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PLATÃO
    Objetivos das aulas:
   Compreender               o
   pensamento platônico a
   partir    dos     seguintes
   conceitos:
a) Idealismo;
b) Mundo das Ideias;
c) Mito da Caverna;
d) Teoria das Almas;
e) Política                      Platão (Aristócles) 427 – 347 a.C.
                                 Discípulo de Sócrates, fundador da
                                 Academia, criador do idealismo.
Platão de Atenas
                                                 428 – 347 a.C.
Considerações importantes sobre Platão:
 Pertence ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como socrático,
clássico ou antropológico V-IV a.C.;
 É considerado o maior discípulo de Sócrates;
 Opõem-se aos sofistas;
 Escreve em forma de diálogo, cujo protagonista é Sócrates;
 Busca estabelecer como conhecimento verdadeiro o que é em si;
 Seus principais temas são Teoria do Conhecimento [Educação] e Política.
Teoria do conhecimento na REPÚBLICA
 OS OBJETOS DO CONHECIMENTO              OS MODOS DO CONHECIMENTO

Mundo inteligível

Eîdos (formas, ideias)                 Nóesis (intuição intelectual): epistéme

Tá mathéma (objetos matemáticos)       Dianóia (raciocínio dedutivo)

Mundo sensível

Zóa (coisas vivas e coisas visíveis)   Pístis (crença) e doxá (opinião)

Eíkones (imagens)                      Eikasía (“imaginação”; simulacros)
Platão de Atenas
Características importantes do...
 Mundo das Idéias:
   Pode também ser chamado de Mundo Inteligível, Mundo Intelectivo, Mundo das
 Formas ou Mundo do “Eidos”;
   Produzido pela Razão, Pensar ou Dedução;
   Refere-se ao conhecimento verdadeiro – episteme;
   Refere-se ao que é em si – isto é, perfeito: ser (Parmênides).

 Mundo das Sombras:
     Pode também ser chamado de Mundo Sensível, Mundo Ilusório ou Mundo das
  Sensações;
    Produzido pela Sentidos, Sentir ou Indução;
    Refere-se ao conhecimento de opinião – doxa;
    Refere-se ao que é para si – isto é, imperfeito: devir (heráclito).
Platão de Atenas
Breve definição do...
 Mundo das Idéias (M.I.):
O M.I. [intuição intelectual] é o lugar das essências imutáveis, que o homem atinge pela
contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos. Como as idéias são as únicas
verdades, o mundo dos fenômenos [sombras] só existe na medida em que participa
[Teoria da Contingência] do mundo das idéias, do qual é apenas uma cópia. Por exemplo,
um cavalo só é cavalo enquanto participa da idéia de “cavalo em si”.


 Mundo das Sombras (M.S.):
O M.S. [intuição sensível] é o lugar da multiplicidade, do movimento, do vir-a-ser; é
também ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo. Por exemplo, mesmo que existam
inúmeras abelhas dos mais variados tipos, a idéia de abelha deve ser una, imutável...
portanto, a verdadeira realidade.
Platão de Atenas
           Teoria do Conhecimento Verdadeiro
Para Platão a realidade pode ser percebida de duas formas, a saber, pela razão e pelos
sentidos. A primeira produz conhecimento verdadeiro – episteme; a segunda produz apenas
opiniões – doxa. Em cada um dos conhecimentos existem duas classificações possíveis, que
Platão explica na “Alegoria da Linha” e na “Alegoria da Caverna”.

 Alegoria da Linha: fundamentada por Platão na obra “A República” livro VI. Tem
como função demonstrar os quatro graus do conhecimento, são eles: a arte e a filodoxia
[pertencentes ao Mundo das Sombras], e, a matemática/ciência e a filosofia [pertencentes
a Mundo das Idéias].

 Alegoria da Caverna: fundamentada por Platão na obra “A República” livro VII.
Tem como função ilustrar os quatro graus do conhecimento, que ocorre da seguinte forma:
arte [são as sombras], filodoxia [são as cores], matemática [são as formas] e a filosofia [são
as essências].
Compreendendo a teoria do
       conhecimento platônico
                     “Símile da linha”
A______________R_______________________________________B
     Sensível                Inteligível

A B = Totalidade da realidade

A R = Sensível

RB = Inteligível

A______Δ________R_____________E____________________________B
  Imagem Opinião          Raciocínio    Intuição Intelectual
Platão de Atenas
Teoria do Conhecimento Verdadeiro
           “Alegoria da Linha”
Platão de Atenas
               Teoria do Conhecimento Verdadeiro
                                       “Alegoria da Caverna”

 3º Filodoxia: cópia                                                                       4º Arte: cópia da
    da idéia – M.S.                                       Matemática                          cópia – M.S.
                                                           Filosofia




2º Matemática: idéia de [representação das] forma(s) – M.I.     1º Filosofia: idéia [pura ou] de essência – M.I.
Diagrama da símile da linha
                                                                  Nóesis; episteme
                                                                  Intuição
                                                                  intelectual        ou
                                                                  ciência     intuitiva
                                                                  Eîdos ou Ideia.



                                       Dianóia
                                       Raciocínio ou pensamento
                                       discursivo
                                       Matemática

                    Pístis ou dóxa
                    Crença e opinião
                    Coisas sensíveis

Eikasía
Imagens      das
cópias sensíveis;
cópias
O MITO DA CAVERNA:
  fundamentos socráticos – analogia entre
                conhecer e ver
Mito da Caverna: Pronunciado por Sócrates e
escrito por Platão.
Sócrates: Estabeleceu a diferença entre
Conhecer e Ver
Ver – depende dos olhos (faculdade da visão);
Ver – depende das cores (as cores desenham a figura, o
volume e outras qualidades da coisa visível)
Ver – ainda depende da luz (a luz é o que faz com que o
olho veja a cor e que a cor seja vista pelo olho).
Por que as coisas podem ser vistas? Por que a cor é
   filha da luz;
   Por que os olhos são capazes de ver? Porque são
   filhos do Sol (são faróis ou luzes que iluminam as
   coisas para que se tornem visíveis).
   CONHECER a VERDADE é ver com os olhos da alma
   ou com os olhos da inteligência.
         MUNDO SENSÍVEL            MUNDO INTELIGÍVEL
               SOL                        BEM
               LUZ                      VERDADE
              CORES                       IDEIAS
              OLHOS           ALMA RACIONAL OU INTELIGÊNCIA
              VISÃO                     INTUIÇÃO
TREVA, CEGUEIRA, PRIVAÇÃO DA LUZ   IGNORÂNCIA, OPINIÃO, PRIVAÇÃO DE VERDADE
MITO DA CAVERNA:Livro VII da REPÚBLICA
CAVERNA                              MUNDO SENSÍVEL ONDE VIVEMOS

FOGO QUE PROJETA AS SOMBRAS NA       REFLEXO DA LUZ VERDADEIRA (DO BEM E
PAREDE                               DAS IDEIAS) SOBRE O MUNDO SENSÍVEL
HOMENS ACORRENTADOS (PRISIONEIROS)   SOMOS TODOS NÓS

SOMBRAS                              COISAS SENSÍVEIS QUE TOMAMOS COMO
                                     VERDADEIRAS
GRILHÕES (CORRENTES)                 SÃO OS PRECONCEITOS, CONFIANÇA NOS
                                     SENTIDOS, NOSSAS PAIXÕES E OPINIÕES
INSTRUMENTO QUE QUEBRA OS GRILHÕES   DIALÉTICA

PRISIONEIRO CURIOSO QUE ESCAPA       FILÓSOFO

LUZ (DA FOGUEIRA) E DEPOIS           LUZ PLENA DO SER, ISTO É, O BEM

VOLTA À CAVERNA PARA TENTAR LIBERTAR DIÁLOGO FILOSÓFICO
OS OUTROS PRISIONEIROS
INSTRUMENTO COM O QUAL QUEBRA OS     ESFORÇO DA ALMA PARA LIBERTAR-SE
GRILHÕES
• Objetivo da obra: busca dos fundamentos
  seguros para o conhecimento e para a ação;

• Pensamento platônico: síntese da tradição
  eleática (que negava a racionalidade de
  qualquer mudança) e a heraclítica (que afirmava
  o fluxo contínuo de todas as coisas);

• Teoria das Idéias: explicação de como se
  desenvolve o conhecimento humano –
  passagem progressiva do mundo das sombras e
  aparências para o mundo das idéias e essências.
Método dialético de Platão
Como se dá o processo do conhecimento:
• 1ª etapa: impressões ou sensações advindas
  dos sentidos (opiniões);

• 2ª etapa: passagem da opinião para a esfera
  racional da sabedoria, mundo das idéias.
Dialética
• Opinião (tese) – discussão – negação da tese – purificação
  de erros e equívocos;

• Opinião nasce da percepção da aparência e da diversidade
  das coisas (mundo sensível – habitado por seres
  individuais e mutáveis



• Conhecimento nasce do contato com as idéias (mundo
  inteligível – ser absoluto, imutável e eterno: justiça,
  bondade, coragem, sabedoria...

• Mito da Caverna: tentativa de explicar o processo do
  conhecimento.
Mundo inteligível
    Superior           Inteligência
     idéias           razão intuitiva
                        (conceitos)
    Inferior          Entendimento
   Objetos da        razão discursiva
    Matemática        (conhecimento
                       matemático)



          Mundo sensível

  Seres vivos          Fé / Crença
objetos do mundo
Imagens/Sombras     Suposição / ilusão
Qual a concepção de mundo para PLATÃO?

         Seu mundo é Dualista
           1º Mundo das Idéias
          2º Mundo das Coisas.
Platão de Atenas
     Relação entre o Mundo das Idéias e o Mundo das
   Sombras: conhecimento epistemológico e doxológico
 Para Platão existe uma dialética que fará a alma [razão humana] elevar-se das cópias
 múltiplas e mutáveis às idéias unas e imutáveis. As idéias gerais são hierarquizadas, e no
 topo delas está a idéia do BEM ou BELO, que é a mais alta em perfeição e a mais geral de
 todas: os seres [as demais idéias] e as coisas [cópias e mais cópias] não existem senão
 enquanto participam do BEM, que é o Deus em Platão, também chamado de Demiurgo,
 que significa literalmente “Artesão” – ou seja, Ser Supremo que criou o universo e tudo
 que nele há.
 Logo:
Para defender o conceito proposto na “Teoria das Idéias”, Platão utiliza três novos
argumentos, são eles:
                      Teoria da Reminiscência;
                       Teoria da Contingência (ou Participação);
                       Teoria do Conhecimento Verdadeiro.
Platão de Atenas
                      Teoria da Reminiscência
Parte-se da noção de que existe a IDÉIA em si, por exemplo, temos a idéia de verdade (A
Verdade), a idéia de bondade (A Bondade), a idéia de igualdade (A Igualdade), a idéia de
cidade perfeita (A Cidade Bela - Callipolis) a idéia universal de homem (O Homem), a idéia
universal de cadeira (A Cadeira) etc. Portanto a IDÉIA em si não depende da experiência
para existir na “alma” ou na razão humana, pois as idéias em si são recordações de outras
vidas e, por isso, são chamadas de idéias inatas.

 Mas como é possível ter idéias de vidas passadas?
Platão supõe que o puro espírito já teria contemplado o Mundo das Idéias, mas tudo se
esquece quando a alma se degrada ao se tornar prisioneira do corpo, que é considerado o
seu “túmulo” [conceito descrito na “Alegoria dos Cavalos Alados”]. Assim sendo os
sentidos possuem a função de, no Mundo das Sombras, despertar na alma as lembranças
adormecidas. Em resumo: conhecer de modo verdadeiro, em Platão, é lembrar o que já se
sabe, pois a idéia em si já está na mente humana.

                                                                                Continuação...
Platão de Atenas
                      Teoria da Reminiscência
                           “Alegoria dos Cavalos Alados”
Escrito por Platão na obra “Fédon”, afirma que o corpo é cativeiro, isto é, prisão da alma
pelo desejo do próprio homem.





                                       Corpo ou Sentidos: Conhecimento Sensível – M.S.
          Homem = Corpo + Alma
                                       Alma ou Razão: Conhecimento Intelectivo – M.I.

 Logo:
Cabe a cada homem usar dos sentido apenas como forma de chegar ao conhecimento das
essências, para assim poder alcançar o que é em si e superar os enganos da opinião e, com
isso, evoluir pelo processo de metempsicose.
Platão de Atenas
                      Teoria da Reminiscência
 Como ocorre a recordação da idéia em si na alma?
                            Por meio da METEMPSICOSE 

 O que é metempsicose?
É o meio pelo qual a alma, por um processo de nascer e morrer várias vezes, evolui de um
estágio inferior para uma condição superior a partir da recordação acumulativa [  ] do
que já se encontra dentro de si.

 Veja:
                     Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.



                                                                     Este processo de evolução
        Cabeça                                                      recebe o nome de
        Tórax       Alma de Prata: Guerreiros: Coragem.             metempsicose
       Abdômen
                     Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
Platão de Atenas
                        Teoria da Contingência
Afirma que deve, ou seja, tem que obrigatoriamente existir a idéia universal, necessária e
estática que explique o nascer e perecer dos seres sensíveis ou contingentes, que são as
cópias particulares, possíveis e dinâmicas.

 Características das...
     Idéias: essência ou substância das coisas.

           são simples, únicas, imóveis, imutáveis, eternas, suficientes e transcendentes.

     Cópias: causa da essência ou substância .

           são compostas, múltiplas, móveis, mutáveis, perecíveis, insatisfatórias e
            transcendentais.



                                                                                    Continuação...
Platão de Atenas
                       Teoria da Contingência
 Veja a relação entre idéias e cópias:
  Abaixo temos a idéia de homem, casa e veículo.

                 O homem                       A casa    O veículo
Mundo das
 Idéias
                                                        

Mundo das
Sombras      Os homens
                                           As casas
                                                         
                                                          Os veículos

   Acima temos as cópias de homens, casas e veículos.
      A concepção platônica de HOMEM também
    é dualista. Há CORPO E ALMA.

     ALMA para Platão é a causa da vida e portanto
                         IMORTAL.
                     ALMAS PLATÔNICA:
    1ª Racional (situada no cérebro);
    2ª Irascível (situada no tórax, inseparável do
    corpo – é mortal);
    3ª Apetitiva (situada no abdômen – é mortal).
ALMA APETITIVA

1ª Função apetitiva: “situada entre o
diafragma e o umbigo”, ou no baixo-ventre,
busca comida, bebida, sexo, prazeres, i.é,
tudo o que é necessário para a conservação
do corpo e para a geração de outros corpos.
Essa parte é irracional e mortal. Termina com
a morte do corpo.
ALMA IRASCÍVEL

Função colérica ou irascível: “situada acima
do diafragma na cavidade do peito”. Se irrita
ou se enraivece contra tudo quanto possa
ameaçar a segurança do corpo e tudo quanto
lhe cause dor e sofrimento. Também é
mortal.
ALMA RACIONAL


• Função racional: “situada na cabeça” (face e
  cérebro), é a faculdade do conhecimento.
  Parte espiritual e imortal, é a função ativa e
  superior da alma, o princípio divino em nós.
Virtudes e Política Platônicas
1ª    Prudência      (Virtude   desenvolvida     pelos
  governantes/filósofos – Classe Legislativa ou dos
  Magistrados – encarregada de produzir as leis e
  fazê-las serem cumpridas)
2ª Fortaleza (Virtude desenvolvida pelos guerreiros –
  Classe Militar – encarregada da proteção da Cidade)
3ª Temperança (Virtude desenvolvida pelos
  agricultores, comerciantes e artesãos – Classe
  Econômica - encarregada da sobrevivência da
  Cidade.)
Platão de Atenas
                              Política Platônica
Para Platão os governos dos Estados devem ser administrados pelos reis-filósofos, pois para
ele governar significa libertar os povos das correntes da ignorância. Todavia, o Estado Ideal,
isto é, o Estado onde existe uma perfeita harmonia entre as almas que o compõe é uma
utopia, reconhecida até mesmo por Platão em sua obra as “Leis”, onde é colocado que
somente a educação pode libertar os povos dos líderes injustos. Aqui Platão se refere à
tentativa fracassada de implantar sua teoria do justo Estado na cidade de Siracusa governada
pelo tirano Dionísio.

 Atenção!
Para Platão existe uma relação direta entre educação e política, onde somente aquele que
conseguiu passar por todas as três etapas de formação intelectual, proposta em sua pedagogia,
pode governar com sabedoria a pólis e, com isso, garantir o cumprimento da principal
virtude do homem, a saber: a justiça.

             Educação                                                Política
                                  possibilita exercer uma justa...
                                                                                   Continuação...
Platão de Atenas
                            Política Platônica
Relação entre Estado e governo na pólis ou Callipolis:
 Estado Ideal: possui papel primário.
 Governo: possui papel secundário e pode ser classificado em dois grupos, são eles:
       Legítimo/Justo: representa os interesses da pólis – cidadãos ou súditos;
       Ilegítimo/Injusto: representa os interresses dos próprios governantes.

 Governos Legítimos:                                            Governos Ilegítimos:

  Monarquia: é o governo de um.                                  Tirania.
  Aristocracia: é o governo de alguns .                         Oligarquia.
  Democracia: é o governo de todos.                              Demagogia.
                                                                                   Continuação...
Platão de Atenas
                                          Política Platônica
                                                “Alegoria do Navio”
No Teeteto, “Sócrates” considera que mesmo que os filósofos pareçam inúteis, eles foram
criados como homens livres. Os hábeis retóricos [sofistas], por outro lado, como escravos: de
almas pequenas e não retas, são servos do tempo e de seus discursos (172c-173b). Em uma
citada passagem da República, “Sócrates” responde às objeções de “Adimanto” com a
Alegoria do Navio: no relato, quem maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento
do ofício, todos ali comem [gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo
prazer [do corpo] e não pelo saber [da alma]: consideram inútil o “verdadeiro” piloto [o
capitão], que julga ser necessário ter em conta as estações, o estado do tempo, o movimento
dos astros e outras coisas tais para conduzir adequadamente a embarcação (488a-489a). Em
um navio como este. afirma “Sócrates”, os filósofos são certamente inúteis, mas não são
responsáveis por isso, já que o natural seria que os homens que têm necessidade de governo
fossem em busca de quem tem capacidade para fazê-la (489b-c). KOHAN, Walter Omar. Infância e
educação em Platão. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa – USP, vol. 29, nº. 01, pp. 23-24: 2003.
Platão de Atenas
                              Política Platônica
                                  “Alegoria do Navio”

Relação entre o governo dos filósofos e dos sofistas à
pólis :
Para Platão a Alegoria do Navio ilustra dois tipos possíveis e distintos de poderes relativo
ao governo da pólis, a saber: o governo justo dos filósofos e o governo injusto dos sofistas.
O primeiro se preocuparia com o bem [saber] da Callipolis e o segundo se preocuparia com
o prazer pessoal.

 Veja a comparação “Alegoria do Navio” versus “Governo da cidade-Estado”:

   Alegoria do Navio                                       Governo da cidade-Estado

   “Verdadeiro” Piloto                                          Filósofos

                                                                 Sofistas    Comparado às crianças
    Bêbados e Gulosos
Platão de Atenas
                               Política Platônica
   Atenção!
   Platão, em sua teoria política, propõe um modelo de poder preferencialmente aristocrático,
   mas não se trata de uma aristocracia da riqueza, mas sim da inteligência e da conduta ética,
   em que o poder é confiado aos melhores – isto é, a uma sofocracia.


 Função das almas que compõem a pólis ou Callipolis:

                Alma de Ouro [Filósofos]: Governo da cidade
 Organização    Sabedoria
dos homens na   Alma de Prata [Guerreiros]: Defesa da cidade                     Fortaleza
 Cidade Bela
                Alma de bronze [Trabalhadores]: Subsistência da cidade           Temperança


                                                                                          Fim
Aristóteles: a metafísica.

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Aulas de filosofia platão

  • 1. PLATÃO  Objetivos das aulas: Compreender o pensamento platônico a partir dos seguintes conceitos: a) Idealismo; b) Mundo das Ideias; c) Mito da Caverna; d) Teoria das Almas; e) Política Platão (Aristócles) 427 – 347 a.C. Discípulo de Sócrates, fundador da Academia, criador do idealismo.
  • 2. Platão de Atenas 428 – 347 a.C. Considerações importantes sobre Platão:  Pertence ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como socrático, clássico ou antropológico V-IV a.C.;  É considerado o maior discípulo de Sócrates;  Opõem-se aos sofistas;  Escreve em forma de diálogo, cujo protagonista é Sócrates;  Busca estabelecer como conhecimento verdadeiro o que é em si;  Seus principais temas são Teoria do Conhecimento [Educação] e Política.
  • 3. Teoria do conhecimento na REPÚBLICA OS OBJETOS DO CONHECIMENTO OS MODOS DO CONHECIMENTO Mundo inteligível Eîdos (formas, ideias) Nóesis (intuição intelectual): epistéme Tá mathéma (objetos matemáticos) Dianóia (raciocínio dedutivo) Mundo sensível Zóa (coisas vivas e coisas visíveis) Pístis (crença) e doxá (opinião) Eíkones (imagens) Eikasía (“imaginação”; simulacros)
  • 4. Platão de Atenas Características importantes do...  Mundo das Idéias: Pode também ser chamado de Mundo Inteligível, Mundo Intelectivo, Mundo das Formas ou Mundo do “Eidos”; Produzido pela Razão, Pensar ou Dedução; Refere-se ao conhecimento verdadeiro – episteme; Refere-se ao que é em si – isto é, perfeito: ser (Parmênides).  Mundo das Sombras: Pode também ser chamado de Mundo Sensível, Mundo Ilusório ou Mundo das Sensações; Produzido pela Sentidos, Sentir ou Indução; Refere-se ao conhecimento de opinião – doxa; Refere-se ao que é para si – isto é, imperfeito: devir (heráclito).
  • 5. Platão de Atenas Breve definição do...  Mundo das Idéias (M.I.): O M.I. [intuição intelectual] é o lugar das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos. Como as idéias são as únicas verdades, o mundo dos fenômenos [sombras] só existe na medida em que participa [Teoria da Contingência] do mundo das idéias, do qual é apenas uma cópia. Por exemplo, um cavalo só é cavalo enquanto participa da idéia de “cavalo em si”.  Mundo das Sombras (M.S.): O M.S. [intuição sensível] é o lugar da multiplicidade, do movimento, do vir-a-ser; é também ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo. Por exemplo, mesmo que existam inúmeras abelhas dos mais variados tipos, a idéia de abelha deve ser una, imutável... portanto, a verdadeira realidade.
  • 6. Platão de Atenas Teoria do Conhecimento Verdadeiro Para Platão a realidade pode ser percebida de duas formas, a saber, pela razão e pelos sentidos. A primeira produz conhecimento verdadeiro – episteme; a segunda produz apenas opiniões – doxa. Em cada um dos conhecimentos existem duas classificações possíveis, que Platão explica na “Alegoria da Linha” e na “Alegoria da Caverna”.  Alegoria da Linha: fundamentada por Platão na obra “A República” livro VI. Tem como função demonstrar os quatro graus do conhecimento, são eles: a arte e a filodoxia [pertencentes ao Mundo das Sombras], e, a matemática/ciência e a filosofia [pertencentes a Mundo das Idéias].  Alegoria da Caverna: fundamentada por Platão na obra “A República” livro VII. Tem como função ilustrar os quatro graus do conhecimento, que ocorre da seguinte forma: arte [são as sombras], filodoxia [são as cores], matemática [são as formas] e a filosofia [são as essências].
  • 7. Compreendendo a teoria do conhecimento platônico “Símile da linha” A______________R_______________________________________B Sensível Inteligível A B = Totalidade da realidade A R = Sensível RB = Inteligível A______Δ________R_____________E____________________________B Imagem Opinião Raciocínio Intuição Intelectual
  • 8. Platão de Atenas Teoria do Conhecimento Verdadeiro “Alegoria da Linha”
  • 9. Platão de Atenas Teoria do Conhecimento Verdadeiro “Alegoria da Caverna” 3º Filodoxia: cópia 4º Arte: cópia da da idéia – M.S. Matemática cópia – M.S. Filosofia 2º Matemática: idéia de [representação das] forma(s) – M.I. 1º Filosofia: idéia [pura ou] de essência – M.I.
  • 10. Diagrama da símile da linha Nóesis; episteme Intuição intelectual ou ciência intuitiva Eîdos ou Ideia. Dianóia Raciocínio ou pensamento discursivo Matemática Pístis ou dóxa Crença e opinião Coisas sensíveis Eikasía Imagens das cópias sensíveis; cópias
  • 11. O MITO DA CAVERNA: fundamentos socráticos – analogia entre conhecer e ver Mito da Caverna: Pronunciado por Sócrates e escrito por Platão. Sócrates: Estabeleceu a diferença entre Conhecer e Ver Ver – depende dos olhos (faculdade da visão); Ver – depende das cores (as cores desenham a figura, o volume e outras qualidades da coisa visível) Ver – ainda depende da luz (a luz é o que faz com que o olho veja a cor e que a cor seja vista pelo olho).
  • 12. Por que as coisas podem ser vistas? Por que a cor é filha da luz; Por que os olhos são capazes de ver? Porque são filhos do Sol (são faróis ou luzes que iluminam as coisas para que se tornem visíveis). CONHECER a VERDADE é ver com os olhos da alma ou com os olhos da inteligência. MUNDO SENSÍVEL MUNDO INTELIGÍVEL SOL BEM LUZ VERDADE CORES IDEIAS OLHOS ALMA RACIONAL OU INTELIGÊNCIA VISÃO INTUIÇÃO TREVA, CEGUEIRA, PRIVAÇÃO DA LUZ IGNORÂNCIA, OPINIÃO, PRIVAÇÃO DE VERDADE
  • 13. MITO DA CAVERNA:Livro VII da REPÚBLICA CAVERNA MUNDO SENSÍVEL ONDE VIVEMOS FOGO QUE PROJETA AS SOMBRAS NA REFLEXO DA LUZ VERDADEIRA (DO BEM E PAREDE DAS IDEIAS) SOBRE O MUNDO SENSÍVEL HOMENS ACORRENTADOS (PRISIONEIROS) SOMOS TODOS NÓS SOMBRAS COISAS SENSÍVEIS QUE TOMAMOS COMO VERDADEIRAS GRILHÕES (CORRENTES) SÃO OS PRECONCEITOS, CONFIANÇA NOS SENTIDOS, NOSSAS PAIXÕES E OPINIÕES INSTRUMENTO QUE QUEBRA OS GRILHÕES DIALÉTICA PRISIONEIRO CURIOSO QUE ESCAPA FILÓSOFO LUZ (DA FOGUEIRA) E DEPOIS LUZ PLENA DO SER, ISTO É, O BEM VOLTA À CAVERNA PARA TENTAR LIBERTAR DIÁLOGO FILOSÓFICO OS OUTROS PRISIONEIROS INSTRUMENTO COM O QUAL QUEBRA OS ESFORÇO DA ALMA PARA LIBERTAR-SE GRILHÕES
  • 14. • Objetivo da obra: busca dos fundamentos seguros para o conhecimento e para a ação; • Pensamento platônico: síntese da tradição eleática (que negava a racionalidade de qualquer mudança) e a heraclítica (que afirmava o fluxo contínuo de todas as coisas); • Teoria das Idéias: explicação de como se desenvolve o conhecimento humano – passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências.
  • 15. Método dialético de Platão Como se dá o processo do conhecimento: • 1ª etapa: impressões ou sensações advindas dos sentidos (opiniões); • 2ª etapa: passagem da opinião para a esfera racional da sabedoria, mundo das idéias.
  • 16. Dialética • Opinião (tese) – discussão – negação da tese – purificação de erros e equívocos; • Opinião nasce da percepção da aparência e da diversidade das coisas (mundo sensível – habitado por seres individuais e mutáveis • Conhecimento nasce do contato com as idéias (mundo inteligível – ser absoluto, imutável e eterno: justiça, bondade, coragem, sabedoria... • Mito da Caverna: tentativa de explicar o processo do conhecimento.
  • 17. Mundo inteligível Superior Inteligência idéias razão intuitiva (conceitos) Inferior Entendimento Objetos da razão discursiva Matemática (conhecimento matemático) Mundo sensível Seres vivos Fé / Crença objetos do mundo Imagens/Sombras Suposição / ilusão
  • 18. Qual a concepção de mundo para PLATÃO?  Seu mundo é Dualista 1º Mundo das Idéias 2º Mundo das Coisas.
  • 19. Platão de Atenas Relação entre o Mundo das Idéias e o Mundo das Sombras: conhecimento epistemológico e doxológico Para Platão existe uma dialética que fará a alma [razão humana] elevar-se das cópias múltiplas e mutáveis às idéias unas e imutáveis. As idéias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a idéia do BEM ou BELO, que é a mais alta em perfeição e a mais geral de todas: os seres [as demais idéias] e as coisas [cópias e mais cópias] não existem senão enquanto participam do BEM, que é o Deus em Platão, também chamado de Demiurgo, que significa literalmente “Artesão” – ou seja, Ser Supremo que criou o universo e tudo que nele há.  Logo: Para defender o conceito proposto na “Teoria das Idéias”, Platão utiliza três novos argumentos, são eles: Teoria da Reminiscência; Teoria da Contingência (ou Participação); Teoria do Conhecimento Verdadeiro.
  • 20. Platão de Atenas Teoria da Reminiscência Parte-se da noção de que existe a IDÉIA em si, por exemplo, temos a idéia de verdade (A Verdade), a idéia de bondade (A Bondade), a idéia de igualdade (A Igualdade), a idéia de cidade perfeita (A Cidade Bela - Callipolis) a idéia universal de homem (O Homem), a idéia universal de cadeira (A Cadeira) etc. Portanto a IDÉIA em si não depende da experiência para existir na “alma” ou na razão humana, pois as idéias em si são recordações de outras vidas e, por isso, são chamadas de idéias inatas.  Mas como é possível ter idéias de vidas passadas? Platão supõe que o puro espírito já teria contemplado o Mundo das Idéias, mas tudo se esquece quando a alma se degrada ao se tornar prisioneira do corpo, que é considerado o seu “túmulo” [conceito descrito na “Alegoria dos Cavalos Alados”]. Assim sendo os sentidos possuem a função de, no Mundo das Sombras, despertar na alma as lembranças adormecidas. Em resumo: conhecer de modo verdadeiro, em Platão, é lembrar o que já se sabe, pois a idéia em si já está na mente humana. Continuação...
  • 21. Platão de Atenas Teoria da Reminiscência “Alegoria dos Cavalos Alados” Escrito por Platão na obra “Fédon”, afirma que o corpo é cativeiro, isto é, prisão da alma pelo desejo do próprio homem.   Corpo ou Sentidos: Conhecimento Sensível – M.S. Homem = Corpo + Alma  Alma ou Razão: Conhecimento Intelectivo – M.I.  Logo: Cabe a cada homem usar dos sentido apenas como forma de chegar ao conhecimento das essências, para assim poder alcançar o que é em si e superar os enganos da opinião e, com isso, evoluir pelo processo de metempsicose.
  • 22. Platão de Atenas Teoria da Reminiscência  Como ocorre a recordação da idéia em si na alma?  Por meio da METEMPSICOSE   O que é metempsicose? É o meio pelo qual a alma, por um processo de nascer e morrer várias vezes, evolui de um estágio inferior para uma condição superior a partir da recordação acumulativa [  ] do que já se encontra dentro de si.  Veja: Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.  Este processo de evolução  Cabeça recebe o nome de  Tórax Alma de Prata: Guerreiros: Coragem. metempsicose Abdômen Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
  • 23. Platão de Atenas Teoria da Contingência Afirma que deve, ou seja, tem que obrigatoriamente existir a idéia universal, necessária e estática que explique o nascer e perecer dos seres sensíveis ou contingentes, que são as cópias particulares, possíveis e dinâmicas.  Características das... Idéias: essência ou substância das coisas.  são simples, únicas, imóveis, imutáveis, eternas, suficientes e transcendentes. Cópias: causa da essência ou substância .  são compostas, múltiplas, móveis, mutáveis, perecíveis, insatisfatórias e transcendentais. Continuação...
  • 24. Platão de Atenas Teoria da Contingência  Veja a relação entre idéias e cópias: Abaixo temos a idéia de homem, casa e veículo. O homem A casa O veículo Mundo das Idéias    Mundo das Sombras  Os homens  As casas  Os veículos Acima temos as cópias de homens, casas e veículos.
  • 25. A concepção platônica de HOMEM também é dualista. Há CORPO E ALMA. ALMA para Platão é a causa da vida e portanto IMORTAL. ALMAS PLATÔNICA: 1ª Racional (situada no cérebro); 2ª Irascível (situada no tórax, inseparável do corpo – é mortal); 3ª Apetitiva (situada no abdômen – é mortal).
  • 26. ALMA APETITIVA 1ª Função apetitiva: “situada entre o diafragma e o umbigo”, ou no baixo-ventre, busca comida, bebida, sexo, prazeres, i.é, tudo o que é necessário para a conservação do corpo e para a geração de outros corpos. Essa parte é irracional e mortal. Termina com a morte do corpo.
  • 27. ALMA IRASCÍVEL Função colérica ou irascível: “situada acima do diafragma na cavidade do peito”. Se irrita ou se enraivece contra tudo quanto possa ameaçar a segurança do corpo e tudo quanto lhe cause dor e sofrimento. Também é mortal.
  • 28. ALMA RACIONAL • Função racional: “situada na cabeça” (face e cérebro), é a faculdade do conhecimento. Parte espiritual e imortal, é a função ativa e superior da alma, o princípio divino em nós.
  • 29. Virtudes e Política Platônicas 1ª Prudência (Virtude desenvolvida pelos governantes/filósofos – Classe Legislativa ou dos Magistrados – encarregada de produzir as leis e fazê-las serem cumpridas) 2ª Fortaleza (Virtude desenvolvida pelos guerreiros – Classe Militar – encarregada da proteção da Cidade) 3ª Temperança (Virtude desenvolvida pelos agricultores, comerciantes e artesãos – Classe Econômica - encarregada da sobrevivência da Cidade.)
  • 30.
  • 31. Platão de Atenas Política Platônica Para Platão os governos dos Estados devem ser administrados pelos reis-filósofos, pois para ele governar significa libertar os povos das correntes da ignorância. Todavia, o Estado Ideal, isto é, o Estado onde existe uma perfeita harmonia entre as almas que o compõe é uma utopia, reconhecida até mesmo por Platão em sua obra as “Leis”, onde é colocado que somente a educação pode libertar os povos dos líderes injustos. Aqui Platão se refere à tentativa fracassada de implantar sua teoria do justo Estado na cidade de Siracusa governada pelo tirano Dionísio.  Atenção! Para Platão existe uma relação direta entre educação e política, onde somente aquele que conseguiu passar por todas as três etapas de formação intelectual, proposta em sua pedagogia, pode governar com sabedoria a pólis e, com isso, garantir o cumprimento da principal virtude do homem, a saber: a justiça. Educação Política possibilita exercer uma justa... Continuação...
  • 32. Platão de Atenas Política Platônica Relação entre Estado e governo na pólis ou Callipolis: Estado Ideal: possui papel primário. Governo: possui papel secundário e pode ser classificado em dois grupos, são eles:  Legítimo/Justo: representa os interesses da pólis – cidadãos ou súditos;  Ilegítimo/Injusto: representa os interresses dos próprios governantes.  Governos Legítimos:  Governos Ilegítimos:  Monarquia: é o governo de um.  Tirania.  Aristocracia: é o governo de alguns .  Oligarquia.  Democracia: é o governo de todos.  Demagogia. Continuação...
  • 33. Platão de Atenas Política Platônica “Alegoria do Navio” No Teeteto, “Sócrates” considera que mesmo que os filósofos pareçam inúteis, eles foram criados como homens livres. Os hábeis retóricos [sofistas], por outro lado, como escravos: de almas pequenas e não retas, são servos do tempo e de seus discursos (172c-173b). Em uma citada passagem da República, “Sócrates” responde às objeções de “Adimanto” com a Alegoria do Navio: no relato, quem maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento do ofício, todos ali comem [gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo prazer [do corpo] e não pelo saber [da alma]: consideram inútil o “verdadeiro” piloto [o capitão], que julga ser necessário ter em conta as estações, o estado do tempo, o movimento dos astros e outras coisas tais para conduzir adequadamente a embarcação (488a-489a). Em um navio como este. afirma “Sócrates”, os filósofos são certamente inúteis, mas não são responsáveis por isso, já que o natural seria que os homens que têm necessidade de governo fossem em busca de quem tem capacidade para fazê-la (489b-c). KOHAN, Walter Omar. Infância e educação em Platão. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa – USP, vol. 29, nº. 01, pp. 23-24: 2003.
  • 34. Platão de Atenas Política Platônica “Alegoria do Navio” Relação entre o governo dos filósofos e dos sofistas à pólis : Para Platão a Alegoria do Navio ilustra dois tipos possíveis e distintos de poderes relativo ao governo da pólis, a saber: o governo justo dos filósofos e o governo injusto dos sofistas. O primeiro se preocuparia com o bem [saber] da Callipolis e o segundo se preocuparia com o prazer pessoal.  Veja a comparação “Alegoria do Navio” versus “Governo da cidade-Estado”: Alegoria do Navio Governo da cidade-Estado  “Verdadeiro” Piloto Filósofos Sofistas Comparado às crianças  Bêbados e Gulosos
  • 35. Platão de Atenas Política Platônica  Atenção! Platão, em sua teoria política, propõe um modelo de poder preferencialmente aristocrático, mas não se trata de uma aristocracia da riqueza, mas sim da inteligência e da conduta ética, em que o poder é confiado aos melhores – isto é, a uma sofocracia. Função das almas que compõem a pólis ou Callipolis: Alma de Ouro [Filósofos]: Governo da cidade Organização Sabedoria dos homens na Alma de Prata [Guerreiros]: Defesa da cidade Fortaleza Cidade Bela Alma de bronze [Trabalhadores]: Subsistência da cidade Temperança Fim