1. Escola Estadual de Ensino Médio Jovem Gonçalves Vilela
3º ano, turma B .
O Cortiço
Aluísio Azevedo
Laercio Guimarães Miranda Nº24
Felipe Canofre Ferreira Nº11
Sandra Maria Candido
3. Epigrafe:
"Uma aluvião de cenas, que ela [Pombinha] jamais tentara explicar e que até ali jaziam esquecidas nos
meandros do seu passado,apresentavam-se agora nítidas e transparentes.Compreendeu como era que
certos velhos respeitáveis,cujas fotografias Léonie lhe mostrara no dia que passaram juntas, deixavam-
se vilmente cavalgar pela loureira,cativos e submissos,pagando a escravidão com a hora, os bens e até
com a própria vida, se a prostituta, depois de os ter esgotado, fechava-lhes o corpo. E continuou a sorrir,
desvanecida na sua superioridade sobre esse outro sexo, vaidoso e fanfarrão, que se julgava senhor e
que, no entanto, fora posto no mundo simplesmente para servir ao feminino; escravo ridículo que, para
gozar um pouco, precisava tirar da sua mesma ilusão a substância do seu gozo;ao passo que a mulher,a
senhora,a dona dele,ia tranquilamente desfrutando o seu império,endeusada e querida, prodigalizando
martírios que os miseráveis aceitavam contritos,a beijar os pés que os deprimiam e as implacáveis mã os
que os estrangulavam.
- Ah, homens! homens! ... sussurrou ela de envolta com um suspiro."
(Aluísio de Azevedo, O Cortiço)
4. Introdução:
O cortiço é um livro escrito pelo Aluísio Azevedo, publicado no ano de
1890, foi a primeira obra brasileira a expor um relacionamento entre duas
mulheres. O autor retrata a realidade da sociedade brasileira da época, a qual
é formada por portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas
querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo
em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros.
É uma das principais obras do naturalismo no Brasil, onde os
personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, na
favela, onde moram os excluídos da sociedade da época, todos aqueles que
não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus
problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.
Aluísio escreve 'O Cortiço' sob as bases do darwinismo, com a teoria do
evolucionismo. Sob aspectos naturalistas, isto é, sob olhar científico, a
narração se desenvolve. Propício à promiscuidade, característica do
naturalismo. Ao contrário do que se desenvolvia no romantismo, Aluísio
descreve o coletivo, explicitando a animalização do ser humano, movido pelo
instinto e o desejo sexual, onde inaugura uma classe nunca antes
representada: o proletário, evidenciando a desigualdade social vivenciada pelo
Brasil, juntamente com a ambição do capitalismo selvagem.
Informações e curiosidades sobre o autor da obra:
O Aluísio Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances,
desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em
sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.; foi Novelista, contista, cronista,
diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro; Após conhecer o cotidiano e a
vida política carioca, passou a trabalhar como chargista em alguns jornais da
cidade.;Em 1881 chocou a sociedade local com o lançamento de "O mulato",
primeiro romance Naturalista da literatura brasileira.; Na sua infância à
adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-
livros.;Seus temas prediletos foram o anticlericalismo, a luta contra o
preconceito de cor, o adultério, os vícios, o povo humilde.
Desenvolvimento:
Estilo de época:
5. O naturalismo é uma ramificação do Realismo e uma das suas principais
características é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva.
Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O
homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com
seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização).
Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja,
o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas,
hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que
nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um
brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.
Alguns exemplos presentes na obra:
Revelação da miséria urbana; Enfoque nas classes marginais;
Determinismo do meio (tese dominante); Domínio do coletivo sobre o
individual; Desagregação dos instintos.
Síntese:
6. João Romão, Português, branco e ambicioso, ajuntando dinheiro a poder
de penosos sacrifícios, compra pequeno estabelecimento comercial no
subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. Ao lado morava uma preta, escrava
fugida, trabalhadeira que possuía uma quitanda e umas economias. Os dois
amasiam-se, passando a escrava a trabalhar como burro de carga para João
Romão. Com o dinheiro de Bertoleza (assim se chamava a ex-escrava), o
português comprou algumas braças de terra e alarga sua propriedade. Para
agradar a Bertoleza forja uma falsa carta de alforria. Com decorrer do tempo
João Romão compra mais terras e nelas constrói três casinhas que
imediatamente aluga. O negocio da certo e novos cubículos se vão
amontoando na propriedade do português. A procura de propriedade é enorme,
e João Romão ganancioso, acaba construindo vastos e movimentado cortiço.
Ao lado vem morar outro português, mas de classe elevada, com certos ares
de pessoa importante, o Senhor Miranda, cuja mulher leva vida irregular.
Miranda não se dá com João Romão, nem vê com bons olhos o cortiço perto
de sua casa. No cortiço moram os mais variados tipos: brancos, pretos,
mulatos, lavadeiras, malandros, assassinos, vadios, benzedeiras etc. Entre
outros: a machona, lavanderia gritalhona, cujos os filhos não se pareciam uns
com os outros, Alexandre, mulato, pernóstico; Pombinha, moça franzina que se
desencaminha por influenciadas más companhia; Rita Baiana, mulata faceira
que andava amigada na ocasião com Firmo, malandro valentão; Jerônimo e
sua mulher, e outros mais. João Romão tem agora pedreira que lhe dá muito
dinheiro. No cortiço há festas com certa freqüência, destacando-se nelas Rita
Baiana como dançarina provocante e sensual, o que faz Jerônimo perder a
cabeça. Enciumado, Firmo acaba brigando com Jerônimo e, hábil na capoeira,
abre a barriga do rival com navalha e foge. Naquela mesma rua, outro cortiço
se forma. Os moradores do cortiço de João Romão chamam de Cabeça de
Gato, como revide, recebem o apelido de Carapicus. Firmo passara a morar no
Cabeça de Gato, onde se torna chefe dos malandros. Jerônimo, que havia sido
internado em um hospital após a briga com Firmo, arma emboscada traiçoeira
para o malandro e o mata a pauladas, fugindo em seguida com Rita Baiana,
abandonando a mulher. Querendo vingar a morte de Firmo, os moradores do
Cabeça de Gato travam seria briga com os Carapicus. Um incêndio, porem, em
vários barracos do cortiço de João Romão põe fim á briga coletiva. O
português, agora endinheirado, reconstrói o cortiço, dando-lhe nova feição e
pretende realizar um objetivo que há tempos vinha alimentando: casar-se com
uma mulher de fina educação, legitimamente. Lança os olhos em Zulmira, filha
do Miranda. Botelho, um velho parasita que reside com a família do Miranda e
de grande influência junto deste, aplaina o caminho para João Romão,
mediante o pagamento de vinte contos de réis. E em breve os dois patrícios,
por interesse, se tornam amigos e o casamento é coisa certa. Só há uma
dificuldade: Bertoleza. João Romão arranja um piano para livrar-se dela:
manda um aviso aos antigos proprietários da escrava, denunciando-lhe o
paradeiro. Pouco tempo depois, surge a policia na casa de João Romão para
7. levar Bertoleza aos seus antigos senhores. A escrava compreende o destino
que lhe estava reservado, suicida-se, cortando o ventre com a mesma faca
com que estava limpando o peixe para a refeição de João Romão.
Personagens:
JOÃO ROMÃO – taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço .
Representa o capitalista explorador.
BERTOLEZA – quitandeira, escrava cafuza que mora com João Romão, para
quem ela trabalha como uma máquina.
MIRANDA – comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora
num sobrado aburguesado, ao lado d o cortiço . J
ERÔNIMO – português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão,
representa a disciplina do trabalho.
RITA BAIANA – mulata sensual e provocante que promove os pagodes n o
cortiço . Representa a mulher brasileira.
PIEDADE – portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher
européia.
CAPOEIRA FIRMO – mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana.
ARRAIA-MIÚDA – representada por lavadeiras, caixeiros, trabalhadores da
pedreira e pelo policial Alexandre.
Cenas importantes da obra:
9. Bairro de Botafogo
Este é o bairro onde ocorre a estória.
O Cortiço
Este é um local amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem.
O Sobrado
O sobrado aristocratizante do comerciante Miranda e de sua família. O sobrado
representa a burguesia ascendente do século XIX.
Período em que a obra pertence:
A obra O Cortiço representa o final do sec. XIX, onde ocorreu o bota-
abaixo", que foi processo de demolição de cortiços e favelas a fim acabar com
10. os focos das doenças perniciosas e promover a remodelação da cidade nos
moldes de Paris, promovendo assim alargamento de ruas, a remodelação do
porto e a supervisão das construções na cidade.
Porem teve graves consequências, uma delas foi a favelização, que
acabou juntando os negros e pobres.
Referencias :
http://www.letraslivres.no.comunidades.net/trabalho-de-literatura-sobre-a-obra-
o-cortico