em vários aspectos. João Romão é o sujeito trabalhador que acorda de madrugada e se priva do conforto e, que no fim consegue realizar um sonho de ascensão social. Em seu caso, essa subida se completa pelo desprezo e por uma extrema maldade contra Bertoleza, que trabalha com ele o tempo todo e que no fim é denunciada como escrava fugida.
  • 9. Ocorre também o contrário, com o português Jerônimo: ele, como milhares de outos portugueses e pessoas de outras origens, vem para o Brasil em busca de oportunidades. Trabalha bem e bastante preservando seus valores. Mas em determinado ponto tudo desanda, porque ele perde a cabeça de paixão. Acaba muito mal, sem nada do que sonhara.
  • 10. TRAÇOS DO NATURALISMO NO LIVRO O sexo é, em O Cortiço, força mais degradante que a ambição e a cobiça. A supervalorização do sexo, típica de determinismo biológico e do naturalismo, conduz Aluísio a focalizar diversas formas de "patologia" sexual: "acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério, prostituição, lesbianismo etc. A homossexualidade retratada em O Cortiço No naturalismo brasileiro o homem é visto como produto do meio e biológico. A questão da homossexualidade é tratada como desvio de conduta, anormal, patológico, animalesca. Assim as personagens apresentam desvios. O naturalismo é material, é do corpo não humano. Retratando a realidade de forma objetiva, descrevendo grupos marginalizados.
  • 11. CULTURA POPULAR O cortiço relata ,entre outras ricas experiências sociais brasileiras, alguns episódios da cultura popular. Retratando o que de fato aconteceu entre os setores sociais pobres ou remediados , especialmente no Rio de Janeiro daquela época, o livro mostra bailados, danças, gêneros musicais e comportamentos que estão ligados ao começo do samba no Brasil. O samba e o chorinho nascem da mistura entre ritmos afro-brasileiros e europeus e se desenvolvem espontaneamente entre a gente simples. Às vezes tais estilos musicais e de dança servem como diversão pura e simples, como lemos na história de Rita Baiana.