• Nietzsche traz um questionamento muito
agudo, muito sério sobre elementos tradicionais
da filosofia.
• O ponto de partida de sua filosofia se dá na
Grécia antiga, quando a filosofia rompe com o
mito.
• Os filósofos gregos julgavam a racionalidade
superior ao conhecimento mitológico,
supervalorizando a razão e se esquecendo dos
instintos humanos.
• A razão não é guardadora plena da verdade, e por isso essa tradição filosófica
da busca pela verdade absoluta deve ser rompida.
• O que é verdade para ele? É a soma de todos os instintos: a vida verdadeira
não é a razão, mas a soma dos instintos. Sua filosofia é mais preocupada com
a estética do que com a ética, pois opõe valores considerados tradicionais por
nós.
• Por isso, tece uma crítica profunda aos filósofos gregos e a Kant, que
buscavam idealizar valores que fossem universais: moral e verdade são apenas
palavras que não possuem realidade.
• Para ele, os valores devem ser entendidos e pensados individualmente, muito
mais pelo instinto do que pela razão!
• Quando pensamos em uma pessoa boa, por exemplo,
pensamos em alguém racional. Por outro lado, quando
pensamos em alguém que age pela emoção, pensamos em
alguém irracional.
• Para ele, somos nós quem construímos essas ideias, esses
valores. Por isso, afirma que a verdade não pode ser essa
verdade mascarada.
VONTADE DE POTÊNCIA
• Nietzsche diz que o homem tem constante vontade de dominar,
e que esta é explanada racionalmente, isto é, quer dominar a
natureza e os outros seres humanos, e por isso mesmo, o
homem cria regras e conceitos.
• Mas, será que essas regras são a verdade? Para ele não, uma vez
que quem as construiu foram os homens.
ARTE TRÁGICA
• Nietzsche afirma que a arte trágica fora abandonada desde a
Grécia Antiga, e que por ser a sabedoria instintiva ficou de lado.
• Essa desvalorização deu início à decadência do espírito humano
completo*, e o homem tentou dar ordem ao caos do mundo de
uma forma racional.
• Para ele, o homem tem um grande medo de enfrentar o mundo
como ele é e se enxerga como um sujeito que muda o universo.
• Na verdade, não há sujeito. Não há unidade.
• O que há é o acaso.
As dimensões do homem
• Alguma coisa, então, se perdeu entre a mitologia e a filosofia, e
foi justamente o outro lado do ser humano que foi deixado de
lado. O espírito humano está dividido em duas faces:
• DEUS Apolo -> Deus da harmonia, da música, da luz, da
serenidade.
• Deus Dionísio -> Deus mais caótico, do teatro, do transe.
• A filosofia é a visão do mundo constituída pela análise,
pela razão, pela lógica, pela compreensão estritamente
racional entre o homem e a natureza.
• Essa atitude é simbolizada por Apolo, que é austero e
deus da razão, da ordem e do equilíbrio.
• O espírito apolíneo é o conjunto de todas as
características que fazem parte da postura filosófica
científica.
• A tragédia grega está no afastamento das condições humanas que
também são vitais. É uma constante luta que busca tirar o homem
daquilo que lhe é natural: o instinto.
• No espírito dionísico é que Nietzsche encontra o aspecto não
filosófico/racional da natureza humana.
• Esse espírito é o que não se prende, não se institucionaliza,
representando a força vital, a alegria, o excesso do ser humano.
• Com o início da filosofia, o espírito apolíneo vence o espírito
dionísico...
GENEALOGIA DA MORAL
• A racionalidade é a negação dos aspectos vitais, pois não suporta
aceitar a vida como ela se apresenta (caos).
• Assim, o espírito apolíneo cria uma moral do fraco (ou do
rebanho), a qual não suporta a vida a acaba criando valores por
não aceitar a realidade como ela se apresenta.
• Por outro lado, temos o que ele chama de moral dos fortes:
aqueles que aceitam a vida como ela é, em sua brutalidade, sem
precisar criar conceitos.
• Afirma que as pessoas escondem suas fraquezas na moral cristã.
“Bem aventurados
os pobres de
espírito...”
A FILOSOFIA DO MARTELO
• Na obra A genealogia da moral o autor busca encontrar a origem dos
valores, dos preconceitos morais, tecendo uma crítica ao cristianismo.
• A filosofia do martelo é justamente identificar pressupostos, as bases
desses valores e destruí-los, destruindo inclusive as filosofias
anteriores.
• Não podemos dizer que seu projeto filosófico é pensar como os outros
filósofos: sua filosofia é recusar as perguntas feitas pela filosofia (qual
método seguro do conhecimento? Quais os limites do pensamento?) e
não propor uma nova questão ou perspectiva de resposta.
• Não há uma verdade absoluta! Existe sim é uma vontade de se ter
verdade. Todos os conceitos são criados para se adequar à realidade
que se deseja ter, ou seja, são baseados no nada (niilismo).
ENTÃO... Qual é a solução?
• Por isso, há um abismo entre nós e a verdade, e acreditar
nas teorias filosóficas e nos valores não passaria de uma
espécie de fé.
• O que é a verdade, então? Não há essa resposta. Mas
talvez, se nos aproximássemos mais de nossos instintos
poderíamos alcançá-la. Esse abismo nunca deixará de
existir...
• Assim, os valores e a cultura em geral buscam criar um mundo
aparente.
• A filosofia colocou o mundo ideal acima da realidade; a razão
acima da vida; os valores como verdade, justiça, bem e mal
acima da experiência humana.
• A verdadeira filosofia conduz para um pensamento que não tem
fundo, ou seja, ao desconstruir todos os valores, ele percebe que
não há nada por trás dos valores... E por trás desse nada, há
outro nada e sucessivos vazios.
• A distância entre o homem e a verdade, portanto, é um
profundo vazio. O real é o caos e não algo absoluto....
• Devemos aprender então a caminhar nesse
caos, aprender a lidar com a vida da forma
como ela se apresenta a cada momento, em
suas mais variadas formas.