SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
FEBRE DE
ORIGEM
INDETERMINADA
DIC – 2018.2 - MED 25
INTRODUÇÃO
■ Termos equivalentes:
» Febre prolongada de origem obscura (FPOO);
» Febre de origem/etiologia obscura (FOO/FEO);
» Febre de origem obscura clássica;
» Febre de origem indeterminada;
» Febre de origem criptogenética ou de difícil diagnóstico.
■ Representam em torno de 1 a 8% das enfermidades febris dos atendimentos
em nível terciário;
■ Ainda é um dos maiores desafios médicos.
DIVISÃO
■ De acordo com Mackowiak e Durack:
– FOI clássica
– FOI nosocomial
– FOI em neutropênicas
– FOI em HIV+
■ Outros autores:
– FOI em idosos
– FOI em crianças
– FOI em episódica ou periódica ou recorrente ou de muito longa
duração (> 6 meses)
CONCEITO
■ Definição FOI clássica:
– Presença de temperatura axilar maior do que
37,8°C, em várias ocasiões.
– Tempo mínimo de três semanas.
– Associado a quadro clínico inconcluso e que
permanece sem diagnóstico após 3 dias de
investigação hospitalar ou três
consultas ambulatoriais.
FOI NO NEUTROPÊNICO
■ Frequentes.
■ Causas mais comuns:
– Doenças bacterianas, fúngicas, virais (CMV,
herpes, influenza e outros), efeitos tóxicos de
quimioterápicos, febre por drogas.
Neutrófilos < 500mm³
Febre≥ 37,8ºC em
várias ocasiões
Ausência de
diagnóstico após 3
dias apesar de
investigação
adequada
(incluindo pelo
menos 48h de cultura
microbiológica)
FOI NOSOCOMIAL
■ Associada à hospitalização.
■ Procedimentos cirúrgicos, sondagem
urinária, intubação endotraqueal,
cateteres, medicamentos, imobilização
associada à embolia pulmonar de
repetição.
■ Colite por Clostridium difficile.
■ Febre por drogas.
Pacientes internados
Febre≥ 37,8°C em várias
ocasiões
Ausência de infecção ou
doença incubada à
admissão
Ausência de diagnóstico
após 3 dias apesar de
investigação adequada
(incluindo pelo menos
48h de cultura
microbiológica)
FOI NA SIDA/AIDS
■ Muito comum.
■ Algumas causas:
– Infecções oportunistas, febre pelo próprio
HIV, neoplasias, reações a drogas.
■ Fase aguda da doença:
– Febre + mialgia, erupção cutânea, cefaleia
e linfadenopatia : Síndrome semelhante
ao quadro de mononucleose infecciosa.
■ Reações às drogas são mais comuns nesse
grupo de pacientes.
Infecção pelo HIV
confirmada
Febre≥ 37,8oC em
várias ocasiões
Duração≥3 semanas
(regime ambulatorial),
ou ≥ 3 dias em
pacientes internados
Ausência de
diagnóstico após 3 dias
apesar de investigação
adequada (incluindo
pelo menos 48h de
cultura microbiológica)
FOI NO IDOSO
■ Resposta febril pode estar ausente ou mínima.
■ Ausência de febre: Mau prognóstico.
■ Presença de febre: Infecção grave.
■ História clínica e exame físico bem feitos.
■ Radiografia de tórax, exames laboratorias básicos,
estudos de imagem do abdome, hemoculturas e
ecocardiograma.
■ Suspensão das drogas dispensáveis e reavaliação das
essenciais caso haja persistência da febre.
Elevação persistente da
temperatura maior que 37,2ºC
acima da temperatura basal
Elevação ≥ 1,3ºC na
temperatura basal em qualquer
sítio 29
Temperatura oral ou timpânica
> 37,2ºC
Temperatura retal > 37,5°C em
várias ocasiões
ETIOLOGIA
■ Existem mais de 200 causas publicadas na literatura.
■ As infecções permanecem como a principal causa na maioria dos estudos.
■ Com fins didáticos, podem ser divididas em cinco grupos de doenças:
Infecções -
25%a 52%
Neoplasias
sólidas e
hematológicas
- 2 a 33%
Doenças
inflamatórias
não infecciosas
- 4 a 35%
Miscelânea - 3
a 31%
Não
diagnosticadas
- 3 a 33%
CAUSAS INFECCIOSAS
Tuberculose (miliar e extrapulmonar) Causa mais frequente de FOI no Brasil.
Abcessos
Acometem principalmente baço, pâncreas,
região pélvica, próstata, rins, fígado e
os subfrênicos.
Endocardite bacteriana
S. viridans, Enterococos, S.aureus e
S. epidermidis.
ITU
Principalmente nos pacientes pediátricos,
devendo ser sistematicamente pesquisadas
em qualquer enfermo com febre sem sinais
de localização evidentes.
CAUSAS INFECCIOSAS
FEBRE TIFOIDE
O uso abusivo de antibióticos é a principal razão
da dificuldade diagnóstica desta doença.
BRUCELOSE
Deve ser aventada nas áreas onde há criação
de gado ou quando há dados epidemiológicos
sugestivos ou compatíveis.
SINUSITE AGUDA, OTITE MÉDIA,
OSTEOMIELITE, MASTOIDITE
Particularmente em crianças,
CMV, EBV
As infecções virais são as grandes causadoras
de febres de curta duração, sendo mais raras
nas febres prolongadas.
CAUSAS INFECCIOSAS
MALÁRIA
Principalmente quando fora de área endêmica
e por transfusão de sangue.
CALAZAR
A sua reagudização em pacientes com AIDS
pode causar quadro menos típico.
DOENÇA DE CHAGAS
Principalmente quando produzida por
transfusões ou quando não existem dados
epidemiológicos habituais.
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA
A eosinofilia intensa do hemograma costuma
ser uma pista importante para o seu
diagnóstico.
NEOPLASIAS SÓLIDAS E
HEMATOLÓGICAS
■ Possíveis mecanismos de produção de febre:
– Liberação de pirogênios endógenos pelos tumores.
– Necrose tumoral isquêmica.
– Reações imunológicas do hospedeiro contra a neoplasia, as infecções
secundárias e as oportunistas.
Linfoma
de Hodgkin
Leucemias
Mieloma
múltiplo
Neuroblasto
ma
Retinoblastom
a
INFLAMATÓRIAS
NÃO INFECCIOSAS
■ COLAGENOSES:
– Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), poliarterite nodosa
e L E S.
■ VASCULITES:
– Angiite temporal é a principal causa.
■ DOENÇAS GRANULOMATOSAS NÃO
INFECCIOSAS:
– Sarcoidose é clássica como causa, embora não
usual.
– Doença de Crohn.
MISCELÂNIA
■ FEBRE MEDICAMENTOSA:
– Muito frequente.
– Principal mecanismo de indução da febre é por reação de hipersensibilidade.
– Principais fármacos: atropina, anfotericina B, barbitúricos,, metildopa, penicilinas, cefalosporinas,
fenitoína, procainamida, quinidina, salicilatos etc.
■ FEBRE FACTÍCIA:
– Rara, sendo mais frequente em profissionais de saúde e familiares do sexo feminino.
– Indução da febre por manipulação do termômetro ou alto inoculação de material contaminado.
– Exige tratamento psiquiátrico.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
■ Conhecimento das doenças
desencadeadoras + nosologia prevalente
do ambiente de origem do paciente.
■ Anamnese mais completa e abrangente
possível.
– Dados orgânicos, aspectos
profissionais, viagens, ambiente de
moradia e trabalho, contato com
pessoas doentes ou animais,
endemias da região de origem do
paciente, história pregressa, aspectos
psíquicos e história familiar.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
LESÕES CUTÂNEAS
LESÕES NA
OROFARINGE
SEIOS PARANASAIS DENTES VISCEROMEGALIAS
LINFADENOMEGALIAS
MASSAS ABDOMINAIS
OU PÉLVICAS
SOPROS CARDÍACOS
EXAME DE FUNDO DE
OLHO
REGIÃO ANAL E RETAL
CURVA TÉRMICA
 EXAME FÍSICO:
- Repetir diariamente.
- Anotar o dia de início da moléstia e o dia do exame.
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA
FOI
■ Exames complementares:
– Iniciar por exames menos invasivos.
– Mais agressivos: fases finais.
– Suspensão da medicação, com exceção daquela indispensável.
– Colher amostra de sangue para ser conservada a 4°C.
■ Comparação futura dos níveis de anticorpos.
EXAMES COMPLEMENTARES
EXAMES COMPLEMENTARES
■ Biópsia:
– Mais pedidas: Linfonodos, medula óssea e hepática.
– Linfonodos: Biopsiados sempre que estiverem aumentados.
– Hepática: Existência de evidências de doenças hepática
■ Cultivados para bactérias aeróbicas, anaeróbicas e micobactérias.
– Medula óssea: Realizada com frequência, menos na ausência de
alterações no sangue periférico.
EXAMES COMPLEMENTARES
■ Laparotomia exploradora:
– Diagnóstico etiológico não esclarecido mesmo
após extensa propedêutica não invasiva.
– Muito útil em evidências de doenças intra-
abdominal.
– Angeíte necrosante.
Dor abdominal, anemia, perda de peso
progressiva, icterícia, hepato e/ou
esplenomegalia, massas abdominais e
alterações da função hepática.
TERAPÊUTICA DE PROVA
■ Indicações restritas.
■ Não existe motivo para utilizar-se quando
órgãos vitais não estão seriamente
comprometidos.
■ Desvantagens:
– Efeitos colaterais potencialmente graves
– Obscurecimento do quadro clínico
– Melhora aparente sem atacar realmente
a doença de base.
REFERÊNCIAS
■ LAMBERTUCCI, José Roberto; DE ÁVILA, Renata Eliane; VOIETA, Izabela.
Febre de origem indeterminada em adultos. Revista da Sociedade Brasileira
de Medicina Tropical, [S.l.], v. 38, n. 6, p. 507-513, nov. 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n6/a12v38n6.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2018.
■ COURA, Jose Rodrigues. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitarias. 2.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Bronquite
BronquiteBronquite
Bronquite
 
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULARSEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
 
Semiologia das Icterícias
Semiologia das IcteríciasSemiologia das Icterícias
Semiologia das Icterícias
 
Meningite (1)
Meningite (1)Meningite (1)
Meningite (1)
 
Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia Esplenomegalia, linfadenomegalia
Esplenomegalia, linfadenomegalia
 
Gripe influenza
Gripe influenza Gripe influenza
Gripe influenza
 
Hanseníase
HanseníaseHanseníase
Hanseníase
 
Prevenção e Tratamento da Infecção pelo Vírus Influenza
Prevenção e Tratamento da Infecção pelo Vírus InfluenzaPrevenção e Tratamento da Infecção pelo Vírus Influenza
Prevenção e Tratamento da Infecção pelo Vírus Influenza
 
Síndromes ictéricas
Síndromes ictéricasSíndromes ictéricas
Síndromes ictéricas
 
Meningite
MeningiteMeningite
Meningite
 
Tosse na infância
Tosse na infânciaTosse na infância
Tosse na infância
 
Asma em pediatria
Asma em pediatriaAsma em pediatria
Asma em pediatria
 
Semiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IISemiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome II
 
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na ComunidadePneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
 
Cópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tóraxCópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tórax
 
Amigdalite ppt
Amigdalite pptAmigdalite ppt
Amigdalite ppt
 
Propedéutica das Lesões Vulvares
Propedéutica das Lesões VulvaresPropedéutica das Lesões Vulvares
Propedéutica das Lesões Vulvares
 
Sarampo
SarampoSarampo
Sarampo
 
Pancreatite aguda
Pancreatite agudaPancreatite aguda
Pancreatite aguda
 

Semelhante a Febre de Origem Indeterminada: Causas e Diagnóstico

REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdf
REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdfREVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdf
REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdfEberte Gonçalves Temponi
 
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICAsindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICABelinha Donatti
 
Mononucleose Infecciosa
Mononucleose InfecciosaMononucleose Infecciosa
Mononucleose Infecciosablogped1
 
Micoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasMicoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasManzelio Cavazzana
 
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptx
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptxTratamento da Endocardite_infecciosa.pptx
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptxvalentimamuge
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptxfisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptxRaqueli Viecili
 
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emDiretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emArquivo-FClinico
 
MENINGITES para UPAS classificação.pptx
MENINGITES para UPAS classificação.pptxMENINGITES para UPAS classificação.pptx
MENINGITES para UPAS classificação.pptxnirheha
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)blogped1
 
Apresentação mi definitivo
Apresentação mi   definitivoApresentação mi   definitivo
Apresentação mi definitivoTúlio Teixeira
 
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdf
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdfManejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdf
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdfssuserdfbb0d
 

Semelhante a Febre de Origem Indeterminada: Causas e Diagnóstico (20)

Febre chikungunya
Febre chikungunya Febre chikungunya
Febre chikungunya
 
REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdf
REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdfREVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdf
REVALIDA_-_INFECCAO_DE_VIAS_AEREAS_INFERIORES_E_COVID_-_MAPA_MENTAL.pdf
 
2 fiebre reumatica 2015.
2 fiebre reumatica 2015.2 fiebre reumatica 2015.
2 fiebre reumatica 2015.
 
Estudo de caso - Dengue
Estudo de caso - DengueEstudo de caso - Dengue
Estudo de caso - Dengue
 
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICAsindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
 
Mononucleose Infecciosa
Mononucleose InfecciosaMononucleose Infecciosa
Mononucleose Infecciosa
 
Micoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasMicoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicas
 
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptx
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptxTratamento da Endocardite_infecciosa.pptx
Tratamento da Endocardite_infecciosa.pptx
 
Complicações da COVID-19 em Pediatria: quadros graves e síndromes inflamatórias
Complicações da COVID-19 em Pediatria: quadros graves e síndromes inflamatóriasComplicações da COVID-19 em Pediatria: quadros graves e síndromes inflamatórias
Complicações da COVID-19 em Pediatria: quadros graves e síndromes inflamatórias
 
Denguee
DengueeDenguee
Denguee
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptxfisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pptx
 
Tosse 1
Tosse 1 Tosse 1
Tosse 1
 
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emDiretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
 
Sindromes-Exantematicas.pdf
Sindromes-Exantematicas.pdfSindromes-Exantematicas.pdf
Sindromes-Exantematicas.pdf
 
MENINGITES para UPAS classificação.pptx
MENINGITES para UPAS classificação.pptxMENINGITES para UPAS classificação.pptx
MENINGITES para UPAS classificação.pptx
 
caso clínico
caso clínicocaso clínico
caso clínico
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
Apresentação mi definitivo
Apresentação mi   definitivoApresentação mi   definitivo
Apresentação mi definitivo
 
Semiologia febre
Semiologia febreSemiologia febre
Semiologia febre
 
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdf
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdfManejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdf
Manejo DengueChikungunya Espirito Santo.pdf
 

Último

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 

Último (9)

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 

Febre de Origem Indeterminada: Causas e Diagnóstico

  • 2. INTRODUÇÃO ■ Termos equivalentes: » Febre prolongada de origem obscura (FPOO); » Febre de origem/etiologia obscura (FOO/FEO); » Febre de origem obscura clássica; » Febre de origem indeterminada; » Febre de origem criptogenética ou de difícil diagnóstico. ■ Representam em torno de 1 a 8% das enfermidades febris dos atendimentos em nível terciário; ■ Ainda é um dos maiores desafios médicos.
  • 3. DIVISÃO ■ De acordo com Mackowiak e Durack: – FOI clássica – FOI nosocomial – FOI em neutropênicas – FOI em HIV+ ■ Outros autores: – FOI em idosos – FOI em crianças – FOI em episódica ou periódica ou recorrente ou de muito longa duração (> 6 meses)
  • 4. CONCEITO ■ Definição FOI clássica: – Presença de temperatura axilar maior do que 37,8°C, em várias ocasiões. – Tempo mínimo de três semanas. – Associado a quadro clínico inconcluso e que permanece sem diagnóstico após 3 dias de investigação hospitalar ou três consultas ambulatoriais.
  • 5. FOI NO NEUTROPÊNICO ■ Frequentes. ■ Causas mais comuns: – Doenças bacterianas, fúngicas, virais (CMV, herpes, influenza e outros), efeitos tóxicos de quimioterápicos, febre por drogas. Neutrófilos < 500mm³ Febre≥ 37,8ºC em várias ocasiões Ausência de diagnóstico após 3 dias apesar de investigação adequada (incluindo pelo menos 48h de cultura microbiológica)
  • 6. FOI NOSOCOMIAL ■ Associada à hospitalização. ■ Procedimentos cirúrgicos, sondagem urinária, intubação endotraqueal, cateteres, medicamentos, imobilização associada à embolia pulmonar de repetição. ■ Colite por Clostridium difficile. ■ Febre por drogas. Pacientes internados Febre≥ 37,8°C em várias ocasiões Ausência de infecção ou doença incubada à admissão Ausência de diagnóstico após 3 dias apesar de investigação adequada (incluindo pelo menos 48h de cultura microbiológica)
  • 7. FOI NA SIDA/AIDS ■ Muito comum. ■ Algumas causas: – Infecções oportunistas, febre pelo próprio HIV, neoplasias, reações a drogas. ■ Fase aguda da doença: – Febre + mialgia, erupção cutânea, cefaleia e linfadenopatia : Síndrome semelhante ao quadro de mononucleose infecciosa. ■ Reações às drogas são mais comuns nesse grupo de pacientes. Infecção pelo HIV confirmada Febre≥ 37,8oC em várias ocasiões Duração≥3 semanas (regime ambulatorial), ou ≥ 3 dias em pacientes internados Ausência de diagnóstico após 3 dias apesar de investigação adequada (incluindo pelo menos 48h de cultura microbiológica)
  • 8. FOI NO IDOSO ■ Resposta febril pode estar ausente ou mínima. ■ Ausência de febre: Mau prognóstico. ■ Presença de febre: Infecção grave. ■ História clínica e exame físico bem feitos. ■ Radiografia de tórax, exames laboratorias básicos, estudos de imagem do abdome, hemoculturas e ecocardiograma. ■ Suspensão das drogas dispensáveis e reavaliação das essenciais caso haja persistência da febre. Elevação persistente da temperatura maior que 37,2ºC acima da temperatura basal Elevação ≥ 1,3ºC na temperatura basal em qualquer sítio 29 Temperatura oral ou timpânica > 37,2ºC Temperatura retal > 37,5°C em várias ocasiões
  • 9. ETIOLOGIA ■ Existem mais de 200 causas publicadas na literatura. ■ As infecções permanecem como a principal causa na maioria dos estudos. ■ Com fins didáticos, podem ser divididas em cinco grupos de doenças: Infecções - 25%a 52% Neoplasias sólidas e hematológicas - 2 a 33% Doenças inflamatórias não infecciosas - 4 a 35% Miscelânea - 3 a 31% Não diagnosticadas - 3 a 33%
  • 10. CAUSAS INFECCIOSAS Tuberculose (miliar e extrapulmonar) Causa mais frequente de FOI no Brasil. Abcessos Acometem principalmente baço, pâncreas, região pélvica, próstata, rins, fígado e os subfrênicos. Endocardite bacteriana S. viridans, Enterococos, S.aureus e S. epidermidis. ITU Principalmente nos pacientes pediátricos, devendo ser sistematicamente pesquisadas em qualquer enfermo com febre sem sinais de localização evidentes.
  • 11. CAUSAS INFECCIOSAS FEBRE TIFOIDE O uso abusivo de antibióticos é a principal razão da dificuldade diagnóstica desta doença. BRUCELOSE Deve ser aventada nas áreas onde há criação de gado ou quando há dados epidemiológicos sugestivos ou compatíveis. SINUSITE AGUDA, OTITE MÉDIA, OSTEOMIELITE, MASTOIDITE Particularmente em crianças, CMV, EBV As infecções virais são as grandes causadoras de febres de curta duração, sendo mais raras nas febres prolongadas.
  • 12. CAUSAS INFECCIOSAS MALÁRIA Principalmente quando fora de área endêmica e por transfusão de sangue. CALAZAR A sua reagudização em pacientes com AIDS pode causar quadro menos típico. DOENÇA DE CHAGAS Principalmente quando produzida por transfusões ou quando não existem dados epidemiológicos habituais. ESQUISTOSSOMOSE AGUDA A eosinofilia intensa do hemograma costuma ser uma pista importante para o seu diagnóstico.
  • 13. NEOPLASIAS SÓLIDAS E HEMATOLÓGICAS ■ Possíveis mecanismos de produção de febre: – Liberação de pirogênios endógenos pelos tumores. – Necrose tumoral isquêmica. – Reações imunológicas do hospedeiro contra a neoplasia, as infecções secundárias e as oportunistas. Linfoma de Hodgkin Leucemias Mieloma múltiplo Neuroblasto ma Retinoblastom a
  • 14. INFLAMATÓRIAS NÃO INFECCIOSAS ■ COLAGENOSES: – Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), poliarterite nodosa e L E S. ■ VASCULITES: – Angiite temporal é a principal causa. ■ DOENÇAS GRANULOMATOSAS NÃO INFECCIOSAS: – Sarcoidose é clássica como causa, embora não usual. – Doença de Crohn.
  • 15. MISCELÂNIA ■ FEBRE MEDICAMENTOSA: – Muito frequente. – Principal mecanismo de indução da febre é por reação de hipersensibilidade. – Principais fármacos: atropina, anfotericina B, barbitúricos,, metildopa, penicilinas, cefalosporinas, fenitoína, procainamida, quinidina, salicilatos etc. ■ FEBRE FACTÍCIA: – Rara, sendo mais frequente em profissionais de saúde e familiares do sexo feminino. – Indução da febre por manipulação do termômetro ou alto inoculação de material contaminado. – Exige tratamento psiquiátrico.
  • 16. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ■ Conhecimento das doenças desencadeadoras + nosologia prevalente do ambiente de origem do paciente. ■ Anamnese mais completa e abrangente possível. – Dados orgânicos, aspectos profissionais, viagens, ambiente de moradia e trabalho, contato com pessoas doentes ou animais, endemias da região de origem do paciente, história pregressa, aspectos psíquicos e história familiar.
  • 17. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS LESÕES CUTÂNEAS LESÕES NA OROFARINGE SEIOS PARANASAIS DENTES VISCEROMEGALIAS LINFADENOMEGALIAS MASSAS ABDOMINAIS OU PÉLVICAS SOPROS CARDÍACOS EXAME DE FUNDO DE OLHO REGIÃO ANAL E RETAL CURVA TÉRMICA  EXAME FÍSICO: - Repetir diariamente. - Anotar o dia de início da moléstia e o dia do exame.
  • 18. DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA FOI ■ Exames complementares: – Iniciar por exames menos invasivos. – Mais agressivos: fases finais. – Suspensão da medicação, com exceção daquela indispensável. – Colher amostra de sangue para ser conservada a 4°C. ■ Comparação futura dos níveis de anticorpos.
  • 20. EXAMES COMPLEMENTARES ■ Biópsia: – Mais pedidas: Linfonodos, medula óssea e hepática. – Linfonodos: Biopsiados sempre que estiverem aumentados. – Hepática: Existência de evidências de doenças hepática ■ Cultivados para bactérias aeróbicas, anaeróbicas e micobactérias. – Medula óssea: Realizada com frequência, menos na ausência de alterações no sangue periférico.
  • 21. EXAMES COMPLEMENTARES ■ Laparotomia exploradora: – Diagnóstico etiológico não esclarecido mesmo após extensa propedêutica não invasiva. – Muito útil em evidências de doenças intra- abdominal. – Angeíte necrosante. Dor abdominal, anemia, perda de peso progressiva, icterícia, hepato e/ou esplenomegalia, massas abdominais e alterações da função hepática.
  • 22. TERAPÊUTICA DE PROVA ■ Indicações restritas. ■ Não existe motivo para utilizar-se quando órgãos vitais não estão seriamente comprometidos. ■ Desvantagens: – Efeitos colaterais potencialmente graves – Obscurecimento do quadro clínico – Melhora aparente sem atacar realmente a doença de base.
  • 23. REFERÊNCIAS ■ LAMBERTUCCI, José Roberto; DE ÁVILA, Renata Eliane; VOIETA, Izabela. Febre de origem indeterminada em adultos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, [S.l.], v. 38, n. 6, p. 507-513, nov. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n6/a12v38n6.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2018. ■ COURA, Jose Rodrigues. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitarias. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Notas do Editor

  1. - Durack e Street em 1991 7 sugeriram distinguir a FOI clássica da que se apresenta em outros grupos de pacientes, como os hospitalizados, portadores de HIV e neutropênicos febris. Essa diferenciação se baseia em características intrínsecas desses grupos que devem dirigir o raciocínio para causas de febre que lhes são peculiares. Os idosos também constituem um grupo específico no qual a FOI guarda aspectos próprios. O foco é na clássica. Este rótulo é provisório, posto que as doenças febris são muito dinâmicas e, na maioria das vezes, o esclarecimento é feito porque novos sinais, sintomas ou alterações laboratoriais se desenvolvem, tornando simples o que antes era complicado.
  2. Classificação de Durack e Street em 1991. FOO nosocomial, em neutropênicos e imunodeprimidos e as com HIV - são problemas clínicos importantes, porém constituem entidades clínicas separadas das FOO clássicas.
  3. Úteis no rastreamento inicial.