1) O documento discute os conceitos fundamentais da filosofia, incluindo definições de verdade, certeza, conhecimento comum, filosófico e científico.
2) São abordadas as principais correntes filosóficas como o materialismo, idealismo, realismo e fenomenismo, além de positivismo, antipositivismo e ecletismo.
3) O texto diferencia fenômeno e essência e discute a abordagem fenomenológica versus fenomenologista no conhecimento.
3. ObrigadoA propriedade essencial de
uma doença é sua
etiopatogenia, dado que
possibilita a classificacão
científica de doenças, como
fizeram Linneu e Leontiev com
a Biologia e a Química.
4. São quatro os obstáculos ao
conhecimento da verdade: a
frágil e indigna autoridade, o
costume, a opinião do povo
indouto e a própria ignorância
dissimulada por conhecimento
fictício
Rogério BACON (c1212-c1290)
5. Doença humana é uma afecção
danosa que compromete uma
pessoa, da qual se conhece ou,
ao menos tenha uma hipótese
razoável de sua etiopatogenia.
6. Primeiro, existiu o conhecimento
chamado comum.
Depois, surgiu a filosofia e esta
gerou todas as ciências fáticas
(naturais, do homem e da
sociedade) e formais
(matemática, lógica).
15. E que a busca da
verdade exige:
Esforço e dedicação,
modéstia e honestidade,
amor pela verdade e
liberdade (objetiva e subjetiva).
16. O que compromete a
liberdade
Superstição, ignorância,
interesses, desonestidade,
neurose,
alienação e subjugação
(objetiva e subjetiva).
17. Mas, sobretudo, a busca
da verdade exige:
Disciplina, racionalidade,
rigor e métodos confiáveis.
18. O conhecimento é a forma
pela qual alguém sabe sobre o
mundo e sobre si mesmo.
19. Existem três modos de conhecer:
- o conhecimento vulgar ou senso
comum,
- o conhecimento filosófico e
- o conhecimento científico.
20. O conhecimento consiste na
apropriação pelo sujeito
cognoscente de propriedades
do objeto que estiver sendo
conhecido por ele.
21. O conhecimento comum (senso vulgar,
senso comum): é mais ou menos
espontâneo, impreciso assistemático e
casual; superficial e associativo, auto-
contraditório e acrítico, fragmentário e
ametódico. É dirigido pelas
características formais e pela aparência
e impressão superficial das coisas e se
refere a objetos específicos.
22. Mescla opinião e crença, dados
cognitivos e afetivos; mas se caracteriza
por não ter compromisso com o rigor,
a exatidão, a comprobabilidade ou a
veracidade. É predominantemente
subjetivo e mesmo quando se refere a
fatos objetivos, sofre decisiva influência
da subjetividade, é acrítico, não inclui a
dúvida, nem qualquer outro critério de
verdade; é heterogêneo e contraditório
consigo mesmo.
23. O Conhecimento Vulgar não persegue
a coerência ou a objetividade de suas
informações entre si ou com o
restante do conhecimento, nem se
dirige pela confrontação com a
realidade, além de que valoriza mais os
elementos qualitativos que os
quantitativos de seu objeto de estudo
em seu modo de conhecer.
24. O conhecimento científico é estruturado
e adquirido sistematicamente acerca de
um objeto definido; voltado para ir além
das características da aparência, buscando
os elementos essenciais dos objetos
conceituais. Nas ciências, o
estabelecimento da causalidade deve fugir
a toda explicação aparente e superficial.
25. Cada ciência particular é uma teoria ou
um sistema de teorias a cerca de seu
objeto. Estrutura-se da forma para o
conteúdo, da aparência para a essência,
da simplicidade para a complexidade e
dos casos particulares para
generalidades cada vez mais amplas,
num processo permanente de
retroalimen-tação cognitiva.
26. Características identificáveis nas
ciências fáticas e em todas as suas
manifestações teóricas e práticas
(Bunge)
A noção de fato se refere ao que é dado
pela experiência (conhecimento
espontâneo, originado em ter sido vivido
pelo indivíduo cognoscente) ou pelos
sentidos (íntegradas através da senso-
percepção).
27. a) uma ciência fática sempre se limita aos
fatos (qualquer atividade científica se inicia
no estabelecimento dos fatos e está limitada
ao estudo destes fatos como acontecimentos
ou objetos reais, ainda que possam ser
objetivos ou subjetivos (mas, neste último
caso, devem ser objetiváveis), e dos
fenômenos que se dão nos fatos ou nas
relações entre eles), e sua elaboração e suas
conclusões não devem ultrapassar os fatos;
28. b) a atividade científica transcende os fatos
só em suas conclusões - por sua natureza, o
resultado da atividade científica se dirige
sempre para além dos fatos e objetos
estudados, assim, cria novos fatos e se
orienta para além dos eventos que lhes
acontecem, as ciências sempre buscam
explicação, origem e conseqüências dos
objetos e fenômenos que estuda;
29. c) toda ciência consiste em um corpo de
conhecimento fundamental e inicialmente
analítico de seu objeto (conhecimento iniciado
na evidenciação e nominação, segue pela
descrição e a explicação, trajetória lógica que vai
do simples ao complexo, do particular ao geral,
da forma ao conteúdo, da aparência à essência -
em busca de meios de quantificar e registrar
fielmente os fenômenos porque a exatidão da
descrição influi mais ou menos positivamente na
qualidade da explicação);
30. d) todo conhecimento científico é
especializado, porque se refere a um objeto
especial a um segmento da natureza, da
sociedade ou do pensamento humano
(apenas no sentido de que o conhecimento
científico e a investigação da ciência se
referem a um objeto específico e sempre
especificado, nunca a um método especial
ou, muito menos, a um especialista);
31. e) todo conhecimento científico deve ser
comunicável de forma clara e precisa,
da maneira a mais exata possível, tanto
no que diz respeito aos seus enunciados,
seus problemas, quanto à solução destes
problemas e às conclusões permitidas
por sua atividade;
32. f) para isto, a ciência necessita criar
sua própria linguagem inventando
símbolos para expressar seus conceitos
mais importantes e, muitas vezes, criar
uma sintaxe que lhe seja própria (mas
estes símbolos devem ser simples e ter
significado exato, preciso e serem
universalmente entendidos);
33. g) toda ciência ou conhecimento científico
deve ser verificável empiricamente e
criticável na prática e em teoria (suas
conclusões devem poder ser submetidas a
verificação ou comprovação mediante
experimentais ou lógicas que sejam
suficientes para comprovar seu teor de
verdade que, geralmente, se refere à sua
sintonia com a realidade);
34. h) o conhecimento científico é metódico,
sistemático e geral (seus procedimentos de
investigação devem atender às exigências da
metodologia científica, ser organizados como
um sistema teórico consistente e devem estar
voltados para descobrir o que há de geral e
essencial nos diversos níveis de com-plexidade
dos fenômenos que estuda e suas conexões
com os demais);
35. i) a ciência é legal (concretiza-se na
descoberta das leis que regem seu objeto
e permitam generalizar, seja este um
grande campo da natureza, do homem
ou da sociedade ou se resuma a um
único objeto ou fenômeno natural,
humano ou sócio-cultural);
36. j) o conhecimento científico é
explicativo e preditivo (não se
contenta com descrever, mas visa
explicar e prever, ainda que sua
explicabilidade e previsibilidade
sejam relativas e provisórias);
37. l) a ciência é aberta, um saber público
(sem barreiras "a priori") e deve poder ser
adquirido e aceito (não dependendo de
iniciação ou capacitação sistemática, ao
contrário das profissões, podendo ser
estudado, conhecido, verificado e
praticado por todos, como um
conhecimento público e um sistema de
saber aberto que a ciência é);
38. m) toda ciência é útil, porque busca
a verdade e a emprega não apenas
para prever e explicar o mundo, mas
para modificá-lo, de modo a atender
às necessidades humanas.
39. O conhecimento filosófico deve ser
considerado uma forma radical e rigo-
rosamente diferente do conhecimento
vulgar e do científico. Um saber
valora-tivo de construtos não sujeitos
à observação ou à experimentação
que abrange a totalidade universal
desses, até suas causas e
conseqüências últimas. Ocupa-se da
essência e do valor de tudo que
existe no mundo..
40. Sumo dos
Critérios de Cientificidade
Exatidão
Objetividade e Especificidade,
Verificabilidade e Sistematicidade,
Fidedignidade e Validade,
Reprodutibilidade.
41. O conhecimento filosófico, ou
ciência das generalidades,
caracteriza-se pela extensão
ilimitada de seu objeto.
Generaliza e valoriza sobre tudo
o que existe. É o saber mais
extenso e válido possível e
sempre destinado a ser
empregado em benefício da
humanidade.
42. O pragmatismo (ou utilitarismo)
supõe que o conhecimento só
deva ser tido como verdadeiro se
for útil aos propósitos para os
quais estiver sendo elaborado. É a
utilidade (ou pragmaticidade) que
sustenta a validade de qualquer
conhecimento.
43. A Metodologia da Filosofia atual
está dividida em 3 grandes
tendências doutrinárias:
√ os positivismos,
√ os antipositivismos e
√ os ecletismos
44. Os positivismos caracterizam-se por:
1) objetivismo;
2) negam influência à subjetividade;
3) o conhecimento é só a descrição
generalizadora de fatos;
4) emprega só a investigação quantitativa (a
observação e o experimento);
5) expressam posição cientificista (centrada
no método científico quantificado), são
agnósticos ou idealistas subjetivos; e
6) recusam a explicacão e a previsão.
45. •Os antipositivismos se caracterizam por:
•1) recusam o positivismo;
•2) julgam o conhecimento baseado na inter-
pretação dos fatos pelo sujeito (individual
ou/e social);
•3) negam o conhecimento como reflexo ou
cópia da realidade objetiva, mas construção;
•4) pretendem que só a elaboraçao teórica
ou interpretação dos fatos lhes dá sentido;
•5) preferem a investigação qualitativa, mas
alguns combinam-na com a quantitativa;
46. • 5) os antipositivistas, em geral, expressam
as posições do humanismo idealista ou
verbalista, centrados na problemática
subjetiva ou social do ser humano.
•6) na sociologia são principalmente os
construtivistas e na psicologia, os
psicoanalistas ortodoxos.
47. O humanismo científico, sintetizador ou
materialista tem as seguintes características:
1) o C está baseado na unidade da teoria e
da prática, da reflexão racional com a
observação dos fatos, da elaboração racional
do investigador com a verificação empírica;
2) o conhecimento é objetivo, reflejo,
imagem ou síntese da realidade objetiva que
existe fora da consciência;
3) valoriza tanto a elaboração teórica quanto
a verificação empírica;
48. 4) os materialismos e o
humanismo científico se
caracterizam pela harmonia e
integração do humanismo (seja
realista, materialista emergentista
em Bunge ou dialético em Marx).
50. O materialismo gnosiológico (ou
realismo) sustenta que todo
conhecimento se refere à
matéria ou a algum produto ou
qualidade da matéria ou
atribuído a ela.
51. O “materialismo” ético sustenta
que todo comportamento dessa
qualidade objetiva a valores
materiais.
52. O materialismo dialético. Desde Marx, a
posição dialética sobre a cognoscibilidade
distingue: as totalidades de seus
segmentos particulares, as coisas de suas
relações, o fenômeno (aparência) da
essência, a forma do conteúdo e
relacionar a modalidade de
conhecimento com o critério de verdade
empregado em sua aferição.
O materialismo emergente (Bunge).
53. Enquanto os positivistas (empiristas,
prag-matistas e fenomenistas) dirigem
sua atenção para os objetos materiais, o
pensamento dialético se dirige para as
relações entre eles.
E mais, os positivistas só admitem que o
conhecimento provenha dos sentidos.
54. Denomina-se fenômeno à maneira pela
qual uma coisa se apresenta aos
sentidos (sua aparência, as informações
sensoriais que comunica ao
observador), enquanto a essência se
refere às sua propriedades e relações
essenciais daquela coisa (objeto ou
processo).
55. Diferentemente fenômeno, a maneira
pela qual uma coisa se apresenta aos
sentidos (sua aparência, as informações
sensoriais que comunica ao
observador), a essência se refere às sua
propriedades e relações essenciais
(daquele objeto material ou construto).
Aquilo que faz aquele objeto material
ou conceitual ou material ser o que é.
56. A fenomenologia (emprego deste
conceito na elaboração do
conhecimento) deve ser
diferenciada do fenomenologismo
(exagero, superestimação ou
exclusividade dos procedimentos
fenomenológicos para conhecer).
57. Para os materialistas existem três
critérios de verdade:
•o critério ideal (coerência das
proposições),
•o critério fático (compatibilidade
com a realidade) e o
•o critério convencionado.
58. Definição de Filosofia
Filosofia é o modo de conhecer que se
ocupa das regularidades universais. É o
conhecimen-to sistemático que objetiva a
formulação, a análise e a solução das
principais questões de concepção do
mundo, da sociedade e do homem (inclusive
sua subjetividade), configu-rado
harmoniosamente como uma visão teórica
coesa e unitária sobre o universo e o lugar
que o homem ocupa nele.
59. O conhecimento filosófico abrange
uma visão do mundo (cosmologia)
que inclui uma visão da sociedade e
da sociedade e do homem (sócio-
antropologia), inclusive do seu
conhecimento (epistemologia) e dos
processos racionais (lógica).
•E a Psicologia?
60. Disciplinas Filosóficas
Cosmologia (concepção do mundo),
Antropologia (teoria do H. da
humanidade), Ontologia, teoria do objeto
(ou do ser, metafísica),
Gnosiologia, teoria do conhecimento,
Lógica, teoria racional e
Metodologia teoria do método.
E a ética?
61. A ontologia estuda a origem, a essência, a
causa primeira do cosmos, da vida e do
pensamento (tudo o que existe). O
termo permite referir o processo
filosófico de estudar o objeto do
conhecimento; neste caso, como aqui, o
estudo ontológico de uma ciência é o
estudo de seu objeto (sua definição e sua
objetividade). Não é possível pensar em
ciência ou qualquer atividade científica
sem ter bem clara a noção de seu objeto
62. A gnosiologia, teoria do conhecimento
ou epistemologia, é a disciplina filosófica
que estuda o conhecimento em geral,
inclusive o conhecimento científico, a
verdade, o erro; a teoria do
conhecimento é o estudo do como se
conhece, dos processos utilizados para
conhecer. É com a gnosiologia ou
epistemologia que se definem as grandes
diretrizes do pensamento científico.
63. A metodologia ou teoria dos
procedimentos operatórios destinados a
construir o conhecimento científico, suas
exigências de veracidade - a metodologia
– inclui a metodologia filosófica quanto a
científica. pode ser incluída como da
lógica na maioria das sistematizações.
(Destacada aqui por sua importância
relativa para o tema central deste
trabalho - a fundamentação científica da
Medicina e da psiquiatria).
64. A teoria da arquitetura lógica do
pensamento, da elaboração racional das
idéias, sobretudo do manejo dos juízos,
referida simplesmente como lógica
(inclusive a lógica matemática, a lógica
formal, a lógica dialética) que preside a
construção dos conceitos, das
categorias, das proposições e das
teorias científicas.
65. 1. Materialista. Todo que existe
realmente, dentro ou fora do sujeito, é
material, concreto. As propriedades
não existem por si, são possuídas por
objetos concretos ou conceituais.
Tampouco há idéias autônomas: todas
são processos cerebrais. Ex, um
número não existe na natureza nem na
sociedade; só existe por ser pensado
por alguma pessoa.
66. 2. Sistemista. Tudo que
existe • seja concreto,
conceitual ou semiótico, é
um sistema ou componente
de algum sistema.
68. 4. Dinamicista. Todo que
existe realmente muda. Só
os objetos conceituales (por
exemplo, matemáticos) são
imutáveis, porém o são por
convenção.
69. 5. Realista. O mundo
exterior ao sujeito
cognoscente existe
independentemente deste e
é cognoscível, ao menos
parcial gradual e
provisoriamente.
70. 6. Cientificista. A melhor maneira de
investigar como são as coisas, naturais,
sociais, artificiais ou conceituais, é adotar o
método científico. E a melhor maneira de
avaliar os princípios filosóficos é exibir sua
compatibilidade com a ciência e a técnica
do momento; seja seu valor heurístico na
investigação científica ou técnica, seja seu
valor no desenho de políticas que objetivem
o melhoramento da qualidade da vida.
71. 7. Racioempirista. Combina dos
constituintes válidos do
racionalismo e do empirismo.
Filosofia que aspira ser clara,
coerente e hipotético-
dedutiva, enquanto põe suas
hipóteses á prova dos fatos.
72. 8. Exata. Tenta exatificar
idéias intuitivas interessantes,
ou seja, convertê-las em
idéias que tenham forma
lógica ou matemática precisa.
73. 9. Agatonista. Não há direito sem
dever, nem dever sem direito. O
máximo princípio moral deberia ser
«Goza a vida e ajuda a viver».
Combinação de egoísmo com
altruismo, de utilitarismo com
deontologicismo, e de cognitivismo
com emotivismo.