O documento discute a história da educação no Brasil, desde os povos indígenas originais até a chegada dos jesuítas. Apresenta o contexto histórico que levou à criação da Companhia de Jesus durante a Contra-Reforma, com a missão de combater o avanço do protestantismo e catequizar regiões sob o poder do Vaticano. Destaca que a presença dos jesuítas no Brasil deu contribuição significativa à educação nacional nas colônias, apesar de possíveis críticas aos seus mé
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UNIDADE 2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL I
Olá aluno (a)!!!
Após fazermos um resgate histórico sobre os primórdios da educação e vermos como os processos educativos foram
idealizados com o objetivo de suprir as necessidades emergentes das sociedades, agora iremos estudar sobre a história da
educação no Brasil.
O objetivo deste estudo é perceber como a educação brasileira desenvolveu-se a partir de seu contexto social,
econômico, político e cultural e de que forma esta caminhada histórica constituiu-se em adequações estruturais e respostas
a estes condicionantes históricos.
Os temas abordados neste capítulo seguirão linearmente as várias fases da história do Brasil. Trataremos sobre a
educação indígena, a inserção da missão jesuítica no Brasil, as mudanças na educação a partir da vinda da família real, as
consequências da expulsão dos jesuítas para a educação brasileira, a educação no Brasil república e a educação nos dias
atuais.
Este estudo diacrônico da história da educação brasileira é importante para sua formação como Técnico em
Multimeios Didáticos, pois lhe possibilita ter uma compreensão mais ampla sobre a área na qual você trabalhará.
Veja que a educação é um processo histórico que recebe influências de vários fatores e sua atual estruturação reflete
os elementos desta caminhada. A presença dos multimeios didáticos nos atuais processos e instituições educativas reflete o
nosso atual contexto tecnológico no qual se tornou imprescindível a presença de novas tecnologias no processo ensino-
aprendizagem.
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Esperamos que estes conteúdos possam conceder a você uma visão mais ampla sobre a história da educação e
possibilitem uma mais acurada apreciação sobre a construção dos processos educativos com vistas à preservação da cultura
e desenvolvimento humano.
Fique atento às várias oportunidades de aprendizagem, aprofundamento dos conteúdos, reflexões sobre os tópicos
desenvolvidos e oportunidades de avaliação do processo educativo. Os ícones abaixo sempre levarão vocês para novas
experiências no maravilhoso mundo do saber.
Bons estudos!!!
Proº Dr. Israel Serique dos santos
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2.1 O CONTEXTO HISTÓRICO
2.1.1 A criação da Companhia de Jesus
Para entendermos a presença e trabalho da missão jesuíta no Brasil, é preciso, primeiramente, entender em que
contexto histórico ela foi criada e com que propósito ela recebeu a benção papal para realizar suas atividades educativas.
Desde a conversão de Constantino (quarto século) até o século 14, a igreja cristã foi a instituição que mais influência
exerceu no contexto mundial. As questões econômicas, sociais, políticas, morais, éticas, educação e até mesmo a produção
científica estavam atreladas ao controle e determinação papal. Neste tempo, reis eram empossados a partir da benção da
santa sé; os mosteiros, igrejas e seminários constituem-se em verdadeiros centros acadêmicos e de cultura; e as bulas papais
determinavam a fé e a prática das nações que estavam sob a benção de Roma.
Entretanto, a partir do final do século XIV iniciou-se um movimento cultural de resgate, valorização e leitura dos textos
antigos dos filósofos gregos e escritores romanos. O resgate da antiguidade clássica resultou em novas percepções do
mundo, para além dos dogmas da Igreja Católica e sua cosmovisão.
Neste contexto, a visão teocêntrica enfatizada pela Igreja foi sendo paulatinamente questionada e substituída por uma
visão mais humanista da vida e do mundo. Nesta nova cosmovisão, o homem era visto como detentor de seu destino e a
natureza como realidade a ser desvendada pela razão humana.
A partir da suspeição e mudança dos antigos paradigmas estabelecidos pela igreja, a
sua própria estrutura administrativa e corpo teológico também foram sendo objeto de
questionamentos. Neste contexto, setores da igreja e políticos da época deram o suporte
necessário para a deflagração da Reforma Protestante, movimento reformista da igreja que
teve entre seus grandes representantes o monge dominicano Martinho Lutero, o qual, em 31
de outubro de 1517, afixou na porta da abadia de Wittenberg suas 95 teses, questionando
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várias questões nas quais a igreja da época estava envolvida e com as quais ele não
concordava.
Deste movimento, vários grupos dissidentes surgiram, espalharam-se pela Europa e receberam apoio de parcela dos
reis e príncipes que desejavam sair da forte influência da igreja em assuntos econômicos e políticos. Nascido em ambiente
renascentista e humanista, o protestantismo caracterizou-se como sendo um movimento religioso com forte valorização a
educação. Seus líderes incentivavam a população ler a Bíblia, abriram escolas e alguns estiveram diretamente envolvidos
com a tradução da bíblia para a língua vernacular.
Diante deste quadro, surgiu no seio da Igreja católica a Contra-reforma, também denominada de Reforma Católica e
Renascença Católica. Entre as várias ações e políticas desenvolvidas por Roma para tentar impedir o avanço do
protestantismo, decidiu-se pela criação da Companhia de Jesus como meio de impedir o desenvolvimento do
protestantismo, levar a fé católica aos pagãos e catequisar as regiões que estavam sob o poder da Santa Sé. Segundo Piggin,
A Companhia de Jesus (jesuítas), incorporada e, 1540, foi a mais notável das novas ordens de sacerdotes
reformados (clérigos regulares) que viviam entre os fiéis ao invés de se confinarem em mosteiros. Outras
ordens incluíam os tetinos (1524), os somascos (1532) e os barnabitas (1534). O fundador dos jesuítas,
Inácio de Loyola, procurou preparar seus seguidores para uma vida de serviço triunfante e de dedicação
heroica por meio dos seus Exércitos Espirituais, uma série de meditações práticas. Os jesuítas ministravam
aos pobres, educavam meninos e evangelizavam os pagãos (1993, v. 1, p 348).
Segundo Champlin (2001, V. 3, p. 301), líder religioso espanhol, Inácio de Loyola
nasceu em Loyola, em Azpeitia, na região basca da Espanha. Em sua vida religiosa passou por
várias comunidades, servindo como pajem. Sua biografia o aponta como homem de profunda
espiritualidade e tino de liderança.
No início da juventude, serviu as forças militares e foi ferido em uma das campanhas.
Em sua recuperação, entrou em contato com várias obras a respeito de Cristo e dos santos,
as quais lhes inspiraram à vida religiosa com mais afinco e tornar-se um soldado de Cristo.
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Durante onze anos, viveu na Europa e ocupou-se em seu aprimoramento intelectual, através de estudos diligentes e
se formou como mestre. Juntamente com outros amigos, com os quais partilhava os mesmos ideais, apresentou ao papa
Paulo II aquilo que denominaram de Companheiros de Jesus.
No dia 27 de setembro de 1540, o papa Paulo II aprovou a criação da ordem e os chamados jesuítas receberam a
bênção papal para realizarem a obra contra-reformista. Entre as várias características deste grupo podemos citar a ênfase na
simplicidade da vida, a prática da caridade, disposição plena para qualquer serviço religioso e a estrita obediência à Igreja.
Embora criada em ambiente de oposição ao protestantismo, a Companhia de Jesus deu forte ênfase ao trabalho
missionário entre as nações estrangeiras. O próprio líder da ordem, Inácio de Loyola, não se envolveu diretamente no
trabalho de oposição aos grupos protestantes emergentes. De todas as obras que os jesuítas realizaram nas nações
estrangeiras, aquela com a qual eles são geralmente lembrados é a educação.
A presença desta ordem no Brasil deu significativa contribuição aos primórdios da educação nacional. Embora se
possam fazer reflexões críticas sobre os métodos, objetivos e ações realizadas pelos jesuítas na implantação de seu trabalho
missionário no Brasil, o certo é que a compreensão da história dos processos educativos em nossa nação passa,
obrigatoriamente, pelo entendimento de sua presença nos espaços educacionais no tempo do Brasil colônia.
Os jesuítas
https://www.youtube.com/watch?v=LG1-K3ltqS8
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A partir do final do século XIV, iniciou-se um movimento cultural de resgate, valorização e leitura dos
textos antigos dos filósofos gregos e escritores romanos. O resgate da antiguidade clássica resultou em novas
percepções do mundo, para além dos dogmas da Igreja Católica e sua cosmovisão.
Neste contexto, setores da igreja e políticos da época deram o suporte necessário para a deflagração da
Reforma Protestante.
O protestantismo caracterizou-se como sendo um movimento religioso com forte valorização a
educação. Seus líderes incentivavam a população ler a Bíblia, abriram escolas e alguns estiveram diretamente
envolvidos com a tradução da bíblia para a língua vernacular.
Surgiu no seio da Igreja católica a Contra-reforma, também denominada de Reforma Católica e
Renascença Católica. Entre as várias ações e políticas desenvolvidas por Roma para tentar impedir o avanço do
protestantismo, decidiu-se pela criação da Companhia de Jesus como meio de impedir o desenvolvimento do
protestantismo, levar a fé católica aos pagãos e catequisar as regiões que estavam sob o poder da Santa Sé.
No dia 27 de setembro de 1540, o papa Paulo II aprovou a criação da ordem e os chamados jesuítas
receberam a bênção papal para realizarem a obra contra-reformista. Entre as várias características deste grupo
podemos citar a ênfase na simplicidade da vida, a prática da caridade, disposição plena para qualquer serviço
religioso e a estrita obediência à Igreja.
A presença desta ordem no Brasil deu significativa contribuição aos primórdios da educação nacional.
A compreensão da história dos processos educativos em nossa nação passa, obrigatoriamente, pelo
entendimento de sua presença nos espaços educacionais no tempo do Brasil colônia.
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2.1.2 Os Índios no Brasil
Embora alguns escritores prefiram descrever e analisar a história da
educação no Brasil a partir da chegada de Pedro Álvares Cabral ou da vinda da
missão jesuíta em nossa nação, entretanto, considerando que os índios já
habitavam por aqui a muitos séculos, e que os mesmos possuíam um riquíssimo
cabedal de conhecimento e uma estrutura social que permitia as novas gerações
se apropriarem dos conhecimentos e técnicas de seus antepassados, é possível
afirmar que a história da educação no Brasil está essencialmente ligada à história
destes seus primeiros habitantes.
Em sua obra O povo brasileiro, Darcy Ribeiro (1995) disserta sobre o tipo de
gente que os portugueses encontraram quando chegaram ao Brasil. Segundo este
autor, o litoral brasileiro era habitado principalmente por índios da matriz Tupi.
Estes já haviam se instalado neste território a alguns séculos antes e estavam em
processo de expulsar os antigos habitantes do literal, pertencentes a outras
matrizes culturais.
O tamanho da obra a ser realizada pelos jesuítas e os obstáculos a serem
transpostos para sua realização podem ser melhor avaliados quando levamos em
conta a população indígena de 1 milhão, dividida em dezenas de grupos tribais
(FERNADES apud DARCY, 1995, p. 31).
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5d/Meirelles-
primeiramissa2.jpg/784px-Meirelles-primeiramissa2.jpg
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Neste tempo, os Tupis já apresentavam certa evolução no trabalho agrícola, uma vez que já tinham dominado o
cultivo da mandioca, do milho, batata-doce, urucu, abacaxi etc. O cultivo destas plantas vinha acompanhado pela prática do
roçado, realizado com a derrubada e queima de árvores para o plantio (RIBEIRO, 1995, p. 31).
Além do trabalho agrícola, os índios também conseguiam manter a
subsistência por meio da caça e da pesca, duas tarefas com as quais eles estavam
familiarizados desde a infância e que traziam consigo elementos religiosos e
valores sociais como a coragem, a valentia, a força, a liderança etc. Embora
possuísse um contingente considerável de pessoas, a sociedade indígena era
relativamente simples. Entre os elementos da comunidade, destacavam-se os
líderes religiosos (pajés e caraíbas) e os chefes (tuxáuas).
Na medida em que as cartas chegavam à metrópole trazendo as
informações sobre a nova terra colonizada e seus habitantes primitivos, várias
imagens, interpretações e juízos eram feitos a respeito da população indígena do
Brasil. Cada análise e sentença nada mais era do que a simples manifestação dos
valores europeus sobre os selvagens que deveriam se conformar aos padrões
civilizados dos colonizadores, por meio da aceitação da catequese realizada pelas
ordens religiosas.
Ao lado, perceba como Oliveira e Freire descrevem o processo de
qualificação dos Tupis e dos “Tapuios” através das obras de Eckhout. A
diferenciação qualitativa tinha um viés claramente político e ideológico. Aqueles
índios que se submetiam ao poder de mando do colonizar e assimilavam a cultura
europeia eram tidos como trabalhadores, pacíficos e dados à vida familiar.
Entretanto, aqueles que não se deixavam cooptar pela política de exploração dos
OS OLHARES DOS COLONIZADORES
“Na pintura religiosa renascentista o índio, uma vez
submetido aos valores cristãos, tornou-se
humanizado. O pintor holandês Albert Eckhout
representou essa ruptura conceitual na sua obra:
nos quadros que retratam índios Tupis e “Tapuios”,
os índios “aliados” eram pacíficos, trabalhadores,
tinham família, andavam vestidos (foram
“domesticados”), estavam acessíveis ao trabalho
cotidiano, enquanto os índios “bravos” (bárbaros)
eram antropófagos que andavam nus, carregando
despojos esquartejados como alimentação e
guerreavam os colonizadores” (OLIVEIRA, FREIRE,
2006, p. 29).
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colonizadores civilizados, eram descritos como selvagens, perigosos, e, portanto,
justificavelmente passíveis de serem escravizados e mortos.
Estes dois lados do processo colonizador europeu no Brasil vinha
acompanhado por uma realidade paradoxalmente intrigante. A população
indígena no período de 1500 contava com considerável número de etnias e aldeias
com visível possibilidade de fazer uma maior resistência contra os inimigos em
comum. Entretanto, como afirma Ribeiro,
Apesar da unidade linguística e cultural [...] os índios do tronco tupi não puderam jamais unificar-se numa
organização política que lhes permitisse atuar conjugadamente. Sua própria condição evolutiva de povos de
nível tribal fazia com que cada unidade étnica, ao crescer, se dividisse em novas entidades autônomas que,
afastando-se umas das outras, iam se tornando reciprocamente mais diferenciadas e hostis [...] os Tupi só
conseguiram estruturar efêmeras confederações regionais que logo desapareceram. A mais importante
delas, conhecida como Confederação dos Tamoios, foi ensejada pela aliança com os franceses instalados na
baía de Guararapes (1995, p. 32,33).
A partir desta realidade, é possível dizer que a própria divisão e antagonismo entre as tribos contribuíram
consideravelmente para a implantação do projeto de exploração e dominação dos colonizadores. De fato, os índios foram os
meios e os objetos de um plano de poder que dizimou muitas vidas e submeteu outras ao sistema de escravidão e
expropriação.
Hiperlinks de Texto
A presença indígena na formação do Brasil
http://trilhasdeconhecimentos.etc.br/livros/arquivos/ColET13_Vias02WEB.pdf
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Considerando que os índios já habitavam por aqui a muitos séculos, e que os mesmos possuíam um
riquíssimo cabedal de conhecimento e uma estrutura social que permitia as novas gerações se apropriarem dos
conhecimentos e técnicas de seus antepassados, é possível afirmar que a história da educação no Brasil está
essencialmente ligada à história destes seus primeiros habitantes.
No tempo da colonização, os índios da matriz Tupi já haviam se instalado neste território a alguns séculos
antes e estavam em processo de expulsar os antigos habitantes do literal, pertencentes a outras matrizes
culturais.
Os Tupis já apresentavam certa evolução no trabalho agrícola, uma vez que já tinham dominado o cultivo
da mandioca, do milho, batata-doce, urucu, abacaxi etc.
Embora possuísse um contingente considerável de pessoas, a sociedade indígena era relativamente
simples. Entre os elementos da comunidade, destacavam-se os líderes religiosos (pajés e caraíbas) e os chefes
(tuxauas).
Cada análise e sentença sobre os índios brasileiros nada mais era do que a simples manifestação dos
valores europeus sobre os selvagens que deveriam se conformar aos padrões civilizados dos colonizadores, por
meio da aceitação da catequese realizada pelas ordens religiosas.
Aqueles índios que se submetiam ao poder de mando do colonizar e assimilavam a cultura europeia eram
tidos como trabalhadores, pacíficos e dados à vida familiar. Entretanto, aqueles que não se deixavam cooptar
pela política de exploração dos colonizadores civilizados, eram descritos como selvagens, perigosos, e, portanto,
justificavelmente passíveis de serem escravizados e mortos.
A própria divisão e antagonismo entre as tribos contribuíram consideravelmente para a implantação do
projeto de exploração e dominação dos colonizadores. De fato, os índios foram os meios e os objetos de um
plano de poder que dizimou muitas vidas e submeteu outras ao sistema de escravidão e expropriação.
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2.2 A MISSÃO JESUÍTA NO BRASIL
2.2.1 A Companhia de Jesus no Brasil e a Educação Indígena
A Companhia de Jesus, cujo os seus participantes eram chamados de jesuítas, chegou
ao Brasil em 1549, com Tomé de Souza. Sob a liderança do padre Manuel da Nóbrega, os
jesuítas criaram a primeira escola elementar em solo brasileiro. A partir deste marco
importante da educação no Brasil, esta ordem religiosa desenvolveu várias atividades
educacionais e religiosas como:
a. Catequese dos indígenas;
b. Ensino de novas técnicas de plantação, cultivo de frutas e legumes e manejo
da terra para os indígenas;
c. Ensino de artesanato;
d. Criação de escolas;
e. Fundação de seminários;
f. Elaboração de um dicionário português-tupi pelo padre José de Anchieta.
Considerando o grande desafio da Companhia de Jesus, seus religiosos eram
submetidos a uma rigorosa formação sob a orientação das regras do Ratio Studiorum.
Os jesuítas
https://www.youtube.com/watch?v=ic28PaXiM14
Os jesuítas
https://www.youtube.com/watch?v=HGr_MQMWPfY
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Segundo Franca (apud ARANHA, 2006, p. 136,137), o Ratio Studiorum deveria ser desenvolvido
através de algumas regras áureas, a saber:
a. A associação entre as virtudes sólidas e a ênfase no preparo intelectual esmerado.
b. Rejeição de assuntos que não faziam parte da crença oficial da igreja e distanciamento daqueles assuntos
polêmicos.
c. A necessidade do uso da repetição como forma de fixação dos assuntos estudados.
d. Afirmação da necessidade da ordem nos espaços nos quais os processos educativos eram desenvolvidos.
e. O uso da preleção nos autores antigos como meio de aprendizagem.
Estas normas evidenciam que a formação dos jesuítas trazia sem seu bojo um forte compromisso para com a Igreja
Católica e a manutenção de suas estruturas. Os escritores modernos da época eram rejeitados devido a possíveis
pensamentos contrários a fé e ao sistema organizacional da igreja.
Devido aos conflitos com os colonizadores, os jesuítas decidiram por organizar algumas missões e continuar sua obra
catequética. Nestas estruturas, a Companhia de Jesus tanto catequisou como educou parcela significativa de indígenas que
estava sob sua tutela.
FONTE:http://1.bp.blogspot.com/-XeWYHq2AZxk/TzPmRfDoZqI/AAAAAAAACjg/S2EiNwP154I/s1600/Redu%C3%A7%C3%A3o+Jesuitica.jpg
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O trabalho dos jesuítas no Brasil até hoje tem sido motivo de debates. Representantes do poder papal nas colônias
portuguesas, a Companha de Jesus ainda hoje tem sido objeto de críticas e apontamentos positivos.
A partir desta constatação, Aranha (2006, p. 141) propõe olhar esta atividade colonizadora-missionária-educativa pela
perspectiva daqueles que a realizaram. Segundo se pensava no século 16, o cristianismo e a cultura europeia representavam
o que mais elevado a humanidade havia produzido. Os povos colonizados eram tidos como “sem lei”, “rudes” e “sem fé”.
Por isso, a Companhia de Jesus tinha sobre os seus ombros o mandato divino de contribuir como o processo civilizatório,
anunciar o Evangelho e conformar os povos à moralidade e religião cristã.
Com estes objetivos, o trabalho destes religiosos no Brasil foi dirigido
especial em direção aos índios. Tendo iniciado suas atividades catequéticas e
percebendo que os índios adultos possuíam não poucas reservas a nova fé e estilo
de vida, os jesuítas ampliaram seus esforços no trabalho com as crianças
(curumins), por considerarem que as mesmas ainda não estavam sob forte
influência do pajé e que, portanto, assimilação de uma nova cultura seria mais
fácil.
No início do sistema educacional jesuíta curumins e filhos de colonizadores
aprendiam a ler e escrever no mesmo espaço e atividades educativas. Neste
contexto, a figura do padre Anchieta destacou-se por suas ações pedagógicas de
uso do teatro, da música, poesia e diálogo em versos (ARANHA, 2006, p. 141). Esta
variedade de meios didáticos lúdicos facilitou o trabalho educacional realizado
pelos jesuítas.
Para facilitar a comunicação com os índios e o processo ensino-aprendizagem os missionários jesuítas aprenderam a
língua tupi; entretanto, muitos colonizadores consideraram este procedimento inadequado por contribuir para a
desvalorização da língua portuguesa.
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Pela análise do processo colonizador português e das atividades missionárias da Companhia de Jesus no Brasil é
possível dizer que as nações indígenas sofreram as mais variadas influências, perseguições, pressões e expropriações. De um
lado havia o ideário do povo europeu de ajustar os povos colonizados a sua cultura. Os índios neste contexto deveriam por
de lado seus valores e hábitos rudimentares e abraçar a cosmovisão europeia e seu modo de viver.
Paralelos aos interesses civilizatórios europeus, a Igreja Católica via nos
índios aqueles que deveriam aderir à fé cristã. Seus costumes pagãos deveriam ser
deixados de lado em prol de valores espirituais, morais e éticos mais elevados.
Vivendo em um mundo mágico e arrodeado de espíritos e sob as superstições
ensinadas pelos pajés, os índios deveriam se converter ao cristianismo e ter suas
vidas orientadas pelos ensinos bíblicos, sob a chancela da igreja.
Além destas duas questões, os índios também foram fortemente perseguidos pelos colonizadores, os quais desejam
fazer destes mão de obra escrava. A partir deste objetivo, centenas de tribos foram expropriadas e queimadas, índios foram
mortos e tantos outros morreram em contato com as enfermidades tidas como próprias do homem branco.
Escravidão Indígena
https://www.youtube.com/watch?v=_gbtTeEmy40
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A Companhia de Jesus, cujo os seus participantes eram chamados de jesuítas, chegou ao Brasil em 1549, com Tomé de Souza. Sob a
liderança do padre Manuel da Nóbrega,
Esta ordem religiosa desenvolveu várias atividades educacionais e religiosas como: a. Catequese dos indígenas; b. Ensino de novas
técnicas de plantação, cultivo de frutas e legumes e manejo da terra para os indígenas; c. Ensino de artesanato; d. Criação de escolas; e.
Fundação e seminários; f. Elaboração de um dicionário português-tupi pelo padre José de Anchieta.
O Ratio Studiorum deveria ser desenvolvido através de algumas regras áureas, a saber: a. A associação entre as virtudes sólidas e a
ênfase no preparo intelectual esmerado. b. Rejeição de assuntos que não faziam parte da crença oficial da igreja e distanciamento daqueles
assuntos polêmicos. c. A necessidade do uso da repetição como forma de fixação dos assuntos estudados. d. Afirmação da necessidade da
ordem nos espaços nos quais os processos educativos eram desenvolvidos. e. O uso da preleção nos autores antigos como meio de
aprendizagem.
A formação dos jesuítas trazia sem seu bojo um forte compromisso para com a Igreja Católica e a manutenção de suas estruturas.
Devido aos conflitos com os colonizadores, os jesuítas decidiram por organizar algumas missões e continuar sua obra catequética.
Segundo se pensava no século 16, o cristianismo e a cultura europeia representavam o que mais elevado a humanidade havia
produzido. Os povos colonizados eram tidos como “sem lei”, “rudes” e “sem fé”. Por isso, a Companhia de Jesus tinha sobre os seus
ombros o mandato divino de contribuir como o processo civilizatório, anunciar o Evangelho e conformar os povos à moralidade e religião
cristã.
Os jesuítas ampliaram seus esforços no trabalho com as crianças (curumins), por considerarem que as mesmas ainda não estavam sob
forte influência do pajé e que, portanto, assimilação de uma nova cultura seria mais fácil.
No início do sistema educacional jesuíta, curumins e filhos de colonizadores aprendiam a ler e escrever no mesmo espaço e atividades
educativas
Para facilitar a comunicação com os índios e o processo ensino-aprendizagem os missionários jesuítas aprenderam a língua tupi;
entretanto, muitos colonizadores consideraram este procedimento inadequado por contribuir para a desvalorização da língua portuguesa.
Os índios também foram fortemente perseguidos pelos colonizadores, os quais desejam fazer destes mão de obra escrava. A partir
deste objetivo, centenas de tribos foram expropriadas e queimadas, índios foram mortos e tantos outros morreram em contato com as
enfermidades tidas como próprias do homem branco.
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2.2.1 A Companhia de Jesus no Brasil e a Educação da Casa-grande
Além de trabalharem com a catequese e a educação básica dos índios, os
jesuítas deram especial atenção aos filhos dos colonizadores, os quais recebiam
formação educacional acima da prática da leitura e escrita. Esta situação era algo
vantajoso tanto para a elite da colônia imperial como também para os jesuítas.
Quanto aos interesses dos colonos, é preciso lembrar que a cultura familiar
portuguesa dava grande valor à formação dos filhos daqueles que pertenciam às
famílias tradicionais. A continuidade do patrimônio e do nome da família dependia
da boa formação da nova geração. Por isso, os donos da casa-grande cuidavam
para que seus filhos tivessem a educação necessária para estes objetivos. Segundo
Aranha,
Era tradição das famílias portuguesas orientar seus filhos para
diferentes carreiras. O primogênito herdava o patrimônio do pai
e continuava seu trabalho no engenho; o segundo, destinado
para as letras, frequentava o colégio, muitas vezes concluía os
estudos na Europa; o terceiro encaminhava-se para a vida
religiosa (2006, p. 143).
Estes interesses da elite colonial abriam oportunidades para os planos das
ordens religiosas. Eram os jesuítas que educavam os filhos dos colonizadores e,
por esta proximidade, aproveitam de sua influência sobre seus alunos para
alcançarem seus interesses. Neste contexto, analisando-se a citação acima, é
possível dizer que os jesuítas obtinham maior influência sobre aqueles que
realizavam seus estudos nas letras e nos estudos teológicos.
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A formação educacional jesuíta, em linhas gerais, oferecia as seguintes
oportunidades de estudos:
a. Aprendizagem da leitura e escrita.
b. Cursos após a leitura escrita: Letras humanas, Filosofia e Ciência (ou artes), Teologia e ciências sagradas.
c. Curso de grau médio em humanidades.
d. Curso de grau superior em artes e Teologia.
e. Com o término do curso de artes o jovem poderia:
- Estudar Teologia e qualificar-se para a vida religiosa ou docente.
- Preparar-se para atividades liberais como direito, medicina e filosofia.
19. Curso de Multimeios Didáticos
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Além de trabalharem com a catequese e a educação básica dos índios, os jesuítas deram especial atenção aos
filhos dos colonizadores, os quais recebiam formação educacional acima da prática da leitura e escrita.
A cultura familiar portuguesa dava grande valor à formação dos filhos daqueles que pertenciam às famílias
tradicionais. A continuidade do patrimônio e do nome da família dependia da boa formação da nova geração. Por
isso, os donos da casa-grande cuidavam para que seus filhos tivessem a educação necessária.
Era tradição das famílias portuguesas orientar seus filhos para diferentes carreiras. O primogênito herdava o
patrimônio do pai e continuava seu trabalho no engenho; o segundo, destinado para as letras, frequentava o
colégio, muitas vezes concluía os estudos na Europa; o terceiro encaminhava-se para a vida religiosa.
Eram os jesuítas que educavam os filhos dos colonizadores e, por esta proximidade, aproveitam de sua
influência sobre seus alunos para alcançarem seus interesses.
Os jesuítas obtinham maior influência sobre aqueles que realizavam seus estudos nas letras e nos estudos
teológicos.
A formação educacional jesuíta, em linhas gerais, oferecia as seguintes oportunidades de estudos:
a. Aprendizagem da leitura e escrita.
b. Cursos após a leitura escrita: Letras humanas, Filosofia e Ciência (ou artes), Teologia e ciências sagradas.
c. Curso de grau médio em humanidades.
d. Curso de grau superior em artes e Teologia.
e. Com o término do curso de artes o jovem poderia:
- Estudar Teologia e qualificar-se para a vida religiosa ou docente.
- Preparar-se para atividades liberais como direito, medicina e filosofia.
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2.3 A REFORMA POMBALINA
Em 1759 o governo de Portugal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil,
visto que a missão não se mostrava alinhada com a política de exploração e
governo da coroa portuguesa, em pelo menos dois pontos básicos:
a. Na questão da escravidão dos indígenas;
b. Na demanda das fronteiras portuguesas e espanholas em solo brasileiro.
Neste contexto, buscou-se criar um novo sistema de ensino focado nos
interesses da coroa e de perfil laico, ou seja, não ligado às estruturas e ideologias
da Igreja Católica. Este novo movimento na educação brasileira foi resultante da
influência da Reforma Pombalina, idealizada por Sebastião José de Carvalho e
Melo.
Considerando todos os elementos estruturais do sistema educacional dos
jesuítas e a qualificação intelectual de seus membros é possível dizer que a
expulsão destes religiosos resultou em uma regressão do processo educativo no
Brasil visto que a implantação do novo sistema, alinhado às diretrizes ideológicas
do marquês de Pombal, demoraram um tempo para serem plenamente
estabelecidas no Brasil.
Fazendo parte deste novo sistema educacional estavam as Aulas Régias. Para Falcon,
A criação das aulas régias marcou o surgimento do ensino público oficial e laico visto que, até então, a
educação formal em todos os seus níveis estava sob o controle da Igreja, que também detinha grande
influência sobre outras áreas da cultura, como as artes e a impressão de livros. A posição-chave ocupada
A Reforma Pombalina: “Os jesuítas
eram um entrave, não só para os
objetivos econômicos, políticos e
religiosos do Marquês, mas também
representavam um obstáculo e uma
fonte de resistência às tentativas de
implantação da nova filosofia
iluminista que se difundia
rapidamente por toda a Europa”
(QUEIROZ; MOITA, 2007, p. 5). A
retirada da influência dos jesuítas e
sua expulsão das colônias era uma
estratégia para a implantação deste
novo sistema social e político através
de um novo sistema educacional.
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pelos jesuítas e a crescente influência destes nos assuntos seculares contrariavam os pressupostos das
reformas empreendidas por Pombal, que possuíam um caráter marcadamente secularizador e regalista,
inspirado pelo ideário ilustrado da época. O que estava em causa não era, portanto, a Igreja em seu sentido
espiritual, mas seu papel no terreno cultural do contexto português da época (apud CAMARGO, 2013, s.p.).
Segundo Camargo (2013), aqueles que desejavam desacreditar o trabalho
educacional dos jesuítas descreviam-no como sendo fastidioso, pernicioso e alheio
ao melhor sistema educacional da Europa. A nova proposta educacional oferecia o
ensino das primeiras letras e humanidades.
Apesar do esforço por tentar tornar o novo sistema educacional justificável,
pode-se dizer que ele não obteve grandes resultados visto que as Aulas Régias
tendiam a ser desarticuladas uma das outras, com viés elitista e de pouca
associação com as camadas mais populares da sociedade.
Deste momento histórico, entretanto, um ponto deve ser destacado de
singular importância para o desenvolvimento do sistema educacional no Brasil: a
partir da Reforma Pombalina a educação começou a ser vista como uma questão
do Estado. Ou seja, os governantes começaram a perceber o valor que a educação
tinha na estrutura social e política da sociedade e que cabia ao Estado conceder os
subsídios financeiros e políticas públicas para a sua implementação,
desenvolvimento e aperfeiçoamento. Segundo Aranha,
Várias medidas antecederam as primeiras providências mais efetivas, levadas a efeito só a partir de 1772,
quando teria sido implantado o ensino público oficial. A Coroa nomeou professores, estabeleceu planos de
estudo e inspeção e modificou o curso de humanidades, típico do ensino jesuítico, para o sistema de aulas
régias de disciplinas isoladas, como ocorrera na metrópole. Para o pagamento dos professores, o governo
Com a expulsão dos jesuítas, os bens
da ordem foram confiscados e a
estrutura na qual o sistema
educacional havia sido gerido foi
desmantelada. Além disto, da retirada
do sistema educacional jesuíta não se
seguiu a imediata implantação de
outro. Muitos índios deixaram as
missões (ARANHA, 2006, p. 191).
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instituiu o “subsídio literário”, a fim de gerar recursos que “nem sempre foram aplicados na manutenção
das aulas”, segundo Sérgio Buarque de Holanda (2006, p. 191).
Embora a reforma pombalina tenha tido problemas na implantação de suas ideias tanto na metrópole como em suas
colônias, não é adequado afirmar que ela apenas trouxe dificuldades ao sistema educacional brasileiro. Uma das questões
relevantes que aponta para a importância da reforma pombalina no Brasil foi a propagação dos valores iluministas nas
escolas e na sociedade, por meio de panfletos e cópias manuscritas (ARANHA, 2006, p. 192).
Reforma Pombalina 01
https://www.youtube.com/watch?v=LLp6dcAaQes
Reforma Pombalina 02
https://www.youtube.com/watch?v=D-7TcpO08Mo
Reforma Pombalina 03
https://www.youtube.com/watch?v=KfqFQtD4QE0
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Em 1759, o governo de Portugal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil, visto que a missão não se
mostrava alinhada com a questão da escravidão dos indígenas e na demanda das fronteiras portuguesas e
espanholas em solo brasileiro.
Neste contexto, buscou-se criar um novo sistema de ensino focado nos interesses da coroa e de perfil
laico.
Considerando os elementos estruturais do sistema educacional dos jesuítas e a qualificação intelectual
de seus membros é possível dizer que a expulsão destes resultou em uma regressão do processo educativo no
Brasil.
A implantação do novo sistema, alinhado às diretrizes ideológicas do marquês de Pombal, demoraram
um tempo para serem plenamente estabelecidas no Brasil.
Aqueles que desejavam desacreditar o trabalho educacional dos jesuítas descreviam-no como sendo
fastidioso, pernicioso e alheio ao melhor sistema educacional da Europa.
As Aulas Régias tendiam a ser desarticuladas uma das outras, com viés elitista e de pouca associação
com as camadas mais populares da sociedade.
A partir da Reforma Pombalina a educação começou a ser vista como uma questão do Estado.
Uma das questões relevantes que aponta para a importância da reforma pombalina no Brasil foi a
propagação dos valores iluministas nas escolas e na sociedade, por meio de panfletos e cópias manuscritas
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2.4 A VINDA DA COROA PARA O BRASIL
Outro momento importante para o desenvolvimento do sistema
educacional no Brasil foi a vinda da corte portuguesa para o Brasil. Essa mudança
deu-se devido aos conflitos existentes na Europa, em tempos nos quais Napoleão
Bonaparte buscava conquistar a Europa e Portugal poderia se tornar um potencial
alvo de seus projetos de dominação.
Neste contexto, Dom João VI decide por mudar para o Brasil e levar consigo
a corte portuguesa (1808). Esta decisão trouxe mudanças nos aspectos
econômicos, políticos, sociais e educacionais.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal#/media/File:Autor_n%C3%A3o_identificado_-_Embarque_da_Fam%C3%ADlia_Real_Portuguesa.jpg
Breve Cronologia do Período
1808: Vinda da família real.
1817: Insurreição pernambucana.
1822: Independência do Brasil.
1822-1831: Primeiro reinado.
1831-1840: Período Regencial.
1840-1889: Segundo reinado.
1864-1870: Guerra do Paraguai.
1888: Lei Áurea.
1889: Proclamação da República.
(ARANHA, 2006, p. 219)
A vinda da coroa para o Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=cMIyhtXaP4M
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Em locais estratégicos e promissores para o comércio, Dom João decretou a
construções de portos. Esta decisão, para além dos projetos econômicos da coroa
portuguesa, contribuía também para uma maior conexão com outros povos com
os quais Portugal mantinha uma relação diplomática e com potencial de
comercialização.
Além destas importantes construções, a presença da coroa portuguesa
resultou nos seguintes meios de desenvolvimento para o Brasil:
a. Construção de estradas;
b. O desenvolvimento da produção de chá, algodão, açúcar, café etc;
c. Criação do Banco do Brasil e casa da moeda;
d. Criação do Museu Nacional;
e. O estabelecimento do primeiro jornal etc.
Dom João VI
Dom João VI
https://www.youtube.com/watch?v=syXf3WHQRPM
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Todas estas atividades, construções e mudanças administrativas tornaram necessária uma estrutura educacional que
desse suporte às mudanças empreendidas por Dom João. E como em qualquer momento da história, a educação neste
período recebeu os contornos das emergentes transformações e necessidades da sociedade brasileira. Sob o governo de
Dom João, a educação e a cultura receberam relevantes investimentos como:
a. A criação de academias militares;
b. A construção do Museu Nacional;
c. Criação da Academia de Belas-Artes;
d. Formação de dois colégios de medicina etc.
e. Criação da Biblioteca Real.
f. Abertura de Escola de Direito
https://www.google.com.br/search?espv=2&biw=1440&bih=794&tbm=isch&sa=1&q=obras+de+dom+jo%C3%A3o+museu+nacional&oq=obras+de+dom
+jo%C3%A3o+museu+nacional&gs_l=img.3...94495.98144.0.98432.15.15.0.0.0.0.163.1373.0j11.11.0....0...1c.1.64.img..4.0.0.lrlsFHLrPgY#imgrc=UuA6Lod
90N4-bM%3A
https://www.google.com.br/search?q=biblioteca+nacional&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiz1_T8oLjRAhV
HG5AKHWeZBYkQ_AUICSgC&biw=1440&bih=794#imgrc=23qbSGU5VbBxuM%3A
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A respeito da influência de Dom João nos processos educacionais no Brasil, Filho descreve as seguintes ações:
A língua portuguesa ganha espaço ainda na educação. Verdade que, em tal âmbito, o ensino elementar não
usufrui de maior atenção e no todo permanece com a orientação anterior. As novas exigências
comunitárias impõem, entretanto, profissionais qualificados, notadamente militares, médicos e
engenheiros. O governo real amplia então a rede de estabelecimentos escolares, com a criação das
chamadas escolas régias, equivalentes ao atual ensino médio. Inaugura também o ensino superior no Brasil
e, nessa direção, cria, entre outros centros, na Bahia, em 1808, a Escola Médico-Cirúrgica e, no Rio, a
Academia Real da Marinha; no mesmo ano, ainda no Rio de Janeiro, os cursos de Medicina e Anatomia, e,
em 1810, a Academia Militar, que, em 1858, passa a Escola Central, para ser Escola Politécnica em 1874,
base da futura Escola Nacional de Engenharia. Para suprir os vazios dos quadros técnicos, necessários ao
melhor desempenho da agricultura e à emergente atividade industrial, abrem-se cursos especiais: na
mesma Bahia, ainda em 1808, curso de Economia; em 1812, curso de Agricultura; em 1817, curso de
Química (Química Industrial, Geologia e Mineralogia); curso de Desenho Técnico, em 1818. Na capital, em
1816, a Escola de Ciências, Artes e Ofícios, que se transforma, em 1834, na Real Academia de Pintura,
Escultura e Arquitetura Civil. Em Minas Gerais, cadeiras especiais: Desenho e História, em 1817, em Vila
Rica, e Retórica e Filosofia, em Paracatu, em 1821 (2008, p. 31,32).
De fato, a chegada da coroa portuguesa gerou mudanças significativas também no sistema educacional brasileiro.
Todavia, as mudanças tiveram como objetivo primordial a formação dos dirigentes do país e o melhor desenvolvimento do
ensino superior. Neste contexto, as escolas de primeiras letras foram relegadas a segundo plano. Com o fracasso dos planos
expansionistas de Napoleão, Dom João retorna para Portugal em 1821 deixando no Brasil a figura de Dom Pedro I como
representante dos interesses de Portugal em solo brasileiro e responsável por dar continuidade aos projetos educacionais
em nossa nação.
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A vinda da corte portuguesa para o Brasil deu-se devido os conflitos existentes na Europa, em tempos nos
quais Napoleão Bonaparte buscava conquistar a Europa e Portugal poderia se tornar um potencial alvo de seus
projetos de dominação.
Dom João VI decide por mudar para o Brasil e levar consigo a corte portuguesa (1808).
Além destas importantes construções, a presença da coroa portuguesa resultou nos seguintes meios de
desenvolvimento para o Brasil: a. Construção de estradas; b. O desenvolvimento da produção de chá, algodão,
açúcar, café etc; c. Criação do Banco do Brasil e casa da moeda; d. Criação do Museu Nacional; e. O
estabelecimento do primeiro jornal etc.
Todas estas atividades, construções e mudanças administrativas tornaram necessária uma estrutura
educacional que desse suporte às mudanças empreendidas por Dom João.
Neste tempo as escolas de primeiras letras foram relegadas a segundo plano.
Com o fracasso dos planos expansionistas de Napoleão, Dom João retorna para Portugal em 1821 deixando
no Brasil a figura de Dom Pedro I como representante dos interesses de Portugal em solo brasileiro e responsável
por dar continuidade aos projetos educacionais em nossa nação.
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