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DENGUE
Dr. André Meyer Duchatsch
Médico pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Médico residente de pediatria pela Santa Casa de Jaú
INTRODUÇÃO
• CASO CLÍNICO;
• INTRODUÇÃO;
• ETIOPATOGENIA;
• EPIDEMIOLOGIA;
• QUADRO CLÍNICO;
• CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO;
• PREVENÇÃO.
CASO CLÍNICO
QP: Febre alta
HDA: A.B.C., feminino, 7 meses dá entrada no PSI acompanhada pela mãe, que relata
episódios de febre (38,7 – 39,5°C) há 2 dias, associados a menor aceitação de alimentos e 2-3
episódios de diarreia pastosa por dia, sem sangue ou muco. Refere aparecimento de exantema
maculopapular hoje, apresenta TAX 39°C no momento da consulta, lactente bastante chorosa
e irritada.
HPP: Nega comorbidades, em uso de vitamina D e sulfato ferroso diariamente, mãe nega
alergias medicamentosas.
CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO:
BEG, a'va e rea'va, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianó'ca, anictérica, febril
(39°C)
ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s, FC 157 bpm
AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica
Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm
Oroscopia e otoscopia: sem alterações
Pele: exantema maculopapular em MMII
Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e plaquetopenia (98.000).
CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO:
BEG, ativa e reativa, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianótica, anictérica, febril
(39°C)
ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s, FC 157 bpm
AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica
Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm
Oroscopia e otoscopia: sem alterações
Pele: exantema maculopapular em MMII
Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e
plaquetopenia (98.000).
CASO CLÍNICO
É um caso de dengue?
Se sim, em que fase esse paciente se encontra?
Há presença de sinais de alarme?
Qual o estado hemodinâmico do paciente?
Existem condições preexistentes que indiquem maior risco de gravidade?
Em qual grupo de estadiamento o paciente se encontra: A, B, C ou D?
O paciente requer internação? Em leito de observação ou leito de UTI?
INTRODUÇÃO
• Doença endêmica, com padrão sazonal (quentes e chuvosos).
• É uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo
espectro clínico, podendo levar à forma grave a ao óbito.
• Organizar os serviços de saúde e classificar os grupos de tratamento é uma
estratégia importante para evitar os óbitos pela doença.
ETIOPATOGÊNESE
• É uma virose, causada por um RNA vírus do gênero Flaviviridae
• São conhecidos 4 sorotipos: DENV-1, -2, -3, -4.
• A infecção por 1 tipo de DENV por causar uma imunidade de curta duração (meses)
contra os outros sorotipos.
• Os DENV-2 E -3 estão associados a maior gravidade.
• Infecção secundária heterotípica como fator de risco para a ocorrência das formas
graves?
ETIOPATOGÊNESE
ANTÍGENO
+
ANTICORPO
MULTIPLICAÇÃO
DE CÉLULAS
INFECTADAS
INFECÇÃO
EXACERBADA
ATIVAÇAO DE
LINFÓCITOS T
+
LIBERAÇÃO E
CITOCINAS
AUMENTO DA
PERMEABILIDADE
VASCULAR
EXTRAVASAMENTO
PLASMÁTICO
DESTRUIÇÃO
PLAQUETÁRIA
HEMORRAGIA
MEDIADORES VASOATIVOS: IL-2,
TNF-α, INF-γ, FAP
ETIOPATOGÊNESE
GENÉTICA
IDADE
(CRIANÇAS)
SEXO
FEMININO
RAÇA
BRANCA
DOENÇAS CRÔNICAS:
ASMA, DIABETES,
HEMOGLOBINOPATIAS
EPIDEMIOLOGIA
Transmissão:
• Aedes aegypti, Aedes albopictus e
Aedes polynesiensis.
(fêmeas, diurno)
• Transplantes de órgãos, transfusão de
sangue e transmissão vertical.
QUADRO CLÍNICO
ASSINTOMÁTICA SINTOMÁTICA
DOENÇA
SISTÊMICA E
DINAMICA
FORMA
OLIGOASSINTÁTICA A
QUADROS GRAVES
TRÊS FASES
CLÍNICAS
FEBRIL
CRÍTICA
RECUPERAÇÃO
QUADRO CLÍNICO
FASE FEBRIL:
- FEBRE (2-7 dias) alta (39-40ºC), abrupta + cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias e
dor retrorbitária.
- Podem ocorrer: anorexia, náusea, vômitos e diarreia.
- 50% dos casos cursam com exantema, que é predominantemente maculopapular
com ou sem prurido.
- A grande parte dos pacientes se recuperam progressivamente.
QUADRO CLÍNICO
FASE CRÍTICA:
- Ocorre em alguns pacientes. Tem início com a defervecencia da febre, em 3-7 dias
do início da doença.
DENGUE COM
SINAIS DE ALARME
DENGUE GRAVE
QUADRO CLÍNICO
FASE DE RECUPERAÇÃO:
• Nos pacientes que passaram pela fase crí'ca, haverá reabsorção gradual do
conteúdo extravasado, com progressiva melhora clínica.
• Débito urinário normaliza-se ou aumenta.
• Alguns podem apresentar rash (exantema) cutâneo, acompanhado ou não de
prurido generalizado.
• Infecções bacterianas, que podem ter um caráter grave, contribuindo para o
óbito.
QUADRO CLÍNICO
ESTADIAMENTO E CONDUTA
ESTADIAMENTO E CONDUTA
NA CRIANÇA:
Pode cursar com sintomas inespecíficos, como adinamia, sonolência, recusa da
alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
Em menores de 2 anos de idade, os sinais e sintomas de dor podem se manifestar por
choro persistente, adinamia e irritabilidade, sendo capazes de serem confundidos com
outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária.
O início da doença pode passar despercebido e o quadro grave pode ser iden'ficado
como a primeira manifestação clínica. No geral, o agravamento é súbito, diferentemente
do que ocorre no adulto, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados.
ESTADIAMENTO E CONDUTA
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO A
• Hidratação oral – 1/3 de SRO + 2/3 de água/chás/sucos
• Adulto: 60ml/kg/dia
• Criança: até 10kg (130ml/kg/dia), 10-20kg (100ml/kg/dia), >20kg (80ml/kg)
Entregar cartão de acompanhamento da dengue
Orientar sinais de Alarme e retorno imediato s/n
Agendar retorno para reavaliação no dia da melhora da febre
• Se manUver a febre, retornar no 5º dia de doença.
• Orientar medidas de eliminação do criadouro e uso de repelentes.
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO B
• Coletar hemograma (obrigatório) (2-4h).
• Hidratação oral – Iniciar na unidade de atendimento.
• Hematócrito normal: alta com orientações de hidratação do grupo A e
reavaliação diária (até 48h após remissão da febre). Retorno imediato se
sinais de alarme.
• Hemoconcentração: conduzir ao grupo C
• Preencher cartão de dengue e no'ficação.
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO C
• Internação até estabilização (mínimo 48h)
• Exames laboratoriais obrigatórios: hemograma, albumina sérica e
transaminases
• Exames laboratoriais de acordo com necessidade: glicemia, ureia,
creatinina, eletrólitos, gasometria, Tpae e ecocardiograma.
• Exames de imagem: rx de tórax e usg de abdômen.
• Hidratação EV 10ml/kg/h e reavaliação em 1h (diurese). Seguir
10ml/kg por mais 1 hora (reavaliação clínica e laboratorial)
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO C
• Se o hemograma 2h após apresentar queda do hematócrito, diurese
normal e estabilidade clínica, seguir para segunda fase expansão
(manutenção em SF).
• Primeira fase: 25ml/kg em 6h. Se Houver melhora, seguir:
• Segunda fase: 25ml/kg em 8 horas
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO C
• Alta:
• Estabilização hemodinâmica durante 48h.
• Ausência de febre por 24h
• Melhora visível do quadro clínico.
• Hematócrito normal e estável por 24h
• Plaquetas em elevação
• Alta com orientações do grupo B.
• No'ficação e entregar cartão de dengue
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO C
• Alta:
• Estabilização hemodinâmica durante 48h.
• Ausência de febre por 24h
• Melhora visível do quadro clínico.
• Hematócrito normal e estável por 24h
• Plaquetas em elevação
• Alta com orientações do grupo B.
• Notificação e entregar cartão de dengue
EXAME CONFIRMATÓRIO É OBRIGATÓRIO
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO C
• Sem melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos:
• RepeUr fase de expansão em até 3x.
• SSVV + diurese em 1h, hematócrito em 2h.
• Sem melhora, conduzir ao grupo D.
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
• Sinais de choque: taquicardia, extremidades distais frias, pulso
fraco filiforme, enchimento capilar lento (>2s), PA convergente
(<20mmHg), taquipneia, oligúria (<1,5ml/kg/h), hipotensão
arterial e cianose
• Sangramento grave
• Disfunção grave de órgãos.
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
• Coletar hemograma e exames do grupo C;
• Reposição volêmica
• Fase de expansão rápida: 20ml/kg em 20min.
• Reavaliação clínica a cada 15-30min e hematócrito a cada 2h.
• Repetir fase de expansão até 3x.
• Melhora clínica: seguir grupo C (em leito de UTI mínimo de 48h).
• Exame confirmatório de dengue é obrigatório!
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
Sem melhora clínica:
• HEMATÓCRITO EM ASCENSÃO: expansores plasmáUcos (albumina 0,5 g/kg a 1
g/kg); preparar solução de albumina a 5% (para cada 100 mL dessa solução,
usar 25 mL de albumina a 20% e 75 mL de soro fisiológico a 0,9%).
• Na falta dela, uUlizar coloides sintéUcos (10 mL/kg/hora);
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
Sem melhora clínica:
• HEMATÓCRITO EM QUEDA: invesVgar hemorragias e avaliar
coagulação.
• Hemorragia? Concentrado de hemácias (10 a 15ml/kg/dia)
• CoagulopaUa? Plasma fresco, vitamina K EV e criopreciptado
• Transfusão de plaquetas: sangramento persistente não controlado após
correção dos fatores de coagulação e do choque, trombocitopenia e
INR>1,5x normal
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
• Sem melhora clínica:
• Avaliar desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca e investigar
hiper-hidratação
• Reduzir líquidos quando:
• Normalização da PA, pulso e perfusão, diminuição do hematócrito na
ausência de sangramento, diurese normalizada, resolução dos sintomas
abdominais
• Se normalização, seguir grupo C.
• Alta como grupo B
ESTADIAMENTO E CONDUTA
GRUPO D – DENGUE GRAVE
• Sem melhora clínica:
• Avaliar desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca e invesUgar
hiper-hidratação
• Reduzir líquidos quando:
• Normalização da PA, pulso e perfusão, diminuição do hematócrito na
ausência de sangramento, diurese normalizada, resolução dos sintomas
abdominais
• Se normalização, seguir grupo C.
• Alta como grupo B
EXAME CONFIRMATÓRIO É OBRIGATÓRIO
PREVENÇÃO
CONTROLE DO VETOR
Métodos Ysicos, biológicos e químicos.
• InseVcidas: organofosforados e piretróides. Causam
resistência!
• Larvicidas: somente nos recipientes que não podem ser
removidos.
• UVB (inseVcidas de baixo volume): uso em
surtos/epidemias, semanalmente, para interromper a
transmissão.
.
PREVENÇÃO
• A SBP recomenda a vacinação contra a dengue para todas as crianças e adolescentes a parPr de 4 anos de idade,
independente da doença já ter ocorrido;
• A SBP sugere o uso preferencial da vacina QDENGA©, pelo esquema posológico mais conveniente (menor número de
doses e término do esquema vacinal em menor tempo) e pela não necessidade de comprovação de infecção prévia
pela dengue para sua administração;
• Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para iniciar a vacinação;
• A vacina está contraindicada para crianças, adolescentes e adultos imunocompromeHdos, gestantes e lactantes;
CASO CLÍNICO
QP: Febre alta // HDA: A.B.C., feminino, 7 MESES dá entrada no PSI acompanhada pela mãe, que relata episódios de FEBRE
(38,7 – 39,5°C) há 2 dias, associados a menor aceitação de alimentos e 2-3 episódios de diarreia pastosa por dia, sem sangue
ou muco. Refere aparecimento de EXANTEMA MACULOPAPULAR hoje, apresenta TAX 39°C no momento da consulta,
lactente bastante chorosa e irritada // HPP: Nega comorbidades, em uso de vitamina D e sulfato ferroso diariamente, mãe
nega alergias medicamentosas.
EXAME FÍSICO:
BEG, aWva e reaWva, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianóWca, anictérica, febril (39°C) ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s,
FC 157 bpm AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm
Oroscopia e otoscopia: sem alterações Pele: exantema maculopapular em MMII. Peso 8kg, estatura 68cm.
Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e plaquetopenia (98.000).
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. DENGUE: diagnósUco e manejo clínico adulto e criança. 6ª ed, Brasília:
Ministério da Saúde 2024.
SBP, SOCIDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Dengue: guia práUco de atualização. Set, 2019.
SBP. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Nova Vacina Dengue: Recomendações da Sociedade
Brasileira de Pediatria. nº 89, 2023.
Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria / organizadores Dioclécio Campos Júnior,
Dennis Alexander Rabelo Burns. -3. ed. -Barueri, SP: Manole, 2014.

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A epidemia de dengue no continente Latino Americano

  • 1. DENGUE Dr. André Meyer Duchatsch Médico pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Médico residente de pediatria pela Santa Casa de Jaú
  • 2. INTRODUÇÃO • CASO CLÍNICO; • INTRODUÇÃO; • ETIOPATOGENIA; • EPIDEMIOLOGIA; • QUADRO CLÍNICO; • CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO; • PREVENÇÃO.
  • 3. CASO CLÍNICO QP: Febre alta HDA: A.B.C., feminino, 7 meses dá entrada no PSI acompanhada pela mãe, que relata episódios de febre (38,7 – 39,5°C) há 2 dias, associados a menor aceitação de alimentos e 2-3 episódios de diarreia pastosa por dia, sem sangue ou muco. Refere aparecimento de exantema maculopapular hoje, apresenta TAX 39°C no momento da consulta, lactente bastante chorosa e irritada. HPP: Nega comorbidades, em uso de vitamina D e sulfato ferroso diariamente, mãe nega alergias medicamentosas.
  • 4. CASO CLÍNICO EXAME FÍSICO: BEG, a'va e rea'va, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianó'ca, anictérica, febril (39°C) ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s, FC 157 bpm AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm Oroscopia e otoscopia: sem alterações Pele: exantema maculopapular em MMII Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e plaquetopenia (98.000).
  • 5. CASO CLÍNICO EXAME FÍSICO: BEG, ativa e reativa, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianótica, anictérica, febril (39°C) ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s, FC 157 bpm AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm Oroscopia e otoscopia: sem alterações Pele: exantema maculopapular em MMII Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e plaquetopenia (98.000).
  • 6. CASO CLÍNICO É um caso de dengue? Se sim, em que fase esse paciente se encontra? Há presença de sinais de alarme? Qual o estado hemodinâmico do paciente? Existem condições preexistentes que indiquem maior risco de gravidade? Em qual grupo de estadiamento o paciente se encontra: A, B, C ou D? O paciente requer internação? Em leito de observação ou leito de UTI?
  • 7. INTRODUÇÃO • Doença endêmica, com padrão sazonal (quentes e chuvosos). • É uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico, podendo levar à forma grave a ao óbito. • Organizar os serviços de saúde e classificar os grupos de tratamento é uma estratégia importante para evitar os óbitos pela doença.
  • 8. ETIOPATOGÊNESE • É uma virose, causada por um RNA vírus do gênero Flaviviridae • São conhecidos 4 sorotipos: DENV-1, -2, -3, -4. • A infecção por 1 tipo de DENV por causar uma imunidade de curta duração (meses) contra os outros sorotipos. • Os DENV-2 E -3 estão associados a maior gravidade. • Infecção secundária heterotípica como fator de risco para a ocorrência das formas graves?
  • 9. ETIOPATOGÊNESE ANTÍGENO + ANTICORPO MULTIPLICAÇÃO DE CÉLULAS INFECTADAS INFECÇÃO EXACERBADA ATIVAÇAO DE LINFÓCITOS T + LIBERAÇÃO E CITOCINAS AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR EXTRAVASAMENTO PLASMÁTICO DESTRUIÇÃO PLAQUETÁRIA HEMORRAGIA MEDIADORES VASOATIVOS: IL-2, TNF-α, INF-γ, FAP
  • 11. EPIDEMIOLOGIA Transmissão: • Aedes aegypti, Aedes albopictus e Aedes polynesiensis. (fêmeas, diurno) • Transplantes de órgãos, transfusão de sangue e transmissão vertical.
  • 12. QUADRO CLÍNICO ASSINTOMÁTICA SINTOMÁTICA DOENÇA SISTÊMICA E DINAMICA FORMA OLIGOASSINTÁTICA A QUADROS GRAVES TRÊS FASES CLÍNICAS FEBRIL CRÍTICA RECUPERAÇÃO
  • 13. QUADRO CLÍNICO FASE FEBRIL: - FEBRE (2-7 dias) alta (39-40ºC), abrupta + cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias e dor retrorbitária. - Podem ocorrer: anorexia, náusea, vômitos e diarreia. - 50% dos casos cursam com exantema, que é predominantemente maculopapular com ou sem prurido. - A grande parte dos pacientes se recuperam progressivamente.
  • 14. QUADRO CLÍNICO FASE CRÍTICA: - Ocorre em alguns pacientes. Tem início com a defervecencia da febre, em 3-7 dias do início da doença. DENGUE COM SINAIS DE ALARME DENGUE GRAVE
  • 15. QUADRO CLÍNICO FASE DE RECUPERAÇÃO: • Nos pacientes que passaram pela fase crí'ca, haverá reabsorção gradual do conteúdo extravasado, com progressiva melhora clínica. • Débito urinário normaliza-se ou aumenta. • Alguns podem apresentar rash (exantema) cutâneo, acompanhado ou não de prurido generalizado. • Infecções bacterianas, que podem ter um caráter grave, contribuindo para o óbito.
  • 18. ESTADIAMENTO E CONDUTA NA CRIANÇA: Pode cursar com sintomas inespecíficos, como adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas. Em menores de 2 anos de idade, os sinais e sintomas de dor podem se manifestar por choro persistente, adinamia e irritabilidade, sendo capazes de serem confundidos com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária. O início da doença pode passar despercebido e o quadro grave pode ser iden'ficado como a primeira manifestação clínica. No geral, o agravamento é súbito, diferentemente do que ocorre no adulto, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados.
  • 20. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO A • Hidratação oral – 1/3 de SRO + 2/3 de água/chás/sucos • Adulto: 60ml/kg/dia • Criança: até 10kg (130ml/kg/dia), 10-20kg (100ml/kg/dia), >20kg (80ml/kg) Entregar cartão de acompanhamento da dengue Orientar sinais de Alarme e retorno imediato s/n Agendar retorno para reavaliação no dia da melhora da febre • Se manUver a febre, retornar no 5º dia de doença. • Orientar medidas de eliminação do criadouro e uso de repelentes.
  • 21. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO B • Coletar hemograma (obrigatório) (2-4h). • Hidratação oral – Iniciar na unidade de atendimento. • Hematócrito normal: alta com orientações de hidratação do grupo A e reavaliação diária (até 48h após remissão da febre). Retorno imediato se sinais de alarme. • Hemoconcentração: conduzir ao grupo C • Preencher cartão de dengue e no'ficação.
  • 22. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO C • Internação até estabilização (mínimo 48h) • Exames laboratoriais obrigatórios: hemograma, albumina sérica e transaminases • Exames laboratoriais de acordo com necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, Tpae e ecocardiograma. • Exames de imagem: rx de tórax e usg de abdômen. • Hidratação EV 10ml/kg/h e reavaliação em 1h (diurese). Seguir 10ml/kg por mais 1 hora (reavaliação clínica e laboratorial)
  • 23. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO C • Se o hemograma 2h após apresentar queda do hematócrito, diurese normal e estabilidade clínica, seguir para segunda fase expansão (manutenção em SF). • Primeira fase: 25ml/kg em 6h. Se Houver melhora, seguir: • Segunda fase: 25ml/kg em 8 horas
  • 24. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO C • Alta: • Estabilização hemodinâmica durante 48h. • Ausência de febre por 24h • Melhora visível do quadro clínico. • Hematócrito normal e estável por 24h • Plaquetas em elevação • Alta com orientações do grupo B. • No'ficação e entregar cartão de dengue
  • 25. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO C • Alta: • Estabilização hemodinâmica durante 48h. • Ausência de febre por 24h • Melhora visível do quadro clínico. • Hematócrito normal e estável por 24h • Plaquetas em elevação • Alta com orientações do grupo B. • Notificação e entregar cartão de dengue EXAME CONFIRMATÓRIO É OBRIGATÓRIO
  • 26. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO C • Sem melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos: • RepeUr fase de expansão em até 3x. • SSVV + diurese em 1h, hematócrito em 2h. • Sem melhora, conduzir ao grupo D.
  • 27. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE • Sinais de choque: taquicardia, extremidades distais frias, pulso fraco filiforme, enchimento capilar lento (>2s), PA convergente (<20mmHg), taquipneia, oligúria (<1,5ml/kg/h), hipotensão arterial e cianose • Sangramento grave • Disfunção grave de órgãos.
  • 28. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE • Coletar hemograma e exames do grupo C; • Reposição volêmica • Fase de expansão rápida: 20ml/kg em 20min. • Reavaliação clínica a cada 15-30min e hematócrito a cada 2h. • Repetir fase de expansão até 3x. • Melhora clínica: seguir grupo C (em leito de UTI mínimo de 48h). • Exame confirmatório de dengue é obrigatório!
  • 29. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE Sem melhora clínica: • HEMATÓCRITO EM ASCENSÃO: expansores plasmáUcos (albumina 0,5 g/kg a 1 g/kg); preparar solução de albumina a 5% (para cada 100 mL dessa solução, usar 25 mL de albumina a 20% e 75 mL de soro fisiológico a 0,9%). • Na falta dela, uUlizar coloides sintéUcos (10 mL/kg/hora);
  • 30. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE Sem melhora clínica: • HEMATÓCRITO EM QUEDA: invesVgar hemorragias e avaliar coagulação. • Hemorragia? Concentrado de hemácias (10 a 15ml/kg/dia) • CoagulopaUa? Plasma fresco, vitamina K EV e criopreciptado • Transfusão de plaquetas: sangramento persistente não controlado após correção dos fatores de coagulação e do choque, trombocitopenia e INR>1,5x normal
  • 31. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE • Sem melhora clínica: • Avaliar desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca e investigar hiper-hidratação • Reduzir líquidos quando: • Normalização da PA, pulso e perfusão, diminuição do hematócrito na ausência de sangramento, diurese normalizada, resolução dos sintomas abdominais • Se normalização, seguir grupo C. • Alta como grupo B
  • 32. ESTADIAMENTO E CONDUTA GRUPO D – DENGUE GRAVE • Sem melhora clínica: • Avaliar desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca e invesUgar hiper-hidratação • Reduzir líquidos quando: • Normalização da PA, pulso e perfusão, diminuição do hematócrito na ausência de sangramento, diurese normalizada, resolução dos sintomas abdominais • Se normalização, seguir grupo C. • Alta como grupo B EXAME CONFIRMATÓRIO É OBRIGATÓRIO
  • 33. PREVENÇÃO CONTROLE DO VETOR Métodos Ysicos, biológicos e químicos. • InseVcidas: organofosforados e piretróides. Causam resistência! • Larvicidas: somente nos recipientes que não podem ser removidos. • UVB (inseVcidas de baixo volume): uso em surtos/epidemias, semanalmente, para interromper a transmissão.
  • 34. .
  • 35. PREVENÇÃO • A SBP recomenda a vacinação contra a dengue para todas as crianças e adolescentes a parPr de 4 anos de idade, independente da doença já ter ocorrido; • A SBP sugere o uso preferencial da vacina QDENGA©, pelo esquema posológico mais conveniente (menor número de doses e término do esquema vacinal em menor tempo) e pela não necessidade de comprovação de infecção prévia pela dengue para sua administração; • Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para iniciar a vacinação; • A vacina está contraindicada para crianças, adolescentes e adultos imunocompromeHdos, gestantes e lactantes;
  • 36. CASO CLÍNICO QP: Febre alta // HDA: A.B.C., feminino, 7 MESES dá entrada no PSI acompanhada pela mãe, que relata episódios de FEBRE (38,7 – 39,5°C) há 2 dias, associados a menor aceitação de alimentos e 2-3 episódios de diarreia pastosa por dia, sem sangue ou muco. Refere aparecimento de EXANTEMA MACULOPAPULAR hoje, apresenta TAX 39°C no momento da consulta, lactente bastante chorosa e irritada // HPP: Nega comorbidades, em uso de vitamina D e sulfato ferroso diariamente, mãe nega alergias medicamentosas. EXAME FÍSICO: BEG, aWva e reaWva, irritada, corada, desidratada 2+/4+, acianóWca, anictérica, febril (39°C) ACV: bnf2t, sem sopros, tec < 2s, FC 157 bpm AP: MVUA, sem RA, sem sinais de esforço respiratório, eupneica Abdome: RHA+, flácido, inocente, sem vcm Oroscopia e otoscopia: sem alterações Pele: exantema maculopapular em MMII. Peso 8kg, estatura 68cm. Solicitado hemograma, com as seguintes alterações: leucopenia (2.100) e plaquetopenia (98.000).
  • 37. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. DENGUE: diagnósUco e manejo clínico adulto e criança. 6ª ed, Brasília: Ministério da Saúde 2024. SBP, SOCIDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Dengue: guia práUco de atualização. Set, 2019. SBP. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Nova Vacina Dengue: Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria. nº 89, 2023. Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria / organizadores Dioclécio Campos Júnior, Dennis Alexander Rabelo Burns. -3. ed. -Barueri, SP: Manole, 2014.