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Aluísio Azevedo
Aluísio Azevedo
 São Luís, Maranhão
 Escritor e caricaturista
 Folhetins romanescos +
romances naturalistas que
representam sua visão de
mundo, como O mulato e
O cortiço
1857-1913
O CORTIÇO
Cortiço na rua Visconde do Rio Branco, Rio de Janeiro, por volta de 1906
ROMANCE EXPERIMENTAL
 Émile Zola define o Naturalismo como uma
aplicação, na Literatura, do método de
observação e de experimentação.
 Romance de tese porque desenvolve uma
estrutura pensada para provar a visão
determinista da sociedade.
 O aviltamento e a perda da dignidade dos
indivíduos é a grande tese exposta nos
romances naturalistas.
FOCO NARRATIVO
 Narrado em 3ª pessoa
 Narrador onisciente: revela o pensamento dos
personagens, faz julgamentos e tenta
comprovar, como se fosse um cientista, as
influências do meio, da raça e do momento
histórico.
 Discurso indireto livre
TEMPO
 O tempo é linear: fatos apresentados em ordem
cronológica – princípio, meio e desfecho da
narrativa.
 Ciclo biológico: nascimento - construção do
cortiço, crescimento - vinda de um grande
número de moradores, morte - destruição da
estalagem pelo fogo.
 A história se desenrola no Brasil do final do
século XIX, sem precisão de datas.
ESPAÇO
 Espaço é o microcosmo de uma sociedade
em formação: cortiço x sobrado, ressaltando
a briga constante de forças econômicas e
sociais.
 O espaço urbano: o proletariado e a classe
média ganharam campo, pois a mão-de-obra
era muito necessária, houve, na época, a
imigração de italianos e portugueses em
busca de trabalho.
 Espaço físico: habitação coletiva
 Espaço social: mistura de “raças”,
choque entre elas.
 Espaço simbólico : ALEGORIA do Brasil
(“matéria-prima de lucro para o
capitalismo”)
1 - Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia,
ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o
Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância
brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta
implacável que lhe crescia junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu
azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço,
deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa
da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor
que vinha da estalagem numa exalação forte de animais
cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto
aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o
seu fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que:
A) O grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a
exalação forte que provinham do cortiço decorriam,
segundo Miranda, do abandono daquela população
pelo governo.
B) Os termos “grosseiro rumor”, “animais”, “bestas no
coito”, que fazem referência aos moradores do cortiço,
funcionam como metáforas da vida pulsante dos seus
habitantes.
C) O nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá
não somente entre os moradores da habitação coletiva
e o seu senhorio, mas também entre eles e o vizinho
Miranda.
D) A presença portuguesa, exemplificada nas
personagens João Romão e Miranda, não é relevante
para o desenvolvimento da narrativa nem para a
compreensão do sentido da obra.
ASPECTOS CENTRAIS
 Romance social
 Crítica ao capitalismo
selvagem (a exploração do
homem pelo próprio homem)
 O trabalhador sob a
condição de servidão,
exploração da renda
imobiliária, da usura e
prática do roubo
 O homem socialmente
alienado e rebaixado ao
nível da animalidade
 A situação da mulher
Mulher-objeto: usada e
aviltada pelo homem
(Bertoleza e Piedade)
Mulher-sujeito:
independente dos homens
(Léonie e Pombinha)
Mulher-objeto-sujeito:
simultaneamente objeto e
sujeito (Rita Baiana)
Zoomorfização
homem = animal
O instinto predomina sobre a razão
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela
umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a
fervilhar, a crescer um mundo, uma coisa viva, uma
geração que parecia brotar espontânea, ali mesmo,
daquele lameiro e multiplicar-se como larvas no esterco.
As corridas até a venda reproduziam-se num verminar
de formigueiro assanhado.
2 - Leia o trecho final de O cortiço.
A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe,
com uma das mãos espalmada no chão e com a outra
segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles,
sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não
despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então,
erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um
salto e, antes que alguém conseguisse alcançála, já de
um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a
lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e
esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém,
tapando o rosto com as mãos.
Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem.
Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de
casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio
benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala
de visitas.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.
I - O narrador em terceira pessoa aproxima-se de
Bertoleza, assumindo seu ponto de vista para
desmascarar o falso abolicionismo de João Romão; ao
mesmo tempo, mantém-se distante dela ao descrevê-la
com traços animalescos.
II - A morte terrível de Bertoleza destoa do andamento
geral do romance, marcado pelo lirismo da narração,
característica naturalista presente no texto de Aluísio
Azevedo.
III- A última frase do trecho sugere que João Romão
receberá a comissão a despeito do fim de Bertoleza,
em uma alegoria do Brasil: abolicionista na sala de
visitas, escravocrata na cozinha.
Quais estão corretas?
A) Apenas II. B) Apenas III.
C) Apenas I e II. D) I, II e III.
E) Apenas I e III.
 A força do sexo: Degradante, conduz os
personagens ao acanalhamento, prostituição,
lesbianismo, adultério.
E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um
arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbedo de
volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam
com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas
as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que
penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra.
 O homossexualismo: A questão da
homossexualidade é tratada como desvio de conduta,
anormal, patológico, animalesca.
Junto dela pôs-se a trabalhar a Leocádia, mulher de um ferreiro
chamado Bruno, portuguesa pequena e socada, de carnes duras,
com uma fama terrível de leviana entre suas vizinhas. Seguia-se a
Paula, uma cabocla velha, meio idiota, a quem respeitavam todos
pelas virtudes de que só ela dispunha para benzer erisipelas e cortar
febres por meio de rezas e feitiçarias. Era extremamente feia, grossa,
triste, com olhos desvairados, dentes cortados à navalha, formando
ponta, como dentes de cão, cabelos lisos, escorridos e ainda
retintos apesar da idade. Chamavam-lhe “Bruxa”. Depois seguiam-se
a Marciana e mais a sua filha Florinda. A primeira, mulata antiga,
muito séria e asseada em exagero: a sua casa estava sempre úmida
das consecutivas lavagens. Em lhe apanhando o mau humor punha-
se logo a espanar, a varrer febrilmente, e, quando a raiva era grande,
corria a buscar um balde de água e descarregava-o com fúria pelo
chão da sala. A filha tinha quinze anos, a pele de um moreno quente,
beiços sensuais, bonitos dentes, olhos luxuriosos de macaca. Toda
ela estava a pedir homem, mas sustentava ainda a sua virgindade e
não cedia, nem à mão de Deus Padre, aos rogos de João Romão, que
a desejava apanhar a troco de pequenas concessões na medida e no
peso das compras que Florinda fazia diariamente à venda.
3 - Uma relação correta entre o trecho apresentado e o movimento
literário em que O cortiço está inserido:
A) A referência cuidadosa e delicada à sexualidade dos personagens é
parte de um esforço, típico do Realismo, para apresentar o ser humano
em sua totalidade sem sobrecarregar um de seus aspectos.
B) A caracterização dos personagens como indivíduos únicos e
isolados da coletividade, deixando em segundo plano suas relações
sociais, é um traço típico do Naturalismo.
C) A preferência dos personagens pela razão e seu desprezo pela fé,
em uma estratégia para valorizar a ciência e a objetividade e
desvalorizar a religião, são características do Realismo.
D) A valorização da vida perto da natureza, com personagens que
abrem mão dos métodos e dos objetos frutos da tecnologia para se
ligarem à tranquilidade de uma vida sem máquinas, é uma
característica do Naturalismo.
E) A descrição das características vulgares dos personagens e a
frequente associação entre homens e animais, que ajudam a
estabelecer uma concepção biológica do mundo, são características
do Naturalismo.
4 - É correto afirmar que o narrador do texto
assemelha-se a:
A) Um pintor atento às cores, às luzes e as sombras,
dedicado a formalizar com inspiração as sensações
que o mundo lhe imprime.
B) Um historiador preocupado com o caráter
documental do que escreve, atento à relevância
histórica dos fatos narrados.
C) Um ourives, construindo um universo de
personagens de maneira equilibrada, de modo a
valorizar o objeto artístico como se fosse uma joia.
D) Um professor em um momento de orientação moral
de seus alunos, ensinando-lhes a se comportarem
adequadamente.
E) Um cientista em um laboratório a dissecar e
classificar os diversos aspectos dos personagens
como se fossem objetos de uma análise científica.
O Cortiço é marcado pelo
apelo sensorial:
1 - Características olfativas
“um fartum acre de sabão
ordinário.”
O Cortiço é marcado pelo
apelo sensorial:
2 - Características visuais
“mas a sua infinidade
de portas e janelas.”
O Cortiço é marcado pelo
apelo sensorial:
3 - Características táteis
“metiam a cabeça
bem debaixo da
água, esfregavam
com força, as
ventas e as barbas.”
O Cortiço é marcado pelo
apelo sensorial:
4 - Características auditivas
“começavam as
xícaras a tilintar.”
[...] As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos,
soprados com desespero. Nisto, ecoou na estalagem um bramido de fera
enraivecida: Firmo acabava de receber, sem esperar, uma formidável
cacetada na cabeça. É que Jerônimo havia corrido à casa e armara-se
com o seu varapau minhoto. E então o mulato, com o rosto banhado de
sangue, refilando as presas e espumando de cólera, erguera o braço
direito, onde se viu cintilar a lâmina de uma navalha.
Fez-se uma debandada em volta dos dois adversários, estrepitosa, cheia
de pavor. Mulheres e homens atropelavam-se, caindo uns por cima dos
outros. Albino perdera os sentidos; Piedade clamava, estarrecida e em
soluços, que lhe iam matar o homem; a das Dores soltava censuras e
maldições contra aquela estupidez de se destriparem por causa de
entrepernas de mulher; a Machona, armada com um ferro de engomar,
jurava abrir as fuças a quem lhe desse um segundo coice como acabava
ela de receber um nas ancas; Augusta enfiara pela porta do fundo da
estalagem, para atravessar o capinzal e ir à rua ver se descobria o
marido, que talvez estivesse de serviço no quarteirão. Por esse lado
acudiam curiosos, e o pátio enchia-se de gente de fora. D. Isabel e
Pombinha, de volta da casa de Léonie, tiveram dificuldade em chegar ao
número 15, onde, mal entraram, fecharam-se por dentro, praguejando a
velha contra a desordem e lamentando-se da sorte que as lançou naquele
inferno. Entanto, no meio de uma nova roda, encintada pelo povo, o
português e o brasileiro batiam-se.
5 - Analise as proposições em relação à obra O Cortiço e ao seu autor
Aluísio Azevedo.
I. Aluísio Azevedo introduziu o Naturalismo, no Brasil, com a obra O
Cortiço, em 1881, e foi o maior representante desse movimento
literário.
II. Na obra O Cortiço, Aluísio Azevedo - o autor, por meio das
personagens, defende a tese de que o homem, antes de ser racional,
deixa-se levar pelos instintos naturais.
III. Aluísio Azevedo, para sobreviver, escreveu obras com
características românticas e, entre elas, citam-se: Uma lágrima de
mulher, Casa de Pensão e A mão e a luva.
IV. Da leitura do romance O Cortiço, constata-se que o meio acaba
sempre agindo sobre as personagens de modo degradante, ou seja,
percebe-se, após algum tempo, um declínio moral nos hábitos dos
moradores do cortiço.
V. Infere-se da leitura de O cortiço que um dos pontos mais
dramáticos da narrativa é o suicídio de Bertoleza, e o que a levou a
cometer tal ato foi a possibilidade de ser devolvida ao cativeiro.
Assinale a alternativa correta:
A) I, II e III são verdadeiras. B) I, III, IV e V são verdadeiras.
C) II, III e V são verdadeiras D) IV e V são verdadeiras
E) II, IV e V são verdadeiras
PERSONAGENS
 O cortiço: personagem principal, pois é o núcleo
gerador de tudo. Cresce, desenvolve-se e
transforma-se juntamente com seu proprietário, João
Romão.
 O sobrado: personagem atrelado ao cortiço,
funciona como rival. A tensão existente entre cortiço
e sobrado é apresentada por meio da relação entre
João Romão e Miranda.
 João Romão: português interesseiro, deseja
enriquecer, explora os moradores do cortiço e os
trabalhadores da pedreira.
 Miranda: português que enriquece através do
casamento.
PERSONAGENS
 Bertoleza: cafuza, escrava, pobre, trabalhadeira e
fiel a João Romão.
 D. Estela: mulher branca, nobre e adúltera.
 Zulmira: filha de D. Estela e de Miranda
 Botelho: amigo de Miranda, como agregado, vive na
casa de favor, por isso não tem voz, somente vê,
escuta e se faz amigo de todos, diplomático.
João Romão e Bertoleza se juntam e constroem o
cortiço; Miranda e D. Estela compram o sobrado. Os
homens agem como rivais e sentem inveja um do
outro, até que João Romão se casa com Zulmira.
 Jerônimo: português, começa a trabalhar na pedreira de
João Romão, conquistando respeito de todos, mas
“abrasileirou-se”, tornando-se preguiçoso, festeiro,
apreciador de cachaça.
 Piedade: esposa de Jerônimo e mãe de Marianita
(Senhorinha), sofre muito a partir do momento em que o
marido se interessa por Rita Baiana.
 Rita Baiana: mulata sensual, provocante, tem um caso com
Firmo, mas não se casam, o relacionamento vive de idas e
vindas.
 Firmo: mulato capoeirista, valente, preguiçoso, gosta muito
de gastar, vive de festa com Rita.
Jerônimo, desde o dia em que viu Rita dançar pela primeira
vez, estava fadado à perdição, arrastando Firmo e Piedade
para o caminho do ciúme e da destruição. Firmo morre e
Piedade torna-se miserável e bêbada.
 Pombinha: filha de D. Isabel. Separou-se do marido para
ficar com Léonie, que a iniciara no prazer sexual, fazendo-a
atingir a puberdade.
 Léonie: prostituta, madrinha de uma das filhas de Augusta,
possui a independência financeira. Vende seu corpo, mas o
que faz não é crime aos olhos dos moradores do cortiço, que
não têm as cínicas restrições sexuais da burguesia brasileira.
 Senhorinha: filha de Jerônimo e Piedade, foi educada em
bons colégios, mas vive em meio ao ambiente do cortiço e
acaba com um destino parecido com o de Pombinha.
Pombinha foi criada por D. Isabel com muito desvelo,
estudou, não lavava e esperava se tornar mulher para casar-
se. Envolve-se com Léonie, torna-se mulher e depois casa,
mas não se adapta à falta de liberdade imposta pelo
casamento, por isso decide morar com a prostituta,
aprendendo seu ofício, tornando-se senhora de si por meio do
PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Henrique: filho de um fazendeiro importante que se
encontra aos cuidados de Miranda até o fim de seus
estudos. Cultivará um caso com D. Estela.
Valentim: filho alforriado de uma escrava por quem
D. Estela nutria afeição ilimitada.
Libório: velho pão-duro que esmolava entre os
outros moradores do Cortiço, mas que possuía uma
fortuna escondida, da qual Romão irá se apoderar
depois da morte de Libório no segundo incêndio
provocado pela Bruxa.
PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Paula (a Bruxa): cabocla velha que exercia função
de curandeira. Põe fogo no cortiço duas vezes após
enlouquecer, morrendo na segunda tentativa.
Marciana: mulata velha, com mania de limpeza,
mãe de Florinda. Perde o juízo quando a filha foge de
casa.
 Florinda: filha virgem de Marciana, que engravida
de um dos vendeiros de Romão e foge de casa.
Dona Isabel: mãe de Pombinha. Seu maior sonho é
ver a filha casada.
Albino: lavadeiro homossexual, morador do cortiço.
PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Agostinho: filho caçula de Machona que morre
num acidente da pedreira.
Augusta: brasileira branca, honesta, casada com
Alexandre e com muitos filhos.
Alexandre: mulato, militar, dava muito valor ao seu
emprego.
Juju: afilhada de Léonie.
 Leocádia: portuguesa, esposa de Bruno, comete
adultério com Henrique.
Bruno: ferreiro casado com Leocádia.
PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Leonor: negrinha virgem, moradora do cortiço.
Leandra (Machona): portuguesa feroz, habitante do cortiço
 Ana das Dores: filha desquitada de Machona.
 Neném: filha virgem de Machona, muito cobiçada.
Delporto, Pompeo, Francesco e Andrea: imigrantes
italianos que residiam no cortiço. Azevedo foi um dos primeiros
a caracterizar literariamente a figura do imigrante italiano no
Brasil, mesmo que de forma preconceituosa, retratando-os
como carcamanos imundos.
Porfiro: mulato capoeira amigo de Firmo.
Pataca: cúmplice de Jerônimo no assassinato de Firmo,
torna-se um dos aproveitadores de Piedade depois que
Jerônimo vai morar com Rita.

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  • 2.
  • 3. Aluísio Azevedo  São Luís, Maranhão  Escritor e caricaturista  Folhetins romanescos + romances naturalistas que representam sua visão de mundo, como O mulato e O cortiço 1857-1913
  • 4. O CORTIÇO Cortiço na rua Visconde do Rio Branco, Rio de Janeiro, por volta de 1906
  • 5. ROMANCE EXPERIMENTAL  Émile Zola define o Naturalismo como uma aplicação, na Literatura, do método de observação e de experimentação.  Romance de tese porque desenvolve uma estrutura pensada para provar a visão determinista da sociedade.  O aviltamento e a perda da dignidade dos indivíduos é a grande tese exposta nos romances naturalistas.
  • 6. FOCO NARRATIVO  Narrado em 3ª pessoa  Narrador onisciente: revela o pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico.  Discurso indireto livre
  • 7. TEMPO  O tempo é linear: fatos apresentados em ordem cronológica – princípio, meio e desfecho da narrativa.  Ciclo biológico: nascimento - construção do cortiço, crescimento - vinda de um grande número de moradores, morte - destruição da estalagem pelo fogo.  A história se desenrola no Brasil do final do século XIX, sem precisão de datas.
  • 8. ESPAÇO  Espaço é o microcosmo de uma sociedade em formação: cortiço x sobrado, ressaltando a briga constante de forças econômicas e sociais.  O espaço urbano: o proletariado e a classe média ganharam campo, pois a mão-de-obra era muito necessária, houve, na época, a imigração de italianos e portugueses em busca de trabalho.
  • 9.  Espaço físico: habitação coletiva  Espaço social: mistura de “raças”, choque entre elas.  Espaço simbólico : ALEGORIA do Brasil (“matéria-prima de lucro para o capitalismo”)
  • 10.
  • 11. 1 - Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...). À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito. (Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.) Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do romance, é correto afirmar que:
  • 12. A) O grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a exalação forte que provinham do cortiço decorriam, segundo Miranda, do abandono daquela população pelo governo. B) Os termos “grosseiro rumor”, “animais”, “bestas no coito”, que fazem referência aos moradores do cortiço, funcionam como metáforas da vida pulsante dos seus habitantes. C) O nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá não somente entre os moradores da habitação coletiva e o seu senhorio, mas também entre eles e o vizinho Miranda. D) A presença portuguesa, exemplificada nas personagens João Romão e Miranda, não é relevante para o desenvolvimento da narrativa nem para a compreensão do sentido da obra.
  • 13. ASPECTOS CENTRAIS  Romance social  Crítica ao capitalismo selvagem (a exploração do homem pelo próprio homem)  O trabalhador sob a condição de servidão, exploração da renda imobiliária, da usura e prática do roubo  O homem socialmente alienado e rebaixado ao nível da animalidade
  • 14.  A situação da mulher Mulher-objeto: usada e aviltada pelo homem (Bertoleza e Piedade) Mulher-sujeito: independente dos homens (Léonie e Pombinha) Mulher-objeto-sujeito: simultaneamente objeto e sujeito (Rita Baiana)
  • 15.
  • 16. Zoomorfização homem = animal O instinto predomina sobre a razão E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a fervilhar, a crescer um mundo, uma coisa viva, uma geração que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro e multiplicar-se como larvas no esterco. As corridas até a venda reproduziam-se num verminar de formigueiro assanhado.
  • 17. 2 - Leia o trecho final de O cortiço. A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançála, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
  • 18. Considere as seguintes afirmações sobre o trecho. I - O narrador em terceira pessoa aproxima-se de Bertoleza, assumindo seu ponto de vista para desmascarar o falso abolicionismo de João Romão; ao mesmo tempo, mantém-se distante dela ao descrevê-la com traços animalescos. II - A morte terrível de Bertoleza destoa do andamento geral do romance, marcado pelo lirismo da narração, característica naturalista presente no texto de Aluísio Azevedo. III- A última frase do trecho sugere que João Romão receberá a comissão a despeito do fim de Bertoleza, em uma alegoria do Brasil: abolicionista na sala de visitas, escravocrata na cozinha. Quais estão corretas? A) Apenas II. B) Apenas III. C) Apenas I e II. D) I, II e III. E) Apenas I e III.
  • 19.  A força do sexo: Degradante, conduz os personagens ao acanalhamento, prostituição, lesbianismo, adultério. E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbedo de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra.  O homossexualismo: A questão da homossexualidade é tratada como desvio de conduta, anormal, patológico, animalesca.
  • 20. Junto dela pôs-se a trabalhar a Leocádia, mulher de um ferreiro chamado Bruno, portuguesa pequena e socada, de carnes duras, com uma fama terrível de leviana entre suas vizinhas. Seguia-se a Paula, uma cabocla velha, meio idiota, a quem respeitavam todos pelas virtudes de que só ela dispunha para benzer erisipelas e cortar febres por meio de rezas e feitiçarias. Era extremamente feia, grossa, triste, com olhos desvairados, dentes cortados à navalha, formando ponta, como dentes de cão, cabelos lisos, escorridos e ainda retintos apesar da idade. Chamavam-lhe “Bruxa”. Depois seguiam-se a Marciana e mais a sua filha Florinda. A primeira, mulata antiga, muito séria e asseada em exagero: a sua casa estava sempre úmida das consecutivas lavagens. Em lhe apanhando o mau humor punha- se logo a espanar, a varrer febrilmente, e, quando a raiva era grande, corria a buscar um balde de água e descarregava-o com fúria pelo chão da sala. A filha tinha quinze anos, a pele de um moreno quente, beiços sensuais, bonitos dentes, olhos luxuriosos de macaca. Toda ela estava a pedir homem, mas sustentava ainda a sua virgindade e não cedia, nem à mão de Deus Padre, aos rogos de João Romão, que a desejava apanhar a troco de pequenas concessões na medida e no peso das compras que Florinda fazia diariamente à venda.
  • 21. 3 - Uma relação correta entre o trecho apresentado e o movimento literário em que O cortiço está inserido: A) A referência cuidadosa e delicada à sexualidade dos personagens é parte de um esforço, típico do Realismo, para apresentar o ser humano em sua totalidade sem sobrecarregar um de seus aspectos. B) A caracterização dos personagens como indivíduos únicos e isolados da coletividade, deixando em segundo plano suas relações sociais, é um traço típico do Naturalismo. C) A preferência dos personagens pela razão e seu desprezo pela fé, em uma estratégia para valorizar a ciência e a objetividade e desvalorizar a religião, são características do Realismo. D) A valorização da vida perto da natureza, com personagens que abrem mão dos métodos e dos objetos frutos da tecnologia para se ligarem à tranquilidade de uma vida sem máquinas, é uma característica do Naturalismo. E) A descrição das características vulgares dos personagens e a frequente associação entre homens e animais, que ajudam a estabelecer uma concepção biológica do mundo, são características do Naturalismo.
  • 22. 4 - É correto afirmar que o narrador do texto assemelha-se a: A) Um pintor atento às cores, às luzes e as sombras, dedicado a formalizar com inspiração as sensações que o mundo lhe imprime. B) Um historiador preocupado com o caráter documental do que escreve, atento à relevância histórica dos fatos narrados. C) Um ourives, construindo um universo de personagens de maneira equilibrada, de modo a valorizar o objeto artístico como se fosse uma joia. D) Um professor em um momento de orientação moral de seus alunos, ensinando-lhes a se comportarem adequadamente. E) Um cientista em um laboratório a dissecar e classificar os diversos aspectos dos personagens como se fossem objetos de uma análise científica.
  • 23.
  • 24. O Cortiço é marcado pelo apelo sensorial: 1 - Características olfativas “um fartum acre de sabão ordinário.”
  • 25. O Cortiço é marcado pelo apelo sensorial: 2 - Características visuais “mas a sua infinidade de portas e janelas.”
  • 26. O Cortiço é marcado pelo apelo sensorial: 3 - Características táteis “metiam a cabeça bem debaixo da água, esfregavam com força, as ventas e as barbas.”
  • 27. O Cortiço é marcado pelo apelo sensorial: 4 - Características auditivas “começavam as xícaras a tilintar.”
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  • 30.
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  • 34. [...] As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos, soprados com desespero. Nisto, ecoou na estalagem um bramido de fera enraivecida: Firmo acabava de receber, sem esperar, uma formidável cacetada na cabeça. É que Jerônimo havia corrido à casa e armara-se com o seu varapau minhoto. E então o mulato, com o rosto banhado de sangue, refilando as presas e espumando de cólera, erguera o braço direito, onde se viu cintilar a lâmina de uma navalha. Fez-se uma debandada em volta dos dois adversários, estrepitosa, cheia de pavor. Mulheres e homens atropelavam-se, caindo uns por cima dos outros. Albino perdera os sentidos; Piedade clamava, estarrecida e em soluços, que lhe iam matar o homem; a das Dores soltava censuras e maldições contra aquela estupidez de se destriparem por causa de entrepernas de mulher; a Machona, armada com um ferro de engomar, jurava abrir as fuças a quem lhe desse um segundo coice como acabava ela de receber um nas ancas; Augusta enfiara pela porta do fundo da estalagem, para atravessar o capinzal e ir à rua ver se descobria o marido, que talvez estivesse de serviço no quarteirão. Por esse lado acudiam curiosos, e o pátio enchia-se de gente de fora. D. Isabel e Pombinha, de volta da casa de Léonie, tiveram dificuldade em chegar ao número 15, onde, mal entraram, fecharam-se por dentro, praguejando a velha contra a desordem e lamentando-se da sorte que as lançou naquele inferno. Entanto, no meio de uma nova roda, encintada pelo povo, o português e o brasileiro batiam-se.
  • 35. 5 - Analise as proposições em relação à obra O Cortiço e ao seu autor Aluísio Azevedo. I. Aluísio Azevedo introduziu o Naturalismo, no Brasil, com a obra O Cortiço, em 1881, e foi o maior representante desse movimento literário. II. Na obra O Cortiço, Aluísio Azevedo - o autor, por meio das personagens, defende a tese de que o homem, antes de ser racional, deixa-se levar pelos instintos naturais. III. Aluísio Azevedo, para sobreviver, escreveu obras com características românticas e, entre elas, citam-se: Uma lágrima de mulher, Casa de Pensão e A mão e a luva. IV. Da leitura do romance O Cortiço, constata-se que o meio acaba sempre agindo sobre as personagens de modo degradante, ou seja, percebe-se, após algum tempo, um declínio moral nos hábitos dos moradores do cortiço. V. Infere-se da leitura de O cortiço que um dos pontos mais dramáticos da narrativa é o suicídio de Bertoleza, e o que a levou a cometer tal ato foi a possibilidade de ser devolvida ao cativeiro. Assinale a alternativa correta: A) I, II e III são verdadeiras. B) I, III, IV e V são verdadeiras. C) II, III e V são verdadeiras D) IV e V são verdadeiras E) II, IV e V são verdadeiras
  • 36. PERSONAGENS  O cortiço: personagem principal, pois é o núcleo gerador de tudo. Cresce, desenvolve-se e transforma-se juntamente com seu proprietário, João Romão.  O sobrado: personagem atrelado ao cortiço, funciona como rival. A tensão existente entre cortiço e sobrado é apresentada por meio da relação entre João Romão e Miranda.  João Romão: português interesseiro, deseja enriquecer, explora os moradores do cortiço e os trabalhadores da pedreira.  Miranda: português que enriquece através do casamento.
  • 37. PERSONAGENS  Bertoleza: cafuza, escrava, pobre, trabalhadeira e fiel a João Romão.  D. Estela: mulher branca, nobre e adúltera.  Zulmira: filha de D. Estela e de Miranda  Botelho: amigo de Miranda, como agregado, vive na casa de favor, por isso não tem voz, somente vê, escuta e se faz amigo de todos, diplomático. João Romão e Bertoleza se juntam e constroem o cortiço; Miranda e D. Estela compram o sobrado. Os homens agem como rivais e sentem inveja um do outro, até que João Romão se casa com Zulmira.
  • 38.  Jerônimo: português, começa a trabalhar na pedreira de João Romão, conquistando respeito de todos, mas “abrasileirou-se”, tornando-se preguiçoso, festeiro, apreciador de cachaça.  Piedade: esposa de Jerônimo e mãe de Marianita (Senhorinha), sofre muito a partir do momento em que o marido se interessa por Rita Baiana.  Rita Baiana: mulata sensual, provocante, tem um caso com Firmo, mas não se casam, o relacionamento vive de idas e vindas.  Firmo: mulato capoeirista, valente, preguiçoso, gosta muito de gastar, vive de festa com Rita. Jerônimo, desde o dia em que viu Rita dançar pela primeira vez, estava fadado à perdição, arrastando Firmo e Piedade para o caminho do ciúme e da destruição. Firmo morre e Piedade torna-se miserável e bêbada.
  • 39.  Pombinha: filha de D. Isabel. Separou-se do marido para ficar com Léonie, que a iniciara no prazer sexual, fazendo-a atingir a puberdade.  Léonie: prostituta, madrinha de uma das filhas de Augusta, possui a independência financeira. Vende seu corpo, mas o que faz não é crime aos olhos dos moradores do cortiço, que não têm as cínicas restrições sexuais da burguesia brasileira.  Senhorinha: filha de Jerônimo e Piedade, foi educada em bons colégios, mas vive em meio ao ambiente do cortiço e acaba com um destino parecido com o de Pombinha. Pombinha foi criada por D. Isabel com muito desvelo, estudou, não lavava e esperava se tornar mulher para casar- se. Envolve-se com Léonie, torna-se mulher e depois casa, mas não se adapta à falta de liberdade imposta pelo casamento, por isso decide morar com a prostituta, aprendendo seu ofício, tornando-se senhora de si por meio do
  • 40. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Henrique: filho de um fazendeiro importante que se encontra aos cuidados de Miranda até o fim de seus estudos. Cultivará um caso com D. Estela. Valentim: filho alforriado de uma escrava por quem D. Estela nutria afeição ilimitada. Libório: velho pão-duro que esmolava entre os outros moradores do Cortiço, mas que possuía uma fortuna escondida, da qual Romão irá se apoderar depois da morte de Libório no segundo incêndio provocado pela Bruxa.
  • 41. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Paula (a Bruxa): cabocla velha que exercia função de curandeira. Põe fogo no cortiço duas vezes após enlouquecer, morrendo na segunda tentativa. Marciana: mulata velha, com mania de limpeza, mãe de Florinda. Perde o juízo quando a filha foge de casa.  Florinda: filha virgem de Marciana, que engravida de um dos vendeiros de Romão e foge de casa. Dona Isabel: mãe de Pombinha. Seu maior sonho é ver a filha casada. Albino: lavadeiro homossexual, morador do cortiço.
  • 42. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Agostinho: filho caçula de Machona que morre num acidente da pedreira. Augusta: brasileira branca, honesta, casada com Alexandre e com muitos filhos. Alexandre: mulato, militar, dava muito valor ao seu emprego. Juju: afilhada de Léonie.  Leocádia: portuguesa, esposa de Bruno, comete adultério com Henrique. Bruno: ferreiro casado com Leocádia.
  • 43. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Leonor: negrinha virgem, moradora do cortiço. Leandra (Machona): portuguesa feroz, habitante do cortiço  Ana das Dores: filha desquitada de Machona.  Neném: filha virgem de Machona, muito cobiçada. Delporto, Pompeo, Francesco e Andrea: imigrantes italianos que residiam no cortiço. Azevedo foi um dos primeiros a caracterizar literariamente a figura do imigrante italiano no Brasil, mesmo que de forma preconceituosa, retratando-os como carcamanos imundos. Porfiro: mulato capoeira amigo de Firmo. Pataca: cúmplice de Jerônimo no assassinato de Firmo, torna-se um dos aproveitadores de Piedade depois que Jerônimo vai morar com Rita.