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A transvalorilização de todos os valores
Projeto clássico da Filosofia
 O projeto clássico da Filosofia compromete-se:
 Admitir que a verdade deve ser o ponto de chegada e especulações
teóricas;
 Exigir que a razão revele, mediante teorias, a natureza última das
coisas,
 Reconhecer que a verdade, como meta final da atividade filosófica,
figura como indispensável e fundamental para o homem
 Aceitar que além da verdade, outros valores morais, como piedade,
solidariedade, humildade, também são fundamentais para a
organização da vida em sociedade.
 Concordar que em última instância, aceitar a verdade e os demais
valore morais como indispensáveis para a vida equivale a
comprometer-se com determinados pressupostos metafísicos.
A recusa de Nietzsche
 A filosofia por ele apresentada pode ser lida como
um novo itinerário que não aceitará como
necessários os valores morais que justificam nossa
conduta.
 Ataca todos os autores que sustentam a
necessidade dos valores morais.
 Sua estratégia seria denunciar os pressupostos da
tradição clássica e exigir o seu abandono.
A recusa de Nietzsche
Os valores religiosos herdados de tradições muito distantes da
sociedade atual não exercem mais função alguma na maioria
dos indivíduos.
O pensamento de Sócrates e Platão impuseram um moralismo
que valoriza muito a humildade.
Condenam os valores que nos tornam o que somos: o orgulho,
a confiança e a nobreza.
Forte crítica aos pressupostos religiosos, que invertem os
valores fundamentais que permitiram ao homem alcançar o
estado de civilidade.
Sua critica ao apego que o homem desenvolveu pelos valores
morais, e como estes derivam da aceitação de pressupostos
metafísico-religiosos.
Os moralistas, a verdade e a
denúncia de nietzschiana
 Os valores do passado não podem ser admitidos como
parâmetros para avaliar a conduta do homem
contemporâneo.
 Acreditar que nossa meta continua sendo a mesma que
as antigas tradições é o mesmo que viver de acordo com
valores que nada importam para nós.
 Somente os covardes se escondem em valores que,
para ele, nada representam.
 Nossos velhos hábitos contaminam nossa maneira de
pensar, agir e sentir o mundo.
A proposta de Nietzsche
 Ele pretende buscar um novo ponto de partida que
viabilize novos valores e que seja aceito como referência
para nossas condutas.
 Ele ataca os dois pilares do pensamento filosófico
ocidental: a verdade e a noção de bem.
 Nossa sociedade apenas poderá triunfar se conseguir se
livrar de todos os valores decorrentes da filosofia grega e
da tradição judaico-cristã.
 Essas duas tradições são ilustradas nas figuras de
Sócrates e Jesus.
 Novos valores só poderão emergir os velhos e
desgastados já estiverem devidamente enterrados.
Críticas a Sócrates
 Sócrates é o grande responsável pela decadência que se
instalou em Atenas no século V a.C.
 Para ele, Sócrates é o típico exemplo do sujeito
moralista, que tenta inverter os valores, condenando o
homem nobre por ser o que ele é.
 Fazendo do homem uma vítima de sua própria
consciência. No lugar de aceitar seu destino como
criatura livre e pronta para conquistar e dominar.
 O ser humano se viu preso diante das armas usadas
pelos fracos os valores morais.
Críticas a Sócrates.
 Sócrates,o primeiro dos moralistas, fez que os valores
defendidos pelo forte, pelo homem nobre eram errados.
 A justiça, deveria garantir, mediante leis, os direitos dos
fracos e que o reino da força deveria ser substituído pelo
império da razão e da harmonia.
 Segundo Sócrates, a virtude é a aceitação de um
conjunto de valores que molda nossa conduta e nos
garante o convívio social.
 O guerreiro o conquistador, o forte outrora responsável
pela instauração das civilização, agora de vê acuado e
aprisionado na rede tecida pelos filósofos moralistas.
O novo conceito de bom
 Foram estes que inverteram o significado de bom,
que na sua origem designava as ações de homens
nobres e conquistadores que em nada remetia a
conduta altruísta.
 O termo bom somente era utilizado para aquele que
demonstrava uma conduta superior e que,
justamente por poder enxergar as coisas de um
nível distinto, tinha o direito de criar valores.
A genealogia da moral.
 A tradição filosófica, criada por Sócrates , inverte os valores e altera o
significado de termos como bom, que passou a ser empregado em
relação aquele que demonstra, piedade, abnegação, solidariedade,
autossacrificio.
 Somente merece o título de bom aquele que tem o seu verdadeiro eu
negado, passando a viver de acordo com um sistema de valores que
condena a autenticidade e a nobreza.
 Colocando-se sob a proteção da uniformidade e massificação própria
de seres medíocres.
A genealogia da moral
 Nietzsche também recusa o cristianismo e a figura de
Jesus.
 Na sua concepção, o cristianismo é perigoso porque
admite como válida a moral do fraco e preconiza o
amor cristão.
 O que ele recusa na doutrina cristã é seu efeito de
submeter os homens à vontade de Deus e igualar todos
os homens, acreditando que, de fato, não existe uma
diferença valorativa entre um homem e outro.
O niilismo.
 O niilismo próprio do pensamento cristão, feito em nome da
moralidade, representa o que existe de pior na esfera da civilização.
 Afinal, se devidamente interpretado, ele significa a negação de tudo o
que nos levou a ser o que somos.
 O cristianismo se apresenta como uma mentira fatal e perigosa, pois
recusa o valor do orgulho, da nobreza, da paixão, do próprio instinto
que nos move.
 Defendendo uma moral ascética, uma moral que defende a abstenção
dos prazeres para a obtenção da perfeição espiritual.
 O cristianismo visa por fim ao nosso mundo e, para isso, conta com a
invenção da consciência que procura sempre lembrar ao homem o que
este não deve ser.
O niilismo
 Nas garras do cristianismo, o homem não passa de um animal
domesticado, que se sente obrigado a rejeitar sua própria natureza.
 Viver em conformidade com valores que são contrários ao seu próprio
ser.
 O homem domesticado é um homem sem vida, é um escravo que tem
retirado de si o direito de ser livre.
 Esse homem dotado de consciência e de responsabilidade, pertence a
uma cultura do pecado, em que nada lembra aquele nobre corajoso e
conquistador que Nietzsche tanto exalta.
Além do Homem.
 Se devemos negar a moralidade socrático-cristã. O que devemos
colocar em seu lugar?
 Quais seriam os valores que nos permitiriam sermos senhores de
nossas vidas?
 Ele propõe que os novos valores sejam criações humanas.
 Começa surgir a figura do artista, do homem criativo que ser enxerga
como agente da história e não meramente como reflexo desta.
 Podemos empreender o caminho contrário e escolher valores que de
fato, realizam nossa natureza.
 Livre das amarras da consciência, ele pode deixar de se submeter aos
valores morais impostos em nome dos fracos.
a descoberta do Além do homem.
 O homem livre, ousado, criativo, que valoriza
sobretudo a vida deve novamente ocupar seu papel de
líder.
 Vontade de poder. O termo poder concebe não só as
conquistas políticas, mas também a própria edificação
da própria cultura.
 Esse homem livre, que está comprometido somente
com valores que afirmam a vida, não pertence ao nosso
tempo.
 Por isso, para falar desse novo homem, nosso pensador
recupera a figura do poeta Zaratustra.
Assim falou Zaratustra.
 Obra escrita em 1891, narrada em forma poética.
 Nietzsche mostra os caminhos trilhados pelo fundador do
zoroatismo, na antiga Pérsia.
 Zaratustra afirma que Deus está morto, e que agora o
homem terá que assumir a responsabilidade pela sua
própria vida.
 E acrescenta que não devemos alimentar a esperança de
uma outra vida que não está vivida aqui e agora, presente
neste mundo.
 Parece ser um grande paradoxo que justamente o fundador
de um esquema metafísico, Zaratustra, venha agora
anunciar o fim da crença acerca de Deus e da existência do
mundo.
Assim falou Zaratustra
 No entanto, quando lida com o devido cuidado, essa
mensagem é plenamente coerente com o pensamento
nietzschiano .
 Uma vez que, para ele, o pensamento metafísico, com
sua tábua de valores, foi muito importante na história
da humanidade.
 A saída metafísica, quando proposta, respondeu
plenamente a um conjunto de questões postas pelo
homem antigo, e agora, entretanto esse modelo não
responde mais aos valores de nosso tempo.
Ubermensch
 Corresponde ao sujeito comprometido com um projeto
de vida conduzida de forma nobre e brava.
 Homens que vivem dessa forma acabam disseminando
valores fundamentais para toda a espécie.
 Quais são esses valores que devem ser disseminados? A
criatividade.
 Trata-se de um aspecto central em sua proposta, pois
Nietzsche nos assinala que o Ubermensh valoriza
muito mais a criatividade do que a verdade.
A criatividade
 Nosso desenvolvimento está muito mais ligado ao
nosso processo criativo do que a procedimentos lógicos
ou empíricos.
 Um segundo aspecto fundamental, decorrente do
primeiro e inerente a este novo estágio da humanidade
anunciado pelo Ubermensh, consiste no fato de que a
criatividade passa ser a expressão mais plena da
felicidade tão buscada pelo homem.
 A arte será, doravante, concebida como meio de
autorrealização dos indivíduos e fonte fundamental
para a manutenção do bem-estar.
A MENSAGEM
 A mensagem do velho profeta do Oriente não deve ser entendida como
uma ameaça, mas como o anúncio da autenticidade humana.
 Porque dizer que Deus está morto é afirmar que devemos agora viver
plenamente a vida.
 Ao afirmar isso, Nietzsche convoca todos para que possamos ser
autenticamente nós mesmos, livres de falsos valores e da perniciosa
moralidade.
 O que devemos entender por bom? O bom é tudo aquilo que ajuda na
afirmação da vida.
 Dessa forma, passamos a nos envolver com tudo o que significa
comprometimento com o eu.
 E justamente por estar comprometido com o eu, é que todo homem
deve, permanentemente ousar, reavaliar suas crenças, procurando
sempre sua autorrealização.
Afirmação da Vida

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Afirmação da Vida

  • 1. A transvalorilização de todos os valores
  • 2. Projeto clássico da Filosofia  O projeto clássico da Filosofia compromete-se:  Admitir que a verdade deve ser o ponto de chegada e especulações teóricas;  Exigir que a razão revele, mediante teorias, a natureza última das coisas,  Reconhecer que a verdade, como meta final da atividade filosófica, figura como indispensável e fundamental para o homem  Aceitar que além da verdade, outros valores morais, como piedade, solidariedade, humildade, também são fundamentais para a organização da vida em sociedade.  Concordar que em última instância, aceitar a verdade e os demais valore morais como indispensáveis para a vida equivale a comprometer-se com determinados pressupostos metafísicos.
  • 3. A recusa de Nietzsche  A filosofia por ele apresentada pode ser lida como um novo itinerário que não aceitará como necessários os valores morais que justificam nossa conduta.  Ataca todos os autores que sustentam a necessidade dos valores morais.  Sua estratégia seria denunciar os pressupostos da tradição clássica e exigir o seu abandono.
  • 4. A recusa de Nietzsche Os valores religiosos herdados de tradições muito distantes da sociedade atual não exercem mais função alguma na maioria dos indivíduos. O pensamento de Sócrates e Platão impuseram um moralismo que valoriza muito a humildade. Condenam os valores que nos tornam o que somos: o orgulho, a confiança e a nobreza. Forte crítica aos pressupostos religiosos, que invertem os valores fundamentais que permitiram ao homem alcançar o estado de civilidade. Sua critica ao apego que o homem desenvolveu pelos valores morais, e como estes derivam da aceitação de pressupostos metafísico-religiosos.
  • 5. Os moralistas, a verdade e a denúncia de nietzschiana  Os valores do passado não podem ser admitidos como parâmetros para avaliar a conduta do homem contemporâneo.  Acreditar que nossa meta continua sendo a mesma que as antigas tradições é o mesmo que viver de acordo com valores que nada importam para nós.  Somente os covardes se escondem em valores que, para ele, nada representam.  Nossos velhos hábitos contaminam nossa maneira de pensar, agir e sentir o mundo.
  • 6. A proposta de Nietzsche  Ele pretende buscar um novo ponto de partida que viabilize novos valores e que seja aceito como referência para nossas condutas.  Ele ataca os dois pilares do pensamento filosófico ocidental: a verdade e a noção de bem.  Nossa sociedade apenas poderá triunfar se conseguir se livrar de todos os valores decorrentes da filosofia grega e da tradição judaico-cristã.  Essas duas tradições são ilustradas nas figuras de Sócrates e Jesus.  Novos valores só poderão emergir os velhos e desgastados já estiverem devidamente enterrados.
  • 7. Críticas a Sócrates  Sócrates é o grande responsável pela decadência que se instalou em Atenas no século V a.C.  Para ele, Sócrates é o típico exemplo do sujeito moralista, que tenta inverter os valores, condenando o homem nobre por ser o que ele é.  Fazendo do homem uma vítima de sua própria consciência. No lugar de aceitar seu destino como criatura livre e pronta para conquistar e dominar.  O ser humano se viu preso diante das armas usadas pelos fracos os valores morais.
  • 8. Críticas a Sócrates.  Sócrates,o primeiro dos moralistas, fez que os valores defendidos pelo forte, pelo homem nobre eram errados.  A justiça, deveria garantir, mediante leis, os direitos dos fracos e que o reino da força deveria ser substituído pelo império da razão e da harmonia.  Segundo Sócrates, a virtude é a aceitação de um conjunto de valores que molda nossa conduta e nos garante o convívio social.  O guerreiro o conquistador, o forte outrora responsável pela instauração das civilização, agora de vê acuado e aprisionado na rede tecida pelos filósofos moralistas.
  • 9. O novo conceito de bom  Foram estes que inverteram o significado de bom, que na sua origem designava as ações de homens nobres e conquistadores que em nada remetia a conduta altruísta.  O termo bom somente era utilizado para aquele que demonstrava uma conduta superior e que, justamente por poder enxergar as coisas de um nível distinto, tinha o direito de criar valores.
  • 10. A genealogia da moral.  A tradição filosófica, criada por Sócrates , inverte os valores e altera o significado de termos como bom, que passou a ser empregado em relação aquele que demonstra, piedade, abnegação, solidariedade, autossacrificio.  Somente merece o título de bom aquele que tem o seu verdadeiro eu negado, passando a viver de acordo com um sistema de valores que condena a autenticidade e a nobreza.  Colocando-se sob a proteção da uniformidade e massificação própria de seres medíocres.
  • 11. A genealogia da moral  Nietzsche também recusa o cristianismo e a figura de Jesus.  Na sua concepção, o cristianismo é perigoso porque admite como válida a moral do fraco e preconiza o amor cristão.  O que ele recusa na doutrina cristã é seu efeito de submeter os homens à vontade de Deus e igualar todos os homens, acreditando que, de fato, não existe uma diferença valorativa entre um homem e outro.
  • 12. O niilismo.  O niilismo próprio do pensamento cristão, feito em nome da moralidade, representa o que existe de pior na esfera da civilização.  Afinal, se devidamente interpretado, ele significa a negação de tudo o que nos levou a ser o que somos.  O cristianismo se apresenta como uma mentira fatal e perigosa, pois recusa o valor do orgulho, da nobreza, da paixão, do próprio instinto que nos move.  Defendendo uma moral ascética, uma moral que defende a abstenção dos prazeres para a obtenção da perfeição espiritual.  O cristianismo visa por fim ao nosso mundo e, para isso, conta com a invenção da consciência que procura sempre lembrar ao homem o que este não deve ser.
  • 13. O niilismo  Nas garras do cristianismo, o homem não passa de um animal domesticado, que se sente obrigado a rejeitar sua própria natureza.  Viver em conformidade com valores que são contrários ao seu próprio ser.  O homem domesticado é um homem sem vida, é um escravo que tem retirado de si o direito de ser livre.  Esse homem dotado de consciência e de responsabilidade, pertence a uma cultura do pecado, em que nada lembra aquele nobre corajoso e conquistador que Nietzsche tanto exalta.
  • 14. Além do Homem.  Se devemos negar a moralidade socrático-cristã. O que devemos colocar em seu lugar?  Quais seriam os valores que nos permitiriam sermos senhores de nossas vidas?  Ele propõe que os novos valores sejam criações humanas.  Começa surgir a figura do artista, do homem criativo que ser enxerga como agente da história e não meramente como reflexo desta.  Podemos empreender o caminho contrário e escolher valores que de fato, realizam nossa natureza.  Livre das amarras da consciência, ele pode deixar de se submeter aos valores morais impostos em nome dos fracos.
  • 15. a descoberta do Além do homem.  O homem livre, ousado, criativo, que valoriza sobretudo a vida deve novamente ocupar seu papel de líder.  Vontade de poder. O termo poder concebe não só as conquistas políticas, mas também a própria edificação da própria cultura.  Esse homem livre, que está comprometido somente com valores que afirmam a vida, não pertence ao nosso tempo.  Por isso, para falar desse novo homem, nosso pensador recupera a figura do poeta Zaratustra.
  • 16. Assim falou Zaratustra.  Obra escrita em 1891, narrada em forma poética.  Nietzsche mostra os caminhos trilhados pelo fundador do zoroatismo, na antiga Pérsia.  Zaratustra afirma que Deus está morto, e que agora o homem terá que assumir a responsabilidade pela sua própria vida.  E acrescenta que não devemos alimentar a esperança de uma outra vida que não está vivida aqui e agora, presente neste mundo.  Parece ser um grande paradoxo que justamente o fundador de um esquema metafísico, Zaratustra, venha agora anunciar o fim da crença acerca de Deus e da existência do mundo.
  • 17. Assim falou Zaratustra  No entanto, quando lida com o devido cuidado, essa mensagem é plenamente coerente com o pensamento nietzschiano .  Uma vez que, para ele, o pensamento metafísico, com sua tábua de valores, foi muito importante na história da humanidade.  A saída metafísica, quando proposta, respondeu plenamente a um conjunto de questões postas pelo homem antigo, e agora, entretanto esse modelo não responde mais aos valores de nosso tempo.
  • 18. Ubermensch  Corresponde ao sujeito comprometido com um projeto de vida conduzida de forma nobre e brava.  Homens que vivem dessa forma acabam disseminando valores fundamentais para toda a espécie.  Quais são esses valores que devem ser disseminados? A criatividade.  Trata-se de um aspecto central em sua proposta, pois Nietzsche nos assinala que o Ubermensh valoriza muito mais a criatividade do que a verdade.
  • 19. A criatividade  Nosso desenvolvimento está muito mais ligado ao nosso processo criativo do que a procedimentos lógicos ou empíricos.  Um segundo aspecto fundamental, decorrente do primeiro e inerente a este novo estágio da humanidade anunciado pelo Ubermensh, consiste no fato de que a criatividade passa ser a expressão mais plena da felicidade tão buscada pelo homem.  A arte será, doravante, concebida como meio de autorrealização dos indivíduos e fonte fundamental para a manutenção do bem-estar.
  • 20. A MENSAGEM  A mensagem do velho profeta do Oriente não deve ser entendida como uma ameaça, mas como o anúncio da autenticidade humana.  Porque dizer que Deus está morto é afirmar que devemos agora viver plenamente a vida.  Ao afirmar isso, Nietzsche convoca todos para que possamos ser autenticamente nós mesmos, livres de falsos valores e da perniciosa moralidade.  O que devemos entender por bom? O bom é tudo aquilo que ajuda na afirmação da vida.  Dessa forma, passamos a nos envolver com tudo o que significa comprometimento com o eu.  E justamente por estar comprometido com o eu, é que todo homem deve, permanentemente ousar, reavaliar suas crenças, procurando sempre sua autorrealização.

Notas do Editor

  1. e