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ÉTICA II
CAMPO ÉTICO
          CONSCIÊNCIA
          CONSCIÊNCIA
            MORAL
             MORAL




            SUJEITO
            SUJEITO
              OU
              OU
            AGENTE
            AGENTE
            MORAL
             MORAL



VONTADE
VONTADE                 VIRTUDES
                        VIRTUDES
A FILOSOFIA MORAL
ARISTÓTELES DEFINE ÉTICA COMO...
Ética X Técnica
A ética é um saber prático.


    > Os Gregos acreditavam que A VONTADE
    permite A RAZÃO controlar AS PAIXÕES.
A esse processo damos o nome de EDUCAÇÃO.
O campo ético na visão grega
A partir do Cristianismo...


   Religiões da antiguidade X
         CRISTIANISMO
Na Antiguidade

• A virtude se define com a
     relação com a Polis.
NO CRISTIANISMO


A Virtude se define com
 a relação com DEUS.
No CRISTIANISMO
A vontade de Deus

     • A lei é a
    expressão da
     vontade de
        Deus.
A idéia de Intenção
  • Não só é julgado os
    atos visíveis mais os
         invisíveis.

   • A observância de
    uma ética interior.
O campo ético na visão Cristã:
Dessa maneira, o cristianismo introduz duas
  diferenças primordiais na antiga concepção
                     ética:
• 1) A idéia de que a virtude se define por nossa
  relação com Deus e não com a cidade (a polis) nem
  com os outros. Nossa relação com os outros
  depende da qualidade de nossa relação com Deus,
  único mediador entre cada indivíduo e os demais.
  Por esse motivo, as duas virtudes cristãs primeiras e
  condições de todas as outras são a fé (qualidade da
  relação de nossa alma com Deus) e a caridade (o
  amor aos outros e a responsabilidade pela salvação
  dos outros, conforme exige a fé).
• 2) a afirmação de que somos dotados de
  vontade livre – ou livre-arbítrio – e que o
  primeiro impulso de nossa liberdade dirige-se
  para o mal e para o pecado, isto é, para a
  transgressão das leis divinas.
NOVA CONCEPÇÃO

• O homem por si
  mesmo não pode
  realizar o BEM e as   • A IDÉIA DO DEVER
  VIRTUDES.
DEVER
• “A vontade de Deus
   quando obedecida
  pelo homem o torna
      moralmente
        melhor.”
RENASCIMENTO
• A partir do Renascimento, a filosofia moral
  distancia-se dos princípios teológicos e da
 fundamentação religiosa da ética, a idéia do
  dever permanecerá como uma das marcas
   principais da concepção ética ocidental.
Com isso, a filosofia moral passou a distinguir
    três tipos fundamentais de conduta:
• 1. a conduta moral ou ética, que se realiza de acordo
  com as normas e as regras impostas pelo dever;

• 2. a conduta imoral ou antiética, que se realiza
  contrariando as normas e as regras fixadas pelo
  dever;

• 3. a conduta indiferente à moral, quando agimos em
  situações que não são definidas pelo bem e pelo mal,
  e nas quais não se impõem as normas e as regras do
  dever.
Surge então uma nova questão...

• Se a ética exige um sujeito autônomo, a idéia
  de dever não introduziria a heteronomia, isto
   é, o domínio de nossa vontade e de nossa
   consciência por um poder estranho a nós?
Rousseau, no século XVIII

• “ Nasce a idéia de “moral do
           Coração.”
• Para ele, a consciência moral e o sentimento
  do dever são inatos = são “a voz da Natureza”
  e o “dedo de Deus” em nossos corações.
     • > Nascemos puros e bons, dotados de
   generosidade e de benevolência para com os
  outros. Se o dever parece ser uma imposição e
  uma obrigação externa, imposta por Deus aos
  humanos, é porque nossa bondade natural foi
  pervertida pela sociedade, quando esta criou a
   propriedade privada e os interesses privados,
       tornando-nos egoístas, mentirosos e
                    destrutivos.
Kant, final do século XVIII
• > “ Não existe bondade natural.”

   • “Por natureza, diz Kant, somos egoístas,
    ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis,
    ávidos de prazeres que nunca nos saciam e
  pelos quais matamos, mentimos, roubamos. É
  justamente por isso que precisamos do dever
        para nos tornarmos seres morais.”
O Dever para Kant é....
• Um imperativo categórico:
• O dever não é um catálogo de virtudes nem uma lista de “faça
  isto” e “não faça aquilo”. O dever é uma forma que deve valer
  para toda e qualquer ação moral.

• O imperativo não admite hipóteses (“se… então”) nem
  condições que o fariam valer em certas situações e não valer
  em outras, mas vale incondicionalmente e sem exceções para
  todas as circunstâncias de todas as ações morais.
• >O dever não é uma motivação psicológica,
  mas a lei moral interior.

    • > As respostas de Rousseau e Kant, embora
  diferentes, procuram resolver a mesma dificuldade,
   qual seja, explicar por que o dever e a liberdade da
  consciência moral são inseparáveis e compatíveis. A
   solução de ambos consiste em colocar o dever em
   nosso interior, desfazendo a impressão de que ele
  nos seria imposto de fora por uma vontade estranha
                          à nossa.
Hegel, Sec. XIX
• Hegel critica Rousseau e Kant por dois
  motivos.

  1) Por terem dado atenção à relação sujeito
    humano-Natureza (a relação entre razão e
      paixões), esquecendo a relação sujeito
            humano-Cultura e História.
• 2) Por terem admitido a relação entre a ética e a
  sociabilidade dos seres humanos, mas tratando-a a
  partir de laços muito frágeis, isto é, como relações
  pessoais diretas entre indivíduos isolados ou
  independentes, quando deveriam tê-la tomado a
  partir dos laços fortes das relações sociais, fixadas
  pelas instituições sociais (família, sociedade civil,
  Estado).

    • >As relações pessoais entre indivíduos são
  determinadas e mediadas por suas relações sociais.
   São estas últimas que determinam a vida ética ou
                 moral dos indivíduos.
• Para Helge existem 2 VONTADES!
“A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade
 subjetiva individual e a vontade objetiva cultural.”

• A vontade objetiva –            • A vontade individual
  impessoal, coletiva, social,      subjetiva (que
 pública – cria as instituições     Rousseau chamou de
      e a moralidade como
                                    coração e Kant de razão
   sistema regulador da vida
 coletiva por meio de mores,        prática).
  isto é, dos costumes e dos
  valores de uma sociedade,
 numa época determinada.
O que é então o dever?


 • “O acordo pleno entre nossa vontade
subjetiva individual e a totalidade ética ou
               moralidade.”
• Como conseqüência, o imperativo categórico não poderá ser
  uma forma universal desprovida de conteúdo determinado,
  como afirmara Kant, mas terá, em cada época, em cada
  sociedade e para cada Cultura, conteúdos determinados,
  válidos apenas para aquela formação histórica e cultural.

• Assim cada sociedade, em cada época de sua História, define
  os valores positivos e negativos, os atos permitidos e os
  proibidos para seus membros, o conteúdo dos deveres e do
  imperativo moral.

  • Ser ético e livre será, portanto, pôr-se de acordo com as
     regras morais de nossa sociedade, interiorizando-as.
Quando acontece o surgimento de um
   novo período histórico para Hegel?
• Esse momento é aquele    • É o momento no qual o
  no qual os membros         antigo acordo entre as
  daquela sociedade e        vontades subjetivas e a
  daquela Cultura            vontade objetiva
  contestam os valores       rompem-se
  vigentes, sentem-se        inexoravelmente,
  oprimidos e esmagados      anunciando um novo
  por eles, agem de modo     período histórico.
  a transgredi-los.
Henri Bergson, Séc XX
• Procura compreender a relação dever-Cultura
   ou dever-História e, portanto, as mudanças
    nas formas e no conteúdo da moralidade.
Duas Morais
  • Moral Fechada:         • Moral aberta:


• > É o acordo entre os      • > É uma criação de
  valores e os costumes         novos valores e de
 de uma sociedade e os         novas condutas que
 sentimentos e as ações          rompem a moral
 dos indivíduos que nela      fechada, instaurando
         vivem.                  uma ética nova.
• Moral fechada:            • Moral aberta:
                             > Os criadores éticos são
  > É a moral repetitiva,            os indivíduos
    habitual, respeitada       excepcionais – heróis,
           quase                  santos, profetas,
   automaticamente por         artistas -, que colocam
            nós.               suas vidas a serviço de
                                  um tempo novo,
                                inaugurado por eles,
                                    graças a ações
                                  exemplares, que
                                 contrariam a moral
                                  fechada vigente.
Até aqui classificamos essa
tradição filosófica da ética de:

   Racionalismo ético
> Atribui à razão humana o lugar
        central na vida ética.
    Corrente voluntarista           Corrente intelectualista


• E aquela que considera que,     • Aquela que identifica razão
  na moral, a razão identifica-        com inteligência, ou
       se com a vontade.                    intelecto.
Uma outra concepção filosófica é
       conhecida como emotivismo ético.
•   Para o emotivismo ético, o       • Outros emotivistas
    fundamento da vida moral não é     salientam a utilidade dos
    a razão, mas a emoção. Nossos
    sentimentos são causas das
                                       sentimentos ou das
    normas e dos valores éticos.       emoções para nossa
    Inspirando-se em Rousseau,         sobrevivência e para nossas
    alguns emotivistas afirmam a       relações com os outros,
    bondade natural de nossos          cabendo à ética orientar
    sentimentos e nossas paixões,
    que são, por isso, a forma e o
                                       essa utilidade de modo a
    conteúdo da existência moral       impedir a violência e
    como relação intersubjetiva e      garantir relações justas
    interpessoal.                      entre os seres humanos.
Concepção Ética Irracionalista
   • Contesta à razão o poder e o direito de
       intervir sobre o desejo e as paixões,
      identificando a liberdade com a plena
   manifestação do desejante e do passional.

 • > Essa concepção encontra-se em Nietzsche e
       em vários filósofos contemporâneos.
•
• Para esses filósofos, que podemos chamar de anti-
  racionalistas, a moral racionalista ou dos fracos e ressentidos
  que temem a vida, o corpo, o desejo e as paixões é a moral
  dos escravos, dos que renunciam à verdadeira liberdade
  ética.

• São exemplos dessa moral de escravos: a ética socrática, a
  moral kantiana, a moral judaico-cristã, a ética da utopia
  socialista, a ética democrática, em suma, toda moral que
  afirme que os humanos são iguais, seja por serem racionais
  (Sócrates, Kant), seja por serem irmãos (religião judaico-
  cristã), seja por possuírem os mesmos direitos (ética
  socialista e democrática).
Uma das Críticas
   • É curioso observar que muitos dos chamados
     irracionalistas contemporâneos baseiam-se na
    psicanálise e na teoria freudiana da repressão do
     desejo (fundamentalmente, do desejo sexual).

• Propõem uma ética que libere o desejo da repressão
  a que a sociedade o submeteu, repressão causadora
     de psicoses, neuroses, angústias e desesperos.
• O aspecto curioso está no fato de que Freud
 considerava extremamente perigoso liberar o
 id, as pulsões e o desejo, porque a psicanálise
 havia descoberto uma ligação profunda entre
    o desejo de prazer e o desejo de morte, a
  violência incontrolável do desejo, se não for
   orientado e controlado pelos valores éticos
   propostos pela razão e por uma sociedade
                     racional.
Ética e psicanálise

• A psicanálise introduzia um conceito novo, o
  inconsciente, que limitava o poder soberano
 da razão e da consciência, além de descortinar
   a sexualidade como força determinante de
  nossa existência, nosso pensamento e nossa
                     conduta.
• A psicanálise mostra que somos resultado e
 expressão de nossa história de vida, marcada
    pela sexualidade insatisfeita, que busca
   satisfações imaginárias sem jamais poder
           satisfazer-se plenamente.

• Não somos autores nem senhores de nossa
     história, mas efeitos dela. Mostra-nos
   também que nossos atos são realizações
   inconscientes de motivações sexuais que
  desconhecemos e que repetimos vida afora.
A psicanálise encontra duas instâncias ou duas
      faces antagônicas no inconsciente:

   O Id ou libido sexual    O Superego ou censura moral



• Em busca da satisfação.   • Interiorizada pelo sujeito,
                              que absorve os valores de
                              sua sociedade.
• Nossa psique é um campo de batalha
   inconsciente entre desejos e censuras.

• O id ama o proibido; o superego quer ser
amado por reprimir o id, imaginando-se tanto
    mais amado quanto mais repressor.

• O id desconhece fronteiras; o superego só
 conhece barreiras. Vencedor, o id é violência
            que destrói os outros.
• Vencedor, o superego é violência que destrói
                  o sujeito.

• Neuroses e psicoses são causadas tanto por
    um id extremamente forte e um superego
 fraco, quanto por um superego extremamente
               forte e um id fraco.

 • A batalha interior só pode ser decidida em
  nosso proveito por uma terceira instância: a
                  consciência.
Ética e Dever Histórico

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Ética e Dever Histórico

  • 2. CAMPO ÉTICO CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA MORAL MORAL SUJEITO SUJEITO OU OU AGENTE AGENTE MORAL MORAL VONTADE VONTADE VIRTUDES VIRTUDES
  • 6. A ética é um saber prático. > Os Gregos acreditavam que A VONTADE permite A RAZÃO controlar AS PAIXÕES. A esse processo damos o nome de EDUCAÇÃO.
  • 7. O campo ético na visão grega
  • 8. A partir do Cristianismo... Religiões da antiguidade X CRISTIANISMO
  • 9. Na Antiguidade • A virtude se define com a relação com a Polis.
  • 10. NO CRISTIANISMO A Virtude se define com a relação com DEUS.
  • 12. A vontade de Deus • A lei é a expressão da vontade de Deus.
  • 13. A idéia de Intenção • Não só é julgado os atos visíveis mais os invisíveis. • A observância de uma ética interior.
  • 14. O campo ético na visão Cristã:
  • 15. Dessa maneira, o cristianismo introduz duas diferenças primordiais na antiga concepção ética: • 1) A idéia de que a virtude se define por nossa relação com Deus e não com a cidade (a polis) nem com os outros. Nossa relação com os outros depende da qualidade de nossa relação com Deus, único mediador entre cada indivíduo e os demais. Por esse motivo, as duas virtudes cristãs primeiras e condições de todas as outras são a fé (qualidade da relação de nossa alma com Deus) e a caridade (o amor aos outros e a responsabilidade pela salvação dos outros, conforme exige a fé).
  • 16. • 2) a afirmação de que somos dotados de vontade livre – ou livre-arbítrio – e que o primeiro impulso de nossa liberdade dirige-se para o mal e para o pecado, isto é, para a transgressão das leis divinas.
  • 17. NOVA CONCEPÇÃO • O homem por si mesmo não pode realizar o BEM e as • A IDÉIA DO DEVER VIRTUDES.
  • 18. DEVER • “A vontade de Deus quando obedecida pelo homem o torna moralmente melhor.”
  • 20. • A partir do Renascimento, a filosofia moral distancia-se dos princípios teológicos e da fundamentação religiosa da ética, a idéia do dever permanecerá como uma das marcas principais da concepção ética ocidental.
  • 21. Com isso, a filosofia moral passou a distinguir três tipos fundamentais de conduta: • 1. a conduta moral ou ética, que se realiza de acordo com as normas e as regras impostas pelo dever; • 2. a conduta imoral ou antiética, que se realiza contrariando as normas e as regras fixadas pelo dever; • 3. a conduta indiferente à moral, quando agimos em situações que não são definidas pelo bem e pelo mal, e nas quais não se impõem as normas e as regras do dever.
  • 22. Surge então uma nova questão... • Se a ética exige um sujeito autônomo, a idéia de dever não introduziria a heteronomia, isto é, o domínio de nossa vontade e de nossa consciência por um poder estranho a nós?
  • 23. Rousseau, no século XVIII • “ Nasce a idéia de “moral do Coração.”
  • 24. • Para ele, a consciência moral e o sentimento do dever são inatos = são “a voz da Natureza” e o “dedo de Deus” em nossos corações. • > Nascemos puros e bons, dotados de generosidade e de benevolência para com os outros. Se o dever parece ser uma imposição e uma obrigação externa, imposta por Deus aos humanos, é porque nossa bondade natural foi pervertida pela sociedade, quando esta criou a propriedade privada e os interesses privados, tornando-nos egoístas, mentirosos e destrutivos.
  • 25. Kant, final do século XVIII • > “ Não existe bondade natural.” • “Por natureza, diz Kant, somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos. É justamente por isso que precisamos do dever para nos tornarmos seres morais.”
  • 26. O Dever para Kant é.... • Um imperativo categórico: • O dever não é um catálogo de virtudes nem uma lista de “faça isto” e “não faça aquilo”. O dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer ação moral. • O imperativo não admite hipóteses (“se… então”) nem condições que o fariam valer em certas situações e não valer em outras, mas vale incondicionalmente e sem exceções para todas as circunstâncias de todas as ações morais.
  • 27. • >O dever não é uma motivação psicológica, mas a lei moral interior. • > As respostas de Rousseau e Kant, embora diferentes, procuram resolver a mesma dificuldade, qual seja, explicar por que o dever e a liberdade da consciência moral são inseparáveis e compatíveis. A solução de ambos consiste em colocar o dever em nosso interior, desfazendo a impressão de que ele nos seria imposto de fora por uma vontade estranha à nossa.
  • 28. Hegel, Sec. XIX • Hegel critica Rousseau e Kant por dois motivos. 1) Por terem dado atenção à relação sujeito humano-Natureza (a relação entre razão e paixões), esquecendo a relação sujeito humano-Cultura e História.
  • 29. • 2) Por terem admitido a relação entre a ética e a sociabilidade dos seres humanos, mas tratando-a a partir de laços muito frágeis, isto é, como relações pessoais diretas entre indivíduos isolados ou independentes, quando deveriam tê-la tomado a partir dos laços fortes das relações sociais, fixadas pelas instituições sociais (família, sociedade civil, Estado). • >As relações pessoais entre indivíduos são determinadas e mediadas por suas relações sociais. São estas últimas que determinam a vida ética ou moral dos indivíduos.
  • 30. • Para Helge existem 2 VONTADES!
  • 31. “A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural.” • A vontade objetiva – • A vontade individual impessoal, coletiva, social, subjetiva (que pública – cria as instituições Rousseau chamou de e a moralidade como coração e Kant de razão sistema regulador da vida coletiva por meio de mores, prática). isto é, dos costumes e dos valores de uma sociedade, numa época determinada.
  • 32. O que é então o dever? • “O acordo pleno entre nossa vontade subjetiva individual e a totalidade ética ou moralidade.”
  • 33. • Como conseqüência, o imperativo categórico não poderá ser uma forma universal desprovida de conteúdo determinado, como afirmara Kant, mas terá, em cada época, em cada sociedade e para cada Cultura, conteúdos determinados, válidos apenas para aquela formação histórica e cultural. • Assim cada sociedade, em cada época de sua História, define os valores positivos e negativos, os atos permitidos e os proibidos para seus membros, o conteúdo dos deveres e do imperativo moral. • Ser ético e livre será, portanto, pôr-se de acordo com as regras morais de nossa sociedade, interiorizando-as.
  • 34. Quando acontece o surgimento de um novo período histórico para Hegel? • Esse momento é aquele • É o momento no qual o no qual os membros antigo acordo entre as daquela sociedade e vontades subjetivas e a daquela Cultura vontade objetiva contestam os valores rompem-se vigentes, sentem-se inexoravelmente, oprimidos e esmagados anunciando um novo por eles, agem de modo período histórico. a transgredi-los.
  • 35. Henri Bergson, Séc XX • Procura compreender a relação dever-Cultura ou dever-História e, portanto, as mudanças nas formas e no conteúdo da moralidade.
  • 36. Duas Morais • Moral Fechada: • Moral aberta: • > É o acordo entre os • > É uma criação de valores e os costumes novos valores e de de uma sociedade e os novas condutas que sentimentos e as ações rompem a moral dos indivíduos que nela fechada, instaurando vivem. uma ética nova.
  • 37. • Moral fechada: • Moral aberta: > Os criadores éticos são > É a moral repetitiva, os indivíduos habitual, respeitada excepcionais – heróis, quase santos, profetas, automaticamente por artistas -, que colocam nós. suas vidas a serviço de um tempo novo, inaugurado por eles, graças a ações exemplares, que contrariam a moral fechada vigente.
  • 38. Até aqui classificamos essa tradição filosófica da ética de: Racionalismo ético
  • 39. > Atribui à razão humana o lugar central na vida ética. Corrente voluntarista Corrente intelectualista • E aquela que considera que, • Aquela que identifica razão na moral, a razão identifica- com inteligência, ou se com a vontade. intelecto.
  • 40. Uma outra concepção filosófica é conhecida como emotivismo ético. • Para o emotivismo ético, o • Outros emotivistas fundamento da vida moral não é salientam a utilidade dos a razão, mas a emoção. Nossos sentimentos são causas das sentimentos ou das normas e dos valores éticos. emoções para nossa Inspirando-se em Rousseau, sobrevivência e para nossas alguns emotivistas afirmam a relações com os outros, bondade natural de nossos cabendo à ética orientar sentimentos e nossas paixões, que são, por isso, a forma e o essa utilidade de modo a conteúdo da existência moral impedir a violência e como relação intersubjetiva e garantir relações justas interpessoal. entre os seres humanos.
  • 41. Concepção Ética Irracionalista • Contesta à razão o poder e o direito de intervir sobre o desejo e as paixões, identificando a liberdade com a plena manifestação do desejante e do passional. • > Essa concepção encontra-se em Nietzsche e em vários filósofos contemporâneos. •
  • 42. • Para esses filósofos, que podemos chamar de anti- racionalistas, a moral racionalista ou dos fracos e ressentidos que temem a vida, o corpo, o desejo e as paixões é a moral dos escravos, dos que renunciam à verdadeira liberdade ética. • São exemplos dessa moral de escravos: a ética socrática, a moral kantiana, a moral judaico-cristã, a ética da utopia socialista, a ética democrática, em suma, toda moral que afirme que os humanos são iguais, seja por serem racionais (Sócrates, Kant), seja por serem irmãos (religião judaico- cristã), seja por possuírem os mesmos direitos (ética socialista e democrática).
  • 43. Uma das Críticas • É curioso observar que muitos dos chamados irracionalistas contemporâneos baseiam-se na psicanálise e na teoria freudiana da repressão do desejo (fundamentalmente, do desejo sexual). • Propõem uma ética que libere o desejo da repressão a que a sociedade o submeteu, repressão causadora de psicoses, neuroses, angústias e desesperos.
  • 44. • O aspecto curioso está no fato de que Freud considerava extremamente perigoso liberar o id, as pulsões e o desejo, porque a psicanálise havia descoberto uma ligação profunda entre o desejo de prazer e o desejo de morte, a violência incontrolável do desejo, se não for orientado e controlado pelos valores éticos propostos pela razão e por uma sociedade racional.
  • 45. Ética e psicanálise • A psicanálise introduzia um conceito novo, o inconsciente, que limitava o poder soberano da razão e da consciência, além de descortinar a sexualidade como força determinante de nossa existência, nosso pensamento e nossa conduta.
  • 46. • A psicanálise mostra que somos resultado e expressão de nossa história de vida, marcada pela sexualidade insatisfeita, que busca satisfações imaginárias sem jamais poder satisfazer-se plenamente. • Não somos autores nem senhores de nossa história, mas efeitos dela. Mostra-nos também que nossos atos são realizações inconscientes de motivações sexuais que desconhecemos e que repetimos vida afora.
  • 47. A psicanálise encontra duas instâncias ou duas faces antagônicas no inconsciente: O Id ou libido sexual O Superego ou censura moral • Em busca da satisfação. • Interiorizada pelo sujeito, que absorve os valores de sua sociedade.
  • 48. • Nossa psique é um campo de batalha inconsciente entre desejos e censuras. • O id ama o proibido; o superego quer ser amado por reprimir o id, imaginando-se tanto mais amado quanto mais repressor. • O id desconhece fronteiras; o superego só conhece barreiras. Vencedor, o id é violência que destrói os outros.
  • 49. • Vencedor, o superego é violência que destrói o sujeito. • Neuroses e psicoses são causadas tanto por um id extremamente forte e um superego fraco, quanto por um superego extremamente forte e um id fraco. • A batalha interior só pode ser decidida em nosso proveito por uma terceira instância: a consciência.