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Maria Heloiza O. de Freitas
  Mestrado em Ciências da Religião




 SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma
  Abordagem à Educação Indígena
           Brasileira




          Rio de Janeiro - 2010
COERÊNCIA E DISCREPÂNCIA
   COM ALINHA DE PESQUISA
• Sshleirmacher: Deus está disponível, em algum grau, a
  todas as religiões.
• Foucault: A verdade de cada sociedade serve para
  perpetuar as suas ideologias.
• Weber: A esfera da linhagem, ou família na religião.
• Durkheim: Processo da redução da religião ao social é o
  fator de unidade/coesão do grupo social (ex.totemismo)
• Kierkegaard: O homem religioso é estudado na sua
  dimensão estética e ética.
• Freud: Os desejos de ser leva o homem a buscar a
  religião. Discrep: kant:Deus não se envolve q. temporais
• Malinowski: A religião regula os mecanismos sociais.
SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma
Abordagem à Educação Indígena Brasileira
                      • INDÍGENA É
                        AQUELA PARCELA
                        DA POPULAÇÃO
                        QUE NÃO SE
                        ADAPTA À SOC.
                        BRASILEIRA
                        CONSERVA OS
                        COSTUMES; DE
                        TRADIÇÃO PRÉ-
                        COLOMBIANA.
                        Darcy Ribeiro (1979)
SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma
Abordagem a Educação Indígena Brasileira
                     • CULTURA:inclui
                       crença, arte, direito,
                       moral, lei, costume..
                       Hábitos. Tylor (1871)

                     • AUTONOMIA é a
                       capacidade de atuar
                       com conhecimento
                       de causa e sem
                       coação externa.
                       Liberal (2002)
                     •
QUEM É O PROFESSOR NA
    COMUNIDADE INDÍGENA?
• Se aos professores nacionais é dificultado
  formar os estudantes, em todos os níveis, (que
  desde pequenos estão em contato com os
  livros, lápis e cadernos, histórias ilustradas,
  mídia), como será em relação aos alunos
  indígenas?
• A educação indígena é considerada ilegítima?
• Como transmitir conhecimentos práticos sem o
  conhecimento da língua nativa? Como transmitir
  conceitos matemáticos? Biologia?
PRINCIPAIS HIPÓTESES
• A EDUCAÇÃO: principal chave para a
  sobrevivência de uma sociedade. (WENDEL,
  1989)
• Há necessidade de um programa contínuo e
  autóctone de educação, com professor
  nativo. Se as premissas básicas da
  ideologia da cultura do receptor são
  semelhantes às da cultura do comunicador o
  potencial para o entendimento é aumentado.
  (CARRIKER, 2008)
PRINCIPAIS HIPÓTESES
• “Os índios tem o direito de decidir
  como dispor da autonomia. (ONU,
  2007)Há fatores dentro da cultura
  nacional de finalidade competitiva para
  o mercado de trabalho, que não são
  fundamentais para os indígenas. (J.
  Dellors,2005). As dimensões linguística,
  cultural, sócio-econômica e política,
  emocional, cognoscitiva e religiosa
  norteam a educação.(FREITAS,1995)
PERDAS ÉTNICAS
• De 114 línguas indígenas no Brasil,
  segundo os registros do Museu
  Nacional, possuem documentação
  apenas parcial. Franchetto, UFRJ(2000).
• 170 línguas em uso. Impreciso o
  número das 2322 escolas indígenas
  brasileiras q.s bilingues. Menos 2% dos
  profs indígenas sem 3ºgrau em 2003.
ELE DESENHOU O PERFIL DA
    HUMANIDADE DE HOJE
• Ele influenciou as ciências sociais no mundo
  inteiro e disse que gostaria de ter vivido no
  século XIX, quando os povos iriam se
  desenvolver plenamente, mas se entristecia
  ao pensar que os brasileiros não seriam
  mais brasileiros e que os nambikwara não
  seriam mais manbikwara. Ele construiu uma
  nova visão dos povos indígenas! Estudou
  no Brasil e conheceu os nambikwara:
• Claude Lévi Strauss (1908 – 2009) : As
  culturas definem-se como sistemas de
  signos [...] funcionamento do cérebro.
1.0 PRELIMINARES:
 ESCOLA JESUÍTICA/HOLANDESA
• As escolas dos jesuítas eram semelhantes
  ao modelo europeu, os livros eram trazidos
  diretamente de Portugal. A gramática de
  Língua Brasílica foi imposta aos índios.
  (GLOBO 2000).
• “Aos índios cabia todo o trabalho de
  extração do pau-brasil [...] os índios se
  revoltavam, lutavam, fugiam.” (SILVA, 1994)
  Jesuítas: Imposição aos índios (GLOBO
  2000)
• Os holandeses (1630-1654) os denominaram
  “tapuias” e “brasilianos”, selvagens/domest
ETNOCENTRISMO X ETNOCÍDIO
• Escravidão – Semi-escravidão – Sub –
  pagamento. Continuidade da história
  européia e descontinuidade da história
  da América. Os Tamoyo:confederação
  contra os portugueses. Os índios
  atrapalhavam a colonização.
• Ação bandeirante e missionária.
  Reação indígena: etnocêntrica. A
  cultura européia era etnocêntrica e
  etnocidária. Silva, (1994)
1.1 DIREITOS E NECESSIDADES
DAS SOCIEDADES INDÍGENAS
• Aprovada a Declaração dos Direitos
  Indígenas, a qual lhes dá plena liberdade de
  atuação no contexto nacional (ONU,2007)
• DIREITO À EDUCAÇÃO. Declaração U. dos
  Direitos Humanos (1948). Art. XXVI, 2
• EDUCAÇÃO NA LÍNGUA MATERNA e
  PROCESSOS PRÓPRIOS DE
  APRENDIZAGEM.
• GARANTIA DOS SEUS USOS E COSTUMES
• USO DAS TERRAS.
• Const Bras, Art. 210.
2. FATORES INTERFEREM NA
   APRENDIZAGEM DAS ETNIAS
• Preservar a herança étnica envolvendo
  os aspectos lingüísticos, sócio-
  econômico, cognoscitivo, sócio-
  político, emocional e religioso. Apontar
  diretriz educacional que conserva as
  suas tradições. A religião dos índios
  está integrada com todos os aspectos
  da cultura. A atuação das forças ou
  dos seres invisíveis afeta todas as
  suas atividades. Carriker (2005)
2.1 LINGUÍSTICO
• Língua:primeiro sinal de identificação
  com o povo. Carriker (2008)
• Para Cardoso, in Jung, (1993), o
  símbolo reúne apostos numa síntese
  [...] na direção de um sentido que
  nenhuma palavra da língua falada
  poderia exprimir de maneira
  satisfatória. Ex: A flauta sagrada para
  os Nambikwara.
2.2 SÓCIO-CULTURAL
• Considerar a população receptiva de
  estudantes, suas peculiaridades
  étnicas. Wendel(1989)
• Carriker (2008): Os padrões de
  comportamento em uma cultura são
  diferentes de outra cultura. Ponto de
  vista êmico: os ideais da cultura. Ético:
  participante condicionado.
2.3 COGNOSCITIVO
• Para Campos (1983)in Piaget, existem
  conceitos impostos na mente da
  criança antes que ela esteja pronta
  para a aprendizagem. O equilíbrio
  decorre da acomodação dos
  esquemas. Quando o indivíduo não
  dispõe de pré-conhecimento há
  necessidade de variação dos
  esquemas iniciais, para determinar a
  aprendizagem.
2.4 SÓCIO-POLÍTICO
• Carriker (2008:208): As sociedades indígenas
  são comunais, valorizam muito o indivíduo,
  tomam decisões em conjunto, tendo como
  base a opinião da maioria[...] por isso um
  homicídio, um roubo, um caso de feitiçaria,
  não são problemas que envolvem apenas
  uns poucos indivíduos, mas toda a
  comunidade. Florestan 1975: As decisões do
  grupo são regidas de acordo com as
  crenças... Pode não ter conexão com o bem-
  estar dos indígenas.
2.5 SÓCIO-ECONÔMICO
• A economia de subsistência. Os
  Nambikwara trocam coisas numa
  reciprocidade generalizada, não a
  equilibrada. Kroeker (1982)
• Organização de produção:por grau de
  parentesco,aldeia: unidade econômica.
   Trabalho é uma tarefa ou tarefas.
  Quando há um trabalho a fazer, se faz,
  se não há descansa. Freitas (1994-96)
• Melatti (1994):Não existe especialização
  profissional.A divisão do trabalho: p/
  sexo. Todos aprendem os serviços ger.
2.6 EMOCIONAL
• Carriker (2008): incidências de
  alcoolismo, relacionamentos de
  dependência, violência, desprezo de
  regras costumeiras(parentesco, sexo)
  estados de depressão e auto censura.
  stress, a apatia com os problemas de
  adaptação.
• Wendel (1989): A imposição da língua
  nacional traz sentimentos de
  inferioridade e repressão que cobre o
  sentimento de auto-realização ao
  insistir no uso da língua nacional .
2.7 RELIGIOSO
• A teoria de Durkheim, in Terrim (2008),
  tem um fundo etnológico e faz
  referencia ao conceito de totemismo
  como religião elementar dos primitivos.
  O totemismo é uma das expressões
  básicas e mais elementares da cultura
  e da religião dos povos primitivos.
• Freud diz ;é “tabu”:Significa, por um
  lado, ‘sagrado’, ‘consagrado’, e, por
  outro, ‘misterioso’, ‘perigoso’,
  ‘proibido’.
3. POLÍTICA PEDAGÓGICA
   PARA AS SOC. INDÍGENAS
• Em 1991: A educação indígena passou
  p/ o MEC que criou, em 1993, o Comitê
  de Educação Indígena, composto por
  representantes de alguns povos
  indígenas, instituições da sociedade
  civil e universidades. O Referencial
  Curricular Nacional para as Escolas
  Indígenas, com as áreas de
  conhecimento: Línguas, Matemática,
  História, Geografia, Ciências. Arte e
  Educação Física. Trabalhar esses
  conteúdos de forma diversificada.
3.1 PROCESSO INTEGRADO
• 1)Na vida social tratar-se-á das
  relações humanas entre as aldeias
  indígenas, da solidariedade
• 2) Valorizará a Mitologia: herança do
  saber ancestral e como produto de
  reflexão de um povo sobre sua
  história;
• 3) Valorizarão os ritos de passagem;
3.2 INTERCÂMBIO
            CULTURAL
• 4) Valorizará a economia de
  subsistência, as comidas e as bebidas,
  as casas típicas; a medicina natural; as
  expedições de caça e pesca. Os
  instrumentos musicais locais;
• 6) Reconhecer: as práticas lúdicas; as
  armas de lutas; o lugar das sepulturas;
  ambiente sagrado; as festas, a
  colheita;
• 7) Estimular as artes em geral;
• 8) Capacitar autores indígenas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Não há subsídios suficientes para a
  resolução dos problemas. No plano do
  ethos nacional, a falta de autonomia
  das etnias brasileiras é uma situação
  que se conforma com o atraso e a
  pobreza, a inferioridade das raças
  morenas e degradação dos povos
  mestiços. Darcy Ribeiro (1979)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Certas decisões da cultura
  majoritária é privação cultural. É
  sábio unir os subsídios da cultura
  nacional, aos recursos naturais,
  culturais, antropológicos, dos
  grupos étnicos, capacitando
  professores nativos. No mínimo
  professores bilingues e biculturais
  na ausência destes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• A auto-realização cultural, sócio
  político, econômico e social,
  linguística, emocional e religiosa
  dos membros das sociedades
  indígenas estará sempre
  relacionada em serem alimentados
  no seio da sua herança cultural,
  que satisfazem exigências de
  perpetuação de suas tradições.
Ref. Bibliográfico
•   BRASIL. Ministério da Justiça. Constituição Federal. Brasília: Congresso Nacional, 1989.
•   BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de diretrizes e Bases da Educação.                          Brasília:
    Congresso Nacional, 1996.
•   CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 15ª ed. Petrópolis: Vozes. 2002.
•   CARDOSO, Heloísa. Psicopatologia, Teoria dos Complexos e Psicanálise. Vol. 1. Rio de
              Janeiro: Atheneu Cultura, 1993.
•   CARRIKER, Timóteo. O Evangelho e a Cultura. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 2008.
•   CUNHA, R. B. Políticas de línguas e educação escolar indígena no Brasil. Curitiba: Educar, nº 32, p. 143-159, Editora
    UFPR 153,2008.
•   DELORS, Jacques, org. Educação para o Século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2005.
•   ELIADE, Mircea. O Profano e o Sagrado. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
•   ESTUDOS SOBRE LÍNGUAS E CULTURA INDÍGENAS: Edição Especial – Trabalhos Lingüísticos Realizados no Brasil:
    Summer Institute of Linguistics, 1971.
•   FREUD, Sigmund.Edição Eletrônica, 2002
•   FLORESTAN, Fernandes. Investigação Etnológica no Brasil e Outros Ensaios. São Paulo: Vozes, 1975.
•    FREITAS, Maria Heloiza de. Boletim Nambi; fotos; anotações pessoais. PI Sararé e PI Manahisu. MT, 1994-1999.
•   FREITAS, Maria Heloiza Oliveira de. Proposta Educacional para a Escola Indígena do Sararé. Município de Pontes e
    Lacerda, MT, 1995.
•   KROEKER, Bárbara. Aspectos da Língua Nambikwara. Brasília: Summer Institute of Lingstic, 1982.
•   LIBERAL, Márcia Mello de (org.) Um Olhar sobre Ética e Cidadania. São Paulo: Mackenzie, 2002.
•   MELATTI, Júlio César. Índios do Brasil. 7ª. ed. São Paulo: Hucitec, 1994.
•   REFENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA AS ESCOLAS INDÍDENAS. Ministério da Educação e do Desporto.
    Secretaria da Educação Fundamental. Brasília, 1998.
•   RIBEIRO, Darcy. As Américas e a Civilização: Estudos de Antropologia da Civilização. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.
•   SILVA, Jarbas Ferreira da. Tropeços na Ação Missionária: Tolice Humana ou Cilada de Satanás. São Paulo, 2003.
•   SILVA, Aracy Lopes da. A Questão Indígena na Sala de Aula. São Paulo: Brasilliense, 1987.
•   SOUZA, Isaac Costa da. De Todas as Tribos: A Missão da Igreja e a Questão Indígena. Viçosa: Ultimato, 1996.
•   TERRIN, Aldo Natale. Introdução ao Estudo Comparado das Religiões. São Paulo; Paulinas, 2008.
•   WENDEL, Margaret. Literatura sin Muletas. Dallas, Texas: Summer Institute of Linguistic. 1989.

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Uma abordagem à educação indígena brasileira

  • 1. Maria Heloiza O. de Freitas Mestrado em Ciências da Religião SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma Abordagem à Educação Indígena Brasileira Rio de Janeiro - 2010
  • 2. COERÊNCIA E DISCREPÂNCIA COM ALINHA DE PESQUISA • Sshleirmacher: Deus está disponível, em algum grau, a todas as religiões. • Foucault: A verdade de cada sociedade serve para perpetuar as suas ideologias. • Weber: A esfera da linhagem, ou família na religião. • Durkheim: Processo da redução da religião ao social é o fator de unidade/coesão do grupo social (ex.totemismo) • Kierkegaard: O homem religioso é estudado na sua dimensão estética e ética. • Freud: Os desejos de ser leva o homem a buscar a religião. Discrep: kant:Deus não se envolve q. temporais • Malinowski: A religião regula os mecanismos sociais.
  • 3. SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma Abordagem à Educação Indígena Brasileira • INDÍGENA É AQUELA PARCELA DA POPULAÇÃO QUE NÃO SE ADAPTA À SOC. BRASILEIRA CONSERVA OS COSTUMES; DE TRADIÇÃO PRÉ- COLOMBIANA. Darcy Ribeiro (1979)
  • 4. SOCIEDADES AUTÔNOMAS: Uma Abordagem a Educação Indígena Brasileira • CULTURA:inclui crença, arte, direito, moral, lei, costume.. Hábitos. Tylor (1871) • AUTONOMIA é a capacidade de atuar com conhecimento de causa e sem coação externa. Liberal (2002) •
  • 5. QUEM É O PROFESSOR NA COMUNIDADE INDÍGENA? • Se aos professores nacionais é dificultado formar os estudantes, em todos os níveis, (que desde pequenos estão em contato com os livros, lápis e cadernos, histórias ilustradas, mídia), como será em relação aos alunos indígenas? • A educação indígena é considerada ilegítima? • Como transmitir conhecimentos práticos sem o conhecimento da língua nativa? Como transmitir conceitos matemáticos? Biologia?
  • 6. PRINCIPAIS HIPÓTESES • A EDUCAÇÃO: principal chave para a sobrevivência de uma sociedade. (WENDEL, 1989) • Há necessidade de um programa contínuo e autóctone de educação, com professor nativo. Se as premissas básicas da ideologia da cultura do receptor são semelhantes às da cultura do comunicador o potencial para o entendimento é aumentado. (CARRIKER, 2008)
  • 7. PRINCIPAIS HIPÓTESES • “Os índios tem o direito de decidir como dispor da autonomia. (ONU, 2007)Há fatores dentro da cultura nacional de finalidade competitiva para o mercado de trabalho, que não são fundamentais para os indígenas. (J. Dellors,2005). As dimensões linguística, cultural, sócio-econômica e política, emocional, cognoscitiva e religiosa norteam a educação.(FREITAS,1995)
  • 8. PERDAS ÉTNICAS • De 114 línguas indígenas no Brasil, segundo os registros do Museu Nacional, possuem documentação apenas parcial. Franchetto, UFRJ(2000). • 170 línguas em uso. Impreciso o número das 2322 escolas indígenas brasileiras q.s bilingues. Menos 2% dos profs indígenas sem 3ºgrau em 2003.
  • 9. ELE DESENHOU O PERFIL DA HUMANIDADE DE HOJE • Ele influenciou as ciências sociais no mundo inteiro e disse que gostaria de ter vivido no século XIX, quando os povos iriam se desenvolver plenamente, mas se entristecia ao pensar que os brasileiros não seriam mais brasileiros e que os nambikwara não seriam mais manbikwara. Ele construiu uma nova visão dos povos indígenas! Estudou no Brasil e conheceu os nambikwara: • Claude Lévi Strauss (1908 – 2009) : As culturas definem-se como sistemas de signos [...] funcionamento do cérebro.
  • 10. 1.0 PRELIMINARES: ESCOLA JESUÍTICA/HOLANDESA • As escolas dos jesuítas eram semelhantes ao modelo europeu, os livros eram trazidos diretamente de Portugal. A gramática de Língua Brasílica foi imposta aos índios. (GLOBO 2000). • “Aos índios cabia todo o trabalho de extração do pau-brasil [...] os índios se revoltavam, lutavam, fugiam.” (SILVA, 1994) Jesuítas: Imposição aos índios (GLOBO 2000) • Os holandeses (1630-1654) os denominaram “tapuias” e “brasilianos”, selvagens/domest
  • 11. ETNOCENTRISMO X ETNOCÍDIO • Escravidão – Semi-escravidão – Sub – pagamento. Continuidade da história européia e descontinuidade da história da América. Os Tamoyo:confederação contra os portugueses. Os índios atrapalhavam a colonização. • Ação bandeirante e missionária. Reação indígena: etnocêntrica. A cultura européia era etnocêntrica e etnocidária. Silva, (1994)
  • 12. 1.1 DIREITOS E NECESSIDADES DAS SOCIEDADES INDÍGENAS • Aprovada a Declaração dos Direitos Indígenas, a qual lhes dá plena liberdade de atuação no contexto nacional (ONU,2007) • DIREITO À EDUCAÇÃO. Declaração U. dos Direitos Humanos (1948). Art. XXVI, 2 • EDUCAÇÃO NA LÍNGUA MATERNA e PROCESSOS PRÓPRIOS DE APRENDIZAGEM. • GARANTIA DOS SEUS USOS E COSTUMES • USO DAS TERRAS. • Const Bras, Art. 210.
  • 13. 2. FATORES INTERFEREM NA APRENDIZAGEM DAS ETNIAS • Preservar a herança étnica envolvendo os aspectos lingüísticos, sócio- econômico, cognoscitivo, sócio- político, emocional e religioso. Apontar diretriz educacional que conserva as suas tradições. A religião dos índios está integrada com todos os aspectos da cultura. A atuação das forças ou dos seres invisíveis afeta todas as suas atividades. Carriker (2005)
  • 14. 2.1 LINGUÍSTICO • Língua:primeiro sinal de identificação com o povo. Carriker (2008) • Para Cardoso, in Jung, (1993), o símbolo reúne apostos numa síntese [...] na direção de um sentido que nenhuma palavra da língua falada poderia exprimir de maneira satisfatória. Ex: A flauta sagrada para os Nambikwara.
  • 15. 2.2 SÓCIO-CULTURAL • Considerar a população receptiva de estudantes, suas peculiaridades étnicas. Wendel(1989) • Carriker (2008): Os padrões de comportamento em uma cultura são diferentes de outra cultura. Ponto de vista êmico: os ideais da cultura. Ético: participante condicionado.
  • 16. 2.3 COGNOSCITIVO • Para Campos (1983)in Piaget, existem conceitos impostos na mente da criança antes que ela esteja pronta para a aprendizagem. O equilíbrio decorre da acomodação dos esquemas. Quando o indivíduo não dispõe de pré-conhecimento há necessidade de variação dos esquemas iniciais, para determinar a aprendizagem.
  • 17. 2.4 SÓCIO-POLÍTICO • Carriker (2008:208): As sociedades indígenas são comunais, valorizam muito o indivíduo, tomam decisões em conjunto, tendo como base a opinião da maioria[...] por isso um homicídio, um roubo, um caso de feitiçaria, não são problemas que envolvem apenas uns poucos indivíduos, mas toda a comunidade. Florestan 1975: As decisões do grupo são regidas de acordo com as crenças... Pode não ter conexão com o bem- estar dos indígenas.
  • 18. 2.5 SÓCIO-ECONÔMICO • A economia de subsistência. Os Nambikwara trocam coisas numa reciprocidade generalizada, não a equilibrada. Kroeker (1982) • Organização de produção:por grau de parentesco,aldeia: unidade econômica. Trabalho é uma tarefa ou tarefas. Quando há um trabalho a fazer, se faz, se não há descansa. Freitas (1994-96) • Melatti (1994):Não existe especialização profissional.A divisão do trabalho: p/ sexo. Todos aprendem os serviços ger.
  • 19. 2.6 EMOCIONAL • Carriker (2008): incidências de alcoolismo, relacionamentos de dependência, violência, desprezo de regras costumeiras(parentesco, sexo) estados de depressão e auto censura. stress, a apatia com os problemas de adaptação. • Wendel (1989): A imposição da língua nacional traz sentimentos de inferioridade e repressão que cobre o sentimento de auto-realização ao insistir no uso da língua nacional .
  • 20. 2.7 RELIGIOSO • A teoria de Durkheim, in Terrim (2008), tem um fundo etnológico e faz referencia ao conceito de totemismo como religião elementar dos primitivos. O totemismo é uma das expressões básicas e mais elementares da cultura e da religião dos povos primitivos. • Freud diz ;é “tabu”:Significa, por um lado, ‘sagrado’, ‘consagrado’, e, por outro, ‘misterioso’, ‘perigoso’, ‘proibido’.
  • 21. 3. POLÍTICA PEDAGÓGICA PARA AS SOC. INDÍGENAS • Em 1991: A educação indígena passou p/ o MEC que criou, em 1993, o Comitê de Educação Indígena, composto por representantes de alguns povos indígenas, instituições da sociedade civil e universidades. O Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, com as áreas de conhecimento: Línguas, Matemática, História, Geografia, Ciências. Arte e Educação Física. Trabalhar esses conteúdos de forma diversificada.
  • 22. 3.1 PROCESSO INTEGRADO • 1)Na vida social tratar-se-á das relações humanas entre as aldeias indígenas, da solidariedade • 2) Valorizará a Mitologia: herança do saber ancestral e como produto de reflexão de um povo sobre sua história; • 3) Valorizarão os ritos de passagem;
  • 23. 3.2 INTERCÂMBIO CULTURAL • 4) Valorizará a economia de subsistência, as comidas e as bebidas, as casas típicas; a medicina natural; as expedições de caça e pesca. Os instrumentos musicais locais; • 6) Reconhecer: as práticas lúdicas; as armas de lutas; o lugar das sepulturas; ambiente sagrado; as festas, a colheita; • 7) Estimular as artes em geral; • 8) Capacitar autores indígenas.
  • 24. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Não há subsídios suficientes para a resolução dos problemas. No plano do ethos nacional, a falta de autonomia das etnias brasileiras é uma situação que se conforma com o atraso e a pobreza, a inferioridade das raças morenas e degradação dos povos mestiços. Darcy Ribeiro (1979)
  • 25. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Certas decisões da cultura majoritária é privação cultural. É sábio unir os subsídios da cultura nacional, aos recursos naturais, culturais, antropológicos, dos grupos étnicos, capacitando professores nativos. No mínimo professores bilingues e biculturais na ausência destes.
  • 26. CONSIDERAÇÕES FINAIS • A auto-realização cultural, sócio político, econômico e social, linguística, emocional e religiosa dos membros das sociedades indígenas estará sempre relacionada em serem alimentados no seio da sua herança cultural, que satisfazem exigências de perpetuação de suas tradições.
  • 27. Ref. Bibliográfico • BRASIL. Ministério da Justiça. Constituição Federal. Brasília: Congresso Nacional, 1989. • BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de diretrizes e Bases da Educação. Brasília: Congresso Nacional, 1996. • CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 15ª ed. Petrópolis: Vozes. 2002. • CARDOSO, Heloísa. Psicopatologia, Teoria dos Complexos e Psicanálise. Vol. 1. Rio de Janeiro: Atheneu Cultura, 1993. • CARRIKER, Timóteo. O Evangelho e a Cultura. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 2008. • CUNHA, R. B. Políticas de línguas e educação escolar indígena no Brasil. Curitiba: Educar, nº 32, p. 143-159, Editora UFPR 153,2008. • DELORS, Jacques, org. Educação para o Século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2005. • ELIADE, Mircea. O Profano e o Sagrado. São Paulo: Martins Fontes, 2001. • ESTUDOS SOBRE LÍNGUAS E CULTURA INDÍGENAS: Edição Especial – Trabalhos Lingüísticos Realizados no Brasil: Summer Institute of Linguistics, 1971. • FREUD, Sigmund.Edição Eletrônica, 2002 • FLORESTAN, Fernandes. Investigação Etnológica no Brasil e Outros Ensaios. São Paulo: Vozes, 1975. • FREITAS, Maria Heloiza de. Boletim Nambi; fotos; anotações pessoais. PI Sararé e PI Manahisu. MT, 1994-1999. • FREITAS, Maria Heloiza Oliveira de. Proposta Educacional para a Escola Indígena do Sararé. Município de Pontes e Lacerda, MT, 1995. • KROEKER, Bárbara. Aspectos da Língua Nambikwara. Brasília: Summer Institute of Lingstic, 1982. • LIBERAL, Márcia Mello de (org.) Um Olhar sobre Ética e Cidadania. São Paulo: Mackenzie, 2002. • MELATTI, Júlio César. Índios do Brasil. 7ª. ed. São Paulo: Hucitec, 1994. • REFENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA AS ESCOLAS INDÍDENAS. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília, 1998. • RIBEIRO, Darcy. As Américas e a Civilização: Estudos de Antropologia da Civilização. Rio de Janeiro: Vozes, 1979. • SILVA, Jarbas Ferreira da. Tropeços na Ação Missionária: Tolice Humana ou Cilada de Satanás. São Paulo, 2003. • SILVA, Aracy Lopes da. A Questão Indígena na Sala de Aula. São Paulo: Brasilliense, 1987. • SOUZA, Isaac Costa da. De Todas as Tribos: A Missão da Igreja e a Questão Indígena. Viçosa: Ultimato, 1996. • TERRIN, Aldo Natale. Introdução ao Estudo Comparado das Religiões. São Paulo; Paulinas, 2008. • WENDEL, Margaret. Literatura sin Muletas. Dallas, Texas: Summer Institute of Linguistic. 1989.