Nas Províncias Unidas, a burguesia consolidou o poder político e econômico, estabelecendo uma república descentralizada e próspera. Na Inglaterra, o Parlamento limitou o poder absoluto do monarca através da Magna Carta e da Guerra Civil, levando ao estabelecimento de um sistema parlamentarista defendido por Locke. Estes desenvolvimentos contrastaram com os Estados absolutistas da Europa no século XVII.
4. Guilherme I, Príncipe de Orange e
Conde de Nassau
A República das Províncias Unidas
Doc.26 A e B – Página 60
Tratado de Münster - 1648
5. A afirmação política da burguesia nas
Províncias Unidas
Características da nova República
• Tolerância religiosa e liberdade de
pensamento
• refúgio para exilados políticos e
religiosos
• Valor do indivíduo
• Descentralização do poder
• Maior possibilidade de ocupar cargos
• Controlo do poder por parte da
burguesia
Hegemonia da Província da Holanda
Amesterdão visto do porto de Mussel, 1673, ,
Ludolf Backhuysen
6. A afirmação política da burguesia nas
Províncias Unidas
Uma economia próspera
• dinamização das actividades
produtivas internas
• Artesanato
• comércio
• alargamento do comércio
externo
• Báltico e Europa Ocidental
• espaços coloniais (corso)
Pinturas referentes aos navios
holandeses de Ludolf Backhuysen
7. A afirmação política da burguesia nas
Províncias Unidas
Doc.27 A e B – Página 61
Sociedade
• Nobreza reduzida
• Ocupa sobretudo funções
militares
• Incrementada por filhos de ricos
mercadores
• Elite burguesa
• Ocupava-se exclusivamente das
magistraturas
• Provinha da burguesia de
negócios
• Dominavam os conselhos das
cidades e das províncias
• Controlava negócios e política
Guilherme II, Príncipe de Orange (1626 a
1650)
Stathouder da República dos Países
Baixos
8. Estrutura administrativa descentralizada
Nobreza Burguesia
funções militares
Stathouder (chefe supremo
militar)
equiparados em
dignidade A nível central, o principal
cargo executivo
Grande Pensionário
justiça fisco Controlo atividades
económicas
podia ser
ocupado por
um burguês
Interesses do Estado = interesses do comércio
Holanda: grande potência marítima do séc. XVII
Conselhos das Cidades e
Províncias
9. A afirmação política da burguesia nas
Províncias Unidas
Doc.28 – Página 62
A mentalidade burguesa
• Poupança
• rendimentos não devem igualar
despesa
• Importância do bem comum
• impostos
• obras públicas
• Austeridade e simplicidade
• Construção, adorno e mobiliário
• Qualidade dos produtos
• Importância da educação
• Acesso e dedicação aos cargos
Pintura de interior na Holanda,
Pieter de Hooch
10. Grotius e a legitimação da liberdade dos
mares
(a jurisprudência ao serviço dos interesses económicos)
11. Grotius e a legitimação da liberdade dos
mares
(a jurisprudência ao serviço dos interesses económicos)
No final do séc. XVI os holandeses
desenvolvem interesse pelo
comércio colonial
• Chocam com interesses de
portugueses e espanhóis - mare
clausum
• bases jurídicas: bulas e doações papais;
Tratado de Tordesilhas de 1494.
• Desrespeitado: pela concorrência; pelo
corso
• 1602: captura da nau portuguesa Santa
Catarina que leva a contestação e
protestos
Imagem alusiva à conquista de Cochim
pelos holandeses em 1663, que fez parte
da guerra dos oitenta anos (1595 a
1663) entre Portugal e os Holandeses
12. Grotius e a legitimação da liberdade dos
mares
(a jurisprudência ao serviço dos interesses económicos)
Doc.30 – Página 63
Teoria do Mare liberum – defendida
por
• Escreveu uma série de textos jurídicos
que legitimavam a liberdade dos mares
criado por Deus para todas as
nações
Bem comum
Inesgotável e essencial para a vida
Desenvolveu-se intensa polémica
Portugal - resposta de Serafim de
Freitas (entre outros)
Hugo Grotius
(1583-1645)
13. A ascensão do Império Holandês
Impérios coloniais no século XVII
14. A ascensão do Império Holandês
• Decadência dos impérios ibéricos
• Consolidação do Império holandês
• Criação da Companhia das Indias
Orientais (1602) e da Companhia
das Indias Ocidentais (1621)
• entrepostos e feitorias espalhadas
pela Ásia, África e América.
• As companhias controlam militar e
economicamente estes espaços.
Companhia das Indias
Ocidentais em Amesterdão
As embarcações da Companhia
Holandesa das Índias Orientais em
Amesterdão, 1750
16. A Magna Carta e a limitação do poder
real
• 1199 – 1216 Reinado de João sem
Terra
Impõe um regime autoritário a nível
fiscal e desrespeita as liberdades dos
seus súbditos
Guerra dos Barões
Assinatura da Magna Carta (1215)
Estabelecia o respeito pelos direitos e
procedimentos legais;
Protegia os ingleses das arbitrariedades
do poder real e dos funcionários reais;
Atribuía mais poderes ao Parlamento
João Sem Terra
17. A tentativa de imposição do
absolutismo
• 1603 – Morre Isabel I sem
descendentes diretos
• Sobe ao trono Jaime I (1603-1625):
Fim da dinastia dos Tudor e início
da dinastia Stuart
Imposição de um regime de cariz
absolutista
rei autoritário
acreditava na doutrina da origem
divina do poder;
não partilhava o seu poder com o
Parlamento;
era católico.
Isabel I
Jaime VI da Escócia e I de
Inglaterra
18. A tentativa de imposição do
absolutismo
• 1625 – Sobe ao poder Carlos I
• católico, aumentou os impostos, sem
o consentimento do Parlamento e
procedeu a prisões arbitrárias.
• Não cumpriu os princípios da Magna
Carta
• 1628 – Assina a Petição do Direitos
• respeitar as antigas leis,
• não proceder a prisões arbitrárias,
• não impor impostos sem
consentimento do Parlamento
• 1629 a 1640 – impõe tirania dos
onze anos
• 1642 a 1649 – Guerra Civil
Carlos I e a família em 1632
Representação absolutista
19. A Guerra Civil (1642-1649)
• Realistas (ou Cavaleiros) com
apoio:
• do rei;
• da Câmara dos Lordes;
• da aristocracia rural;
• dos membros da Igreja: católicos e
anglicanos.
• camponeses
• Parlamentaristas (ou Cabeças
Redondas) com apoio:
• dos protestantes;
• da alta aristocracia;
• dos grandes mercadores;
• Das populações urbanas;
Vitória dos Cabeças Redondas
Cromwell
21. Cromwell
• 1649-1653 – República
Cromwell assumiu o poder executivo;
o Parlamento tornou-se o órgão
supremo, legislativo.
• 1653-1658 – Ditadura de Cromwell
aboliu a Câmara dos Lordes;
destituiu todos os que se lhe opunham;
dissolveu o Parlamento.
governo pessoal e repressivo (Lord
Protetor)
política de fomento económico e uma
hábil política externa.
• 1658 - Morte de Cromwell
Anarquia
Oliver Cromwell
22. A Restauração da Monarquia
• 1660 – Sobe ao trono Carlos II,
filho de Carlos I
compensou as vítimas da guerra
civil;
promulgou o Habeas Corpus
em 1679 (Proibição de prisão
sem culpa formada)
aboliu a censura e garantiu a
liberdade de petição;
restabeleceu a Câmara dos
Lordes.
• 1685 – Sobe ao trono Jaime II,
irmão de Carlos II, apoiante do
absolutismo e católico
favoreceu os católicos,
instaurou governo autoritário
Carlos II e
Catarina de
Bragança
Jaime II
23. A Revolução Gloriosa
• 1688 – Guilherme de Orange, (Holanda) invade
a Inglaterra
Jaime II, sem apoiantes abandona a Inglaterra
• 1689 – Coroação de Guilherme e Maria de
Orange
Assinatura e juramento solene da Declaração
dos Direitos Doc. 33 Página 66
respeitar as liberdades individuais
consultar o Parlamento em matéria fiscal e
militar
respeitar a independência da justiça
dar execução às leis
• 1695
abolição da censura
direito à livre reunião.
Parlamento
órgão político mais importante
Guilherme de Orange e
Maria Stuart
25. A sociedade inglesa
• Barreiras sociais
mais esbatidas
(maior mobilidade
social)
• Constitui-se uma
próspera classe
média:
burguesia de
negócios
ricos proprietários
rurais
Apoiantes do
Parlamentarismo
26. Locke e a justificação do
parlamentarismo
• Vários fatores criaram um
ambiente social e cultural
favorável a novas ideias e
teorias sobre o poder político
em Inglaterra:
• uma população mais
alfabetizada e crítica
(protestantismo, educação e o
ensino);
• teorização das ideias políticas
devido à agitação política,
entre 1603 e 1689.
John Locke, Dois Tratados do
Governo Civil, 1689
27. Locke e a justificação do
parlamentarismo
Locke foi um filósofo defensor da Monarquia
Constitucional e do parlamentarismo
opondo-se ao absolutismo. Defendia que:
• O poder do soberano:
era limitado por outros poderes (legislativo,
executivo e federativo);
derivava do livre consentimento dos
governados, existindo um contrato entre
governantes e governados
assentava na defesa dos direitos naturais
(vida, liberdade, propriedade).
• Os homens nascem livres, iguais e
autónomos
• direito de resistir à tirania de um príncipe ou
governante.
John Locke
(1632-1704)
28. Locke e a justificação do
parlamentarismo
John Locke com as suas obras justifica
a Revolução Gloriosa e defende:
• a separação dos poderes
• a predominância do legislativo
(Parlamento).
As ideias de John Locke influenciaram
os sistemas políticos modernos e
parlamentares:
• nos Estados Unidos da América (1776);
• em França, inspiraram a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
John Locke,
Dois Tratados do Governo Civil,
1689
29. Deves saber
Mostrar a fusão do poder político com o poder económico
nas Províncias Unidas
Contextualizar a teoria do mare liberum
Reconhecer o Parlamento como um orgão de limitação
efetiva do poder real.
Contrapor o modelo sociopolítico absolutista ao
modelo parlamentar.
Realçar a importância da afirmação de parlamentos
numa Europa de Estados absolutos.
E AINDA
Interpretar documentos escritos e iconográficos
relacionando-os com os conteúdos
Integrar a análise de documentos nas tuas respostas e
análise de conteúdos