SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
A busca da felicidade interior
Introdução
 Com a conquista da Grécia pelos macedônios (322 a.C.)
teve inicio o período chamado helenístico. Devido a
expansão militar do império macedônico, efetuada por
Alexandre Magno, o período helenístico caracterizou-se por
um processo de interação entre a cultura grega clássica e a
cultura dos povos orientais conquistados.
 O mesmo processo se deu no campo filosófico . As escolas
platônica (Academia) e aristotélica (Liceu) –continuam
abertas em plena atividade, mas os valores gregos começam
a mesclar-se com as mais diversas tradições culturais.
Do público ao privado
 No plano político, a antiga liberdade do cidadão grego,
exercida no contexto de autonomia de suas cidades, foi
desfigurada pelo domínio macedônico, ocorrendo um
declínio da participação do cidadão nos destinos da pólis.
Com isso, a reflexão política também se enfraqueceu.
 Substitui-se, assim, a vida pública pela vida privada como
centro das reflexões filosóficas. Em outras palavras, as
preocupações coletivas cedem lugar ás preocupações
pessoais.
 As principais correntes filosóficas desse período vão tratar
da intimidade, da vida interior do ser humano.
 Parece que a principal preocupação dos filósofos era
proporcionar às pessoas desorientadas e inseguras com a
vida social alguma forma de paz de espírito, de felicidade
interior em meio às atribulações da época.
Epicurismo: o prazer
 O epicurismo é uma corrente filosófica fundada por Epicuro
(314-271 a.C.), que defendia que o prazer é o princípio e o
fim de uma vida feliz.
 Epicuro distinguia dois tipos de prazeres. O primeiro reúne
os prazeres mais duradouros, que encantam o espírito,
como a boa conversação, a contemplação da arte. O
segundo os prazeres mais imediatos, muitos movidos pela
explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor
e sofrimento.
 Para que possamos desfrutar os grandes prazeres do
intelecto precisamos aprender a controlar exagerados da
paixão como medo, a cobiça e a inveja.
 Por isso os epicuristas buscavam a ataraxia, isto é, o
estado de ausência da dor, quietude, serenidade e
imperturbabilidade da alma.
A morte não é nada para nós
 Um dos obstáculos para desfrutar da paz de uma mente tranquila,
Epicuro raciocinou, é o meda morte, intensificado pela crença religiosa
de que, se incorrer na ira dos deuses, você será severamente punido
na vida após a morte. Em vez de agir contra essa medo, propondo um
estado alternativo de imortalidade, Epicuro tentou explicar a natureza
da própria morte.
 Ele começou propondo que, quando morremos, não estamos cientes
da morte, já que nossa consciência para de existir quando a vida
cessa. Para explicar isso, Epicuro assumiu a visão de que o universo
inteiro consiste em átomos ou espaços vazios.
 Epicuro ponderou que a alma não pode ser um espaço vazio pois ela
opera dinamicamente com o corpo, então, deve ser composta de
átomos.
 Ele descreveu esses átomos distribuídos ao redor do corpo, mas tão
frágeis que se dissolvem que se dissolvem quando morremos, e então
não somos capazes de sentir mais nada. Se quando morremos
perdemos a capacidade de sentir as coisas, mental ou fisicamente, é
tolice deixar o medo da morte causar-nos medo enquanto ainda
vivemos.
A felicidade segundo o
epicurismo
O objetivo da
vida é a
felicidade
Nossa infelicidade é
causada pelo medo,
e nosso maior medo
é o da morte
Se pudermos
superarmos o
medo da morte,
poderemos ser
felizes
A morte é o fim da
sensação então não
pode ser
fisicamente dolorosa
A morte é o fim
da consciência,
então não pode
ser
emocionalmente
dolorosa
Não há nada o que
temer na morte
Uma vida em conformidade
com a natureza: cinismo
 A palavra cinismo vem do grego Kynos, que significa “cão”, cínico,
do grego Kynicos, significa como um cão. O termo cínico designa,
assim, a corrente dos filósofos que se propuseram viver como cães
da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto.
 O ser humano deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar
todos os bens materiais. Por isso, Diógenes de Sínope (413- 327)
– o pensador mais destacado dessa escola é conhecido como o
Sócrates demente, pois questiona os valores e as convenções
sociais e procurava viver estritamente conforme os princípios que
considerava corretos.
 Vivendo em uma época em que as conquistas de Alexandre
promoveram o helenismo, mesclando culturas e populações,
Diógenes também tinha apreço pela diferença entre grego e
estrangeiro. Conta-se que, quando perguntaram qual era sua
cidadania teria respondido: “Sou cosmopolita” (palavra de origem
grega que significa “cidadão do mundo”)
Ceticismo: sobre a impossibilidade do
julgamento
 Uma doutrina é cética quando duvida ou nega a
possibilidade de conhecermos a verdade. Essa de
conhecermos a verdade. Essa interpretação também pode
seguir duas vertentes básicas uma absoluta e outra relativa.
 Fundado por Pirro de Eleia (365-270) e tendo em Timon
(320-230) seu primeiro sistematizador, o ceticismo adquiriu
notoriedade com Carnéades (214-129), que o defendeu
dentro da Academia platônica.
 O ceticismo se caracteriza como uma escola filosófica que
se posiciona da seguinte forma em relação ao
conhecimento: diante de dois argumentos contrários e
ambivalentes, o melhor que temos a fazer é suspender juízo
e desistir de afirmarmos a verdade ou falsidade de uma ou
outra das teses.
Ceticismo absoluto
 Muitos consideram o filósofo grego Górgias o fundador do
ceticismo absoluto. Ele defendia as seguintes ideais: o ser
não existe; se existisse, não poderíamos conhecê-lo; e se
pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunicá-los
aos outros. outros afirmavam ser o filósofo grego Pirro como
o fundador do ceticismo absoluto. Por isso chama-se muitas
vezes o ceticismo de pirronismo.
 O ceticismo absoluto despertou muita oposição. Seus
críticos consideram-no uma doutrina radical, estéril e
contraditória. Radical porque nega totalmente a
possibilidade de conhecer. Estéril porque não leva a nada.
Contraditória porque ao dizer que nada é verdadeiro, acaba
afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro, isto é,
o conhecimento de que nada é vedadeiro.
Ceticismo relativo
 O ceticismo relativo como o próprio nome diz , consiste em
negar apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a
verdade. Ou seja, apresenta uma posição moderada em
relação às possibilidades de conhecimento se comparado ao
ceticismo absoluto. Entre as doutrinas que manifestam um
ceticismo relativo, destacamos as seguintes:
 Subjetivismo – considera o conhecimento uma relação
puramente subjetiva e pessoal. O subjetivismo nasce com o
pensamento do grego Protágoras sofista do século V a.C.
 Relativismo – entende que não existem verdades absolutas.
Mas apenas verdades relativas, que tem uma validade limitada.
 Probabilismo - propõe que nosso conhecimento é incapaz de
atingir a certeza plena, o que podemos alcançar é uma verdade
provável.
 Pragmatismo – apresenta uma concepção dos humanos como
seres práticos, ativos, e não apenas como seres pensantes.
Zenão de Cicio: o objetivo da vida
é viver de acordo com a natureza
 o estoicismo é corrente filosófica de maior influência de seu
tempo. Foi fundada por Zenão de Cicio (326-263) . Os
representantes desta escola, conhecidos como estóicos,
defendiam que toda realidade existente é uma realidade
racional. Todos os seres, os homens e a natureza fazem parte
desta realidade. O que chamamos de Deus nada mais é do
que a fonte dos princípios que regem a realidade.
 Integrados á natureza, não existe para o ser humano nenhum
outro lugar para ir ou fugir , além do próprio mundo em que
vivemos. Somos deste mundo e, ao morrer, nos dissolvemos
neste mundo.
 Não dispomos de poderes para alterar , substancialmente, a
ordem universal do mundo. Mas pela filosofia podemos
compreender esta ordem universal e viver segundo ela. Assim ,
em vez do prazer dos epicuristas, Zenão propõe o dever da
compreensão como o melhor caminho para a felicidade. Ser
livre é viver segundo nossa própria natureza que, por sua vez,
integra a natureza do mundo.
livre-arbítrio
 No entanto, Zenão também declarava que o homem recebeu uma
alma racional com a qual exerce o livre-arbítrio. Ninguém é
forçado a perseguir uma vida de bem . Cabe ao indivíduo escolher
pôr de lado as coisas sobre aas quais tem pouco ou nenhum
controle e tornar-se indiferente à dor e ao prazer, á pobreza e á
riqueza. Mas a pessoa que fizesse isso, segundo Zenão,
alcançaria uma vida em harmonia com a natureza em todos os
aspectos, bons ou ruins, vivendo de acordo com as decisões do
supremo legislador.
 No plano ético, os estóicos defendiam uma atitude de austeridade
física e moral baseada em virtudes de resistência e ante o
sofrimento, a coragem ante o perigo e a indiferença ante as
riquezas materiais. O ideal perseguido era um estado de plena
serenidade para lidar com os sobressaltos da existência, fundado
na aceitação e compreensão do princípios universais que regem
toda a vida.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Filosofia aristóteles
Filosofia   aristótelesFilosofia   aristóteles
Filosofia aristótelesFelipe Rocha
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a MetafísicaCursoDeFerias
 
Aristóteles e sua Filosofia
Aristóteles e sua FilosofiaAristóteles e sua Filosofia
Aristóteles e sua FilosofiaHilton Rosas
 
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
Cap 2   os filosofos da natureza - postarCap 2   os filosofos da natureza - postar
Cap 2 os filosofos da natureza - postarJosé Ferreira Júnior
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...Turma Olímpica
 
Filósofos Pré-Socráticos
Filósofos Pré-SocráticosFilósofos Pré-Socráticos
Filósofos Pré-SocráticosJecyane
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
AristótelesDeaaSouza
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumoCarla Geanfrancisco Falasca
 
Seminário sobre Aristóteles
Seminário sobre Aristóteles Seminário sobre Aristóteles
Seminário sobre Aristóteles Wesley Freitas
 
Introdu filosofia-slide
Introdu filosofia-slideIntrodu filosofia-slide
Introdu filosofia-slideRonaldo Assis
 
o que é arché
o que é archéo que é arché
o que é archépuenzo
 

Mais procurados (20)

Filósofia antiga Aristóteles
Filósofia antiga Aristóteles Filósofia antiga Aristóteles
Filósofia antiga Aristóteles
 
Metafísica em aristóteles
Metafísica em aristótelesMetafísica em aristóteles
Metafísica em aristóteles
 
Filosofia aristóteles
Filosofia   aristótelesFilosofia   aristóteles
Filosofia aristóteles
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a Metafísica
 
Aristóteles e sua Filosofia
Aristóteles e sua FilosofiaAristóteles e sua Filosofia
Aristóteles e sua Filosofia
 
Aula 3 metafísica
Aula 3   metafísicaAula 3   metafísica
Aula 3 metafísica
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
Aristóteles
 
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
Cap 2   os filosofos da natureza - postarCap 2   os filosofos da natureza - postar
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A influência de Platão e Aristó...
 
Filósofos Pré-Socráticos
Filósofos Pré-SocráticosFilósofos Pré-Socráticos
Filósofos Pré-Socráticos
 
O que é metafisica?
O que é metafisica?O que é metafisica?
O que é metafisica?
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
Aristóteles
 
Resumo FILOSOFIA
Resumo FILOSOFIAResumo FILOSOFIA
Resumo FILOSOFIA
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
Aristóteles
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
 
Filósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticosFilósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticos
 
Filosofia 7º ano_-_unidade_1
Filosofia 7º ano_-_unidade_1Filosofia 7º ano_-_unidade_1
Filosofia 7º ano_-_unidade_1
 
Seminário sobre Aristóteles
Seminário sobre Aristóteles Seminário sobre Aristóteles
Seminário sobre Aristóteles
 
Introdu filosofia-slide
Introdu filosofia-slideIntrodu filosofia-slide
Introdu filosofia-slide
 
o que é arché
o que é archéo que é arché
o que é arché
 

Semelhante a Filosofias helenisticas

Evolução histórica da reflexão sobre a condição humana
Evolução histórica da reflexão sobre a condição humanaEvolução histórica da reflexão sobre a condição humana
Evolução histórica da reflexão sobre a condição humana19121992
 
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25Alexandre Misturini
 
Colégio estadual visconde de bom retiro 21mp
Colégio  estadual visconde de bom retiro 21mpColégio  estadual visconde de bom retiro 21mp
Colégio estadual visconde de bom retiro 21mpAlexandre Misturini
 
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepo
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepoTrabalho de filosofia 22mp lepo lepo
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepoAlexandre Misturini
 
A evolução da reflexão humana.
A evolução da reflexão humana.A evolução da reflexão humana.
A evolução da reflexão humana.PatriciaKarla
 
Trabalho filosofia 26 tp mateus e pedro
Trabalho filosofia 26 tp   mateus e pedroTrabalho filosofia 26 tp   mateus e pedro
Trabalho filosofia 26 tp mateus e pedroAlexandre Misturini
 
Filosofias no Helenismo
Filosofias no HelenismoFilosofias no Helenismo
Filosofias no HelenismoBruno Carrasco
 
História da Filosofia dos Pré Socráticos ao Helenismo
História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao HelenismoHistória da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo
História da Filosofia dos Pré Socráticos ao HelenismoLucio Oliveira
 
Apresentacao de antropologia psicologia
Apresentacao de antropologia psicologia  Apresentacao de antropologia psicologia
Apresentacao de antropologia psicologia faculdade11
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraErnandez Oliveira
 

Semelhante a Filosofias helenisticas (20)

Cap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia HelenísticaCap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia Helenística
 
Lascrael 21 mp
Lascrael 21 mpLascrael 21 mp
Lascrael 21 mp
 
Evolução histórica da reflexão sobre a condição humana
Evolução histórica da reflexão sobre a condição humanaEvolução histórica da reflexão sobre a condição humana
Evolução histórica da reflexão sobre a condição humana
 
Epicurismo 25
Epicurismo 25Epicurismo 25
Epicurismo 25
 
Filosofia 24 mp 222
Filosofia 24 mp 222Filosofia 24 mp 222
Filosofia 24 mp 222
 
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25
Trabalho de filosofia 25tp 25 25 25
 
Colégio estadual visconde de bom retiro 21mp
Colégio  estadual visconde de bom retiro 21mpColégio  estadual visconde de bom retiro 21mp
Colégio estadual visconde de bom retiro 21mp
 
Helenismo e suas correntes
Helenismo e suas correntesHelenismo e suas correntes
Helenismo e suas correntes
 
Filosofia Unidade 2
Filosofia Unidade 2Filosofia Unidade 2
Filosofia Unidade 2
 
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepo
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepoTrabalho de filosofia 22mp lepo lepo
Trabalho de filosofia 22mp lepo lepo
 
Filosofia 03 - Helenismo
Filosofia 03 - HelenismoFilosofia 03 - Helenismo
Filosofia 03 - Helenismo
 
A evolução da reflexão humana.
A evolução da reflexão humana.A evolução da reflexão humana.
A evolução da reflexão humana.
 
Trabalho filosofia 26 tp mateus e pedro
Trabalho filosofia 26 tp   mateus e pedroTrabalho filosofia 26 tp   mateus e pedro
Trabalho filosofia 26 tp mateus e pedro
 
Filosofias no Helenismo
Filosofias no HelenismoFilosofias no Helenismo
Filosofias no Helenismo
 
História da Filosofia dos Pré Socráticos ao Helenismo
História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao HelenismoHistória da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo
História da Filosofia dos Pré Socráticos ao Helenismo
 
Filosofia suple
Filosofia supleFilosofia suple
Filosofia suple
 
Trabalho de filosofia 24 44
Trabalho de filosofia 24 44Trabalho de filosofia 24 44
Trabalho de filosofia 24 44
 
A filosofia
A filosofiaA filosofia
A filosofia
 
Apresentacao de antropologia psicologia
Apresentacao de antropologia psicologia  Apresentacao de antropologia psicologia
Apresentacao de antropologia psicologia
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
 

Mais de Milton Fabiano Silva

Mais de Milton Fabiano Silva (11)

Platão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideiasPlatão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideias
 
O movimento sofista capítulo 6
O movimento sofista capítulo 6O movimento sofista capítulo 6
O movimento sofista capítulo 6
 
O movimento sofista capítulo 6
O movimento sofista capítulo 6O movimento sofista capítulo 6
O movimento sofista capítulo 6
 
Friedrich nietzsche
Friedrich  nietzscheFriedrich  nietzsche
Friedrich nietzsche
 
Airtóteteles visão política
Airtóteteles visão políticaAirtóteteles visão política
Airtóteteles visão política
 
Friedrich nietzsche
Friedrich  nietzscheFriedrich  nietzsche
Friedrich nietzsche
 
Tales de mileto
Tales de miletoTales de mileto
Tales de mileto
 
Maquiavel fundador dopensamentopolíticomoderno.
Maquiavel fundador dopensamentopolíticomoderno.Maquiavel fundador dopensamentopolíticomoderno.
Maquiavel fundador dopensamentopolíticomoderno.
 
Capitulo 4 a sociologia de florestan fernandes
Capitulo 4 a sociologia de florestan fernandesCapitulo 4 a sociologia de florestan fernandes
Capitulo 4 a sociologia de florestan fernandes
 
Sociologia no brasil
Sociologia no brasilSociologia no brasil
Sociologia no brasil
 
Maquiavel os fins justificamo os meios.
Maquiavel os fins justificamo os meios.Maquiavel os fins justificamo os meios.
Maquiavel os fins justificamo os meios.
 

Último

GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaCentro Jacques Delors
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...AnaAugustaLagesZuqui
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...azulassessoria9
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Cabiamar
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Centro Jacques Delors
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptxJssicaCassiano2
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxMarcosLemes28
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024azulassessoria9
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptxMarlene Cunhada
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa paraAndreaPassosMascaren
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do séculoBiblioteca UCS
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdLeonardoDeOliveiraLu2
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticash5kpmr7w7
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)Centro Jacques Delors
 

Último (20)

GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 

Filosofias helenisticas

  • 1. A busca da felicidade interior
  • 2. Introdução  Com a conquista da Grécia pelos macedônios (322 a.C.) teve inicio o período chamado helenístico. Devido a expansão militar do império macedônico, efetuada por Alexandre Magno, o período helenístico caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos orientais conquistados.  O mesmo processo se deu no campo filosófico . As escolas platônica (Academia) e aristotélica (Liceu) –continuam abertas em plena atividade, mas os valores gregos começam a mesclar-se com as mais diversas tradições culturais.
  • 3. Do público ao privado  No plano político, a antiga liberdade do cidadão grego, exercida no contexto de autonomia de suas cidades, foi desfigurada pelo domínio macedônico, ocorrendo um declínio da participação do cidadão nos destinos da pólis. Com isso, a reflexão política também se enfraqueceu.  Substitui-se, assim, a vida pública pela vida privada como centro das reflexões filosóficas. Em outras palavras, as preocupações coletivas cedem lugar ás preocupações pessoais.  As principais correntes filosóficas desse período vão tratar da intimidade, da vida interior do ser humano.  Parece que a principal preocupação dos filósofos era proporcionar às pessoas desorientadas e inseguras com a vida social alguma forma de paz de espírito, de felicidade interior em meio às atribulações da época.
  • 4. Epicurismo: o prazer  O epicurismo é uma corrente filosófica fundada por Epicuro (314-271 a.C.), que defendia que o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz.  Epicuro distinguia dois tipos de prazeres. O primeiro reúne os prazeres mais duradouros, que encantam o espírito, como a boa conversação, a contemplação da arte. O segundo os prazeres mais imediatos, muitos movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor e sofrimento.  Para que possamos desfrutar os grandes prazeres do intelecto precisamos aprender a controlar exagerados da paixão como medo, a cobiça e a inveja.  Por isso os epicuristas buscavam a ataraxia, isto é, o estado de ausência da dor, quietude, serenidade e imperturbabilidade da alma.
  • 5. A morte não é nada para nós  Um dos obstáculos para desfrutar da paz de uma mente tranquila, Epicuro raciocinou, é o meda morte, intensificado pela crença religiosa de que, se incorrer na ira dos deuses, você será severamente punido na vida após a morte. Em vez de agir contra essa medo, propondo um estado alternativo de imortalidade, Epicuro tentou explicar a natureza da própria morte.  Ele começou propondo que, quando morremos, não estamos cientes da morte, já que nossa consciência para de existir quando a vida cessa. Para explicar isso, Epicuro assumiu a visão de que o universo inteiro consiste em átomos ou espaços vazios.  Epicuro ponderou que a alma não pode ser um espaço vazio pois ela opera dinamicamente com o corpo, então, deve ser composta de átomos.  Ele descreveu esses átomos distribuídos ao redor do corpo, mas tão frágeis que se dissolvem que se dissolvem quando morremos, e então não somos capazes de sentir mais nada. Se quando morremos perdemos a capacidade de sentir as coisas, mental ou fisicamente, é tolice deixar o medo da morte causar-nos medo enquanto ainda vivemos.
  • 6. A felicidade segundo o epicurismo O objetivo da vida é a felicidade Nossa infelicidade é causada pelo medo, e nosso maior medo é o da morte Se pudermos superarmos o medo da morte, poderemos ser felizes A morte é o fim da sensação então não pode ser fisicamente dolorosa A morte é o fim da consciência, então não pode ser emocionalmente dolorosa Não há nada o que temer na morte
  • 7.
  • 8. Uma vida em conformidade com a natureza: cinismo  A palavra cinismo vem do grego Kynos, que significa “cão”, cínico, do grego Kynicos, significa como um cão. O termo cínico designa, assim, a corrente dos filósofos que se propuseram viver como cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto.  O ser humano deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por isso, Diógenes de Sínope (413- 327) – o pensador mais destacado dessa escola é conhecido como o Sócrates demente, pois questiona os valores e as convenções sociais e procurava viver estritamente conforme os princípios que considerava corretos.  Vivendo em uma época em que as conquistas de Alexandre promoveram o helenismo, mesclando culturas e populações, Diógenes também tinha apreço pela diferença entre grego e estrangeiro. Conta-se que, quando perguntaram qual era sua cidadania teria respondido: “Sou cosmopolita” (palavra de origem grega que significa “cidadão do mundo”)
  • 9. Ceticismo: sobre a impossibilidade do julgamento  Uma doutrina é cética quando duvida ou nega a possibilidade de conhecermos a verdade. Essa de conhecermos a verdade. Essa interpretação também pode seguir duas vertentes básicas uma absoluta e outra relativa.  Fundado por Pirro de Eleia (365-270) e tendo em Timon (320-230) seu primeiro sistematizador, o ceticismo adquiriu notoriedade com Carnéades (214-129), que o defendeu dentro da Academia platônica.  O ceticismo se caracteriza como uma escola filosófica que se posiciona da seguinte forma em relação ao conhecimento: diante de dois argumentos contrários e ambivalentes, o melhor que temos a fazer é suspender juízo e desistir de afirmarmos a verdade ou falsidade de uma ou outra das teses.
  • 10. Ceticismo absoluto  Muitos consideram o filósofo grego Górgias o fundador do ceticismo absoluto. Ele defendia as seguintes ideais: o ser não existe; se existisse, não poderíamos conhecê-lo; e se pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunicá-los aos outros. outros afirmavam ser o filósofo grego Pirro como o fundador do ceticismo absoluto. Por isso chama-se muitas vezes o ceticismo de pirronismo.  O ceticismo absoluto despertou muita oposição. Seus críticos consideram-no uma doutrina radical, estéril e contraditória. Radical porque nega totalmente a possibilidade de conhecer. Estéril porque não leva a nada. Contraditória porque ao dizer que nada é verdadeiro, acaba afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro, isto é, o conhecimento de que nada é vedadeiro.
  • 11. Ceticismo relativo  O ceticismo relativo como o próprio nome diz , consiste em negar apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade. Ou seja, apresenta uma posição moderada em relação às possibilidades de conhecimento se comparado ao ceticismo absoluto. Entre as doutrinas que manifestam um ceticismo relativo, destacamos as seguintes:  Subjetivismo – considera o conhecimento uma relação puramente subjetiva e pessoal. O subjetivismo nasce com o pensamento do grego Protágoras sofista do século V a.C.  Relativismo – entende que não existem verdades absolutas. Mas apenas verdades relativas, que tem uma validade limitada.  Probabilismo - propõe que nosso conhecimento é incapaz de atingir a certeza plena, o que podemos alcançar é uma verdade provável.  Pragmatismo – apresenta uma concepção dos humanos como seres práticos, ativos, e não apenas como seres pensantes.
  • 12. Zenão de Cicio: o objetivo da vida é viver de acordo com a natureza  o estoicismo é corrente filosófica de maior influência de seu tempo. Foi fundada por Zenão de Cicio (326-263) . Os representantes desta escola, conhecidos como estóicos, defendiam que toda realidade existente é uma realidade racional. Todos os seres, os homens e a natureza fazem parte desta realidade. O que chamamos de Deus nada mais é do que a fonte dos princípios que regem a realidade.  Integrados á natureza, não existe para o ser humano nenhum outro lugar para ir ou fugir , além do próprio mundo em que vivemos. Somos deste mundo e, ao morrer, nos dissolvemos neste mundo.  Não dispomos de poderes para alterar , substancialmente, a ordem universal do mundo. Mas pela filosofia podemos compreender esta ordem universal e viver segundo ela. Assim , em vez do prazer dos epicuristas, Zenão propõe o dever da compreensão como o melhor caminho para a felicidade. Ser livre é viver segundo nossa própria natureza que, por sua vez, integra a natureza do mundo.
  • 13. livre-arbítrio  No entanto, Zenão também declarava que o homem recebeu uma alma racional com a qual exerce o livre-arbítrio. Ninguém é forçado a perseguir uma vida de bem . Cabe ao indivíduo escolher pôr de lado as coisas sobre aas quais tem pouco ou nenhum controle e tornar-se indiferente à dor e ao prazer, á pobreza e á riqueza. Mas a pessoa que fizesse isso, segundo Zenão, alcançaria uma vida em harmonia com a natureza em todos os aspectos, bons ou ruins, vivendo de acordo com as decisões do supremo legislador.  No plano ético, os estóicos defendiam uma atitude de austeridade física e moral baseada em virtudes de resistência e ante o sofrimento, a coragem ante o perigo e a indiferença ante as riquezas materiais. O ideal perseguido era um estado de plena serenidade para lidar com os sobressaltos da existência, fundado na aceitação e compreensão do princípios universais que regem toda a vida.