O documento discute as noções de ética, moral e razão ao longo da história, comparando o pensamento grego e moderno. Aborda também as diferentes visões sobre a natureza nesses períodos e questiona como pensar a ética hoje diante dos problemas ambientais.
2. “Ter ética - refletir eticamente -
consiste em decidir através de razões
o que em cada momento é preferível
fazer” (Salvater, 1995).
3. ÉTICA
É uma ciência da moral e pode ser
definida como a teoria ou a ciência
do comportamento moral dos
homens em sociedade. Busca
fundamentar as ações pelo uso da
razão.
4. MORAL
A palavra Moral tem origem no latim - morus -
significando os usos e costumes. Moral é o
conjunto das normas para o agir específico ou
concreto. A Moral está contida nos códigos, que
tendem a regulamentar o agir das pessoas.
A moral é um conjunto de regras, costumes e
formas de pensar de um grupo social, que define
o que devemos ou não devemos fazer em
sociedade.
Obediência a hábitos e costumes.
5. RAZÃO
Capacidade da mente humana que permite
chegar à conclusões a partir de suposições
ou premissas. É a faculdade de raciocinar,
compreender, ponderar, de desempenhar
raciocínio lógico.
7. SOCIEDADE TRIBAL/PRIMITIVA
- Não havia propriedade Privada
- Não haviam instituições
- Não Havia religiões instituídas
- Não haviam classes sociais
- A sociedade vivia uma espécie de
comunismo primitivo
8. ANTIGUIDADE - características
- Período clássico da Grécia Antiga, relacionado
aos pensamentos dos gregos do séc. VII ao
séc. II a.C.
- Representa a passagem do pensamento
mitológico ao pensamento racional. A
passagem da cosmogonia (crenças sobre o
cosmos), para a cosmologia (estudo do
cosmos).
9. Antiguidade (continuação)
Os sofistas trataram da ética de maneira ainda
superficial (vida prática);
Sócrates racionaliza a ética com o método da
maiêutica;
Sócrates preconiza uma concepção do bem, do mal
e da areté (virtude);
Para Sócrates, somente o conhecimento (razão) e a
conduta reta tornava o homem virtuoso;
O erro estava na origem do mal;
Platão tratou da ética como componente inseparável
da política.
10. Antiguidade (continuação)
O bem, a sabedoria, a razão (sinônimas), são
próprias do filósofo. O estadista perfeito;
Aristóteles afirma que a felicidade (eudemonia)
está relacionada a uma vida virtuosa (não a
prazer ou riqueza);
A virtude (areté) se encontra no justo meio (justa
medida);
Aquele dotado de prudência, educado pelo
hábito, encontra a virtude.
A virtude está nos homens, em potência.
11. Antiguidade (continuação)
O homem é animal político, naturalmente
habitante da pólis.
A felicidade é o objeto da política e da ética.
A felicidade é a própria virtude, garantia da
liberdade.
O estoicismo (representado por Sêneca e
Epiteto) e o Epicurismo (por Epicuro e Tito)
tomam a natureza (a física) como referência para
a moral.
A ciência e a política tiveram grande avanço
nesse período
12. Idade Média (476 d.C – 1.453 d.C)
A religião cristã sustenta a “unidade social”;
O pensamento cristão conduz a reflexão
intelectual;
A filosofia cristã se baseia nas verdades
reveladas como parâmetro ético;
Deus é a suprema verdade, no qual tudo é
orientado para ele: a moral e a perfeição.
Período do Feudalismo.
13. Idade Moderna (1.453 d.C – 1789 d.C)
Período no qual toma forma o “pensamento
moderno”;
O homem torna-se novamente o centro das
reflexões;
A religião perde prestígio diante da ciência
moderna;
Há uma mudança de postura na relação
homem/natureza;
A natureza se transforma em fonte (indústria);
A ideia de desenvolvimento e progresso é reforçada;
14. Idade Moderna (continuação)
O homem agora pode subjugar, dominar;
O liberalismo traz uma perspectiva poderosa;
A mudança é considerada necessária;
Galileu Galilei deu as bases para a ciência moderna;
René Decartes, com o “penso, logo existo”, divide a
essência do ser humano em corpo e alma;
Francis Bacon, com o “poder é saber” dá ideia de
poder ao homem;
Ocorre a fragmentação do saber e a tentativa de
simplificar o real;
15. Idade Moderna (continuação)
Nicolau Maquiavel dá as bases para a Política Moderna e o
Estado Moderno
Martinho Lutero funda o protestantismo, diminuindo a
influência da Igreja Católica
Tomas Hobbes, inicia a ideia do individualismo contratual,
seguido por Locke e Rousseau (Contrato Social).
Por fim Adam Smith, propõe o individualismo movido pelo
motor do desejo de crescer;
“O trabalho de cada um lhe garantirá o sucesso”;
“O egoísmo permitirá a harmonia e o progresso social”;
Enfim, isso é a modernidade.
16. É criada a Sociedade Liberal Capitalista, baseada nos ideais da
revolução francesa.
Época em que predomina a economia liberal, baseada no estado
mínimo e privatização de empresas
Período em que surgiram as leis trabalhistas nos EUA e
posteriormente no Brasil, buscando um Estado de Bem-Estar Social,
em oposição ao capitalismo, que entrara em crise, maraca pela
quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
Momento em que prosperou o capitalismo, o respeito à
propriedade privada, a relação trabalhista patrão-empregado e a
liberdade para ter lucros nos negócios.
Idade Contemporânea (1789 d.C – Hoje)
17. Idade Contemporânea (1789 d.C – Hoj
- Experimentamos gravíssimos problemas decorrentes da explosão
demográfica; da mundialização da pobreza e da fome, do descontrole
dos meios de produção alimentar, da degradação cultural, entre
outros.
- Há mais de 2.000 anos, Aristóteles advertia: “Há um limite para o
tamanho das nações”.
- Heidegger fala da ausência de pensamento, provocado pela
velocidade das informações e pelos caminhos que chega até nós. Nós
pensamos, mas, “o pensamento que calcula”, não “a reflexão que
medita”.
-Saídas: ética ambiental, a ecologia profunda, o biocentrismo, o
ecocentrismo, a ética aplicada e a ética do discurso.
18. ÉTICA E RAZÃO
PENSAMENTO GREGO PENSAMENTO MODERNO
Fé na razão Volta da razão
Fuga do mito Valorização da consciência
Surgimento do método Aperfeiçoamento do método
A razão conduz à virtude Fragmentação do saber
Virtude acima da própria honra Visão utilitarista e mecanicista
Felicidade como bem maior Homem como centro das reflexões
Felicidade na ação política Sujeito individual, livre e autônomo
Desapego (nada em demasia) Destino nas mãos do homem
Virtude e justiça levam a felicidade Egoísmo como virtude. Felicidade.
Nada em demasia. Justa medida Homem que calcula
Homem político por natureza Conhecimento como poder
19. ÉTICA E NATUREZA
PENSAMENTO GREGO PENSAMENTO MODERNO
Homem integrante do cosmos Desenvolvimento e progresso
Natureza referência para a moral Nova postura relação
homem/natureza
Deus ou o átomo causador da
ordem
Sujeito capaz de dominar a
natureza
Vida saudável e em harmonia Consumo e competição
Vida sem exageros Natureza como fonte
Vida com simplicidade Modo de produção capitalista
Surgimento da ciência Ciência moderna
Ciência compreensão Ciência Manipulação
Modo de produção escravista Modo de produção capitalista
20. Para Pensar:
Ao término deste “exercício histórico”, permanecem
vivos os questionamentos do início. As perguntas
parecem continuar sem respostas precisas. Na
antiguidade a razão e a ética buscavam a felicidade,
na modernidade a razão nos faz éticos, mas
diferentes do resto da natureza. Na antiguidade a
natureza era objeto de compreensão e eticamente
respeitada, na modernidade, a natureza é dominada,
em conformidade com a ética. E hoje em dia? Como
estamos? O que é ético fazer?
21. CONCLUSÃO: Possíveis Soluções
Resta nos a inquietação e pensar em possíveis
saídas:
a “reflexão que medite” no lugar do “pensamento
que calcule”;
a visão ecocêntrica no lugar da antropocêntrica;
viver sem algumas comodidades que causam
danos ambientais, dentre elas, o lucro desmedido;
inverter a visão dominante do homem sobre a
natureza;
22. CONCLUSÃO: Possíveis Soluções
mudar a maneira de pensar e agir;
uma posição radical da visão preservacionista;
condenar toda forma desordenada de
exploração;
reconhecer os limites de renovação da
natureza;
o reconhecer os riscos da manutenção da
sobrevivência humana;
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4. ed. — São Paulo : Nova Cultural,
1991.
BACON, Francis. Novum Organum. São Paulo, Abril Cultural, 2. Ed.,
1979.
DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
ARANHA, M. Lúcia; MARTINS, M.H. Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa. Instituto Jean Piaget. 2001.
HOBBES, Thomas. Leviatã. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora
Abril, 1976.
JAPIASSU, Hilton. MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia.
4 e. Atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
24. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Martin Claret. 2001.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e
Outros Escritos. São Paulo: Martin Claret: 2004.
MORIN, E. O problema epistemológico da complexidade. Lisboa:
Publicações Europa-América, 1996.
SANTOS, Antonio S. R. Homem-Natureza: a nova relação ética.
Disponível em http://www.aultimaarcadenoe.com/artigos51.htm.
Acessado em 07/01/2014.
SILVA, Antonio W.C. O pensamento ético filosófico: da Grécia Antiga
à Idade Contemporânea (2009) Disponível em http://www.
egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/30555-32164-1-PB.pdf,
acessado em 07 jan 15.
SALVATER, Fernando. O Conteúdo da Felicidade. Lisboa: Relógio
d'Agua, 1995.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nacões. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
VAZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 23. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002.