2. I Jornada de Campo-grandense de
Psiquiaria - 2017
O diagnóstico
psiquiátrico ontem,
hoje e amanhã.
Luiz Salvador de Mirada Sá Jr
3. Há que se fazer uma síntese da origem e do
começo da enfermidade de tal sorte que,
mediante diversas entrevistas e exames
minuciosos, possa-se reconhecer as concor-
dâncias dos sintomas entre si e, logo depois,
identificar as discordâncias nas concordâncias e,
por fim, descobrir novas concordâncias entre as
discordâncias, até que, das discordâncias todas,
reste apenas uma única concordância: tal é o
método (para diagnosticar).
Hipócrates, de Cós
4. A medicina é a profissão humanitária de
base científica, cujos agentes – os
médicos - incumbem-se privativamente
do diagnóstico das enfermidades e do
tratamento dos enfermos.Ademais,
como atividades que podem ser com-
partilhadas com outros profissionais de
saúde, nos termos da lei, participam das
atividades de profilaxia e de reabilitação.
5. O diagnóstico médico pode ser
feito com 3 graus de
complexidade;
o mais simples é o do sintoma,
o grau seguinte é o da síndrome e
o mais complexo é o da doença.
6. O Diagnóstico de sintomas e de
síndromes é o diagnóstico
descritivo da aparência do doente
ou NOSOGRÁFICO e o diagnóstico
da essência das doenças é o
diagnóstico explicativo ou
NOSOLÓGICO que indica sua
propriedade essencial.
7. Na Medicina, diagnosticar
nosologicamente é reconhecer
uma doença em uma pessoa
através de seus sintomas,
antecedentes, exames e outras
características clínicas ou
laboratoriais.
8. O diagnóstico nosológico em
Medicina tem importância
fundamental porque influi
praticamente em todos os
procedimentos médicos decorrem
dele.
Principalmente a terapêutica.
Doente mal diagnosticado é
doente mal tratado.
9. Os diagnósticos nosográficos não
devem ser usados na psiquiatria
forense porque não permitem
prognósticos, que é essencial nos
diagnósticos forenses, mesmo que
isso não seja claramente
explicitado.
10. Há duas maneiras de diagosticar em
psiquiatria:
a) um exercício mnêmico com o qual
se reconhecem os sintomas e as
síndromes; e
b) O uso do raciocínio médico, com
o qual se diagnosticam doenças por
sua propriedade essencial.
11. E quando não se conhece a
etiologia e a patogenia do estado
mórbido ?
Elaboram-se hipóteses que, ao
serem testadas, e estabelecem uma
linha de pesquisa que permitem
conclusões.
12. Princípios Fundamentais da Semiologia
Psiquiátrica:
a) Os mesmos sintomas e síndromes
podem ocorrer em enfermidades
diferentes;
b) Uma mesma enfermidade pode se
manifestar por diferentes sintomas e
síndromes.
14. Disorders ou Transtornos
São sintomas ou síndromes com
que os autores das DSMs e da
CID 10 diagnosticam em
psiquiatria e chamam
diagnósticos operacionais.
15. Uma definição operacional, contudo,
decorre do uso de algum sistema de
medida que permita operar um
procedimento qualquer de
quantificação no curso de uma
investigação científica de um objeto,
de modo a dar precisão à sua
medida como instrumento de sua
descrição.
16. Para Bunge e Mahler (em Biofilosofia)
definição operacional significa caracterizar um
conceito por meio das operações realizadas
para aferi-lo.
Operacionalismo é definido como a filosofia
pragmática da ciência que prescreve que os
construtos (ou objetos conceituais) sejam
introduzidos por procedimentos
laboratoriais. O que também não há nos
transtornos.
17. Há quem confunda definição operacional
com definição convencionada.
Stengel (em Classification of Mental Disorders, de
1959) afirma, sem explicar porquê, que Hempel,
considerando a dificuldade de estabelecer
conceitos cientificamente aceitáveis para os
diagnósticos psiquiátricos, objetivamente
verificáveis, teria sugerido a construção de
definições operacionais com descrições clínicas e
instruções precisas para diagnosticar, dando novo
significado a estas definições.
18. Um componente operativo do momento descritivo
do seu conhecimento.
Não há isso no Capítulo F da CID 10 e são fingidas
as descrições operacionais na CID, pois não são
operacionais, mas convencionadas.
No seu Dicionário de Filosofia, Ferrater Mora
afirma que o próprio Hempel criticara seu abuso
pelos neopositivistas (autores que imperam na
CID-10 e nos DSMs), na medida em que isso
configuraria o reducionismo operacionalista, com
todas as possibilidades de erro e manipulação que
este reducionismo possibilita.
19. Disorder (transtorno) é um
dignóstico nosográfico, refere-e à
aparência dos doentes.
Mas quando se menciona, parece
doença. Quando se diz
transtorno depressivo entende-se
como doença depressiva.
Há quem os julgue sinônimos.
20. Os diagnósticos nosográficos não
devem ser usados na psiquiatria
forense porque não permitem
prognósticos, que é essencial nos
diagnósticos forenses, mesmo que
isso não seja claramente
explicitado.
23. A legalidade de exercício da
Medicina é dada pela
Lei 12.242, de 13 de julho de
2013, que dispõe sobre o exercício
da Medicina no Brasil, em seu Art
4o. parágrafo 1o, determina que a
prerrogativa do médico para
diagnosticar é o Diagnóstico
Nosológico.
25. Mas as classificações científicas
têm que ser:
Homogêneas e
Naturais.
E as artificiais são utilitárias
26. ObrigadoA propriedade essencial de
uma doença é sua
etiopatogenia, dado que
possibilita a classificacão
científica de doenças, como
fizeram Linneu e Leontiev na
Biologia e na Química.
28. Primeiro momento do
diagnóstico
As enfermidades (doenças) eram
chamadas por suas denominações
populares e sua causa era geralmente
atribuída a influências mágico-
sobrenaturais.
29. Diagnosticar aí era interpretar a
potência sobrenatural responsável à luz
de um dogma mágico. Reconhecer o
feitiço causador do malefício ou outra
providência análoga. O que representa
a fase fundamental de todo ato
médico-mágico: a afirmação do caráter
mágico da enfermidade, até dos
acidentes traumáticos.
30. Segundo momento do
diagnóstico
Na Grécia do séculoV a. C. surgiu
uma concepção natural e racional
presidida pela noção de physis,
(natureza) orientada por uma
teoria lógica decorrente da
observação possível.
33. Terceiro momento do
diagnóstico
No séculoV com a queda do Império
Romano do Ocidente, o domínio da
Europa pelos bárbaros e o poder
desmesurado atribuído à religião fez
com que o conhecimento científico
regredisse e estagnasse por dez séculos.
34. Santo Agostinho: “Todas as
enfermidades dos cristãos devem
ser atribuídas aos demônios. Os
demônios atormentam de modo
especial os recém-batizados; sim,
até os bebês recém-nascidos,
inteiramente sem culpa”.>>>
35. Os signos do zodíaco e divindades
pagãs, que explicavam as doenças e
outros malefícios, foram substituídos
por santos: São Bernardo (pulmões),
Santa Apolônia (dentes), São Lourenço
(as costas), São Braz (garganta), Santa
Ágata (mamas), Santo Erasmo
(abdome) e São Justo (cabeça).
>>>>
36. Santa Luzia (olhos), N S da Cabeça
(cefaléias e outras enfermidades do
crânio e psiquiátricas), N S do Oh (do
parto ou da expectação). “Dança de São
Vito” Coréia), na Idade Média, o
Ergotismo era chamado “Fogo de Santo
Antônio”. >>>>
37. A Inquisição dominava
absoluta sobre todas as
instituições e numerosos
médicos e enfermos foram
torturados e queimados por
heresia, feitiçaria ou outro
pretexto.
38. No Islã, entre o nono e o décimo
século, Ishak Ibn Imras publicou o
Tratado da Melancolia e Ahmed
Ibn Aljazar escreveu o capítulo
sobre a Doença do Amor.
>>>
39. Os maiores mestres da medicina
islâmica foram Avicena (980-1037),
Averróes (1126-1198), médicos
professores de medicina, e
Maimônides (1135-1204), médico e
rabino judeu que viveu no Islã.
40. Avicena iniciou a restauração técnica e social da
medicina hipocrática (inclusive, a reabilitação da
cirurgia), enquanto Maimônides restaurou o
pilares éticos da medicina antiga.
Os médicos árabes ou arabizados medievais
sustentavam uma concepção de psicose per-
feitamente aceitável. Diferenciavam os quadros
confusionais dos delírios lúcidos, mas pouco
avançaram além dos greco-latinos.
42. A restauração das artes, ciência e técnica nos
séculos XIV a XVI assinalou o Renascimento e
assinalou o início da Idade Moderna no
ocidente com a incorporação do elementos
culturais greco-romanos que haviam sido
reavidos e desenvolvidos pelos árabes.
Leonardo daVinci, multigênio, é seu símbolo
mais importante. Na Medicina, Paracelso
(1490-1591) e Ambroise Paré (1517-1590).
43. Paracelso no livro Sobre as Doenças que
Privam da Razão, expõe sua concepção
naturalista da enfermidade psiquiátrica.
Propõe a seguinte nosografia psiquiátrica:
mania, melancolia e (ou frenesia), epilepsia,
“loucura verdadeira” (subdividida em
lunáticos, insanos, melancólicos e obsessivos),
dança de SãoVito e “suffocatio
intelectus” (misto de histeria e epilepsia).
44. Paré estudou as manifestações fisiológicas das
emoções, a influência da sugestão e descreveu
manifestações psiquiátricas da sífilis e da
hanseníase; estabeleceu um diagnóstico diferencial
entre a simulação e endemoniamento. Comprovou
que a higiene das feridas era melhor que a
cauterização.
Foi o maior responsável pela reabilitação da
cirurgia, atividade que não desfrutava prestígio
social, sendo reservada aos barbeiros sangradores.
45. Zachias (1584-1659) chama as enfermidades
mentais de amência e a divide em 3 grupos:
1. fatuitas (atraso do desenvolvimento mental, com
três graus – ignorância, a fatuitas propriamente dita
e a soliditas);
2. frenites, delírio por inflamação primitiva do
cérebro; e
3. insânia (delírios sem febre, incluindo as formas
de insânia primária – mania, melancolia, estados de
êxtase, de licantropia, de entusiasmo, demoníacos,
e insânia secundária – complicações da epilepsia,
apoplexia).
46. Os antigos denominavam “psicologia” ao estudo das
subjetividade.A mais antiga exposição sistemática
sobre os fenômenos psíquicos se deve a Aristóteles
(384 - 322 a.C.), no livro “Sobre a Alma”.
Cassmann em1554 publica Psicologia Antropológica.
Melanchton, em 1550, e outros empregam o termo
de passagem, ainda com o sentido de estudo da alma,
como Christian Wolff, em 1532 e 1534. Como estudo
sistemático da consciência e da conduta, pela primeira
vez, deve-se a Rodolph Goeckel em Psicologia
(1590). Kant usou psicologia, com igual significado, no
final do século XVIII. Daí, seu emprego se generalizou.
47. Offrai De La Metrie (1709-1751)
escreveu o primeiro tratado
materialista sobre o psiquismo,
chamado L’Histoire de l’âme. No
próximo momento, na França, em
vez de alma, usar-se-á o moral com
o sentido de subjetividade.
Messmer
48. Thomas Willis (1622-1675) estuda a patologia
encefálica e a fisiologia nervosa; os diagnósticos de
Cefalgia, Epilepsia e patologias do desenvolvimento
intelectual. Lida com os diagnósticos de Estupidez,
Morosidade, Hebetude do espírito, Histeria,
Hipocondria, Demência, Mania e Melancolia, que
divide em geral e parcial. Denomina Estupidez ao
embotamento afetivo da esquizofrenia. Entusiasmo
se refere a um quadro clínico vizinha à paixão e à
mania (e próximo à histeria), acompanhado do
desejo de pular, dançar, correr. Chama de
Consumpção Mental à anorexia nervosa.
49. Boissier de Sauvages (1706-1767)
A - extravios devidos a uma causa exterior ao cérebro,
as alucinações (vertigens, alucinações – berlue -,
hipocondria, diplopia, tinitus, sonambulismo).
B - morosidades (desejos ou impulsos depravados, como
pica, bulimia, polidipsia; antipatia - com sentido de
provocador de repulsa, nostalgia, terror - pânico,
satiríase, furor uterino, tarântia, raiva).
C - delírios ou erros de juízo provocados anatomi-
camente por uma lesão cerebral das fibras e
moralmente por uma falência da vontade (transportes –
entusiasmo, êxtase, arrebatamento -, demência, mania
melancolia, demomania).
D - delírio anormal, esquecimento e insônia.
50. Boissier de Sauvages distingue 14 formas de melancolia,
noção que agrupa os delírios pelo tema delirante. –
melancolia triste: melancolia ordinária, melancolia religiosa,
melancolia erótica, melancolia da imaginação, melancolia
extravagante (com idéias de grandeza), melancolia atônita
(com torpor), melancolia vagabunda (com errância),
melancolia dançante (epidêmica), melancolia hipantrópica
(transformação em cavalo), melancolia dos citas (que se
julgavam transformados em mulheres), melancolia inglesa
(spleen, tédio, desgosto com a existência), melancolia com
zoantropia (como Nabucodonozor, que se julgava
transformado em lobo), melancolia de entusiasmo
(inspirados), melancolia de preocupação.
51. Cullen (1712-1792) - médico escocês - se
notabilizou pela contribuição aos alicerces da
psiquiatria, não só à nosologia e nosografia, mas aos
procedimentos assistenciais e à humanização do
atendimento aos doentes mentais.
Dividia as doenças ou Genera morborum em
febrígenas, caquéticas, locais.Também criou o termo
neurose (ou nevrose) para designar o conjunto das
doenças nervosas:
a) comas (comata) ou perda dos movimentos
voluntários: apoplexia (c. geral), paralisia (c. parcial),
b) adinamias (fraquezas das forças naturais): síncopes,
dispepsias, hipocondria e clorose; >>>>
52. c) afecções espasmódicas: espasmos das funções animais
(tétano, epilepsia, dança de S.Vito); espasmos das funções
vitais (palpitações, dispnéia, asma, coqueluche); espasmos
das funções naturais (pirose, cólica, cólera-morbus),
diarréia, diabetes (na verdade poliúria), histeria, raiva;
d) vesânias (afecções que comportam um juízo falso
afetando o entendimento).
Não inclui as alucinações ou as morbidades (desordem das
paixões) entre as vesânias por considerá-las doenças locais.
Descreve o delírio parcial e estabelece limites e correlações
mais precisas entre mania e melancolia.
54. Até o século XVIII, o diagnóstico
psiquiátrico limitava-se a consagrar as
designações populares dos fenômenos
psicopatológicos ou seus sintomas. O que
acentuava sua inferioridade frente à
nomenclatura científica praticada no
restante da medicina e nas ciências fáticas.
Seus diagnósticos limitavam-se a uma
descrição da condição patológica.
55. No plano político, com a transformação
simbolizada pela queda da Bastilha, em 1789,
marco da Revolução Francesa, deu-se a
instalação do estado republicano e popular
na França, um dos países mais importantes
do mundo, derrubando os ídolos, os nobres
e os costumes antigos.
Tal revolução abriu caminho a formas novas
de interação humana, assentados na ciência e
na sociedade.
56. A obra de Newton foi marco e símbolo da
revolução científica que inaugurou a ciência
moderna e assinalou a idéia da ordem na
natureza como característica da atividade
científica no século XVIII.
A descoberta de que os fenômenos da
natureza estavam submetidos a uma ordem
natural estimulou a busca das leis naturais
em todos os campos.
57. Condilac, Cabanis. Claude Bernard, Halley,
Newton, Malpighi, Harvey, Lavoisier e Linneu eram
os modelos de comportamento científico.A
classificação biológica de Linneu era o modelo das
ciências naturais e se impusera como paradigma
de construção científica através do estudo da
natureza.
Philippe Pinel (1755-1826) foi o psiquiatra que
representou esse momento revolucionário na
teoria e na prática de sua especialidade.
58. Classificação de Pinel
As classes I, II, III eV representam as febres, as
flegmasias, as hemorragias e as lesões orgânicas.
Classe IV – Nevroses ou neuroses
Ordem 1 – Nevroses dos sentidos (ouvidos, vista).
Ordem 2 – Nevroses das funções cerebrais
Subordem 1. Comas
Gêneros: apoplexia, catalepsia, epilepsia.
Subordem 2.Vesânias
Gêneros: hipocondria, melancolia, mania, demência,
idiotismo, sonambulismo, hidrofobia.
59. Ordem 3 – Nevroses da locomoção e da voz
Subordem 1. Nevroses da locomoção
Gêneros: nevralgia, tétano, convulsões, dança de S.
Vito, paralisia.
Subordem 2. Nevroses da voz
Gêneros: voz convulsiva, afonia.
Ordem 4 – Nevroses das funções nutritivas
Subordem 1. Nevroses da digestão
Gêneros: espasmos do esôfago, cardialgia, pirose,
vômitos, dispepsia, bulimia, pica, cólica, cólica
saturnina, íleo.
60. Subordem 2. Nevroses da respiração
Gêneros: asma, coqueluche, asfixia.
Subordem 3. Nevroses da circulação
Gêneros: palpitações, síncope.
Ordem 5 – Nevroses da geração
Subordem 1. Nevroses genitais do
homem
Gêneros: anafrodisia, satiríase, priapismo.
Subordem 2. Nevroses genitais da mulher
Gêneros: ninfomania, histeria.
61. • Crescimento da organogênese
Bayle (1799-1858) descreve a paralisia
geral em 1822, tida como estado terminal
das vesânias, como inflamação das meninges.
Assim, estimula a possibilidade do diagnós-
tico psiquiátrico etiológico e anatômico, que
é o escopo do modelo somaticista. Sua
opinião foi recusada por mais de vinte anos.
Só depois de compatíveis com o novo
paradigma, passaram a influir na psiquiatria.
62. Emergência da Psicogênese
Charcot, Pierre Janet e, sobretudo, Freud
foram os grandes responsáveis pela
divulgação dessa vertente psicopatológica.
Passou a concorrer com a organogênese
entre os autores do pensamento e da
prática da psiquiatria.
63. Emil Kaepelin (1856-1926) publicou em 1883
a 1ª. Edição de sua nosotaxia:
Estados depressivos: melancolia simples e
delirante.
Estados crepusculares: estados de sono patológico
(hipnose, sonambulismo, embriaguez comatosa);
estados crepusculares histéricos e epiléticos;
estupor e êxtase; demência aguda.
Estados de excitação: melancolia agitada; mania;
estados de excitação dos delírios (febril e
alcoólico).
64. Psicose Periódica: mania periódica; melancolia
periódica; loucura circular.
Delírio sistematizado primário.
Demência Paralítica.
Estados de Fraqueza Psíquica: anomalias evolutivas
(idiotia, imbecilidade, debilidade mental e inversão
sexual); Loucura Moral e delírio querelante; Estado
Neurastênico (obsessões); Estados de Fraqueza
Psíquica Secundária.
65. 13ª. Edição da Classificação de Kraepelin
1.Alterações Mentais nosTraumatismos
Cranianos
2.Alterações Psíquicas em outras
encefalopatias orgânicas.
3,Alterações Mentais nas Intoxicações:
exógenas e endógenas
4.Alterações Mentais nas Doenças Infecciosas
5. Sífilis
6. Processos arterioescleróticos e da Involução
7. Epilepsia Genuína >>>> .
66. 8. Esquizofrenia
9. Psicoses Maníaco-Depressivas
10. Psicopatias
11. Reações Psicógenas (inclui as reações
histéricas)
12. Paranóia
13. Oligofrenias
Uma ordenação baseada da etiologia, na
evolução e no prognóstico.
67. S. Freud (1856 – 1936)
A nosotaxia psicógena freudiana categoriza as
condições clínicas psicopatológicas em três grupos:
psicoses, neuroses e perversões diferenciadas a partir
de mecanismos psicógenos hipotéticos.
Diferenciava-se as psicoses das neuroses, porque estas
seriam mais analisáveis que aquelas. Freud classificava
as Neuroses em:
Psiconeuroses (histeria de conversão, histeria de
angústia e estados obsessivos, originados em
complexos inconscientes reprimidos, em geral, de
índole sexual).
68. Neurose actual (verdadeira): neurastenia
(resultante de excesso sexual, como onanismo
exagerado ou coito interrompido), a histeria de
angústia ou fobia (resultado da acumulação de
uma estimulação sexual) e a neurose obsessiva;
Neurose Traumática (devida a um choque que
se faz reproduzir periodicamente no doente a
situação que provocou a doença);
Mais tarde, surgiu a neurose narcísica
(manifestada na incapacidade de transferência).
69. Neurose de Caráter (na qual os
“sintomas” neuróticos são traços de
caráter);
Neurose de órgão (afecção
psicossomática);
Neurose infantil;
Neurose de transferência (deslocamento
de cargas afetivas remotas para o analista,
no curso do processo psicoanalítico), o que
se confunde com as psiconeuroses.
70. Kurt Schneider (1887-1967) e Kloos
apresentam a seguinte classificação:
1. Doenças Endógenas (esquizofrenia, psicose
maníaco-deressiva, epilepsia);
2. Doenças Exógenas (orgânico-cerebrais,
sintomáticas, exointoxicações);
3, Doenças Psicógenas (reações e
desenvolvimentos psíquicos anormais);
4. Disposições Psíquicas Anormais ou
personalidades psicopáticas: os neuropatas
(sofrem) e sociopatas (fazem sofrer);
5. Estados Deficitários.
71. CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DAS
DOENÇAS MENTAIS, 1948.
I - Psicoses por Infecções e por Infestações
1A - Desordens Agudas
2A - Estados Mentais Consecutivos
II - Psicoses Devidas à Sífilis
2A - Paralisia Geral
2B - Outras Formas
72. III - Psicoses Exotóxicas
3A - Alcoolismo
3B -Toxicomanias
3C - Profissionais
3D – Acidentais
IV - Psicoses Endotóxicas
4A - Por Desvios FuncionaisViscerais
4B - Por Desvios do Metabolismo
4C - Por Desvios do Endocrinismo
4D - Outras Formas
73. V - Psicoses por Lesões Cerebrais
5A - Demência Senil
5B - Arterio-esclerose Cerebral
5C -Traumatismo Craniano
5D - No Curso deTumores Intra-Cranianos
5E - Outras Forma (Doença de Alzheimer, de
Pick, Coréia de Huntington, etc.)
VI - Oligofrenias
6A - Debilidade Mental
6B - Imbecilidade
6C – Idiotia
74. VII - Epilepsia
7A - Psicose Epiléptica
7B Outras Formas
VIII - Esquizofrenia
8A - Formas Simples, Hebefrênica e Catatônica
8B - Formas Paranóides e Parafrênicas
8C – Paranóia
IX - Psicoses Maníaco-Depressivas
9A - Formas Maníacas
9B - Formas Melancólicas
9C - Formas Mistas
9D - Outras Formas (Marginais, etc.)
75. X - Psicoses Mistas e Associadas
XI - Psicoses Psicogênicas (Psicoses de
situação, reação e desenvolvimentos
psicopatológicos)
XII - Neuroses
12A - Estados Histéricos de Conversão
12B - Estados Ansiosos
12C - Estados Fóbicos
12D - Estados Compulsivos
12E - Estados Neurastênicos
12F - Organo-neuroses
12G - NeuroseTraumática
76. XIII - Personalidades Psicopáticas
0 - Estados Mentais Não Classificados
0A - Em Observação
0B - Por Falta de Elementos Diagnósticos
00 - Sem Perturbações Mentais
____________________________
Fonte: Serviço Nacional de Doenças Mentais,
1949
77. Note-se que essas últimas
classificações, entre outras,
começam a sintetizar as
organogênicas, como a de
Kraepelin e psicogênicas, como a
de Freud. Tendência abortada
pela volta ao modelo descritivo
pré kraepeliano.
78. Sexto momento do diagnóstico
• Século XX só teve início depois da
Segunda Guerra. Foi o século da
Guerra Fria entre duas grandes
potências imperialistas e suas
implicações econômicas, políticas,
culturais e científicas.
A CID – 10 (e os DSMs)
79. 1 (F00-F09)T mentales orgánicos y sintomáticos
2 (F10-F19)T mentales y de comportamiento debidos al consumo
de psicotrópicos
3 (F20-29) Esquizofrenia,T esquizotípico y delirantes
4 (F30-39)T del humor (afectivos)
5 (F40-49)T neuróticos, secundarios a situaciones estresantes y
somatomorfos
6 (F50-59)T del comportamiento asociados a disfunciones
fisiológicas y a factores somáticos
7 (F60-69)T de la personalidad y del comportamiento del adulto
8 (F70-79) Retraso mental
9 (F80-89)T del desarrollo psicológico
10 (F90-F98)T del comportamiento y de las emociones de
comienzo habitual en la infancia y adolescencia
11 (F99)T mentales sin especificar.
80. (F01.1) Demencia multi-infartica
(F02) Demencia en otras enfermedades clasificadas
(F02.0) Demencia en la enfermedad de Pick
(F02.1) Demencia en la enfermedad de Creutzfeldt-Jakob
(F02.2) Demencia en la enfermedad de Huntington
(F02.3) Demencia en la enfermedad de Parkinson
(F02.4) Demencia en elVIH
(F03) Demencia sin especificar
(F04) Síndrome amnésico orgánico, no inducido por alcohol y otros
psicotrópicos
(F05) Delírium, no inducido por alcohol y otros psicotrópicos
(F06) OtrosT mentales debidos a daños neuronales, disfunciones y
enfermedades físicas
(F07)T de personalidad y comportamiento debido a enfermedades
neuronales, daños y disfunciones
(F09)T mentales orgánicos o sintomáticos sin especificar.
81. (F10-F19)T mentales y de comportamiento debidos al consumo
de psicotrópicos
Nota: las siguientes condiciones son subtipos de cada código en el
intervalo F10-19:
(F1x.0) Intoxicación aguda
(F1x.1) Uso perjudicial
(F1x.2) Síndrome de dependencia
(F1x.3) Síndrome de abstinencia
(F1x.4) síndrome de abstinencia con delirium
(F1x.5)T psicótico
(F1x.6)T Amnésico
(F1x.7)T psicótico
(F1x.8) OtroT mental do del comportamiento.
(F1x.9)T mental o del comportamiento no especificado.
(F10)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de alcohol.
82. (F11)T M y de comportamiento debidos a la consumición de
opioides
(F12)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de cannabinoides
(F13)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de sedantes o hipnóticos
(F14)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de cocaina
(F15)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de otros estimulantes, incluyendo la cafeína
(F16)T mentales y de C debidos a la consumición de alucinógenos
(F17)T mentales y de C debidos a la consumición de tabaco
(F18)T mentales y de comportamiento debidos a la consumición
de disolventes volátiles
(F19)T M y de comportamiento debidos a la consumición de
múltiples drogas y otros psicotrópicos
83. (F20-29) Esquizofrenia,T esquizotípico yTs de ideas delirantes
(F20) Esquizofrenia
(F20.0) Esquizofrenia paranoide
(F20.1) Esquizofrenia hebefrénica
(F20.2) Esquizofrenia catatónica
(F20.3) Esquizofrenia no diferenciada
(F20.4) Depresión post-esquizofrénica
(F20.5) Esquizofrenia residual
(F20.6) Esquizofrenia simple
(F20.8) Otras esquizofrenias
(F20.9) Esquizofrenia sin especificar
(F21)T esquizotípico
(F22)T de ideas delirantes persistentes
(F22.0)T de ideas delirantes
(F23)Ts psicóticos agudos y transitorios
(F23.0)T psicótico polimórfico agudo sin síntomas de esquizofrenia
84. (F23.1)T psicótico polimórfico agudo con síntomas de
esquizofrenia
(F23.2)T psicótico agudo estilo esquizofrenia
(F23.3) OtrosTs psicóticos agudos predominantemente delirantes
(F23.8) OtrosTs psicóticos agudos y transitorios
(F23.9)Ts psicóticos agudo y transitorios sin especificar
(F24)T de ideas delirantes inducidas
(F25)Ts esquizoafectivos
(F25.0)T esquizoafectivo, tipo maníaco
(F25.1)T esquizoafectivo, tipo depresivo
(F25.2)T esquizoafectivo, tipo mixto
(F25.8) OtrosTs esquizoafectivos
(F25.9)T esquizoafectivo sin especificar
(F28) OtrosTs psicóticos no orgánicos
(F29) Psicósis no orgánica sin especificar
86. (F40-49)Ts neuróticos, secundarios a situaciones estresantes y
somatomorfos
(F40)Ts de ansiedad fóbicos
(F40.0) Agorafobia
(F41) OtrosTs de ansiedad
(F41.0)T de pánico (anisiedad episódica paroxismal)
(F41.1)T de ansiedad generalizada
(F42)T obsesivo-compulsivo
(F43) Reacción a stress severo y tastornos de adaptación
(F43.0) Reacción al stress aguda
(F43.1)T post-traumático del stress
(F43.2)T de adaptación
87. (F44)T de conversión disociativo
(F44.0) Amnesia disociativa
(F44.1) Fuga disociativa
(F45)T somatomorfo
(F45.0)T de somatización
(F48) Otras neurosis
(F48.0) Neurastenia
88. (F50-59)Ts del comportamiento asociados a
disfunciones fisiológicas y a factores somáticos
(F50)Ts alimentarios
(F50.0) Anorexia nerviosa
(F50.2) Bulimia nerviosa
(F50.3) Bulimia nerviosa atípica
(F50.4) Hiperfagia asociada a otrosTs psicológicos
(F50.5)Vómitos asociados a otrosTs psicológicos
(F50.8) OtrosTs de la conducta alimentaria
(F50.9)Ts de la conducta alimentaria sin especificación
(F51)Ts del sueño no-orgánicos
(F51.0) Insomnio no-orgánico
(F51.1) Hipersomnio no-orgánico
(F51.2)T del reloj biológico no-orgánico
89. (F51.3) Sonambulismo
(F51.4)Terror nocturno
(F51.5) Pesadillas
(F52) Disfunción sexual, no causada porTs o enfermedades
orgánicas
(F52.4) Eyaculación precoz
(F53)Ts M y de comp asociados con el puerperio no clasificados
(F53.0)Ts mentales suaves y de comportamiento asociados con el
puerperio no clasificados
(F53.1)Ts mentales severos y de comportamiento asociados con
el puerperio no clasificados
(F54) Factores psicológicos y de comportamiento aspciados con
los desórdenes o enfermedades clasificados
(F55) Abuso de sustancias que no producen dependencia
(F59) Síndromes de comportamiento sin especificar asociados
con perturbaciones psicológicas y factores físicos
90. (F60-69)Ts de la personalidad y del comportamiento del adulto
(F60)T de personalidad específico
(F60.0)T paranoide de la personalidad
(F60.1)T esquizoide de la personalidad
(F60.2)T disocial de la personalidad
(F60.3)T de inestabilidad emocional de la personalidad
(F60.4)T histriónico de la personalidad
(F60.5)T anancástico de la personalidad
(F60.6)T ansioso o por evitación de la personalidad
(F60.7)T dependiente de la personalidad
(F60.8) OtrosTs de personalidad específicos
(F60.9)T de personalidad, sin especificar
(F61)Ts de personalidad mixtos y otros
(F62) Cambios de personalidad duraderos, no atribuibles a
enfermedades o daños cerebrales
91. (F63)Ts impulsivos y de hábito
(F63.0) Ludopatía patológica
(F63.1) Piromanía patológica
(F63.2) Cleptomanía patológica
(F63.3)Tricotilomanía
(F64)Ts de la identidad de género
(F64.0)Transexualidad
(F64.1)Travestismo
(F64.2)T de identidad de género de la infancia
(F65)Ts de orientación sexual
(F65.0) Fetichismo
(F65.1) Fetichismo travestista
(F65.2) Exhibicionismo
(F65.3)Voyeurismo
(F65.4) Pedofilia
(F65.5) Sadomasoquismo
92. (F65.6) MúltiplesTs de preferencia sexual
(F65.8) OtrosTs de preferencia sexual
(F66)Ts psicológicos y de comportamiento asociados con el
desarrollo y la orientación sexual
(F66.0)T de maduración sexual
(F66.1) Orientación sexual ego-distónica
(F66.2)T relacional sexual
(F66.8) OtrosTs de la pulsión
(F66.9)Ts de la pulsión, sin especificar
(F68) OtrosTs de la personalidad y el C en adultos
(F68.0) Elaboración de síntomas físicos por razones psicológicas
(F68.1) Producción intencionada o ficción de síntomas o
incapacidades, físicas o psicológicas
(F68.8) OtrosTs específicos de personalidad o comportamiento
en adultos
(F69)Ts de la personalidad y el C en adultos sin especificar
94. (F80-89)Ts del desarrollo psicológico
(F80)Ts específicos del lenguaje y del habla
(F80.0)T específico de la articulación del habla
(F80.1)T expresivo del lenguaje
(F80.2)T receptivo del lenguaje
(F80.3) Afasia adquirida con epilepsia (Landau-Kleffner)
(F80.8) OtrosTs del desarrollo del lenguaje y el habla
(F80.9)Ts del desarrollo del lenguaje y el habla sin especificar
(F81)Ts de desarrollo específicos de habilidades académicas
(F81.0)T específico de la lectura
(F81.1) Agrafía
(F81.2)Ts específicos de habilidades aritméticas
(F81.3)Ts mixtos de habilidades escolares
(F81.8) Otros desórdenes del desarrollo de habilidades escolares
(F81.9)T de desarrollo de habilidades escolares sin especificar
95. (F82)Ts de desarrollo específicos de funciones motoras
(F83)Ts de desarrollo específicos mixtos
(F84)T generalizado del desarrollo
(F84.0) Autismo en la niñez
(F84.1) Autismo atipico
(F84.2) Síndrome de Rett
(F84.4)T asociado a hiperactividad con retraso mental y
movimientos estereotipados
(F84.5) Síndrome de Asperger
(F88) OtrosTs del desarrollo psicológico
(F89)Ts del desarrollo psicológico sin especificar
96. (F90-F98)Ts del comportamiento y de las emociones de
comienzo habitual en la infancia y adolescencia
(F90)Ts hiperquinéticos
(F90.0)T de la actividad y la atención
(F90.1)T hiperquinético de la conducta
(F91)Ts de conducta
(F91.0)T de conducta confinado al entorno familiar
(F91.1)T de conducta dessocializado
(F91.2)T de conducta socializado
(F91.3)T negativista desafiante
(F92)Ts mixtos de conducta y emociones
(F92.0)Ts de conducta depresivos
(F93)Ts emocionales específicos en el comienzo de la niñez
(F93.0)T de ansiedad por separación de la niñez
(F93.1)T de ansiedad fóbica de la niñez
97. (F93.2)T de ansiedad social de la niñez
(F93.3)T de rivalidad fraternal
(F94)Ts de funciones sociales específicos del comienzo de la niñez
y la adolescencia
(F94.0) Mutismo selectivo
(F94.1)T del vinculo reactivo de la niñez
(F94.2)T del vinculo deshinibido de la niñez
(F95)Tics
(F95.0)Tic transitorio
(F95.1)Tic crónico motor o vocal
(F95.2)Tic combinado vocal y múltiple motor (de laTourette)
(F98) OtrosTs emocionales y de comportamiento iniciados
normalmente en la niñez y en la adolescencia
(F98.0) Enuresis nocturna
(F98.1) Encopresis
98. (F98.2)T de la alimentación de la infancia y la niñez
(F98.3) Pica de la infancia y la niñez
(F98.4)Ts del movimiento estereotipados
(F98.5)Tartamudez
(F98.6) Desorden lingüitico
[editar] (F99)Ts mentales sin especificar
(F99)T mental no especificado
en otra parte
99. As DSM e a CID 10, marcadas
pelo radicalismo positivista
(empiricista e fenomenista)
pretendem-se ateóricas.
Pilares originais que as
invalidam. Mas como utilitárias,
valem por sua utilidade.
Para quê e para quem?
100. Para quem são úteis os
diagnósticos nosográficos e
sua classificação utilitária ?
101. Aos seguros saúde e médicos
mais interessados na
fidedignidade que na validade
dos diagnósticos.
102. À indústria farmacêutica que
cria disorders, como se fossem
doenças, para seus
medicamentos.
(Distimia, fibromialgia, jogo
patológico, etc), como se
fossem doenças.
103. Aos que pretendem que o
diagnóstico psiquiátrico seja
procedimento tão fácil (uma
aferição elementar de sintomas
e síndromes) que qualquer um
possa fazer.
106. ObrigadoA propriedade essencial de
uma doença é sua
etiopatogenia, dado que
possibilita a classificacão
científica de doenças, como
fizeram Linneu e Leontiev com
a Biologia e a Química.
107. Esquema Diagnóstico de
José Otávio de Freitas Jr,
“Qui bene diagnoscit bene curat”.
Prescrever é prática inerente ao raciocínio clínico
aprendido, desenvolvido e treinado nas faculdades
de medicina. Sem isto, a prescrição será temeraria-
mente limitada a sintomas, com os graves erros
que isso provoca, consequências e acidentes que
isto traz.
108. O conhecimento da fisiopatologia, o
raciocínio fisiopatológico, etiológico e
terapêutico, são alguns dos elementos
que, consolidados pelo estudo e
treinamento da clínica, além de avalizados
pela experiência conscienciosa que
caracterizam o ato médico de
diagnosticar.
Fernando Portela
109. O diagnóstico de José Otávio de
Freitas Jr. é um programa de
diagnóstico nosológico misto,
dimensional e categorial, multiaxial,
disposto em quatro ordens
superpostas, em cada uma das
quais se elabora uma rubrica
diagnóstica.
110. O diagnóstico final sintetiza os
anteriores. Os planos diagnósticos são:
síndromes, constituição, disposições,
classe nosológica e fatores etiológicos
predominantes. Estes elementos
conformam um esquema pronto para
ser informatizado em um prontuário
eletrônico.
111. Quando se comparar capítulo ao
original, há de se constatar que
este autor tomou a liberdade de
fazer alguma pequenas mudanças,
com a esperança que, hoje, José
Otávio haveria de concordar com
elas.
112. 1. Diagnóstico Sindrômico
Sintetiza o quadro clínico atual do
paciente, através da descrição dos
sintomas e das síndromes clínicas que
apresente. Importa ressaltar seu
caráter descritivo amplo e a
importância de evitar, a todo custo,
qualquer preconceito
monossindrômico.
113. Devem ser diagnosticadas tantas
síndromes quantas forem
observadas diretamente,
resultarem de informações do
paciente ou de terceiros, ou que
surgirem de exames
complementares biológicos ou
psicológicos.
116. Devem ser diagnosticadas tantas
síndromes quantas forem observadas
diretamente, resultarem de
informações do paciente ou de
terceiros, ou que surgirem de exames
complementares biológicos ou
psicológicos.
Pode-se fazer um gráfico do curso da doença.
117. 2. Diagnóstico Constitucional
Definição do biótipo e de outros
elementos constitucionais como
infantilismo, traços acromegalóides,
biotipos displásicos, dissimetria facial e
outros elementos indicadores de
constituição corporal patogênica (como
a dissimetria corporal por tensão
muscular prolongada), últimos artelhos
atrofiados ou deformados.
118. 3. Diagnóstico de Componentes e
Elementos Disposicionais
Avaliação dos elementos etiológicos
conhecidos ou presumidos.Trata-ses de
assimilar condições objetivamente definidas
de reconhecido valor como fator
desencadeante, patogênico, ou patoplástico
em relação ao estado psicopatológico.
119. Entre outros possíveis são:
a) disposição psicótica em
parentes da mesma linhagem
(pais, avós, tios, irmãos);
a) disposição psicótica em outros
parentes;
a) disposição neuropática nos pais,
irmãos, tios, avós;
122. 4. Diagnóstico da(s) Categoria(s)
Etiopatogênica(s) Predominante(s)
Resultante da ponderação dos fatores
etiológicos (genético-constitucionais,
encefálicos, somáticos, sóciopsicogênicos
(atuais e pretéritos), estimando-se o(s)
que for(em) predominante(s).
123. Não esquecer que os antecedentes familiares
e pessoais fisiológicos e patológicos podem
ser muito valiosos nesse momento.
A definição deste diagnóstico pode ser:
I – enfermidade sóciopsicógena
(aguda, subaguda ou crônica);
II – enfermidade somatógena que inclui a
endotóxica (aguda ou crônica);
III – enfermidade encefalógena
(aguda ou crônica);
124. IV – enfermidade exotóxica (aguda ou
crônica, acidental ou intencional);
IV – enfermidade endógena
(aguda ou crônica);
V—enfermidade não-classificável
(aguda ou crônica).
Também aqui, há que evitar o preconceito
da doença única.